O teatro brasileiro a partir daí começou a evoluir e no século XVII era perceptível uma diversificação, peças eram trazidas da Espanha e encenações em língua portuguesa. Vê-se nesse período obras teatrais escritas por Manoel Botelho de Almeida, o baiano e Antônio José da Silva, o Judeu, que tinha suas peças encenadas no Teatro do Padre Ventura, no Rio de Janeiro. Em meados do século XIX, mais uma fase do teatro brasileiro que embalada pelo Realismo, dá vazão a autores como Machado de Assis e Aluisio de Azevedo fazem uma crítica às elites brasileiras através de uma literatura recheada de humor e sarcasmo. Nas décadas de 30 e 40, o Brasil é tomado pelo gênero humorísticos, as companhias teatrais se concentravam em torno de um ator carismático que tinha domínio de palco, uma comunicação direta com o público e conhecimento da arte do improviso. Nestas companhias destacam-se Procópio Ferreira, Jaime Costa e Dulcina de Morais que são exemplos. Nos anos 40, uma vontade geral de transformar esse modo de fazer teatro se propaga por grupos amadores, formados por universitários, intelectuais e profissionais liberais. Décio de Almeida Prado funda o Grupo Universitário de Teatro. Alfredo Mesquita dirige o Grupo de Teatro Experimental e funda a primeira escola de atores do Brasil, a EAD - Escola de Arte Dramática, em São Paulo. Os amadores começam a reconhecer que a arte teatral carecia de técnica e textos encenados e impulsionam o projeto das escolas especializadas em teatro. O Arena fechou suas portas em 1970 com o regime militar. A metáfora foi um caminho encontrado pela classe artística para driblar a censura imposta pelo novo regime. Com isso apareceram grupos, atores e diretores irreverentes com uma nova forma de expressão. O dramaturgo Fauzi Arap escreveu peças sobre a homossexualidade. No Rio de Janeiro destaca-se Asdrúbal Trouxe o Trombone, cujo espetáculo Trate-me Leão retratava a geração de classe média carioca. Em São Paulo surge a Royal Bexiga's Company e o grupo Pod Minoga, formado por alunos de Naum Alves de Souza, com a montagem coletiva Folias Bíblicas , em 1977. Em 1979 a censura perde a força e algumas peças proibidas nesse período são liberadas. A montagem de Rasga Coração , de Oduvaldo Vianna Filho, teve estréia nacional, no dia 21 de setembro do mesmo ano, no Guairinha. Na década de 80 o teatro sofreu influência do pós-modernismo, tendo como expoente o dramaturgo Gerald Thomas. Montagens como Carmem com Filtro , Electra com Creta e Quartett apresentavam ironias sofisticadas e concepções ousadas. Já na década de 90 houve a necessidade de um retorno aos clássicos, as encenações mostraram tendências à visualidade e o retorno gradativo à palavra. O experimentalismo alcança sucesso de público e crítica nos espetáculos Paraíso Perdido (1992) e O Livro de Jó (1995), de Antônio Araújo, encenadas em um hospital e uma igreja. A técnica circense também é adotada por vários grupos em seus espetáculos.