GLÂNDULAS: TECIDO EPITELIAL GLANDULAR

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Histologia / Nutrição / UBM
GLÂNDULAS: TECIDO EPITELIAL GLANDULAR
( Adaptado de Greg Kitten)
Os epitélios glandulares, formadores de glândulas, contêm células especializadas na produção e secreção
de produtos que geralmente ficam armazenados em grânulos citoplasmáticos.
Existem diversas formas de classificação dos epitélios secretores que levam em consideração inúmeros
aspectos, como por exemplo, a quantidade de células, a morfologia do epitélio e o modo como os produtos de
secreção são elaborados e eliminados.
Quando a célula secretora aparece isolada, a
glândula é unicelular. Ex: célula caliciforme. A
maioria das glândulas é pluricelular. Ex: pâncreas,
fígado, parótida, supra-renal etc.
As glândulas pluricelulares
são órgãos envolvidos por uma
cápsula de tecido conjuntivo que
emite septos, dividindo-as em lobos,
e estes, em unidades menores, os
lóbulos. Vasos sanguíneos e nervos
penetram na glândula através dos
septos
de
tecido
conjuntivo,
fornecendo nutrientes e suprimento
nervoso.
De acordo com a presença ou não de ductos excretores, os epitélios glandulares podem ser classificados em:
Glândulas exócrinas: possuem ductos que conduzem a secreção a superfície epitelial livre.
Glândulas endócrinas: o produto de secreção é lançado no meio extracelular e transportado pelo sangue.
Glândulas anfícrinas ou mistas: produzem tanto secreção endócrina quanto exócrina. Ex: pâncreas,
fígado.
1. GLÂNDULAS EXÓCRINAS
Adenômero: unidade morfofuncional das glândulas
Possuem duas partes: porção secretora e ducto secretor. São classificadas de várias formas:
DUCTO
UNIDADE SECRETORA
MODO DE SECREÇÃO SUBSTÂNCIA SECRETADA
Simples
Tubulosa
Merócrina
Serosa
Composta
Acinosa
Holócrina
Mucosa
Alveolar
Apócrina
Seromucosa (mista)
Tubuloacinosa
Tubuloalveolar
Profª Maria de Lourdes Marques Camargo
Histologia / Nutrição / UBM

Quanto à ramificação do ducto:
Glândulas simples: possuem apenas um ducto secretor, não
ramificado. Ex: glândulas intestinais (de Lieberkuhn), glândulas sudoríparas
da pele.
Glândulas compostas: possuem um sistema de ductos ramificados
que permite a conexão de várias unidades secretoras com um ducto. Ex:
glândulas salivares (parótida, submandibular e sublingual), glândula mamária.

Quanto à forma das unidades secretoras:
Glândulas tubulosas: a unidade secretora possui forma de um túbulo alongado. Ex: glândulas intestinais
(de Lieberkuhn), glândulas sudoríparas, glândulas esofágicas.
Glândulas acinosas ou alveolares: a unidade secretora possui aspecto mais arredondado (semelhante a
bagos de uva). Os ácinos de luz ampla são muitas vezes chamados de alvéolos. Ex: ácinos do pâncreas, glândulas
sebáceas.
Glândulas tubuloacinosas ou tubuloalveolares: são glândulas que possuem os dois tipos de unidades
secretoras: acinosas (ou alveolares) e tubulares. Ex: glândulas mamárias, glândula submandibular.

Quanto ao tipo de substância secretada:
Glândulas mucosas: produzem uma secreção viscosa e escorregadia, que não se cora pelos corantes
hematoxilina-eosina (HE). Ex: algumas glândulas salivares menores da boca.
Glândulas serosas: produzem secreção aquosa e límpida, pouco viscosa, rica em proteínas e parecida
com o soro sanguíneo. A secreção se cora em vermelho pela HE. Ex: ácinos serosos do pâncreas, glândula
parótida.
Glândulas mistas: secretam os dois tipos de produtos citados acima, porque possuem os dois tipos de
células (mucosas e serosas) ou porque possuem um terceiro tipo celular, que secreta ambos os tipos de produtos.
Ex: glândula submandibular (que é predominantemente serosa), glândula sublingual (que é predominantemente
mucosa).

Quanto ao modo como a secreção é liberada:
Profª Maria de Lourdes Marques Camargo
Histologia / Nutrição / UBM
Glândulas merócrinas: o produto de secreção é liberado através da membrana por intermédio de
vacúolos, sem a perda de parte do citoplasma. Ex: ácinos serosos do pâncreas, glândulas salivares, células
caliciformes (traquéia).
Glândulas holócrinas: a célula secretora amadurece e morre; se destaca da glândula e torna-se o próprio
produto de secreção.
Glândulas apócrinas: intermediárias?? Pensava-se que seu produto era eliminado juntamente com
pequena parte do citoplasma apical. Mas estudos com microscopia eletrônica concluíram que estas glândulas
apócrinas eram na verdade glândulas merócrinas. Entretanto, em muitos livros, este conceito ainda pode ser
encontrado. Ex: glândulas sudoríparas (da axila, regiões perianal e pubiana, aréolas mamárias), glândulas
mamárias.
2.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
De acordo com o arranjo das células epiteliais, são classificadas em dois tipos:

Glândulas cordonais: as células se
dispõem
em
cordões
maciços
anastomosados, separados por capilares
sanguíneos dilatados, que recolhem os
produtos elaborados pela glândula. Não há
armazenamento de secreção. Ex: ilhotas de
Langerhans do pâncreas, supra-renal,
hipófise, paratireóide.

Glândulas vesiculares: as células agrupamse formando vesículas ou folículos, onde
armazenam o produto de secreção até o
momento da liberação em direção à corrente
sanguínea. As vesículas são constituídas por
uma única camada de células, limitando um
espaço onde a secreção se acumula. Ex:
tireóide.
Profª Maria de Lourdes Marques Camargo
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3.
GLÂNDULAS ANFÍCRINAS
São mistas porque apresentam tanto secreção endócrina
quanto exócrina. Ex: pâncreas (que secreta enzimas de
modo exócrino no duodeno e hormônios - como
insulina e glucagon - de modo endócrino na corrente
sanguínea).
Glândula Anfícrina
(Pâncreas)
Ducto
excretor
(Parte Exócrina)
Ilhota
pancreática
(Parte Endócrina)
Martini (1989)
4.
CONTROLE DA SECREÇÃO DAS GLÂNDULAS
A atividade de uma glândula depende principalmente de dois fatores:
Gênico: ativação de genes que iniciam o processo de secreção.
Exógeno: coordenação neuro-endócrina; controle nervoso (ex: glândulas salivares) e hormonal, à
distância ou local, via fluido intersticial (ex: pâncreas: secretina e colecistoquinina).
Tanto o controle nervoso como o hormonal dependem da ação de mensageiros químicos. Os mensageiros
químicos produzidos pelas células nervosas são os neurotransmissores (adrenalina, noradrenalina, acetilcolina
tec.), e pelas glândulas endócrinas são os hormônios (gastrina, secretina, aldosterona etc.).
Os mensageiros químicos agem através de dois mecanismos:
- os hormônios esteróides atravessam a membrana plasmática e acionam um receptor intracelular, resultando na
ativação de um ou mais genes, iniciando a produção de proteínas específicas;
- os hormônios polipeptídeos e os neurotransmissores agem em receptores protéicos da membrana celular, que
por sua vez acionam mensageiros intracelulares, que ativam determinados genes, culminando com a secreção.
De acordo com o modo de distribuição dos mensageiros químicos, as células que os produzem podem ser:
- neurócrinas: secretam mensageiros químicos na interface onde as células estão mais próximas. Ex: entre
neurônios (sinapse);
- parácrinas: secretam mensageiros no meio extracelular circundante para que atuem junto às células vizinhas.
Ex: mastócitos, linfócitos.
- endócrinas: secretam mensageiros, mais especificamente hormônios, que penetram na corrente sanguínea e
são transportados até as células-alvo.
Referência bibliográfica: Junqueira &Carneiro, Histologia Básica, 9ª, 1999. Cap. 4 (também pág. 249-269,270286,289-290, 312,340-354,385-387).
Profª Maria de Lourdes Marques Camargo
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