UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL COLÉGIO DE APLICAÇÃO Departamento de Ciências Exatas e da Natureza Disciplina: Biologia Professor: Felipe Lohmann Arend Aluno(a):___________________________________ Data: ___ /___ /___ Turma: _____ Evolução da Vida O número de organismos diferentes em nosso planeta é muito grande. A idéia de como teriam surgido todas as espécies foi proposta por Charles Darwin e Alfred Wallace. Darwin publicou um dos mais conhecidos livros da humanidade, “A Origem das Espécies”. Título simplificado para “Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela sobrevivência”, onde apresentava uma ampla discussão e inúmeras evidências que davam credibilidade à sua teoria. Pesquisas em diferentes áreas da Biologia têm fornecido muitas evidências de que o processo evolutivo é o responsável pela diversidade da vida. Segundo a teoria evolucionista, à medida que a Terra era colonizada pelos primeiros seres vivos, as espécies se diversificavam, originando outras. Algumas se extinguiram e outras se perpetuaram até hoje. Esse processo teve início com os primeiros seres vivos, há mais de 3,5 bilhões de anos e continua até os dias atuais. Entre as principais evidências da evolução estão: a) a adaptação dos seres vivos a seus ambiente; b)os fósseis e c) as semelhanças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas entre as espécies. Adaptação: é o ajustamento que todo organismo apresenta em reação ao ambiente em que vive. Observando algum ser vivo em seu ambiente, se percebe que sua anatomia, fisiologia e comportamento são altamente adequados ao seu modo de vida. A teoria evolucionista explica a adaptação da seguinte forma: os indivíduos de uma população apresentam diferenças genéticas entre si; portadores de características adaptativas tendem a ter mais chances de sobreviver e de deixar descendentes, o que Darwin chamou de seleção natural e Wallace de “sobrevivência dos mais aptos”. Os selecionados ou mais aptos, conseguem transmitir seus genes e, consequentemente,suas características adaptativas aos descendentes. Dessa forma, as características da população modificam-se ao longo das gerações, tornando-se gradativamente mais adequadas e eficientes, dando a falsa impressão de que foram intencionalmente projetadas com um fim específico. Fósseis: são restos ou vestígios de seres que viveram em épocas remotas. Os fosseis podem ser de diversos tipos: esqueletos, dentes, pegadas, ossos, fezes petrificadas, animais no gelo. Fósseis constituem o mais forte argumento a favor da teoria de que nosso planeta já foi habitado por seres diferentes dos existentes hoje. Fósseis são relativamente raros, pois logo que um organismo morre entram em ação agentes decompositores (bactérias e fungos) que destroem o seu cadáver. Para que ocorra a fossilização são necessárias condições muito favoráveis à preservação do cadáver ou do vestígio deixado por um organismo. Essas condições geralmente ocorrem quando um cadáver é coberto por sedimentos como areia e argila em ambientes salgados. Os sedimentos depositados podem se compactar e originar uma rocha sedimentar. No interior da rocha, os vestígios podem se preservar, vindo a constituir um dos diferentes tipos de fóssil. Evidências anatômicas da evolução: certas espécies apresentam estruturas corporais com organização anatômica bastante semelhante, apesar de desempenharem funções diferentes. Consideremos os membros anteriores de alguns animais vertebrados: as asas de um morcego e de uma ave, as nadadeiras de um golfinho e os braços de uma pessoa. Esses órgãos apresentam esqueletos semelhantes, sendo possível estabelecer uma correspondência entre seus ossos. A explicação, segundo o evolucionismo, seria de que todos os animais mencionados descendem de um mesmo ancestral que viveu em um passado distante, do qual teriam herdado o padrão de estrutura óssea. Durante a evolução de cada grupo, a forma de muitos ossos se modificou em razão da adaptação das espécies ao seu modo de vida, conservando, porém o padrão estrutural básico. Quando se acompanha a formação embrionária de estruturas com organização anatômica semelhante, em diferentes espécies, verifica-se que elas se originaram e se desenvolveram de maneira muito parecida. Estruturas corporais ou órgãos que se desenvolvem de modo muito semelhante em embriões de determinadas espécies, como os membros anteriores de grande parte dos animais vertebrados, são denominados órgãos homólogos. Apesar da origem embrionária semelhante, órgãos homólogos podem desempenhar funções diferentes, como é o caso das asas do morcego e das nadadeiras dos golfinhos. Por outro lado, determinados órgãos que desempenham a mesma função em certas espécies podem ter origens embrionárias completamente diferentes, como as asas de insetos e aves. Essas estruturas são chamadas de órgãos análogos. A teoria da evolução explica a semelhança entre órgãos homólogos pelo fato de eles terem sido herdados do ancestral comum de um grupo de espécies. As funções diferentes que órgãos homólogos podem ter são explicadas pelo fato de as espécies terem se diversificado ao longo da evolução, ou seja, cada uma ter desenvolvido um modo de vida particular. Assim devido à adaptação, órgãos de origem semelhante podem ter se diversificado quanto à função. Essa diversificação de órgãos homólogos, decorrente da adaptação a modos de vida diferentes, é denominada divergência evolutiva. A origem de novas espécies: de acordo com a teoria da evolução toda espécie surge de uma espécie ancestral poro um processo chamada especiação. Como esse processo demora alguns milhares de anos, ele nunca foi observado diretamente. Sua ocorrência é comprovada através de fósseis e de dados sobre o comportamento de genes nas populações. A especiação é uma etapa fundamental da evolução e foi por esse motivo que Darwin deu a seu livro o título de “A origem das espécies”. A principal maneira de formação de novas espécies é a especiação por diversificação. Esse processo tem início com o isolamento entre populações de uma espécie ancestral, de modo que os indivíduos das populações isoladas não possam mais se cruzar (isolamento geográfico – rio, cadeia de montanha, vale, braço de mar que separa ilhas e continentes) Uma vez isoladas, as duas populações passam a ter histórias evolutivas diferentes. Mutações nos genes que ocorrem em uma delas podem não ocorrer na outra e viceversa, e a adaptação a ambientes diferentes leva à diversificação das populações, cujos patrimônios genéticos e características morfológicas e fisiológicas vão se tornando cada vez mais diferentes. As diferenças vão ficando tão grandes que os indivíduos de diferentes populações perdem a capacidade de se cruzar. Dessa forma as populações apresentam isolamento reprodutivo.