Generalidades b

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molécula de DNA é uma cadeia composta de
unidades de nucleotídeos repetidas. Cada
nucleotídeo do DNA consiste de três partes
básicas (figura da próxima página):
2. Um açúcar pentose chamado de
desoxirribose.
Os nucleotídeos são as estruturas
fundamentais dos ácidos nucléicos.
Os nucleotídeos são denominados
de acordo com suas bases nitrogenadas. Por
exemplo, um nucleotídeo contendo timina é
chamado de nucleotídeo timina.
1. Uma das quatro bases nitrogenadas
possíveis, que são estruturas aneladas
contendo átomos de C, H, O e N. As bases
nitrogenadas encontradas no DNA são a
adenina (A) , a timina (T), a citosina (C) e a
guanina (G).
Quando o grupo fosfato terminal é
hidrolisado, e, dessa forma, removido, a
molécula modificada é chamada de fosfato de
adenosina (ADP). Esta reação libera energia.
3. Gruposfosfato (PO43-).
A figura mostra as seguintes
características estruturais da molécula de
DNA:
1. A molécula consiste de dois filamentos com
bases transversais. Os filamentos se torcem
um sobre o outro na forma de uma dupla
hélice, de tal maneira que se assemelham a
uma escada retorcida.
2. As pontes verticais da escada de DNA
consistem de grupos fosfatos alternados com
porções de desoxirribose dos nucleotídeos.
3. Os degraus da escada contêm bases
nitrogenadas pareadas. A adenina sempre
pareia com a timina e a citosina sempre
pareia com a guanina. Cerca de 1.000
degraus de DNA compreendem um gene, uma
porção de um filamento de DNA que compõe
o material hereditário das células.
Os seres humanos possuem
aproximadamente 100.000 genes funcionais
que controlam a produção das proteínas
corporais. Os genes determinam quais
características herdamos, e controlam todas
as atividades celulares durante ao longo da
vida.
O RNA, o outro tipo de ácido
nucleico, é diferente do DNA em vários
aspectos. O RNA é uma molécula em fita
simples; o DNA é uma dupla-fita. O açúcar
dos nucleotídeos de RNA é a ribose. E o RNA
não contém a base nitrogenada timina. Ao
invés da timina. o RNA contém a base
nitrogenada uracila. Três tipos diferentes de
RNA foram identificados nas células. Cada
tipo tem um papel específico a desempenhar,
juntamente com o DNA, nas reações de
síntese proteica.
Trifosfato de Adenosina (ATP)
Uma molécula que é indispensável à
vida da célula é o trifosfato de adenosina
(ATP).O ATP é encontrado universalmente
nos sistemas vivos. Sua função essencial é
armazenar energia para as atividades vitais
básicas das células.
Estruturalmente, o ATP consiste de
três grupos fosfato (PO 43-) e de uma
unidade de adenosina composta de adenina e
do açúcar ribose. O ATP libera uma grande
quantidade de energia utilizável quando é
desdobrado pela adição de uma molécula de
água (hidrólise).
A energia fornecida pelo
catabolismo do ATP em ADP é
constantemente utilizada pela célula. Devido
ao fornecimento de ATP em um dado
momento ser limitado, existe um mecanismo
de reabastecimento: um grupo fosfato é
adicionado ao ADP para produzir mais ATP.
É necessária energia para a
produção de ATP. Esta energia necessária
para ligar um grupo fosfato ao ADP é suprida
primariamente pelo desdobramento do
monossacarídeo glicose na célula, em um
processo chamado de respiração celular.
Estrutura do ATP e do ADP. As duas
ligações fosfato que podem ser utilizadas na
transferência de energia estão indicadas pelo
símbolo til (~). Com mais freqüência, a
transferência de energia envolve hidrólise das
ligações fosfato terminais.
O ATP armazena energia química
para várias atividades celulares.
A Célula
É a unidade biológica e funcional dos
organismos vivos. Constitucionalmente, a
célula apresenta um considerável
poliformismo acompanhado por diferenças no
tamanho, número e funções.
Os elementos que constituem a
célula são: o núcleo, membrana celular,
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A Membrana Celular
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lípidos e proteínas que, do exterior ao interior
se acham assim dispostos: um estrato ou
capa protéica, em contato com o ambiente
exterior, um estrato lipídico, e outro estrato
protéico limitando com o citoplasma.
Diagrama geral da célula. Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by
Sinauer Associates and WH Freeman, used with permission.
citoplasma, ribossomos, lisossomos,
mitocôndrias, complexo de Golgi, microtúbulos, cílios e flagelos, centríolos,
centrosfera, e astrosfera.
Núcleo
De forma geralmente esférica, em
algumas células ocupa uma posição bastante
fixa, perto do centro e em outras se desloca
encontrando-se em qualquer ponto da célula.
É um centro de controle importante; contém
os fatores hereditários (genes) que fixam os
traços característicos do organismo; e, direta
ou indiretamente, controlam muitos aspectos
da atividade celular.
É separado do citoplasma por uma
membrana de dupla capa formada por
agregados lipoprotéicos na qual há poros que
permitem a passagem de diversas
substâncias, entre elas o RNA (ácido
ribonucléico). O elemento que constitui
essencialmente o núcleo é o DNA (ácido
desoxirribonucléico) que se encontra combinado
com proteínas ácidas e proteínas básicas
formando a cromatina (cromossomos),
suspensa numa substância semilíquida
chamada carioplasma. O nucléolo, que é outro
componente do núcleo, costuma estar presente
em número variável de um a quatro na maior
parte das células, e numa mesma célula pode
variar segundo as diferentes etapas funcionais.
Os dois estratos protéicos, de 25 Å
(Angstrõm) de diâmetro, são responsáveis
pela elasticidade, resistência e hidrofila da
membrana plasmática. O estrato lípido de 30
Å de diâmetro constitui o esqueleto principal.
Em algumas células, a membrana
plasmática apresenta, em correspondência a
própria superfície, uma série de modificações
estruturais consideradas como estruturas
especializadas da porção livre ou da parede
contígua em relação aos processos
fisiológicos de absorção, secreção, etc.
Citoplasma
É o material situado dentro da
membrana plasmática e fora do núcleo. É
formado por um sistema de túbulos, sáculos
ou vesículas denominado retículo
endoplasmático. Esta formação constitui um
sistema canalicular e se distingue numa
forma granular (Retículo endoplasmático liso)
que está relacionado com a presença ou
ausência de Ribossomos sobre suas
membranas. No citoplasma estão contidas
diferentes enzimas e numerosos orgânulos
intracelulares tais como: Robossomos,
complexo de Golgi, mitocôndrias, lisossomos,
egastoplasma e microcorpos.
Membrana celular
Ribossomos
Denominada também membrana
plasmática ou citoplasmática, representa o
limite da célula com o exterior e constitui um
lugar ativo de intercâmbios seletivos entre o
ambiente exterior e o citoplasma. A membrana
plasmática é composta por um duplo estrato de
Estrutura do núcleo. Note a cromatina, DNA
desenrolado que ocupa espaço dentro do
envelope nuclear. Image from Purves et al.,
Life: The Science of Biology, 4th Edition, by
Sinauer Associates and WH Freeman, used
with permission.
São corpúsculos, granulares de forma esférica
formados por RNA e proteínas na proporção 1
: 1. Podem encontrar-se livres no citoplasma
ou aderidos na superfície do retículo
endoplásmatico devido ao fato que uma vez
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sintetizados no núcleo passam ao citoplasma.
São as unidades fundamentais que intervêm
na síntese de proteína.
Complexo de Golgi
Lisososomos
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Edition, by Sinauer Associates and WH Freeman
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São orgânulos esferoidais
delimitados por uma membrana de natureza
lipoprotéica que possuem enzimas líticas que
ao mesmo tempo digerem proteínas,
carboidrátos, lípidos, etc.
A ação dos lisossomos se
desenvolve sobre materiais englobados pela
célula pelo mecanismo da pinocitose ou da
fagocitose. Sobre estes elementos atuam as
enzimas líticas que digerem as substâncias
estranhas dando origem ao chamado corpo
residual. Quando um lisososomo está
digerindo uma fração celular toma o nome de
Vacúolo Autofágico.
Encontra-se presente em quase
todas as células, exceto nos espermatozóides
maduros e nos glóbulos vermelhos. É
composto por feixes paralelos de membranas
sem grânulos, que podem estar distendidos
em certas regiões formando pequenas
vesículas ou vacúolas cheias de produtos
celulares. Pode estar situado perto do núcleo
e pensa que serve como lugar de
armazenamento temporário para proteínas e
outros compostos sintetizados no Retículo
Endoplasmático.
Microtúbulos: São sub-unidades
citoplasmáticas cilíndricas ocas constituídas
principalmente por uma glucoproteína
chamada tubulina. Têm importância na
conservação e controle da forma da célula, e
participam nos movimentos celulares. Os
microtúbulos são também os componentes
estruturais mais importantes do cílios e
flagelos.
Cílios e Flagelos
São diferenciações particulares da
superfície celular que se encontram só em
alguns tipos de células de territórios epiteliais
particulares (túbulos renais, árvore
tráqueobronquial, espermatozóide, etc..) e
dada sua contituição permitem um fácil
mecanismo de mobilidade e uma
funcionalidade particular capaz de promover
movimentos livres das superfícies com a
intenção de expelir substâncias prejudiciais
para a célula.
Mitocôndrias
São corpúsculos geralmente ovais
delimitados por duas membranas de natureza
lipoprotéica, uma externa e outra concêntrica
no interior. A função primordial das
mitocôndrias é a liberação de energia,
transformam a energia potencial dos
alimentos em energia biológicamente útil.
Centríolos - Centrosfera e Astrofera
Sintetizados em estreita
correspondência dos ribossomos livres e
migram para o complexo de Golgi e se
condensam em orgânulos revestidos de
membranas lipoprotéicas. Neles se depositam
as enzimas líticas em forma inativa, dispostas
para serem utilizadas segundo as
necessidades e exigências da célula.
São formações citoplasmáticas que
se manifestam durante as fases das divisões
mitóticas. Os centríolos são corpúsculos
muito pequenos, esféricos, que constituem
um suporte importante dos cromossomos na
fase da divisão celular. Cada centríolo se
encarrega da formação de um centríolo fixo,
de maneira que à cada geração celular lhe
corresponda dois centríolos.
Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th
Edition, by Sinauer Associates and WH Freeman
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A centrosfera é formada por uma
zona de citoplasma mais claro e homogêneo.
A astrofera se observa só nas fases
avançadas da divisão celular e é responsável
pela formação dos filamentos do huso.
Intercâmbio de materiais entre a
célula e o meio ambiente
A membrana plasmática representa
o limite de separação da célula com o
ambiente externo. É uma estrutura funcional
ativa com mecanismos enzimáticos que
deslocam moléculas específicas penetrando
ou saindo da célula contra um gradiente de
concentração. Possui permeabilidade
diferencial ou seletiva que permite a
passagem de certas substâncias e impede a
18
de outras. Difusão é o termo geral para
definir o movimento de moléculas de uma
região de alta concentração para outra mais
baixa, pelo efeito da energia cinética das
moléculas.
hipertônico em relação à célula. Se o líquido
tem menos substâncias dissolvidas que a
célula, é hipotônico e a água tem como
tendência penetrar na célula fazendo que ela
inche.
A diálise é a difusão de partículas
dissolvidas (soluto) através de uma
membrana semipermeável, e a osmose é a
difusão de moléculas do solvente (água)
através da mesma. Nos líquidos de qualquer
célula viva se encontram sais, açucares e
outras substâncias em solução; o líquido tem,
pois, certa pressão osmótica.
A pinocitose e a fagocitose
apresentam outros tipos de transporte ativo
atribuídos à membrana citoplasmática.
Quando a célula deve assumir gotas de
líquido (pinositose) ou partículas sólidas
volumosas (fagocitose) acontecem uma série
de modificações características da membrana
citoplasmática, que tem como tendência
englobar e transportar ao interior do
citoplasma as substâncias citadas.
Quando a célula submerge num
líquido com a mesma pressão osmótica, não
há movimento neto de moléculas de água
dentro ou fora da célula (a célula não incha
nem encolhe) Por isso dizemos que o líquido
é isotônico ou isosmótico com relação à
célula; normalmente o plasma sangüíneo e
todos os líquidos do organismo são
isotônicos, pois contém a mesma
concentração de substâncias dissolvidas que
as células.
Se a concentração das substâncias
dissolvidas no líquido circundante é maior do
que a existente dentro da célula, a água tem
como tendência sair da célula, e como
conseqüência esta se contrai. Este líquido é
Ciclo Celular
Uma célula nasce quando sua célula
parentesca se divide, sofre um ciclo de
crescimento e divisão e dá origem a duas
células-filhas. A duplicação de todos os
constituintes da célula, seguida de sua
divisão em duas células-filhas, costuma-se
denominar-se ciclo celular.
Quando se inicia o processo de
divisão da célula, o núcleo muda de aspecto,
desaparece a dupla membrana e aparecem no
nucleoplasma estruturas filamentosas
chamadas cromossomos. O ser humano
possui vinte e três pares de cromossomos
homólogos, dos quais, 22 pares
sãoautossomos (determinam caracteres
somáticos) e o último casal correspondente
aos heterocromossomos ou cromossomos
sexuais: xx na mulher e xy no homem.
19
O nucleoplasma se confunde,
portanto, com o citoplasma, constituindo uma
massa única onde as duas formações não são
mais diferenciáveis. Os dois centrossomos
estão unidos entre si por estrias que, no seu
conjunto, assumem a forma de um fuso: o
fuso acromático. No centro deste fuso e,
portanto, no centro da célula, dispõem-se os
cromossomos que se dividem
longitudinalmente, duplicando assim o seu
número.
A Reprodução Celular
Na terceira fase, ou fase de
migração, os cromossomos deslizam
lentamente ao longo das fibras do fuso
acromático e chegam aos pólos onde se
encontram os centrossomos. Junto destes se
formam, portanto, duas coroas de
cromossomos em igual número.
A célula é dotada da propriedade de
multiplicar-se. Para fazer isso ela se divide em
duas partes. Toda célula provém da divisão de
uma célula preexistente. A divisão da célula
tem lugar, quase sempre, em conseqüência
de um processo complicado que se chama
mitose. A mitose tem lugar do seguinte
modo:
Na quarta e última fase, os
cromossomos nos dois pólos da célula
perdem a sua individualidade; reforma-se
assim, da sua fusão, a cromatina originária e
um núcleo com a sua membrana nuclear. O
citoplasma, entretanto, na sua metade, forma
um septo divisório; constituíram-se assim
duas células que depois se sepaparam.
A constituição química dos
cromossomos é altamente importante, dela
depende a transmissão dos caracteres para a
descendência. São constituídos
fundamentalmente por uma dupla hélice de
ácido nucléico associada à proteína ,que se
condensa em determinados pontos e se
duplica quando a célula se divide. As células
podem dividir-se por dois procedimentos: por
bipartição (amitose) ou por mitose. Em
ambos casos o resultado é idêntico:
formação de duas células com o mesmo
número de cromossomos que é a célula
progenitora, com o que se mantém
constante o número de cromossomos da
mesma espécie.
No curso de uma primeira fase, os
nucléolos desaparecem, o centrossomo se
divide em duas partes que se vão dispor em
dois pontos diametralmente opostos da
célula.
Cada célula tem um número 2n de
cromossomos (dotação diplóide), menos as
células reprodutoras (óvulo e
espermatozóides) que, depois de
experimentar o processo da redução
cromossômica (meioses), tem uma dotação
haplóide, isto é, n cromossomos.
A volta destes dois centrossomos de
nova constituição, formam-se estrias radiadas
chamadas áster. No núcleo, a cromatina
junta-se em certo número de pequenos
corpos, os cromossomos, numero sempre
igual para cada espécie animal. No homem,
os cromossomos são 46.
A segunda fase é caracterizada pelo
desaparecimento da membrana nuclear.
Noção de Histologia
Chama-se tecido um conjunto de
células caracterizado por uma estrutura
particular e por uma função fisiológica
determinada. O tecido é a unidade de
segunda ordem do corpo humano. Existem
duas grandes categorias de tecidos: os
parênquimas e os mesênquimas. Pertencem
aos parênquimas os epitélios, tecidos
formados quase exclusivamente de células;
pertencem aos mesênquimas tecidos
conjuntivos constituídos por células
separadas por uma substância intercelular
muito abundante.
Praticamente os tecidos são
classificados de acordo com a sua forma e a
sua função.
O tecido epitelial de revestimento
recobre a superfície do corpo e atapeta as
suas cavidades internas. É formado por
células chatas dispostas em numerosas
camadas ou estratos. Tomam, portanto, o
nome de epitélio pavimentoso estratificado
que forma, por exemplo, a epiderme, isto é, a
parte mais superficial da pele.
Um epitélio desse tipo tem função
essencialmente protetora. Há outros tipos de
epitélio, tais como:
- o epitélio prismático estratificddo, munido
de cílios vibráteis, típico da traquéia, no qual
os cílios podem mover-se ondulando;
- o epitélio prismático simples, típico das
paredes intestinais, que tem a função de
trocas;
- o tecido epitelial glandular, típico das
glândulas, que tem função secretora. As
glândulas se classificam em tubulares e
acinosas, simples e em cacho. O tecido
glandular desempenha uma tríplice ação:
absorve do sangue as substâncias de que tem
necessidade, elabora, a partir dessas
substâncias, um suco particular, e o secreta.
As células glandulares têm dois pólos
distintos, um pólo sanguíneo e um pólo
excretor. A secreção pode ter lugar por
filtração ou então dissolução, parcial ou total,
da célula; neste último caso, a célula se
regenera imediatamente.
O tecido conjuntivo é um tecido de
sustentação: forra todos os epitélios, ocupa
20
- tecido cartilaginoso, caracterizado pela
presença da condrina na substância
intercelular: é típico das cartilagens;
- tecido ósseo, caracterizado pela extrema
dureza, devido ao depósito de sais de cálcio:
é típico dos ossos.
O tecido muscular é formado por
elementos alongados dos quais a peculiar
característica é a contractibilidade, enquanto
o tecido nervoso é formado por células e
fibras, o chamado neurônio, e é capaz de
receber os estímulos, de transmitir dos
centros as ordens e de elaborar as sensações.
Destes dois tecidos de alto interesse, falar-seá, mais extensamente, nas páginas relativas
aos sistemas muscular e nervoso.
Súmula Histórica
Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer Associates and WH Freeman
todos os intervalos situados entre os órgãos.
Forma, além disso, uma cápsula fibrosa,
bastante resistente, em volta dos órgãos e
uma trama contínua no Interior dos órgãos. É
constituído por células estreladas ou
conjuntivas, unidas entre si por
prolongamentos do citoplasma e por uma
substância intercelular semifluida,
transparente e homogênea, que encerra
fibras conjuntivas e fibras elásticas. O tecido
conjuntivo se distingue em:
- tecido conjuntivo frouxo, que corresponde à
descrição feita;
- tecido fibroso, em que as fibras conjuntivas
são numerosas e unidas; este tipo de tecido
conjuntivo forma os tendões que ligam os
músculos aos ossos;
- tecido elástico, no qual predominam as
fibras elásticas; este tecido forma, por
exemplo, a túnica média das grandes artérias;
- endotélio, que é um tecido de revestimento
e forma a parede interna dos vasos e do
coração (endocárdio);
- tecido adiposo, representado pela capa de
gordura;
A base da medicina é a anatomia.
Graças aos conhecimentos anatômicos é que
a medicina ocidental fez maiores progressos
do que a medicina de outras civilizações.
A finalidade da anatomia é indagar a
estrutura do corpo são e normal. Foi o
Renascimento Italiano que iniciou o estudo
do corpo humano, e os maiores estudiosos da
época foram Leonardo da Vinci, André
Vesálio, os anatomistas da escola de Pádua
(Falópio, Fabrizio, Cassélio), de Bolonha
(Aranzio, Varólio) e de Roma (Eustáquio).
O desenvolvimento do organismo
antes do nascimento é estudado por uma
ciência particular: a embriologia.
A ciência, para adquirir o
conhecimento da forma e da estrutura do
corpo humano, segue duas vias:
1) A análise, que, por sua vez, se
realiza por dois modos distintos: o teórico e o
prático. A teoria estuda a estrutura
começando do elemento fundamental, a
célula, para passar aos tecidos e destes aos
órgãos, que descreve sistematicamente,
caminhando, portanto, do simples ao
complexo, do interno para o externo. A
prática, ao contrário, segue o processo
inverso, do externo para o interno; ela
observa a plástica do corpo para chegar aos
constituintes, descendo, pouco a pouco, do
geral ao particular.
2) A síntese estuda as diversas
partes do corpo, nas suas relações recíprocas
e nas funções que tecidos e órgãos diversos
podem realizar em colaboração. Nasceu,
desse modo, a fisiologia, ciência do
funcionamento, indissoluvelmente ligada à
anatomia, ciência da forma. Por essa razão a
anatomia e a fisiologia serão por nós
consideradas paralelamente.
As Ciências Morfológicas
Anatomia humana
A anatomia descritiva teve impulso
na França devido a Gunther d’Andernach, que
foi contemporâneo de André Vesálio,
professor de anatomia de Pádua e autor de
um famoso tratado de anatomia, ilustrado
com magníficos e preciosos desenhos. Vesálio
reagiu vigorosamente contra o ensino
errôneo da anatomia humana baseada nos
trabalhos de Galeno e substituiu-os pela
demonstração direta de órgãos e aparelhos
tais como eram observados pela dissecação.
No século XVII deve-se recordar a
descoberta da circulação do sangue, da qual
teve a intuição William Harvey em 1619. Três
anos mais tarde, Aselli descreveu os vasos
21
linfáticos, dos quais o significado foi
explicado com precisão por Jean Pecquet, em
1651.
concepções puramente teóricas de Galeno:
admitia-se, por exemplo, uma comunicação
entre os dois ventrículos do coração por meio
de invisíveis canais. Servet, juntamente com
Vesálio, insurgiu-se contra essa concepção, e
demonstrou (1511) que não há mistura de
sangue entre os dois ventrículos.
Nos séculos XVII e XVIII a anatomia
fez grandes progressos, graças ao
aperfeiçoamento da técnica de investigação.
Malpighi utilizou a injeção de líquidos
corados, que tornam mais evidente a
estrutura dos órgãos. O mesmo anatomista
italiano fez descobertas importantíssimas:
estudou a estrutura dos pulmões, descobriu
os capilares, os lóbulos hepáticos, os
glomérulos do rim, aos quais se deu o seu
nome (glomérulos de Malpighi).
Deveria ser, contudo, William Harvey
quem iria descobrir o mecanismo da
circulação do sangue com base nos dados já
postos em evidência por André Cesalpino.
William Harvey ( 1578-1657)
A idéia da circulação do sangue se
funda, ao mesmo tempo, sobre a observação
e sobre o raciocínio. “Considere-se a
quantidade de sangue que atravessa o
coração – escrevia Harvey – e a rapidez com
que tem lugar esta passagem. Se o sangue
não pudesse, por qualquer caminho que seja,
voltar ao coração, as artérias, sob o contínuo
afluxo de sangue, se encheriam até
arrebentar; ao contrário, as veias, se o
sangue não voltasse ao coração, ficariam
vazias e frouxas. Por isso comecei a
perguntar-me se não haveria um movimento
circular (motus circularis) do sangue...”
A anatomia humana se aperfeiçoou
enormemente nos séculos XIX e XX.
Anatomia microscópica
A invenção do microscópio e as suas
primeiras aplicações no estudo dos seres
vivos teve lugar no século XVII. É aos óticos
holandeses Hans e Zacharias Janssen que se
atribui a invenção do microscópio composto,
mas é ao físico inglês Robert Hooke que se
deve a primeira observação dos caracteres
histológicos, relativamente à estrutura celular
da cortiça.
Marcelo Malpighi aplicou o
microscópio ao estudo das plantas e
constatou que os seus tecidos são formados
de pequenas cavidades cheias de líquido
(utrículos e vesículas) e das formações
vasculares.
De 1673 a 1723 o comerciante de
fazendas Leeuwenhoeck, de Delft, examinou
ao microscópio uma porção de objetos
pertencentes ao reino animal e vegetal,
revelando aos olhos dos seus
contemporâneos atônitos todo um mundo
novo; em 1678 descreveu os
Marcelo Malpighi (1628-1694)
espermatozóides de numerosas espécies
animais e os glóbulos vermelhos do sangue.
Fisiologia
A fisiologia estuda os organismos
sob o ponto de vista do seu funcionamento.
Se a anatomia, e em geral as ciências
morfológicas, respondem à pergunta “como é
feito o corpo humano?”, a fisiologia responde
à pergunta “como funciona?”. O campo de
indagação da fisiologia é imenso.
Primeiramente as funções do nosso
organismo são numerosas; além disso, essa
ciência não se ocupa somente da função dos
sistemas (aparelhos – digestivo, respiratório,
circulatório, excretório, nervoso) mas,
também, das funções das células em
particular e dos tecidos.
A fisiologia moderna nasceu no
século XVI e a primeira contribuição se deve a
Miguel Servet (1511-1553) que estudou a
circulação pulmonar. Até esse momento, a
ciência fisiológica estava apoiada nas
Miguel Servet (1511-1553) Gravura de
Christoffel Van Sichem (1607)
Harvey observou as pulsações
do coração e interpretou, admiravelmente, a
“sístole” como uma contração e a “diástole”
como uma dilatação das cavidades cardíacas.
Confirmou que o sangue vai aos pulmões e
deles volta ao coração, e que, do ventrículo
esquerdo, sai a artéria aorta que, com as
suas ramificações, leva o sangue a todo o
organismo. Mas a autêntica descoberta está
na circulação do sangue. Depois de ter
chegado à extrema periferia do corpo, o
sangue passa através de vasos pequeníssimos
(capilares) para as veias e volta ao coração.
Depois de provas experimentais,
como a ligadura dos vasos, a ligadura lenta
dos membros, a compressão digital, Harvey
chegou a uma conclusão definitiva: “Nos
membros e nas extremidades, o sangue, seja
por continuação direta, seja através dos
poros da carne, seja por outros meios, passa
das artérias para as veias, movendo-se em
circuito fechado, do centro para as
extremidades, e, novamente, das
extremidades para o centro”.
O mecanismo da digestão foi
descoberto ainda mais tarde, um século
depois da descoberta de Harvey. No início do
22
Anton Leeuweonhoeck (1632-1723)
Antônio Lavoisier e sua mulher, por David
século XVIII, duas teorias procuravam
explicar a digestão: uma interpretava a
digestão como uma conseqüência da
trituração exercida sobre os alimentos pelos
músculos do estômago; a outra afirmava, ao
contrário, que a digestão é conseqüência de
sucos particulares. O problema foi resolvido
pelas pesquisas de dois grandes cientistas,
precursores da fisiologia experimental:
Réaumur e Spallanzani:
Réaumur estudou, em 1753, a
trituração operada no estômago das aves
(galinhas, perus, patos).
A fisiologia da respiração começou
com os memoráveis trabalhos de Lavoisier
que revelaram a verdadeira natureza da
respiração. As suas experiências de 1777
ficaram clássicas. A respiração foi
interpretada como uma absorção de oxigênio
e uma libertação de anidrido carbônico, como
é na realidade.
Fontes de textos e figuras:
1. Online Biology Book
© The Online Biology Book is hosted by Estrella Mountain
Community College, in sunny Avondale, Arizona. Text ©1992,
1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, M.J. Farabee, all
rights reserved. Use for educational purposes is encouraged.
2. O Corpo Humano
© 2000 jPauloN.RochaJr Corporation, All rights reserved
(www.corpohumano.hpg.ig.com.br)
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