VrgTia Femandes Moça TrevisarV Alvaro Nagib Atallah C Lombalgias: evidências para o tratamento ma de 65% a 80% da> p","a> terão do- res lombares em algum momento de suas vidas.I.2 Aproximadamente 50% das lombalgias melhoram em \uma semana, 90% em seis seman,as e apep.as] -10% ;dos pacientes perman.:ecem sintomáticos por mais de .seis meses.t-? Os fatores que contribuem para o - ~desencadeamento e cronificação das síndromes dolorosas lombares são: hábitos posturais, obesidade, sedentarismo, depressão, alterações climáticas e fatores genéticos.I.2 O Quadro 1mostra os sinais que sugerem a instalação de doença sistêmica. O Quadro 2 apresenta categorização dos níveis de evidência da literatura que podem guiar condutas no tratamento das lombalgias. Tratamento das lombalgias agudas O tratamento das dores lombares agudas deve ser baseado na história clínica e no exame físico do paciente; não é necessário realizar exames de imagem ou laboratoriais, exceto se existirem dados clínicos, que sugiram doença que necessite de tratamento especííico.' A orientação e o esclarecimento do paciente são pontos chaves para o sucesso do tratamento. Raramente as dores lombares agudas podem ser sinal de uma doença proliferativa, infecciosa, inflamatória ou metabólica.' Repouso ou atividade física? Manter as atividades usuais toleradas e evitar o repouso absoluto no leito leva a uma recuperação mais rápida (nível de evidência: I, grau de recomendação A). Se o paciente apresenta ciatalgia com dor importante, pode se beneficiar com repouso em decúbiro lateral e pernas flexionadas.ê' Não existem evidências que exercícios físicos específicos sejam benéficos para o tratamento das 2002;8( 1):17-19 - RevistaDiagnóstico & Tratamento lombalgias agudas e eles não devem ser recomendados (nível de evidência I, grau de recomendação B).5 Não existem evidências para a recomendação do uso de suportes lombares para o tratamento das lombalgias agudas com ou sem radiculopatia (nível de evidência I, grau de recomendação B).6 Como aliviar a dor do paciente? Os antiinflamatórios não-horrnonais (AINH) são efetivos no tratamento das lombalgias. Qualquer classe de AINH pode ser utilizada, não existem eviQuadro 1. Achados demográficos e clínicos que sugerem doença sistêmica • Idade suoerior o 50 anos ou inferior o 20 onos • Dor com oioro noturno, dor com pioro em decúbito • Febre dorso I • Emagrecimento • Trauma • História de neoplasia • Uso de drogas injetáveis, imunossupressão, infecção bacteriana recente tratamento poro osteoporose Quadro 2. Níveis de evidência científica para orientação das condutas." lNíveis de Evidência dências de que uma classe seja mais ef~tiva que a outra ':i no alívio das dores lombares (nível de êvidência I, grau de recomendação A).? Deve-se levar em conta o risco de efeitos colaterais pela idade do paciente, por história prévia de úlcera gástrica e por insuficiência renal. Os relaxantes musculares apresentam eficácia superior ao placebo, mas não superam os efeitos analgésicos dos AINH. Não existe ganho no efeito terapêutico na associação de relaxantes musculares com AINH. (nível de evidência Hl, grau de recomendação A).B Tratamento " das lombalgias crônicas Se não ocorrer melhora da dor após seis semanas de tratamento, o paciente deve ser encaminhado para investigação diagnóstica, por meio de exames de imagem e laboratoriais. Aliviar ador do paciente com AINH, acetaminofeno e, eventualmente, associar um analgésico opióide (nível de evidência 1, grau de recomendação A). 7-9 Os antidepressivos rricíclicos, como a arnitriptilina, podem ser usados como é um analterapia coadjuvante no alívio das dores gésico efetivo e seguro que pode ser tratamento das crônicas (nível de evidência III, grau utilizado no tratamento das dores dores lombares de recomendação B).16 lombares agudas (nível de evidência Exercícios orientados (alonI, grau de recomendação A).7 agudas deve ser gamento, aeróbica de baixo impacNão existem estudos randobaseado na história to, caminhar, bicicleta ergométrica, mizados controlados de utilização de clínica e no exame natação) melhoram as dores lombaglicocorticóides em lombalgias agufísico do paciente, das. Eventualmente em pacientes res subagudas ou crônicas e previsem necessidade de nem a recorrência (nível de evidêncom radiculopatia, essas drogas podem ser úteis (nível de evidência VI, cia 1, grau de recomendação A) Y exames complementares A recorrência e a cronificação grau de recomendação B).9 na maior parte A manipulação, quando das dores lombares podem também dos casos realizada por profissional qualificado, ser prevenidas com cursos de colupode aliviar a dor e diminuir o períona (back schools) e orientações espedo de afastamento do trabalho. No entanto, não deve cíficas de mudança de comportamento, principalmenser recomendada se o paciente apresenta ciatalgia te se forem realizados no próprio local de trabalho (nível de evidência I, grau de recomendação B).lO (nível de evidência I, grau de recomendação A) .IB,19 O acetaminofeno o Não existem evidências de que acupuntura seja efetiva para o tratamento das lombalgias agudas (nível de evidência I, grau de recomendação B)." As evidências são insuficientes para a recomendação da massagem como terapêutica isolada nas lombalgias (nível de evidência I, grau de recomendação B)Y Apesar de amplamente utilizados, por problemas metodológicos nos ensaios clínicos, faltam evidências da eficácia e da efetividade dos meios físicos (calor, frio, estimulação elétrica transcutânea [TENS]) no tratamento das lombalgias agudas. 13,14,15 Conclusão Existem fortes evidências de que manter atividade física habitual e usar antiinflamatótios não-horrnonais, analgésicos e relaxantes musculares seja efetivo no tratamento das dores lombares agudas com ou sem ciatalgia. Existem fortes evidências de que repouso no leito e exercícios específicos não são efetivos nas dores lombares agudas. Faltam fortes evidências para o restante das condutas e procedimentos indicados para tratamento das lombalgias agudas. Faltam evidências convincentes de que infiltrações locais, epidural ou facetária com anestésicos e corticóides sejam efetivas para o tratamento das dores lombares crônicas (nível de evidência I, grau de recomendação B).20-22 Apesar de amplamente utilizados, por problemas metodológicos nos ensaios clínicos, faltam evidências da eficácia e da efetividade dos meios físicos (calor, frio, estimulação elétrica transcutânea [TENS]) no tratamento das lombalgias crônicas,13,14,15 Todo esforço deve ser feito no sentido de fazer o paciente retomar às suas atividades. O afastamento por mais de seis semanas prediz dificuldades em retorno ao trabalho: após seis meses, em torno de 50% dos pacientes retomarão e, após um ano de afastamento, apenas 10% a 20% dos pacientes conseguirão retomar as suas atividades.P Indicações cirúrgicas As principais indicações cirúrgicas são: síndrome da cauda eqüina e do. Existem evidências é, dentro das primeiras tico motor e sensorial déficit neurológico grave agude que a cirurgia precoce, isto 48 horas, melhora o prognósna síndrome da cauda eqüina 2002;8(1): 17·19. Revista Diagnóstico & Tratamento (nível de evidência I, grau de recomendação A).24.25 Outra possível indicação cirúrgica é a lombociatalgia adequadamente tratada que não melhora após 90 dias e impossibilita o paciente de retomar ao trabalho. Atualmente existem diversas formas de abordagens cirúrgicas para hérnia discal. As intervenções cirúrgicas discectomia tradicional e/ou microdiscectomia são mais efetivas que a quimionucleó- lise, terapia com laser ou nucleotomia percutânea (nível de evidência I, grau de recomendação B).23.24 Virgínia Femandes Moça Trevisani. Professora doutora da Disciplina de Medicina de Urgência da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Professora titular e chefe da Disciplina de Reumatologia da Universidade de Santo Amaro. Álvaro Nagib Atallah. Professor doutor. livre docente e chefe da Disciplina de Medicina de Urgência da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Diretor do Centro Cochrane do Brasil. Referências 1. 2. 3. 4. 5. Goupille p. Avimadie AM, Zerkak D, Valat JP. Clinical elements of the diagnostic guidelines for low back pain. Rev Prat 2000;50:(1611760-4. Bigos S, Bowyer O, Broen G, YM. Acute low back problems in adults. Clinical practice guideline n.14. Rockville, Md.: Agency for Health Core Policy and Research, Public Health Services, U.S. department Of Health and Human Services. December 1994 (AHCPRpublication no. 95.0642). Hagen KB,Hilde G, Jamtvedt, Winnem M. Bed rest for acute low back pain and sciatica. [computer program]. The Cochrane library, Issue 4. Oxford: Update Software; 200 1. Review: Advice to stoy aetive is effective for aeule low back pain bul bed rest is noto Evidence-Based Medicine 1998;3:109. Tulder MW von, Molmivoora A, Esmoil R, Bombordier C, Koes. 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Podro de Toledo, 598 - VI. Clemenrino São Paulo/SP - CEP 04039-001 Td./Fax (11) 5575-2970 E-mail: [email protected] Fontes de fomento: Não hã. Conflito de interesse: Não hã, Data de entrada: 28/512002 Data a última modificação: 4/712002 Data da aprovação: 13/8/2002 2002;8(nI7.19· Revista Diagnóstico & Tratamento 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. program] .The Cochrane library, Issue 4. Oxford: Update Software; 2001. Carroll D, Moere RA, Me Quay KJ, Fairman, Tramêr M, leíjon G. Trancutaneous electrical nerve stimulation [TENS) for chronic pain. [computer program]. The Cochrane library, Issue 4. Oxford: Updote Software; 200 1. levosko S,. Physiotherapy: therapy recommendotions by symplom and diognosis EBMG January, 200 1. Tulder MW van, Koes BW, Bouter LM.Conservotive treatment of acute ond chronic nonspecific low bcck pain. A systematic review of randomized controlled triols of the most common interventions. Spine 1997;22:212B-56. Turner JA, Denny MC. 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São Paulo: Artes Médicas lida; 200 1. p 6-7. ~~estaques • Cerca de 80% das pessoas terão dores lombares em algum momento de suas vidas. • O tratamento das dores lombares agudas deve ser baseada na história clínica e na exame físico do paciente, sem necessidade de exames complementares na maior parte dos casas. • Manter as atividades usuais e evitar repouso ahsoluto na leito leva a uma recuperação mais rápida. • Os antiinflamatórias náa-hormanais (AINH) são efetivas nas tratamentos quer classe de AINH pode ser utilizada. das lombalgias, qual- • O paciente com lambalgia que persiste por mais de seis semanas deve ser encaminhado investigação diagnóstica, por meio de exames de imagem e laboratoriais. para • Toda paciente com achados demográficos e clínicos que sugerem doença sistêrnica deve ser imediatamente investigado. ..~