Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública ANGELA DA SILVA BIAZON A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS NO DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA Umuarama 2011 2 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública ANGELA DA SILVA BIAZON A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS NO DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Prof.Dr. Ademir Massahiro Moribe Umuarama 2011 3 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública ANGELA DA SILVA BIAZON A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS NO DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em ___/___/2011 _____________________________________________________________ Professor (a)......................................................., Dr. (a) / Me. [orientador (a)] Assinatura _____________________________________________________________ Professor (a)......................................................, Dr. (a) / Me. [convidado (a)] Assinatura _____________________________________________________________ Professor (a)......................................................, Dr. (a) / Me. [convidado (a)] Assinatura 4 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo geral demonstrar qual a importância dos indicadores socioeconômicos, para o bom desempenho da gestão pública. E foram analisados os indicadores socioeconômicos que melhor demonstram a realidade das necessidades públicas, e sua influência na tomada de decisão dos gestores públicos. Os indicadores servem para subsidiar a tomada de decisão dos gestores públicos, na melhor aplicação dos recursos, procurando integrar os objetivos com os resultados atingidos. Dando instrumentos aos gestores para que possam visualizar onde os recursos devem ser aplicados, para atender uma maior parcela da população, agindo assim de encontro aos anseios da coletividade. A organização de dados e a correlação entre variáveis para formação e extração de informações em forma de indicadores requerem uma base de dados objetiva, confiável e consistente, que deve ser subsidiado através de um sistema de informação. Os indicadores devem ser organizados por dimensões que representam a visão macro de um contexto. Após a definição do objetivo programático de avaliar as condições de vida, qualidade de vida, saúde, segurança, educação, saneamento básico, etc. As bases de dados utilizadas para o Índice de Desempenho são estatísticas oficiais, já disponíveis e públicas, advindas, na maioria das vezes, dos registros administrativos obrigatórios. O estudo demonstrou que os indicadores econômicos são imprescindíveis para que o gestor público possa tomar melhores decisões em sua gestão, melhorando assim o desempenho da gestão pública. Palavras-chave: indicadores socioeconômicos, indicadores, desempenho e tomada de decisão. gestão pública, dimensão 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6 2 DESENVOLVIMENTO..................................................................................... 7 2.1 - Extração de indicadores para o Processo de Gestão com uso do sistema de informação................................................................................7 2.2 Sistemas de Informação....................................................................... 9 2.3 Indicadores de desempenho...............................................................11 2.3.1 Conceitos.........................................................................................11 2.3.2 Objetivos dos indicadores, importância e utilidade....................12 2.3.3 Dimensões dos indicadores: Educação, Saúde, Segurança, etc.....................................................................................................13 2.4 Índice IPARDES de desempenho Municipal......................................16 2.4.1 Emprego, Renda e Produção Agropecuária (Salário Médio)........17 2.4.2 Emprego formal.................................................................................18 2.4.3 Produção Agropecuária....................................................................19 2.4.4 Educação ..........................................................................................20 2.4.5 Saúde..................................................................................................22 3 CONCLUSÃO.................................................................................................. 24 4 REFERÊNCIAS................................................................................................ 27 6 1 – INTRODUÇÃO Os indicadores sociais originaram-se ao longo do século XX, em paralelo aos indicadores de competitividade utilizados pelas empresas do setor privado, e estando diretamente atrelados ao surgimento do Estado de Bem-Estar Social e as atividades de planejamento do setor público. De acordo com estudiosos um marco conceitual no que diz respeito aos indicadores sociais, ocorreu com os estudos do sociólogo Emile Durkheim, tendo ganhado cunho científico em meados dos anos 60, com o objetivo de acompanhar as transformações sociais e mensurar os impactos causados pelas políticas sociais nas sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas. (JANNUZZI, 2009). O tema A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS NO DESEMPENHO DA GESTÃO PÚBLICA, busca demonstrar a relevância dos indicadores socioeconômicos, para o mapeamento da situação social e econômica das diferentes dimensões que requerem intervenção da administração pública, e que requerem a tomada de decisão e desempenho da gestão pública. Os indicadores socioeconômicos, propiciam condições de visualizar especificamente o problema que requer a intervenção dos gestores e assim contribuir para uma boa aplicação dos recursos públicos, e melhor direcionamento dos programas de governo, metas e ações? Neste estudo são analisados os indicadores socioeconômicos que melhor demonstram a realidade das necessidades públicas, e sua influência na tomada de decisão dos gestores públicos. O estudo procura demonstrar, que os indicadores socioeconômicos são de primordial importância, para auxiliar os gestores públicos, ao definir o Planejamento Estratégico de suas ações, utilizando-os para estabelecer as metas e prioridades a ser atingidas. Bem como, comparar os resultados esperados com os realizados. O Objetivo Geral é demonstrar qual a importância dos indicadores socioeconômicos, para o bom desempenho da gestão pública. Verificar como os indicadores socioeconômicos podem contribuir para a tomada de 7 decisão dos gestores públicos; Demonstrar como os indicadores socioeconômicos podem contribuir para estabelecer as metas e ações do governo; Analisar como os indicadores socioeconômicos podem ajudar no acompanhamento e feedback das decisões tomadas, bem como corrigir seus erros e redefinir novas ações. Nos indicativos metodológicos a pesquisa será realizada, por meio de revisão bibliográfica e pesquisa na rede mundial de computadores (internet). De forma que fundamente os objetivos, através de citações diretas e indiretas. 2 – DESENVOLVIMENTO 2.1 - Extração de indicadores para o Processo de Gestão com uso do sistema de informação. Os indicadores sociais originaram-se ao longo do século XX, em paralelo aos indicadores de competitividade utilizados pelas empresas do setor privado, e estando diretamente atrelados ao surgimento do Estado de Bem-Estar Social e as atividades de planejamento do setor público. De acordo com estudiosos um marco conceitual no que diz respeito aos indicadores sociais, ocorreu com os estudos do sociólogo Emile Durkheim, tendo ganhado cunho científico em meados dos anos 60, com o objetivo de acompanhar as transformações sociais e mensurar os impactos causados pelas políticas sociais nas sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas. (JANNUZZI, 2009). Na atualidade os indicadores podem auxiliar a tomada de decisões pequenas, mas que resultam grande impacto a sociedade. 8 Qualquer profissional, técnico ou gestor que atue no setor público ou em áreas próximas, que queira compreender melhor o debate atual sobre desemprego, pobreza, desenvolvimento econômico local, impactos ambientais ou que precise formular e implementar programas, projetos e ações nessas áreas necessita entender mais profundamente o que são os Indicadores Socioeconômicos, para que servem, como são construídos e como podem ser usados na elaboração de diagnósticos e em outras atividades de Planejamento Governamental e da Gestão Pública. (JANNUZZI, 2009). Os indicadores sociais, são instrumentos que servem para identificar e mensurar fenômenos, problemas ou resultados de ações. Indicadores ao nível municipal são necessários para subsidiar a elaboração de planos diretores de desenvolvimento urbano, de planos plurianuais de investimentos, para permitir a avaliação dos impactos ambientais decorrentes da implantação de grandes projetos, para justificar o repasse de verbas federais para implementação de programas sociais ou, ainda, pela necessidade de disponibilizar equipamentos ou serviços sociais para públicos específicos, por exigência legal (para portadores de deficiência, por exemplo) ou por pressão política da sociedade local (melhoria dos serviços de transporte urbano, por exemplo). (JANNUZZI, 2009, p. 20). Os indicadores servem para subsidiar a tomada de decisão dos gestores públicos, na melhor aplicação dos recursos, procurando integrar os objetivos com os resultados atingidos. Dando instrumentos aos gestores para que possam visualizar onde os recursos devem ser aplicados, para atender uma maior parcela da população, agindo assim de encontro aos anseios da coletividade. Porem, a organização de dados e a correlação entre variáveis para formação e extração de informações em forma de indicadores requerem uma base de dados objetiva, confiável e consistente, que deve ser subsidiado através de um sistema de informação. 9 CARACTERÍSTICAS DOS INDICADORES COMPREENSIVEL RELEVANCIA E ATUALIZADO •REGISTRO DE DADOS ESPECÍFICOS •MATERIALIDADE CONFIÁVEL •REPRESENTAÇÃO ADEQUADA DO EVENTO •IMPARCIAL NA ORGANIZAÇÃO DOS DADOS •PRECAUÇÃO NA INTERPRETAÇÃO DOS DADOS •INFORMAÇÃO COMPLETA (SEM OMISSÃO) COMPARÁVEL (TENDENCIA) Fonte: Aula web de Indicadores Sócio Econômico: Ademir Moribe 2.2 Sistemas de Informação Na busca pelo atendimento das necessidades dos gestores de empresas, públicas ou privadas os sistemas de informações gerenciais, procuram dar suporte ao fornecimento de informações a tomada de decisões, mediante a organização do processo de gestão, identificando as necessidades de informações dos gestores e a forma em que a base de dados deve ser parametrizadas, para que os usuários do sistema possam inserir dados, nos diversos setores de uma unidade da administração publica. Segundo Stair (2006, p. 2): “O valor da informação está diretamente ligado a como ela auxilia os tomadores de decisões a atingir os objetivos da organização”. Os modelos de sistemas de informação, assim como, os computadores fazem com que as empresas possam melhorar seu desempenho nos negócios, ofertando ferramentas para transformar os dados em informações relevantes na condução das 10 organizações. De acordo com Oliveira (2002, p. 64) o conceito de sistema válido para o ambiente corporativo é “um conjunto de funções e processos, logicamente estruturados, de modo a possibilitar o planejamento, a coordenação e o controle das atividades organizacionais, com a finalidade de atender aos objetivos empresariais”. Pela visão de Stair (2006, p. 4): “Um sistema de informação (SI) é um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, manipulam e disseminam dados e informações para proporcionar um mecanismo de realimentação para atingir um objetivo”. E, esses sistemas se fazem presentes no dia a dia das pessoas, tanto no aspecto pessoal como no profissional, estando presente nos caixas eletrônicos, nos sistemas usados no comércio em geral, nos códigos de barras dos produtos comprados, no acesso a internet e em toda e qualquer campo de atuação, promovendo a rapidez e a agilidade nos serviços, no que tange ao acesso a informação. O sistema de informação pode ser manual ou computadorizado, sendo que ainda, atualmente alguns analistas de investimentos e outros profissionais de diversas áreas, rascunham de forma manual diagramas, fórmulas e linhas de tendência para auxiliar na tomada de decisão dos investimentos. Acompanhando os dados de preços de ações, nos últimos períodos, desenvolvendo padrões nos gráficos desenhados, processando as informações que os ajudam a saber como serão os preços das ações nos próximos dias ou semanas, para assim tomar suas decisões. (STAIR, 2006). Especificamente no mercado financeiro, mesmo com uso de sistemas precários, os investidores tem arrecadado milhões, com base nesses sistemas manuais, no mercado de ações. Em alguns casos os sistemas informatizados surgem de idéias de sistemas manuais, que precisam ser melhorados para atender a demanda, como é o caso dos serviços de correios dos Estados Unidos. No passado, as cartas eram analisadas visualmente por funcionários do correio para determinar o CEP e eram então colocadas em um repositório apropriado. Hoje, os endereços com códigos de barra nas cartas que passam pelo sistema postal são lidos eletronicamente e dirigidos automaticamente para o repositório apropriado usando esteiras. (STAIR, 2006, p. 13). 11 O sistema informatizado de ordenação faz com que o tempo no processamento, seja menor, oferecendo ainda a gerência de informações que possibilitam o planejamento das necessidades de transporte. E esses sistemas de informação informatizados, em geral são compostos de: hardware, software, base de dados, telecomunicações, pessoas e procedimentos que são configurados para coletar, armazenar, manipular e processar os dados em informações importantes. Dentre os sistemas de informações mais utilizados nas organizações de negócios, estão os diversos sistemas como os de: comércio eletrônico, processamento de transações, sistemas de informação gerencial e sistemas de apoio a decisões. Existem também os sistemas específicos conhecidos como sistemas de inteligência artificial, sistemas especialistas de realidade virtual, que ajudam as organizações e seus funcionários a executarem suas tarefas cotidianas e específicas, facilitando o trabalho como é o caso de: processamento de folhas de pagamentos, registro de estoques, compras, vendas, patrimônio, contas a pagar, planejamento e orçamento, assim como, servem para apoiar à tomada de decisões. Esses diferentes modelos de sistemas de informações gerenciais disponibilizam relatórios padrões, gerados com os dados e as informações processadas pelas transações, que servem para acompanhar o desempenho da gestão, apontar os erros e desvios, de forma que o gestor possa corrigir e promover os ajustes necessários. 2.3 Indicadores de desempenho 2.3.1 Conceitos Na área aplicada das Políticas Públicas, os indicadores sociais são medidas utilizadas para possibilitar o mapeamento e a intervenção para operacionalização do conceito abstrato ou de demanda, na área social com interesse especifico de 12 alguma ação programática. Os indicadores apontam, indicam, aproximam, traduzem em termos operacionais as dimensões sociais de interesse definidas a partir de escolhas teóricas ou políticas realizadas anteriormente. Eles se prestam a subsidiar as atividades de planejamento público e a formulação de políticas sociais nas diferentes esferas de governo, possibilitam o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população por parte do poder público e sociedade civil e permitem o aprofundamento da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os determinantes dos diferentes fenômenos sociais. Proporção de pobres, taxa de analfabetismo, rendimento médio do trabalho, taxas de mortalidade infantil, taxas de desemprego, índice de Gini, proporção de crianças matriculadas em escolas são, neste sentido, indicadores sociais, ao traduzir em cifras tangíveis e operacionais várias das dimensões relevantes, específicas e dinâmicas da realidade social. (JANNUZZI, 2009, p. 22) 2.3.2 Objetivos dos indicadores, importância e utilidade Segundo Jannuzzi (2009) de maneira geral, para elaborar diagnósticos socioeconômicos propositivos aos programas públicos utilizam-se indicadores de diversas áreas temáticas analíticas ou de atuação do governo. Pois afinal, se desenvolver programas na área da Educação básica, como é o caso, necessitamos de conhecer, não apenas as condições do acesso à escola, mas a infraestrutura escolar, o desempenho dos estudantes, e também os aspectos que possuem relação com as condições de vidas dos alunos, como é a sua condição de moradia, o nível de pobreza, rendimento familiar, o acesso aos serviços de saúde, nível de escolaridade dos pais do aluno, aspectos estes que sem dúvida podem poderiam atingir ou potencializar as ações programáticas específicas. Dessa forma, é muito comum ver-se com bons diagnósticos socioeconômicos o emprego, com menor ou maior abrangência, dos indicadores de saúde como leitos nos hospitais por mil habitantes, percentual de crianças nascidas com peso baixo ou adequado aos quinze anos ou mais, indicadores sobre o mercado de trabalho como: taxas de desemprego ou rendimento médio do trabalho, etc. Se não tiver um conhecimento bom da técnica e das fontes e dados em certa temática social, é melhor que seja empregado na realização de diagnósticos 13 socioeconômicos, os indicadores que já existem e que tenham sido calculados por instituições tradicionais e que possuam credibilidade. Pois pior que não ter informação alguma ou indicador para uma certa dimensão da realidade social é dispor de dado não confiável, que leve a análises ou decisões erradas. (JANNUZZI, 2009). 2.3.3 Dimensões dos indicadores: Educação, Saúde, Segurança, etc Os indicadores devem ser organizados por dimensões que representam a visão macro de um contexto. Após a definição do objetivo programático de avaliar as condições de vida, qualidade de vida, saúde, segurança, educação, saneamento básico, etc pode-se iniciar delineando as dimensões e os componentes analíticos que interessam fazer o detalhamento, mesmo dentro de cada dimensão macro, distribuindo em áreas de análise. Para cada dimensão é preciso, na sequência, construir medidas objetivas e operacionais. No caso em questão, certamente seria importante conhecer melhor as características das moradias lá existentes – quantos são os domicílios lá situados, qual o tipo de material usado nas paredes, tetos e pisos, quantas moradias são servidas ou não por água encanada e ligação de esgotos. Conviria, ainda, conhecer a situação de saúde das crianças – nível de mortalidade de recém- nascidos, incidência de doenças infecto-parasitárias e grau de desnutrição. Seria, também, importante conhecermos o perfil educacional da população em idade escolar – quantos estão frequentando a escola, o nível de reprovação e evasão, o desempenho em provas de avaliação de conhecimentos e habilidades. A inserção ocupacional dos pais no mercado de trabalho, avaliada através do nível de desocupação, rendimentos e formalidade do contrato de trabalho, seria também outro aspecto de interesse na elaboração do diagnóstico, pois permite-nos analisar a potencialidade e sustentabilidade dos efeitos dos programas ao longo da implantação dos mesmos. (JANNUZZI, 2009, p. 26). Depois de explicitadas, as dimensões macro ou sintética é preciso procurar e extratificar dados dispersos nos sistemas administrativos, criados no âmbito dos programas cadastros oficiais, nos registros de atendimento de serviços e nas estatísticas públicas, que são produzidas pelo IBGE e também em outras instituições 14 similares para que, comparados na maneira de taxas, proporções, índices ou mesmo em valores absolutos, possam transformar em indicadores sociais. Existem diversos referenciais de indicadores como os propostos pelos “Objetivos de Desenvolvimento de Milênio” – ODM trata das dimensões Saúde, educação, Assistência Social, Previdência, Emprego, Defesa do Trabalhador, e Desenvolvimento Agrário. Por sua vez, o Índice de Desenvolvimento Municipal do IPARDES, trata do detalhamento do Índice de Desenvolvimento Humano extraído do IDH, calculado pela ONU-PNUD, e destaca as dimensões Longevidade do ser Humano, Renda e Educação, em cada município paranaense. Ainda segundo Jannuzzi (2009) mais três exemplos de construção de medidas para se aferir operacionalidade a constructos são apresentados nos quadros que se segue. Estando apresentado no Quadro 2, que foi extraído de Neto (2006), apud Jannuzzi (2009) os indicadores representativos de várias dimensões e temas relacionados a definição de desenvolvimento sustentável, entendido como o processo de produção econômica que regulamentado de forma institucional de modo a promover conquistas sociais e manejar adequadamente os recursos do meio-ambiente físico. Tendo o autor relacionado 30 medidas, sendo que cada uma refere-se a uma dimensão, tema e aspecto da realidade social (saúde, educação, trabalho etc.), ambiental, econômica e institucional, para cada um dos municípios localizados no Estado do Rio de Janeiro. 15 FONTE: SCANDAR NETO (2006) apud, Jannuzzi (2009, p. 30). 16 INDICADORES PRIMÁRIOS TEMAS DIMENSÕES Proporção de domicílios particulares permanentes com densidade de até 2 Habitação moradores por dormitório Social Coeficiente de Mortalidade por Homicídios Violência Mortalidade por Acidente de Transporte Frota de Veículos Automotores por cem Habitantes Atmosfera Potencial de Poluição Industrial por 1000 Habitantes Percentual de área de vegetação Terra remanescente sobre área total Proporção de Moradores em domicílios com Ambiental acesso ao sistema de abastecimento de água Proporção de Moradores em domicílios com Saneamento acesso a coleta de lixo doméstico Proporção de Moradores em domicílios com acesso a esgotamento sanitário PIB per capita Quadro econômico Proporção do setor de construção civil sobre o total do PIB Consumo de energia elétrica per capita Padrões de Econômica e Consumo de energia elétrica por unidade produção consumo de PIB Proporção de domicílios com possibilidade Capacidade Institucional de acesso à internet institucional Quadro 2: Indicadores, temas e dimensões do desenvolvimento sustentável Fonte: Scandar Neto (2006) apud Jannuzzi (2009, p. 31) 2.4 Índice IPARDES de desempenho Municipal A seguir, descreve-se a metodologia de construção do Índice de acordo com o IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, de Desempenho Municipal. O Índice IPARDES de Desempenho Municipal (IPDM)1 observa, com igual reflexão, as três principais áreas de desenvolvimento econômico e social, como segue: 1 O IPDM resulta da adequação da metodologia do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, buscando explicar melhor a realidade dos municípios dentro do Estado do Paraná, através de incorporação de novos indicadores. 17 a) emprego, renda e produção agropecuária; b) educação; c) saúde. Os resultados são lidos levando-se em consideração o índice final é realizado a partir de valores que variam entre 0 e 1, e quanto mais perto de 1, maior será o nível de desempenho do município, relacionando-se com o referido indicador ou o índice final. As bases de dados utilizadas para o Índice de Desempenho são estatísticas oficiais, já disponíveis e públicas, advindas, na maioria das vezes, dos registros administrativos obrigatórios. Esses grandes bancos de dados, tem como vantagens a periodicidade anual e o recorte municipal. A escolha dos indicadores é realizada considerando-se fatores indispensáveis ao desenvolvimento da localidade. Assim, buscou-se, dentro do possível, dar privilégio as variáveis que dizem respeito a responsabilidade e ingerência dos municípios. Contudo, é relevante apontar que os resultados independem exclusivamente delas, mas de ações que são realizadas em conjunto e sob a responsabilidade das três esferas de governo, assim como dos empresários e sociedade civil organizada. Abaixo, demonstra-se a metodologia utilizada na construção do Índice de Desempenho, dividida por três áreas de desenvolvimento, como: emprego, renda e produção agropecuária; educação; e saúde – sendo cada uma responsável por 33,33% (um terço) do índice final. 2.4.1 Emprego, Renda e Produção Agropecuária (Salário Médio) A dimensão salário médio foi formada por duas variáveis, que possui como fonte de dados, a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS-MTE). As variáveis que formam essa dimensão são: a remuneração média e a taxa 18 de crescimento da remuneração média. A remuneração média é calculada a partir da ordenação do valor absoluto dos salários médios dos municípios do Paraná, traçando-se um corte a partir do percentil 99 para definir o índice para cada ano. A taxa de crescimento foi calculada tendo-se por base o período anterior ao do cálculo do índice. A partir da taxa de crescimento, calcula-se o percentil 99 do ano base de 2001, o qual se torna o corte para chegar-se ao índice de crescimento do salário médio. 2.4.2 Emprego formal A dimensão Emprego formal é formada por três variáveis, sendo: o Índice de Formalização, a Taxa de Crescimento do Emprego e a Participação do Emprego do Município no Total de Emprego do Estado do Paraná , que possui como fonte os dados da RAIS, do MTE. Para se calcular o Índice de Formalização, utilizou-se a ordenação da taxa de formalização dos municípios do Paraná, traçando um corte a partir do percentil 99 do ano base de 2001, para se definir o índice, o qual, ao contrário do crescimento absoluto do salário médio, é definido como corte para calcular os demais anos. A taxa de crescimento do emprego, foi calculada tendo-se como base o período anterior ao do período do índice calculado. A partir da taxa de crescimento, calcula-se o percentil 99 do ano base de 2001, o qual se torna o corte para chegarse ao índice de crescimento do emprego formal. Para se calcular a Taxa de Participação do Emprego Formal, considera-se a taxa de participação do emprego formal, para o município que demonstra o valor máximo é atribuída a pontuação 1, e àquele que obteve o valor mínimo é dada a pontuação zero. Os demais municípios são pontuados de maneira escalonada segundo a taxa que tem em relação ao valor máximo. 19 2.4.3 Produção Agropecuária Para calcular a dimensão produção agropecuária, foi usado o valor bruto da produção agrícola municipal e o valor bruto da produção de origem animal, cujos dados estão disponíveis no IBGE. Como para o setor da pecuária, não existe disponibilidade do Valor Bruto da Produção, foi preciso executar o seguinte cálculo: através dos dados da pesquisa pecuária municipal, obteve-se o efetivo do rebanho e da pesquisa trimestral de abate de animais, o peso total das carcaças por tipo de produto para estimar a quantidade do total de carcaças de bovinos, suínos e aves por município. Essa quantidade foi multiplicada pelo preço médio disponibilizado pela FGV. Para a taxa de participação do VBP agropecuário, ao município que demonstra o valor máximo deu-se a pontuação 1, e àquele que apresentou o valor mínimo foi dada a pontuação zero. Os demais municípios são pontuados de forma escalonada de acordo com a taxa que tem em relação ao valor máximo. A taxa de crescimento do VBP Agropecuário foi calculada tendo-se por base o período anterior ao do índice calculado. Com base na taxa de crescimento, calculase o percentil 99 do ano base de 2001, o qual se torna o corte para chegar-se ao índice de crescimento do VBP agropecuário. TABELA 1 - PESOS DOS INDICADORES QUE COMPÕEM A DIMENSÃO EMPREGO, RENDA E PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA INDICADORES PESO (%) Salário Médio 47 Salário Médio Absoluto 42 Taxa de Crescimento da Remuneração 5 Média Emprego Formal 45 Índice de Formalização 34 Taxa de Crescimento do Estoque de 5 Emprego Taxa de Participação do Emprego Formal 6 Produção Agropecuária 8 Participação do VBP Agropecuário 6 Taxa de Crescimento do VBP 2 Agropecuário FONTE: IPARDES 20 2.4.4 Educação A dimensão Educação abrange indicadores do ensino infantil, do fundamental e do médio. A fonte dos dados é o Ministério da Educação, cujos indicadores são obtidos por meio de tabulação especial e repassados ao Ipardes e IDEB2. Na educação, utilizou-se a desagregação dos indicadores de Acordo com os níveis de ensino da educação básica: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Entendendo-se por isso que, sob uma perspectiva de medir o desenvolvimento dos municípios do Estado do Paraná, o acompanhamento no médio prazo dos progressos alcançados pela educação básica é primordial. Não sendo possível alcançar um patamar razoável de desenvolvimento, para a população, sem que sua maioria tenha tido acesso à educação básica. Para o Ensino infantil (creche e pré-escola), foi usado o principal indicador neste aspecto, qual seja: o atendimento à educação infantil, com peso de 20% na dimensão Educação. Esse indicador avalia o número de matrículas em creches e pré-escolas de crianças com idade entre 0 e 5 anos de idade no ano, registradas no Censo Escolar, em relação ao número de crianças na faixa etária3 adequada a essa modalidade educacional, que é de 0 a 5 anos de idade. Foram estabelecidos os valores de corte para máximos e mínimos. Para o mínimo, utilizou-se o valor zero, e para o máximo, a conjunção das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para atendimento a crianças de 0 a 3 anos e de 4 a 5 anos, pactuadas pelos governos federais, estaduais e municipais até 2010. Dessa maneira, a meta a ser atingida e avaliada é de 60%. Assim, municípios com atendimento maior ou igual a 60% da população nessa faixa etária recebem pontuação igual a 1. Por outro ângulo, quem tem atendimento zero recebe nota zero; 2 Disponível em: <http://portalideb.inep.gov.br/>. 3 Interpolação realizada pelo IPARDES. 21 os demais são escalonados segundo o percentual proporcional ao daqueles que já atingiram a meta de 60%. Para Ensino fundamental e médio, o ensino fundamental representa 69% do peso na dimensão Educação, distribuídos entre seus quatro indicadores: Taxa de Não-distorção idade-série4 (10%); Percentual de Docentes com Curso Superior (13%); Taxa de Não-abandono5 (16%); Média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) (30%). Ainda, os pesos desses indicadores foram redistribuídos para o ensino fundamental de 1ª a 4ª séries e fundamental de 5ª a 8ª séries6. O ensino médio representa 11% do peso na Dimensão Educação, distribuídos entre três indicadores: Taxa de Não-distorção idade-série (2%); Percentual de Docentes com Curso Superior (5%); Taxa de Não-abandono (4%). Foram estabelecidos os valores de corte para mínimos e máximos utilizandose o critério dos percentis. Para o mínimo, utilizou-se o percentil 1, e para o máximo, o percentil 99. Para o IDEB, adotou-se como máximo o valor 6, que é a meta para o Brasil (trata-se da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE). 4 A taxa de não-distorção idade-série é complementar à taxa de distorção idade-série, que permite avaliar a defasagem entre a idade dos alunos e a série em que se encontram. (Taxa de não-distorção idade-série = 100 - taxa de distorção idade-série). 5 A taxa de não-abandono é complementar à taxa de abandono e tem como objetivo medir a permanência de crianças e jovens na escola. A taxa de não-abandono é obtida fazendo-se 100 - taxa de abandono. 6 A partir de 2007, foi implantado o sistema do ensino fundamental de nove anos, de acordo com a Lei nº 11.274/06. As séries iniciais passam a ter duração de cinco anos (1º ao 5º ano), e as séries finais, de quatro anos (6º ao 9º ano). 22 TABELA 2 - PESOS DOS INDICADORES QUE COMPÕEM A DIMENSÃO EDUCAÇÃO INDICADORES PESO (%) Atendimento à Educação Infantil 20 Taxa de Não Distorção Idade-Série 12 Fundamental - Séries Iniciais 5 Fundamental - Séries Finais 5 Médio 2 Percentual de Docentes com Curso 18 Superior Fundamental - Séries Iniciais 7 Fundamental - Séries Finais 6 Médio 5 Taxa de Não-abandono 20 Fundamental - Séries Iniciais 9 Fundamental - Séries Finais 7 Médio 4 Média do Índice de Desenvolvimento da 30 Educação Básica (IDEB) Fundamental - Séries Iniciais 15 Fundamental - Séries Finais 15 FONTE: IPARDES 2.4.5 Saúde Para a área de saúde, utilizam-se os bancos de dados da Secretaria Estadual da Saúde (SESA). A seguir estão apresentadas as variáveis que compõem a dimensão Saúde. Percentual de mais de seis consultas pré-natais por nascido vivo, esse indicador afere o atendimento às gestantes nos serviços de saúde e constitui um dos atendimentos mais básicos que um município deve oferecer à sua população. Esse tipo de atendimento à saúde possibilita diagnosticar e tratar doenças preexistentes, além de identificar o mais cedo possível quaisquer alterações tanto da mãe quanto do feto. Com a intenção de que a mãe e o feto cheguem a um final de gravidez normal e satisfatório, sem óbitos ou sequelas. A quantidade de consultas segue a norma estabelecida nacionalmente pelo Ministério da Saúde, que recomenda a realização de pelo menos sete atendimentos durante o pré-natal. Ressalta-se que o próprio Ministério já identificou que esse 23 serviço de atenção básica é fortemente influenciado por fatores socioeconômicos, pela infraestrutura de prestação de serviços e por políticas públicas assistenciais e preventivas. Para o cálculo do valor máximo, estabeleceu-se a percentagem de 95% e o mínimo em 0%, sendo que, para os demais municípios, os valores foram escalonados de acordo com o percentual que possuem da nota máxima. O peso atribuído a esse indicador na composição do Índice Final da Saúde foi de 33,33%. Percentual de óbitos por causas maldefinidas, este indicador está relacionado tanto com o acesso aos serviços de saúde quanto com a disponibilidade de recursos médico-assistenciais de uma localidade, inclusive para diagnóstico. Permite ainda inferências sobre a qualidade da atenção médica, que, segundo pesquisas do Ministério da Saúde e da Fiocruz. O acompanhamento deste indicador permite identificar se o serviço de saúde de um município tem sob controle as causas de morte de sua população: quanto maior o conhecimento, melhor o direcionamento dos recursos e das políticas públicas de saúde, preventivas, inclusive, para aquela localidade específica. Importante indicador da qualidade das estatísticas da causas de morte: quanto menor for a percentagem de causas Maldefinidas, melhor será a atenção à saúde no município. Para o corte de mínimo, utiliza-se o valor de percentagem média equivalente ao percentil 99 no triênio 2000-2002. Para os municípios com percentagem maior ou igual ao mínimo, atribuiu-se valor 1, refletindo a pior situação. Para os demais municípios, os valores foram obtidos pelo quociente entre a percentagem e o valor do percentil 99. Como o objetivo é avaliar a melhor situação dos municípios neste indicador, fez-se necessário calcular o seu complemento fazendo-se (100-percentagem). O peso atribuído a esse indicador na composição do Índice Final da Saúde foi de 33,33%. Percentual de óbitos de menores de cinco anos por causas evitáveis por nascidos vivos, este indicador traduz a relação entre a quantidade de óbitos de menores de cinco anos por causas evitáveis a cada 100 nascidos vivos no mesmo 24 período. Para o corte de mínimo, utiliza-se o valor de percentagem média equivalente ao percentil 99 no triênio 2000-2002. Para os municípios com percentagem maior ou igual ao mínimo, atribuiu-se valor 1, refletindo a pior situação. Para os demais municípios, os valores foram obtidos pelo quociente entre a percentagem e o valor do percentil 99. Como o objetivo é avaliar a melhor situação dos municípios neste indicador, fez-se necessário calcular o seu complemento fazendo-se (100-percentagem). O peso atribuído a esse indicador na composição do Índice Final da Saúde foi de 33,33%. (FONTE: IPARDES). 3. CONCLUSÃO O presente trabalho teve como objetivo geral demonstrar qual a importância dos indicadores socioeconômicos, para o bom desempenho da gestão pública. E foram analisados os indicadores socioeconômicos que melhor demonstram a realidade das necessidades públicas, e sua influência na tomada de decisão dos gestores públicos. Nos indicativos metodológicos a pesquisa foi realizada, por meio de revisão bibliográfica e pesquisa na rede mundial de computadores (internet). De forma que fundamente os objetivos, através de citações diretas e indiretas. Os indicadores sociais originaram-se ao longo do século XX, em paralelo aos indicadores de competitividade utilizados pelas empresas do setor privado, e estando diretamente atrelados ao surgimento do Estado de Bem-Estar Social e as atividades de planejamento do setor público. Na atualidade os indicadores servem para subsidiar a tomada de decisão dos gestores públicos, na melhor aplicação dos recursos, procurando integrar os objetivos com os resultados atingidos. Dando instrumentos aos gestores para que possam visualizar onde os recursos devem ser aplicados, para atender uma maior parcela da população, agindo assim de encontro aos anseios da coletividade. 25 Porem, a organização de dados e a correlação entre variáveis para formação e extração de informações em forma de indicadores requerem uma base de dados objetiva, confiável e consistente, que deve ser subsidiado através de um sistema de informação. Na busca pelo atendimento das necessidades dos gestores de empresas, públicas ou privadas os sistemas de informações gerenciais, procuram dar suporte ao fornecimento de informações a tomada de decisões, mediante a organização do processo de gestão, identificando as necessidades de informações dos gestores e a forma em que a base de dados deve ser parametrizadas, para que os usuários do sistema possam inserir dados, nos diversos setores de uma unidade da administração publica. Esses diferentes modelos de sistemas de informações gerenciais disponibilizam relatórios padrões, gerados com os dados e as informações processadas pelas transações, que servem para acompanhar o desempenho da gestão, apontar os erros e desvios, de forma que o gestor possa corrigir e promover os ajustes necessários. Na área aplicada das Políticas Públicas, os indicadores sociais são medidas utilizadas para possibilitar o mapeamento e a intervenção para operacionalização do conceito abstrato ou de demanda, na área social com interesse especifico de alguma ação programática. De maneira geral, para elaborar diagnósticos socioeconômicos propositivos aos programas públicos utilizam-se indicadores de diversas áreas temáticas analíticas ou de atuação do governo. Dessa forma, é muito comum ver-se com bons diagnósticos socioeconômicos o emprego, com menor ou maior abrangência, dos indicadores de saúde como leitos nos hospitais por mil habitantes, percentual de crianças nascidas com peso baixo ou adequado aos quinze anos ou mais, indicadores sobre o mercado de trabalho como: taxas de desemprego ou rendimento médio do trabalho, etc. Porem se não tiver um conhecimento bom da técnica e das fontes e dados em certa temática social, é melhor que seja empregado na realização de diagnósticos socioeconômicos, os indicadores que já existem e que tenham sido 26 calculados por instituições tradicionais e que possuam credibilidade. Pois, pior que não ter informação alguma é dispor de dado não confiável, que leve a análises ou decisões erradas. Os indicadores devem ser organizados por dimensões que representam a visão macro de um contexto. Após a definição do objetivo programático de avaliar as condições de vida, qualidade de vida, saúde, segurança, educação, saneamento básico, etc., pode-se iniciar delineando as dimensões e os componentes analíticos que interessam fazer o detalhamento, mesmo dentro de cada dimensão macro, distribuindo em áreas de análise. Para cada dimensão é preciso, na sequência, construir medidas objetivas e operacionais. Depois de explicitadas, as dimensões macro ou sintética é preciso procurar e extrair dados dispersos nos sistemas administrativos, criados no âmbito dos programas de cadastros oficiais, nos registros de atendimento de serviços e nas estatísticas públicas, que são produzidas pelo IBGE e também em outras instituições similares para que, comparados na maneira de taxas, proporções, índices ou mesmo em valores absolutos, possam transformar em indicadores sociais. Existem diversos referenciais de indicadores como os propostos pelos “Objetivos de Desenvolvimento de Milênio” – ODM trata das dimensões Saúde, educação, Assistência Social, Previdência, Emprego, Defesa do Trabalhador, e Desenvolvimento Agrário. Por sua vez, o Índice de Desenvolvimento Municipal do IPARDES, trata do detalhamento do Índice de Desenvolvimento Humano extraído do IDH, calculado pela ONU-PNUD, e destaca as dimensões Longevidade do ser Humano, Renda e Educação, em cada município paranaense. O Índice IPARDES de Desempenho Municipal observa, com igual reflexão, as três principais áreas de desenvolvimento econômico e social: emprego, renda e produção agropecuária, educação e saúde. Os resultados são lidos levando-se em consideração o índice final é realizado a partir de valores que variam entre 0 e 1, e quanto mais perto de 1, maior será o nível de desempenho do município, relacionando-se com o referido indicador ou o índice final. As bases de dados utilizadas para o Índice de Desempenho são estatísticas 27 oficiais, já disponíveis e públicas, advindas, na maioria das vezes, dos registros administrativos obrigatórios. Esses grandes bancos de dados, tem como vantagens a periodicidade anual e o recorte municipal. A escolha dos indicadores é realizada considerando-se fatores indispensáveis ao desenvolvimento da localidade. Assim, busca-se, dentro do possível, dar privilégio as variáveis que dizem respeito a responsabilidade e ingerência dos municípios. Contudo, é relevante apontar que os resultados independem exclusivamente delas, mas de ações que são realizadas em conjunto e sob a responsabilidade das três esferas de governo, assim como dos empresários e sociedade civil organizada. O estudo demonstrou que os indicadores econômicos são imprescindíveis para que o gestor público possa tomar melhores decisões em sua gestão, pois os indicadores oferecem parâmetros sobre as áreas que necessitam de maior aplicação de recursos e também servem para dar um retorno, sobre se os recursos já destinados foram bem aplicados e se estão atendendo a população, conforme o previsto no planejamento e se estão atingindo as metas estabelecidas. Caso contrário, através dessas informações é possível fazer os ajustes necessários corrigindo os erros e desvios ocorridos na aplicação dos recursos, melhorando assim o desempenho da gestão pública. 4. REFERÊNCIAS IPARDES, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Índice IPARDES de desempenho municipal. Curitiba, 2010. Disponível em: http://www.ipardes.gov.br. Acesso em: 12/10/2011. OLIVEIRA, Luís Martins de. Controladoria estratégica/ Luís Martins de Oliveira, José Hernandez Peres Jr., Carlos Alberto dos Santos Silva. São Paulo: Atlas, 2002. STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial / Ralph M. Stair, George W. Reynolds; tradução técnica Flávio Soares Corrêa da Silva (coord.), Giuliano Mega, Igor Ribeiro Sucupira. São Paulo: Pioneira 28 Thomson Learning, 2006. ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009. JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores socioeconômicos na gestão pública. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.