Componente Curricular: Enfermagem Médica Profª Mônica I. Wingert Módulo II Turma 201E HEMOFILIA A hemofilia é uma doença genético-hereditária que se caracteriza pela desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. A hemofilia do tipo A tem como causa a deficiência do fator VIII da coagulação, enquanto a hemofilia do tipo B ocorra pela deficiência do fator IX da coagulação. Estudos epidemiológicos têm revelado que a hemofilia do tipo A é aproximadamente cinco vezes mais comum que a outra. Ambos os tipos estão relacionados ao cromossoma X, de modo que a grande maioria dos hemofílicos é do sexo masculino, cujas mães e irmãs são portadoras assintomáticas. A hemofilia é um distúrbio na coagulação do sangue. Por exemplo: quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as proteínas (elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo) entram em ação para estancar o sangramento. Esse processo é chamado de coagulação. Tipos de hemofilia A hemofilia é classificada nos tipos A e B. Pessoas com a hemofilia tipo A são deficientes de fator VIII. Pessoas com hemofilia do tipo B são deficientes de fator IX . Os sangramentos são iguais nos dois tipos, porém a gravidade dos sangramentos depende da quantidade de fator presente no plasma (líquido que representa 55% do volume total do sangue). Transmissão A hemofilia é uma doença genética, ou seja, é transmitida dos pais para os filhos no momento em que a criança é gerada. O corpo humano se desenvolve a partir de uma única célula. Esta célula é formada pela união do espermatozoide do pai com o óvulo da mãe. Cada um desses possui um núcleo com 23 pares de cromossomos, que se juntam e dão origem aos 23 pares de cromossomos que contém todas as informações necessárias paras a formação de uma pessoa, como tipo de cabelo, cor dos olhos, etc. Cada cromossomo é formado por um conjunto de genes. Se apenas um desses genes apresentar alguma alteração, também representará uma alteração na criança que está sendo gerada. Causa O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos sexuais XX. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadores do defeito. O filho do sexo masculino é que pode manifestar a enfermidade. Diagnóstico Além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea. Sintomas Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. E, geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiros as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são: Dor forte; Aumento da temperatura; Sangramentos; Equimoses (hematomas). Equimoses volumosas; Hematúria. Hemorragias digestivas. Restrição de movimentos articulares (joelho, tornozelo e cotovelo); Artralgia, limitações articulares e de presença de edema; Sangramentos graves dos tecidos musculares, segmentos articulares e gengiva; Tratamento Basicamente consiste na reposição do fator anti-hemofílico. Paciente com hemofilia A recebe a molécula do fator VIII, e com hemofilia B, a molécula do fator IX. Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação que é fornecida pelo ministério da Saúde. Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as sequelas que deixarão os sangramentos. Por isso, o paciente deve ter em casa a dose de urgência do fator anti-hemofílico específico para seu caso e ser treinado para aplicá-la em si mesmo tão logo apareçam os primeiros sintomas. Deve também fazer também aplicações de gelo, no mínimo, três vezes por dia, por 15 ou 20 minutos, até que a hemorragia estanque. Vencida a fase aguda, o portador de hemofilia deve ser encaminhado para fisioterapia a fim de reforçar a musculatura e promover estabilidade articular. Os pais devem procurar assistência se o filho apresentar sangramentos frequentes e desproporcionais ao tamanho do trauma. Manchas roxas que aparecem no bebê, quando bate nas grades do berço, podem ser um sinal de alerta para diagnóstico da hemofilia. A criança deve crescer normalmente; A prática regular de exercícios que fortaleçam a musculatura é fundamental para os hemofílicos. No entanto, esportes agressivos são desaconselhados. Cuidados de enfermagem Evitar o uso de ácido acetilsalicílico e medicações por via parenteral; Orientar quanto a uma boa higiene oral e alimentação adequada para prevenir problemas dentários; Usar escovas de dente macias; Adotar cuidados especiais caso o paciente necessite submeter-se a procedimentos como tricotomia, enemas ou aplicação de calor, os quais devem ser evitados sempre que possível; Providenciar um cartão de identificação para que o paciente carregue sempre consigo;