O TEATRO DE BONECOS COMO INSTRUMENTO DE RECONHECIMENTO DE VALORES CULTURAIS Rita de Cássia Isolina Alves Mattje1 Sheilla Patrícia Dias de Souza2 RESUMO Este trabalho contempla os estudos realizados para a Intervenção Pedagógica direcionada a alunos dos anos finais do ensino fundamental da Escola Estadual Guimarães Rosa, no município de Assis Chateaubriand, PR. A proposta faz parte das atividades desenvolvidas para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria da Educação do Estado do Paraná. O objetivo é a utilização do teatro de bonecos como recurso didático na construção de conhecimentos relacionados à valorização da identidade cultural dos estudantes, considerando que o teatro de bonecos caracteriza-se como uma atividade construtiva no processo de ensino e aprendizagem, refletindo positivamente na formação dos envolvidos nesse trabalho. Para a análise das relações entre teatro de bonecos e interculturalidade contamos com os estudos de Barbosa (1998,2000), Fleuri (2001), Richter(2003) e Santos (2008), entre outros autores. Na abordagem dos aspectos relacionados ao teatro de bonecos e ensino de artes, destacam-se as reflexões de Arantes (1986), Barbosa (1998,2000) e Beltrame e Moretti (2007). O foco das análises incluiu também a estrutura cênica e a utilização de música durante as apresentações. Essas análises foram fundamentadas em Conde (2011) e Santos (2007). A Intervenção Pedagógica foi realizada com um grupo de estudantes que produziu uma apresentação de teatro de bonecos a partir do conhecimento sobre a história das Cataratas do Iguaçu. O estudo dos valores culturais possibilitou que o grupo pudesse se reconhecer na temática proposta, contribuindo assim para a construção da cidadania e para o conhecimento dos elementos de sua identidade cultural. Palavras-chave: Teatro de Bonecos. Kaingang. Cataratas do Iguaçu. 1 INTRODUÇÃO O teatro é uma expressão artística que possui linguagem própria, formado por um conjunto de ações de interpretação. “Teatro é a arte que, tendo como instrumento e criador o próprio sujeito (corpo-mente) que cria, produz no 1 Professora da Rede Pública de Educação do Estado do Paraná, Escola Estadual Guimarães Rosa – Ensino Fundamental, participante do PDE - 2012. 2 Professora orientadora – PDE. Docente na Universidade Estadual de Maringá no curso de graduação em Artes Visuais. sujeito uma melhoria de si, uma autoconsciência e um controle que implica uma capacidade de jogo, variação, modulação de si: que é o que chamamos de criatividade [...]” (FALLETTI, 2008 apud SOFIA, 2012, p.107-108). O presente trabalho parte dessa perspectiva, considerando o teatro de bonecos como uma possibilidade pedagógica de formação. Nesse sentido, a educação escolar pode ser o lugar em que a arte auxilia na formação da personalidade do sujeito, pois ela pode ser utilizada como estratégia de aprendizagem. De acordo com Vygotsky; Luria; Leontiev (1988), o professor é o mediador entre a criança e os objetos de conhecimento, cabe a ele apropriar-se de materiais teóricos que consigam convencê-la e sensibilizá-la da importância do assunto para a aprendizagem e desenvolvimento infantil. O teatro promove um encontro entre o ator e o público, pois nessa “[...] atmosfera de intimidade, cria-se uma nova relação de palco e platéia” (AMARAL, 2011, p. 303), onde há um ambiente de predisposição e sensibilidade para comungar trocas intensas na forma de risos, sentimentos e críticas. Essa visão está implícita nos objetivos deste trabalho, partindo da premissa de que o teatro de bonecos representa uma possibilidade para que o sujeito possa compreender a diversidade cultural do local onde vive, sentindose pertencente ao meio inserido. Os bonecos constituem um poderoso estímulo para aumentar o desenvolvimento da linguagem das crianças. Afinal, nessa atividade elas evidenciam seu interesse, perceptível pela atenção que destinam às histórias contadas por meios dos bonecos. Nesse sentido, o desenvolvimento da comunicação foi significativamente observado nas atividades pedagógicas desenvolvidas sobre a origem das Cataratas do Iguaçu, numa das fases das atividades do PDE. O trabalho com a história das Cataratas do Iguaçu abordou a cultura Kaingang com o desenvolvimento de atividades escolares usando a estratégia do teatro de bonecos, possibilitando o enriquecimento pedagógico e o envolvimento dos alunos, pois estes foram os protagonistas na formação da peça encenada com bonecos. 2 O TEATRO DE BONECOS E A INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE ARTES O teatro constitui-se em uma manifestação artística em que se registram as presenças do ator e do espectador, onde há o desenvolvimento de uma história na qual um determinado conflito é explorado, dando contornos à trama (SANTOS, 2008). Esse conceito atende aos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (BRASIL, 2002, p. 88), quando se enfatiza que se “[...] conheçam, observem e confrontem diferentes culturas em diferentes momentos históricos, operando como um modo coletivo de produção de arte”. O teatro de bonecos reinventa, em cada período encenado, o contexto histórico, envolvendo a cultura e os meios social, político, econômico, religioso e educativo. Para Arantes (1986) a cultura popular é recriada de maneira singular no teatro de bonecos, pois o tema é bastante presente neste gênero. Na escola ele representa, em parte, a potencialidade do teatro enquanto processo educativo, principalmente quando se enfatiza a cultura dos estudantes. Em relação à diversidade cultural, Barbosa (2000) assinala que a interculturalidade pode ser entendida como a interação entre as diferentes culturas, e que deve ser o objetivo da educação, quando prima pelo desenvolvimento e reconhecimento da cultura local, assim como de vários grupos da nação e também de outras nações. Também para Fleuri (2001, p. 45), A educação intercultural, no contexto das lutas sociais contra os processos de exclusão social inerentes à globalização econômica, propõe o desenvolvimento de estratégias que promovam a construção de identidades particulares e o reconhecimento das diferenças, ao mesmo tempo em que sustentam a inter-relação crítica e solidária entre diferentes grupos. Ressalta-se que na literatura, diferentes autores tratam sobre múltiplas culturas ora como diversidade cultural, ora como pluralidade cultural correspondendo à multiculturalidade, embora não haja consenso na denominação desse termo em função da complexidade das sociedades atuais. O termo interculturalidade é mais utilizado, pois “[...] implica uma inter-relação de reciprocidade entre culturas” (RICHTER, 2003, p. 19). De maneira geral a abordagem escolar ligada à diversidade cultural acontece sob a vinculação ao folclore, à bisbilhotice e ao sincretismo enigmático (BARBOSA, 1998). Nesse contexto, buscamos direcionar as atividades da implementação pedagógica de maneira a considerar a abordagem apontada pela autora; Compreende-se que a cultura Kaingang, radicada na região Sul do Brasil, pode ser objeto de reconhecimento cultural pelos estudantes da escola nessa região. É importante lembrar que a oportunidade de aprender sobre o teatro de bonecos em sua capacidade de envolvimento e utilização em sala de aula requer atenção redobrada, diante da acentuada exposição dos alunos nas apresentações. O cuidado é importante para que os alunos não se sintam em situação de vulnerabilidade; por isso a necessidade de desenvolver estratégias de fortalecimento da autoestima e capacidade de aceitação de crítica. Diante das considerações apresentadas, pode-se afirmar que o teatro de bonecos constitui uma ferramenta de ensino e, consequentemente, estímulo ao aprendizado no ensino de artes. Assim, nesse trabalho assume-se o reconhecimento da cultura desse povo como objeto de estudo no ensino de artes, desenvolvido por meio do teatro de bonecos. 3 A CULTURA DO POVO KAINGANG Atualmente, o povo Kaingang é um dos grupos indígenas mais numerosos do Brasil, com uma população de aproximadamente 34 mil pessoas. O termo Kaingang significa “Morador do Mato”, e sua língua oficial é o Kaingang, que pertence à família Jê. Os Kaingang hoje ocupam pouco mais de 30 áreas reduzidas, distribuídas entre os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo (Portal Kaingang, 2012). O contato entre Kaingang e colonizadores no Paraná iniciou-se com a ocupação do oeste paranaense, nas proximidades do Rio Piquiri, por volta de 1880 devido à extração da erva mate. Posteriormente ocorreram as ocupações ao norte do Paraná, com as primeiras plantações de café, em Jacarezinho. Segundo Mota (2005, p. 7), a “[...] ocupação da região norte e oeste do Paraná nos anos 30 a 503 desse século os Kaingang que já estavam aldeados em São Jerônimo da Serra e Apucaraninha, mas circulavam pelas matas existentes caçando, coletando e pescando nos rios Tibagi, Pirapó, Ivai, Piquiri e seus afluentes”. Em meados da década de 1940 ocorreu um fato histórico que fez com que se reduzissem drasticamente as reservas indígenas Kaingang. O Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão público criado para proteção e defesa dos índios, por razões outras acaba cedendo e aceitando as políticas públicas de outros órgãos federais. Uma das áreas indígenas que mais sofreu com esse fato foi a de São Jerônimo da Serra, no Paraná que, de 34 mil hectares passou a ter aproximadamente 5 mil hectares (VEIGA, 2006). Conforme consta no Portal Kaingang (2012), durante a ocupação em território paulista, Não sabiam os indígenas que todas aquelas terras, suas e de seus antepassados, já estavam totalmente loteadas e vendidas aos fazendeiros do café. Calculam alguns pesquisadores que os Kaingang paulistas somavam, antes de 1910, em torno de 1200 pessoas. Em 1913, no ano imediatamente depois do ‘contato’, restavam 87 pessoas. Para abrigar esse ‘resto’ de povo o SPI comprou, com a pouca verba disponível, umas lasquinhas de terra nas quais foram confinados os Kaingang sobreviventes. Os índios Kaingang, em seu modo de organização, dividem-se em dois grupos: os Kairu e os Kamé. Os filhos de um grupo só podem se casar com membros do outro grupo, os quais passam a pertencer ao grupo da esposa após o casamento. Segundo a tradição, a mãe tem a função de depositária e as crianças devem sua existência apenas ao pai. Grande parte dos relatos sobre a cultura desse povo no Estado do Paraná, segundo Tommasino e Fernandes (2001), devem-se a Telêmaco Borda, que em 1882 publicou o mito de origem do povo Kaingang. Interessa de maneira especial, neste trabalho, a história da origem das Cataratas do Iguaçu, pertencente à cultura Kaingang. Carneiro (2005) afirma que: Para muitos paranaenses a formação das Cataratas do Iguaçu está relacionada à fuga de Naipi, uma índia da tribo Kaigangue prometida ao deus M'boi, com o guerreiro Tarobá. Ao saber que sua amada havia sido roubada pelo índio, M'boi, com seu formato de grande 3 Essa publicação refere-se a 1930 e 1950. serpente, entrou pelas rochas e criou a fenda que dá origem às cataratas. Dessa forma, o casal indígena que fugia em uma pequena canoa foi engolido pelas águas do rio Iguaçu. A lenda diz que Naipi transformou-se em uma rocha e Tarobá em uma palmeira situada sobre a Garganta do Diabo. Debaixo dessa palmeira, M'boi escondese em uma gruta onde mantém vigília sobre o casal. A história dos Kaingang sobre as Cataratas do Iguaçu tem características relevantes para o trabalho na disciplina de Arte, no sentido da possibilidade de abordagem da cultura paranaense sob um viés diferente da versão oficial, trazendo referências sobre as concepções indígenas. Dessa forma é possível desenvolver uma abordagem intercultural, pela qual podemos reconhecer e valorizar a cultura do povo Kaingang. 4 HISTÓRIA DO TEATRO DE BONECOS O teatro de bonecos existiu em quase todas as civilizações e épocas. Na Europa há registros escritos sobre essa modalidade de representação no século V a.C. Na China, na Índia, em Java e em muitas outras partes do oriente o teatro de bonecos tem uma tradição tão antiga que é impossível determinar quando começou (MODESTO, 2010). Santana (s.d, p.1) explica que existem diferentes nomenclaturas para o teatro de bonecos: Na Itália encontra-se o Maceus, posteriormente substituído pelo Polichinelo; na Turquia, o Karagoz; na Grécia, as Atalanas; na Alemanha, o Kasper; na Rússia, o Petruska; em Java, o Wayang; na Espanha, o Cristovam; na Inglaterra, o Punch; na França, o Guinhol; nos Estados Unidos, os Muppets; e no Brasil, o Mamulengo. Segundo Bonequeiro (2007) há registros da utilização de bonecos desde a pré-história. Junto às demais linguagens artísticas, o teatro de bonecos faz parte de quase todas as culturas e nações. O autor pontua que o teatro de bonecos teve função didática na Europa, durante a Idade Média, a fim de evangelizar as pessoas. Tendo em vista que a maioria da população era analfabeta naquele período, o teatro de bonecos contribuía para a transmissão de conteúdos religiosos. Entre as diversas manifestações do teatro de bonecos no mundo, encontram-se, entre outras, Karagoz, Bunraku e Punch. Para a Escola de Teatro Catarse (2008), o teatro de bonecos denominado Karagoz é também conhecido como “Herói do Teatro de Sombras Turco e Árabe”. Essa manifestação se destaca por seus duelos verbais, em que os bonecos são manipulados com varas e as personagens são recortadas em couro ou pergaminho. No Japão é mundialmente reconhecido o teatro Bunraku, que surgiu entre os séculos XVII e XVIII, também denominado Ningyo Jururi, isto é, “Narração de Bonecos”, que pode ser acompanhado por instrumentos. O Bunraku não é um espetáculo para crianças devido ao uso de linguagem imprópria para essa faixa etária (JAPONÊS DAKE, 2012). Na Inglaterra destaca-se o Punch e Judy, que apresenta cenas do cotidiano do casal. A história gira em torno de problemas familiares, mostrando as contradições da sociedade inglesa. A apresentação é reconhecida por seu valor histórico, tem caráter tradicional e existem espetáculos atualmente sendo apresentados inclusive em festas infantis (EDWARDS, 2006). Considerando a antiguidade dessas manifestações, o teatro de bonecos ainda se mantém, mesmo com as alterações em seu público original e de receber sofrer todo o tipo de influências de diversas culturas. 4.1 Teatro de Bonecos no Brasil Em períodos bastante anteriores à colonização havia bonecos no Brasil feitos pelos povos indígenas: Marajoaras, Carajás, Tapajônicos e outros. Há indícios que muitos desses bonecos foram elaborados entre 400 a 1400 d.C. (MODESTO, 2010). O Brasil possui variadas formas de teatro de bonecos praticadas por artistas do povo. Em diversas regiões brasileiras, existem manifestações que evidenciam a diversidade e a pluralidade dessas expressões. Mamulengo, Casemiro Coco, João Redondo, João Minhoca, Calunga, Cavalo Marinho, Boi-de-Mamão e Bumba-Meu-Boi são algumas dessas formas de teatro, nas quais os atores participantes utilizam bonecos, máscaras ou outras formas animadas (BELTRAME; MORETTI, 2007). No Brasil, dependendo do local onde o teatro de bonecos se manifesta, há variações em sua denominação, como, por exemplo, Mamulengo, em Pernambuco; João Redondo, no Rio Grande do Norte e Boi de Mamão, em Santa Catarina. O Mamulengo é um teatro popular da cultura nordestina que se utiliza da improvisação, dos repentes e cordéis. Faz uso da linguagem popular, dos fatos atuais e da interação com o público para formar o espetáculo, marcado sempre pelo acompanhamento musical. O Mamulengo é um teatro de bonecos conduzido com as mãos, assim como os fantoches, mas possui uma estrutura própria. A origem do nome é controversa, mas acredita-se que ela se originou da expressão “mão molenga”, ou “mão mole”, ideal para dar movimentos vivos ao fantoche (GARANHUNS, s.d.). Alguns dos principais mestres mamulengueiros encontram-se em Pernambuco. Entre os mais conhecidos estão: Tonho Pombos, Luiz da Serra, Pedro Rosa, Zé Lopes, Antônio Biló, Manuel Marcelino, Seu Baixa, Bate Queixo, Zé de Vina, Valdeck de Garanhuns; Josivan e Daniel do Rio Grande do Norte; e Chico Simões, do Distrito Federal (SESI Bonecos, 2011). João Redondo é o nome dado ao teatro de bonecos no Rio Grande do Norte. De modo geral, a trama da história encenada nas apresentações do João Redondo está relacionada a questões sociais. Um dos principais personagens é de origem afrodescendente e consegue assumir um papel importante em relação à opressão sofrida pelo fazendeiro que o explora (ASSUNÇÃO, 2009). A Bernúncia é uma das principais personagens do Boi-de-Mamão catarinense, um teatro que envolve dança e cantoria em torno do tema épico da morte e ressurreição do boi. A estruturação física da Bernúncia tem semelhança com os bonecos das manifestações do Boitatá e do Dragão Chinês. O boneco possui boca grande e simula comer as pessoas. O movimento de seu corpo é gerado pelas pessoas que já foram “engolidas” (SANTA CATARINA, 2008). A foto do personagem M’boy apresenta um boneco criado a partir da junção da estrutura física da Bernúncia e características do personagem M’boy, presente na história das Cataratas do Iguaçu, que foi encenada durante a implementação desse projeto. M’boy: foto arquivo pessoal 4.2 Tipologia do Teatro de Bonecos A tipologia do teatro de bonecos explora variadas linguagens e formatos. No teatro com bonecos de luva, também conhecido como fantoches, o manipulador veste um boneco de tecido na mão, encaixando os dedos na cabeça e nos braços do boneco para movimentá-lo (BALARDIM, 2004). Segundo o autor também é bastante conhecida a forma de teatro de bonecos que utiliza a manipulação com vara, um tipo de boneco manipulado por hastes de madeira, plástico ou metal. O boneco de fios, títeres ou marionete é manipulado por meio de fios presos aos membros do boneco, atados em uma estrutura conhecida por “controle” ou “avião”. Dependendo da complexidade do boneco, ele pode necessitar de mais que um titereiro. (BALARDIM, 2004). Os termos fantoche, títere e bonifrate são usados para definir determinados tipos de bonecos. Estes conceitos também são, segundo o dicionário Sensagent (2013), “[...] usados pejorativamente para designar pessoas sem vontade própria, que são manipuladas por outrem”. O teatro de sombras se diferencia das outras formas de teatro de bonecos devido a algumas particularidades, pois exige alguns elementos como: uma fonte de luz, um corpo que bloqueie integral ou parcialmente a luz, uma superfície na qual incidirá a sombra e a inexistência total ou parcial de luminosidade. No teatro de sombras, atrás ou na frente da tela sempre há incidência de luz, para que o ator-manipulador possa manifestar sua arte (BALARDIM, 2004). 4.3 Os componentes da Empanada e a Estrutura Cênica do Teatro de Bonecos Segundo Conde (2011), a empanada é a estrutura utilizada para a apresentação do teatro de bonecos, cujo objetivo é esconder os manipuladores, a fim de que apenas os bonecos tenham visibilidade. Nessa estrutura são utilizados materiais que facilitam a apresentação, o transporte, a montagem e a desmontagem do cenário. Os componentes da empanada são: uma estrutura geralmente coberta com um pano, o boneco, o manipulador e, em alguns casos o público, pois interage diretamente com o espetáculo. A estrutura cênica do teatro de sombras requer uma tela branca com um foco de luz que projeta as imagens, as quais podem ser produzidas utilizando o próprio corpo ou materiais planos que refletirão as imagens. Compõem o teatro de sombras os seguintes elementos: pano ou tela branca, foco de luz, manipulador e bonecos. 4.4 Música e Instrumentos no Teatro de Bonecos A música e o teatro sempre estiveram ligados, pois a música tem o papel de interagir com a história, enfatizar, ampliar e até substituir o contexto da história encenada. A música e o Mamulengo constituem uma unidade. O Mamulengo sem ela parece perder a vida. Na visão de Santos (2007, p. 26), A função da música no espetáculo é de apoio, dando-lhe não só um colorido rico de intenção, mas também agindo como elemento de ligação entre as cenas, contendo um sabor de narração crítica ao comentar a ação. Atua ainda como um forte elemento jocoso e como suporte ou pano de fundo para as cenas de briga ou de pura dança, tendo igualmente extrema funcionalidade ao servir de recurso para os personagens, sobretudo os narradores identificarem-se perante o público através da cantoria de loas que lhe são próprias. No Mamulengo a música é essencial como apoio, dando ligação e suporte entre as cenas, possibilitando um ambiente rico e colorido para o espetáculo. Os instrumentos são utilizados em constante suporte das manifestações e quanto maior for o nível de afinidade entre o instrumentista e o mamulengueiro, melhor será a apresentação, pois muitas vezes são construídas situações de improviso a partir da cena gerada. Os instrumentistas do Mamulengo são conhecidos como: tocador, triangueiro, ganzazeiro e bombeiro (GARANHUNS, s.d). De acordo com Moretti e Beltrame (2007, p. 27): A música está em suspensão, como a figura manipulada; a leveza complementar de ambas engendra graça e luz. Como o instrumento musical, a marionete requer um domínio, escalas, uma aprendizagem: há um vocabulário comum aos instrumentos de música e às marionetes: teclado, dedilhado, alma, cordas e fios. Em relação a esse aspecto, durante a implementação pedagógica, a música foi utilizada como elemento intrínseco na encenação com os bonecos. A música, na peça sobre a história das Cataratas do Iguaçu, foi relevante para a introdução do tema e interação do público, garantindo ritmo e vivacidade às cenas. 5 IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA: A HISTÓRIA DAS CATARATAS DO IGUAÇU E O TEATRO DE BONECOS As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná para a disciplina de Arte apontam para a necessidade de que os alunos “[...] adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento crítico” (PARANÁ, 2008, p. 52). É papel do professor de Arte trabalhar conhecimentos que desenvolvam o pensamento crítico do aluno. Nesse sentido, a opção em abordar a história Kaingang nas aulas constitui-se em uma oportunidade para desenvolver a percepção e a capacidade de reconhecer as diferentes formas de expressão a partir da perspectiva intercultural. As atividades previstas no Projeto de Implementação e idealizadas na unidade didática foram realizadas com uma turma de estudantes do 6° ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Guimarães Rosa, situada no município de Assis Chateaubriand, PR. Antes de iniciar as atividades o projeto foi apresentado aos professores, equipe pedagógica e diretiva, para que estes pudessem ter conhecimento do trabalho a ser desenvolvido. O grupo de estudantes participantes do projeto de Implementação Pedagógica foi composto por quinze integrantes, que realizaram atividades durante trinta e duas horas, das quais quatro horas foram em contraturno. Os alunos participantes receberam informações sobre os objetivos, estratégias e compromissos. Apresentaram autorização firmada por seus pais ou responsáveis. Na primeira atividade, solicitamos que cada estudante manifestasse seu conhecimento sobre o teatro. Observou-se que muitos afirmaram não conhecer o assunto, porém quando ouviram as palavras teatro e bonecos, imediatamente manifestaram interesse. Nesse encontro, percebeu-se o distanciamento do grupo em relação ao teatro, pois apenas dois alunos afirmaram ter contato com a atividade no ambiente escolar. Para cada etapa foram explanadas novas orientações sobre como seriam desenvolvidas as atividades. Explicamos que elas culminariam com uma peça de teatro de bonecos sobre a História das Cataratas do Iguaçu, construída coletivamente pelos alunos durante o projeto. Foi preparado um material para ser apresentado no projetor multimídia, abordando a trajetória do teatro de bonecos no mundo, no Brasil e no Paraná. Nessa etapa os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer vários aspectos e formatos que o teatro de bonecos adquire, dependendo da região a que pertence. Discutiu-se durante as aulas, sobre a importância do teatro de bonecos para o desenvolvimento da cultura de cada região e sobre como as manifestações dessa modalidade teatral estão defasadas no município de Assis Chateaubriand. Nos encontros seguintes foram trabalhadas atividades envolvendo a empanada. Foi uma surpresa saber que dois dos participantes já tinham entendimento sobre esse termo. Foram levantados outros assuntos ligados ao assunto, como a construção da empanada na peça sobre as Cataratas do Iguaçu e como cada um dos alunos poderia se organizar para a realização do trabalho. Foram apresentadas imagens em forma de slides com alguns modelos de empanadas, para que o grupo pudesse se orientar nessa construção, levando sempre em conta que o modelo da empanada exige que esta seja firme e fácil para ser montada e desmontada, considerando as especificidades da modalidade que caracteriza o teatro de bonecos e as necessidades de sua utilização na escola. Posteriormente a turma foi dividida em três grupos, os quais foram orientados a construírem sua própria empanada, utilizando-se do espaço da sala de aula, de carteiras e alguns tecidos. Os grupos compuseram, naquele momento, uma empanada, seguindo as orientações para a composição do teatro de bonecos. Um dos principais diferenciais ao utilizar o teatro de bonecos como ferramenta de ensino de artes é que, conforme se observou durante a implementação, há uma significativa motivação por parte da maioria dos alunos. Para ampliar essa motivação, convidamos o professor de música David Willian Mota Moraes, que auxiliou na produção do ritmo musical utilizado na peça teatral. O professor de música contribuiu significativamente com o grupo, pois enfatizou a importância da música para o teatro de bonecos, ressaltando a variedade de ritmos e que o improviso deve ser muito bem aproveitado. Segundo Costa (2005, p. 39) “[...] a improvisação estabelece um jogo no qual professor e aluno renunciam o apreendido e se põem disponíveis para o inesperado. Dessa forma, o professor também improvisa, dado que não tem uma resposta preconcebida ao que aluno faça”. No desenvolvimento da criação da peça “A história das Cataratas da Iguaçu”, refletiu-se sobre a cultura dos índios Kaingang, a forma como esse povo contribuiu e contribui para o enriquecimento da cultura do nosso país, sobre como eles vivem e como se organizam em sociedade. Foram apresentados, nesse momento, bonecos de luva, para que os alunos visualizassem como eles podem ser produzidos: técnicas, materiais e recursos para essa produção. Bonecos de luva. Fotografia: arquivo pessoal Na sequencia, a história sobre a origem das Cataratas da Iguaçu foi reescrita para que pudesse ser adaptada à realidade do grupo de alunos. Definimos os personagens, o roteiro e a quantidade de alunos que manipulariam os respectivos bonecos: Tarobá: dois alunos; Naipi: dois alunos; Chefe Igobi: um aluno; Narradores: dois alunos; M´Boi: cinco alunos e três alunos para apoio técnico. O grupo organizou a sequência das ações, a entrada no palco, a abertura com instrumentos de percussão e a marcação dos personagens no palco. Foram realizados três ensaios para que os alunos pudessem se posicionar corretamente no palco. Este momento foi significativo porque os alunos expressaram euforia por participarem de uma atividade diferente das usualmente realizadas no ambiente escolar. Esse momento de pisar, estar no palco parece ser mágico nos participantes, pois, permite a transformação do seu eu com a incorporação da personagem. Na organização da peça, cada aluno aceitou seu papel, porém as alunas, em sua maioria queriam representar a personagem “Naipi”, por ser a personagem principal feminina. Na etapa seguinte houve a participação da professora Rosane Marcante Vaz, atuante nos anos iniciais do ensino fundamental e responsável pela Educação Infantil no município de Assis Chateaubriand-PR. A professora foi convidada a participar da implementação devido a sua experiência em trabalhos com teatro de bonecos. Inicialmente, ela pediu aos alunos para que apresentassem a peça, objetivando dar sugestões para melhorar a performance. A ação foi importante porque os envolvidos diretos (professora e alunos) não percebiam claramente as falhas e as possibilidades de aprimoramento da peça. A professora convidada orientou os alunos para que nesse tipo de atividade, observassem a necessidade de concentração, de silêncio e de estar atento a todas as fases e sequências das falas das personagens, pois percebeu que esses requisitos não estavam sendo satisfatoriamente considerados durante os ensaios. No dia da apresentação todo o grupo foi envolvido na montagem da empanada, no palco do pátio da escola. Cada integrante, de posse de seu instrumento, escolhido em encontros anteriores, participou intensamente da encenação. Foram feitas duas apresentações, uma no período matutino, e outra no período vespertino. O público foi composto por todos os alunos da escola, as equipes diretiva, pedagógica, representantes do Núcleo Regional de Educação, familiares e membros da comunidade local. Apresentação teatro de bonecos: foto arquivo pessoal 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse trabalho, abordou-se a relação entre o teatro de bonecos e aspectos ligados à interculturalidade presente no Estado do Paraná, considerando que as escolas são constituídas de sujeitos que, embora se reúnam em um mesmo ambiente, trazem consigo traços de diferentes culturas. Assim, julga-se necessária a busca por abordagens didáticas que possibilitem ao estudante a compreensão e aquisição significativa dos conteúdos escolares e que promovam sua interação em sala de aula, respeitando sempre as peculiaridades culturais. A partir desse contexto, utilizou-se o teatro de bonecos como um estratégia de ensino e como uma forma de conduzir a aprendizagem, buscando efetivar o ensino de artes como fonte de humanização, abordando sua associação com o trabalho criador, ideologia e conhecimento (PARANÁ, 2008). Durante a Implementação Pedagógica buscamos conscientizar os alunos envolvidos, professores, equipe pedagógica e diretiva, inclusive a comunidade externa, sobre a importância de compreender a cultura Kaingang como parte da cultura brasileira, levantando reflexões sobre o preconceito em relação aos indígenas. O tema escolhido contribuiu para o envolvimento intenso de todos os participantes, que tiveram a oportunidade de conhecer, por meio da história das Cataratas da Iguaçu, aspectos da cultura dos índios Kaingang. Os alunos pouco conheciam sobre os Kaingang. Na localidade do munícipio em que está inserida a escola não há presença desse povo, embora estejam próximos de regiões habitadas por indígenas. Diante desse contexto, percebeu-se que os alunos manifestaram pouco conhecimento a respeito do tema e o que sabiam limitava-se ao que se apresenta nas mídias e nos materiais escolares. Alguns alunos tinham tido apenas contato visual com indígenas durante suas viagens, mas apenas como expectadores. Outros alunos manifestaram preconceito ao expressarem a ideia de que os indígenas não trabalham. Um dos alunos comentou que os índios não trabalham com compra e venda, e que, em sua opinião, eles vivem do que tiram da natureza, produzindo o suficiente para viverem, sem necessidade de acumular bens. Este momento oportunizou ao professor promover a discussão sobre as condições de vida dos povos indígenas na sociedade atual, considerando que hoje eles não conseguem tirar apenas da natureza o suficiente para sua sobrevivência, sabendo sobre seus costumes e da redução de seus territórios. Assim, inseridos na sociedade estruturada na lógica capitalista, foram, pela necessidade, impulsionados a desenvolver atividades que visam lucro, ou seja, hoje eles vendem, por exemplo, artesanato como forma de garantir a existência nessa sociedade. A metodologia utilizada permitiu a aproximação da linguagem do teatro de bonecos e da cultura Kaingang, como um mecanismo para promover a interculturalidade de maneira contextualizada no espaço escolar. Deve-se ter em mente que nem sempre o resultado final da apresentação é o aspecto mais importante; o essencial é destacar a criação do espetáculo de modo geral, desde a determinação do tema até apresentação final. Considera-se que os objetivos propostos no Projeto de Implementação foram alcançados, pois além da identificação dos participantes com o tema, a apresentação da peça “A história das Cataratas do Iguaçu" contou com a participação efetiva do grupo de alunos envolvidos. Ressalta-se, a partir das atividades realizadas, que o teatro de bonecos pode ser utilizado como meio de desenvolvimento de estratégias de comunicação entre grupos culturais diversos. A valorização da identidade cultural e o conhecimento por meio da arte foram construídos por meio da composição visual do cenário, dos bonecos, da empanada, além da mímica, da expressão corporal e de diversos recursos cênicos. Conclui-se que o trabalho envolvendo o teatro de bonecos na abordagem intercultural implica no desenvolvimento da interação, não apenas entre o grupo envolvido, mas por parte de toda a comunidade escolar. A interação fortalece o trabalho em um amplo sentido, já que permite a socialização do debate sobre a importância do conhecimento sobre aspectos culturais presentes nas atividades. Além desse fator, a interação também promove reflexões sobre questões multiculturais no cotidiano da escola e da comunidade, considerando a diversidade étnica no país. Assim, acredita-se que este trabalho foi relevante para todos os envolvidos, porque, além das questões mencionadas, possibilitou tratar a história do Paraná na escola, por meio de elementos da cultura Kaingang, especialmente em sua visão sobre o surgimento das Cataratas do Iguaçu. Espera-se ter contribuído com este trabalho para a construção de uma educação intercultural e que o teatro de bonecos posa ser amplamente utilizado no ensino de artes, pois além de possibilitar a valorização ética, social, cultural e aguçar a capacidade criativa, também estimula o crescimento individual e coletivo dos participantes. REFERÊNCIAS AMARAL, Ana Maria. Teatro de formas animadas: máscaras, bonecos, objetos. 3 ª. ed. 1 ª. reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011. ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. 11ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. ASSUNÇÃO, Luiz. O João redondo de Chicodaniel. 2009. 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