NEGAÇÃO E A CONCORDÂNCIA DE SUJEITO EM ORO WARAM (PAKAA NOVA, TXAPAKURA) Selmo Azevedo Apontes1 Quesler Fagundes Camargos2 1. Introdução Há poucos estudos sobre fenômenos linguísticos em que construções negativas apresentam algum efeito sobre outros mecanismos gramaticais aparentemente não relacionados à negação. Em trabalhos anteriores, havíamos estipulado que a morfologia pronominal varia de acordo com as especificações de tempo, aspecto e modo (APONTES, 2013; APONTES & LEE, 2014). Porém, será apresentado neste trabalho de cunho estritamente descritivo que a morfologia pronominal é modificada principalmente para reforçar a especificação de um modo verbal. Assim, este trabalho tem por objetivo investigar a interação entre o sistema de concordância e a negação sentencial em Oro Waram (Pakaa Nova, Txapakura). Os materiais serão utilizados com dados de Apontes (2015), bem como de materiais inéditos e ainda em análise. Esses materiais serão lidos sob a ótica de: Givón (2001), Comrie (1985, 1988), Whaley (1997), Takahashi (2009), Haan (2012) e Apontes (2014, 2015). 1 Professor Doutor no Centro de Educação, Letras e Artes da Universidade Federal do Acre. Doutorado em Linguística POSLIN/UFMG. Membro do Laboratório de Línguas Indígenas (LALI/UFMG). E-mail: [email protected]. 2 Professor Mestre no Departamento de Educação Intercultural da Universidade Federal de Rondônia (DEINTER/UNIR). Doutorando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Ferais (POSLIN/UFMG). Membro do Laboratório de Línguas e Culturas Indígenas (LALIC/UNIR) e Laboratório de Línguas Indígenas (LALI/UFMG). E-mail: [email protected] e [email protected]. Parte desta pesquisa é o resultado dos trabalhos desenvolvidos no projeto “Documentação, descrição e análise das línguas da família linguística Txapakura”, no âmbito da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal de Rondônia (PROPesq/UNIR) e do Grupo de Pesquisa em Educação na Amazônia (GPEA), dentro da linha de pesquisa “Estudos da Linguagem Intercultural.” Conta ainda com o apoio da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia – FAPERO, por meio Programa de Apoio à Pesquisa – PAP – Universal Chamada Universal FAPERO nº 003/2015. 2. Fundamentação teórica Segundo Givón (2001), o domínio funcional das estruturas linguísticas muitas vezes trabalha em interface interna no sistema gramatical. Dessa maneira, quando ocorre o acionamento de um determinado núcleo funcional, a estrutura gramatical acaba causando um efeito nas demais estruturas linguísticas. Neste trabalho, apresentamos dados linguísticos que mostram que as estruturas modais afirmativas quando passam para estruturas modais negativas acabam causando um efeito no sistema de marcação da concordância de sujeito, assim ocorre uma interface do modo negativo com a codificação do sujeito oracional. Há um comportamento de controle das propriedades gramaticais, deixando claro que a estrutura oracional requer efeitos paralelos nos subsistemas gramaticais. Comrie (1985), ao discutir a característica gramatical de TEMPO, verificou que muitas línguas apresentam uma visão do tempo diferentemente da visão ocidental. Dessa forma, algumas línguas gramaticalizam o TEMPO em de maneira diferenciada, e não apenas em uma característica linearizada. No entanto, a forma didática, da figura abaixo (COMRIE, 1985, p. 2), ainda é relevante para nosso objetivo: Figura 1: Divisão binária do tempo A clássica diferença do passado, presente e futuro, nem sempre é reconhecida nas marcações gramaticais. E o presente, muitas vezes, é visto ou entendido como um momento estacionário, um ponto zero entre as duas possibilidades. Porém, nem sempre é o que ocorre, pois há a possibilidade de haver línguas que preferem dar mais relevância para a característica modal que a característica temporal. Se for o caso, pode-se verificar que a forma de a língua gramaticalizar o modo tem mais relevância que as marcas de tempo. As classificações em modo, a partir de uma especificação binária, divide o comportamento linguístico nas sentenças que expressam fatos reais, conhecidos, e fatos não reais, não conhecidos. Assim, dividem-se as estruturas em modo realis e irrealis, ou em factual e não factual (TAKAHASHI, 2009; HAAN, 2012), como uma categorização gramatical mais ampla, a partir de uma tendência binária de classificação. Figura 2: Divisão binária do modo realis irrealis factual não-factual Dentre essas duas divisões, pode-se aproveitar a exposição binária e realizar uma figura em que divide as estruturas em dois modos: Figura 3: Divisão binária do modo/sentença factual não factual afirmativas negativas Assim, as sentenças afirmativas estariam dentro da divisão do modo factual e as sentenças negativas dentro da divisão do modo não factual3. O grau das especificações dos fatos conhecidos e não conhecidos serão especificados em uma escala gradual em que é marcada com características adverbiais, especificando o modo. Para Givón (2001, p. 300), a modalidade codifica a ATITUDE DO FALANTE em relação à proposição. Por atitude quer significar aqui principalmente os dois tipos de julgamentos feitos pelo falante concernente à informação proposicional carregada na cláusula: 3 Claro que dentro das estruturas no modo não factual não são apenas as negativas. Apenas para efeito de recorte desse artigo, frisamos esse aspecto. Para mais detalhes, veja Apontes & Lee (2014). - Julgamento epistêmico: verdade, probabilidade, certeza, crença, evidência. - Julgamento Avaliativo (‘deôntico’): desejabilidade, preferência, intenção, habilidade, obrigação, manipulação. Além disso, de acordo com Givón (2001, p. 300-301), “Tanto as submodalidades epistêmica quanto a avaliativa admitem, pelo menos em princípio, sombreamento e gradação, tanto dentro como através sombreamento e gradação, bem como dentro e entre as categorias (Palmer 1979, 1986; Coates 1983; Ransom 1986). Mas o nível de modalidades de codificação gramatical em qualquer língua específica é um subconjunto limitado do conjunto universalmente possível. O que é mais, ao menos em uma das principais, que da modalidade irrealis, os modos epistêmico e avaliativo sobreposicionam-se (imbricam) em uma grande extensão e partilhar suas codificações gramaticais.” Será esse ponto de vista que da sobreposição, da partilha de efeitos de codificação gramatical que veremos a seguir, com a implicação de estruturas negativas e a codificação de sujeito. 3. Apresentação dos dados Em termos descritivos, nas construções afirmativas, o verbo transitivo concorda, em pessoa e número, com o sujeito e, em pessoa, número e gênero, com o objeto. Caso seja um verbo intransitivo, manifesta-se apenas a concordância com seu sujeito, também em pessoa e número. O curioso é que, quando a sentença afirmativa é submetida à negação, o sistema de concordância com o sujeito sofre uma significativa alteração em seu paradigma. Nas sentenças afirmativas, em relação a terceira pessoa, há apenas um único codificador do sujeito: {na} que pode ser traduzido como codificador de sujeito de terceira pessoa do singular. Essa codificação serve tanto para sujeitos de gênero masculino, feminino ou neutro. No entanto, quando as sentenças são submetidas à negação, ocorre a obrigatoriedade de uma nova codificação do pronome marcador de sujeito de terceira pessoa, especificando o gênero gramatical. Agora, há a necessidade de um pronome codificando o sujeito do gênero masculino {ka}, o sujeito de gênero feminino {kama} e o sujeito de gênero neutro {ne}. Dessa forma, a modificação do tipo de sentença requer, automaticamente, uma dupla marcação: a de um codificador para as sentenças negativas: {ʔom ka} no início da estrutura, e a consequente mudança na codificação dos pronomes codificando o sujeito oracional. Ocorre, assim, uma necessidade inerente no sistema de organização morfossintática de concordância entre a negação e a concordância de sujeito. Para verificar a interface entre as sentenças negativas e a codificação do sujeito, veremos na próxima subseção as construções negativas. 3.1. Sentenças negativas Nesta subseção, apresentamos as sentenças negativas cujos pronomes se manifestam de forma diferente daqueles de sentenças afirmativas. Essas estruturas negativas virão com a introdução de: {ʔom ka V}, como se nota nos exemplos abaixo4: (1) (2) 4 a. tɾayüʔ ʃo na escutar BEM 3SG “O homem escuta bem.” b. ʔom ka tɾayüʔ NEG REL escutar “O homem não escuta bem.” a. tɾayüʔ ʃo na escutar BEM 3SG “A mulher escuta bem.” b. ʔom ka tɾayüʔ NEG REL escutar “A mulher não escuta bem.” tɾama homem ʃo BEM ka 3SG.M.NEG tɾama homem kamaʔ 3SG.F.NEG naɾima mulher naɾimaʔ mulher ʃo BEM Abreviaturas: 1= primeira pessoa; 2= segunda pessoa; 3= terceira pessoa; SG= singular; PL= plural; NEG= negação; REL= relativizador; F= feminino; M= masculino; N= neutro; PROIB= proibitivo; PARTC= partícula; IMP= imperativo; DEM= demonstrativo; OBL= oblíquo; CONF= confirmativo; PERF= perfectivo; DEM= demonstrativo; CONF= confirmativo; AGREE= concordância; V= verbo; SUJ= sujeito; OBJ= objeto. (3) a. tɾayüʔ ʃo na escutar BEM 3SG “A queixada escuta bem.” b. ʔom ka tɾayüʔ NEG REL escutar “A queixada não escuta bem.” miyak queixada ʃo BEM ne 3SG.N.NEG miyak queixada O principal ajuste ocorre na terceira pessoa, que passa a marcar os gêneros masculino, feminino e neutro do sujeito. Nas estruturas afirmativas em (a), a marca de concordância {na} não sofre variação se o sujeito for de gênero masculino, feminino ou neutro. No entanto, na contraparte negativa em (b), ao receberem o marcador de negação {ʔom ka} no início da sentença, as marcas de concordância variam em masculino (1b), feminino (2b) e neutro (3b), acionando respectivamente os marcadores {ka, kamaʔ e ne}. Esses exemplos nos revelam que há de fato uma interface entre o sistema de concordância e a marcação de negação sentencial nessa língua. Além disso, o paradigma de concordância presente nas sentenças negativas também é engatilhado nas estruturas interrogativas. Tal fato nos motiva a estipular que a distinção presente neste sistema de concordância provavelmente esteja condicionada à modalidade factual, distinguindo-se, portanto, entre factual (afirmativas) e não factual (negativas, interrogativas...). Merece destaque o fato de a expressão de negação {ʔom} ser acompanhada do relativizador {ka}, típico de orações relativas e interrogativas. Assim, assumimos que, como as orações relativas e interrogativas são encabeçadas por um núcleo, a negação em Oro Waram se realiza no domínio do sintagma complementizador. Há, também, em Oro Waram, outras formas de marcar as estruturas negativas, tais como: proibitivas. As proibitivas ocorrem com o marcador {taʔ} antecedendo o verbo. Tendo em vista que a ordem preferencial é: V-AGREE-OBJSUJ, tanto marcador de negativo quanto o proibitivo ocorrem antecedendo o verbo. A diferença é que o negativo requer a modificação morfológica da mudança de codificação do pronome marcador de sujeito, já o proibitivo não requer essa modificação, como será visto nas estruturas proibitivas a seguir. 3.2. Proibitivas Nos exemplos abaixo, veja que as sentenças proibitivas iniciam-se com {taʔ}. No entanto, apesar de ser um tipo de construção negativa, os pronomes têm a mesma forma dos pronomes de sentenças afirmativas: (4) taʔ tomi PROIB falar mip maʔ ALTO 2SG hoʔ kɾik ACORDAR pin tatam maʔ PERF PART 2SG hiyimaʔ ko piʔ ʔam nana crianças REL dormir 3PL “Não fale alto, porque acorda as crianças que estão dormindo.” (5) kayinaʔ taʔ maw Filha PROIB ir maɲ ma-ɲ 2SG-3N maʔ wanaʔ DEM.2 caminho maʔ DEM.2 ʔom ka awi ne NEG REL bom 3SG.N “Filha, não vá por esse caminho aqui. Ele (o caminho) não é bom.” Conforme se observa nos exemplos (4) e (5), o marcador de proibitivo {taʔ}, apesar de estar posicionado no início da estrutura pré-verbal, não requer uma estrutura relativa e nem necessita de nenhum ajuste nos pronomes codificadores de sujeito. Esse fato diferencia uma estrutura com função negativa daquela de estrutura proibitiva. 3.3. Imperativas e proibitivas Já foi verificado nos exemplos (4) e (5) que a estrutura proibitiva não requer nenhum ajuste no sistema de concordância verbal. Agora, vejamos a comparação de estrutura imperativa com a construção proibitiva. (6) (7) (8) (9) kom ɾaʔ Cantar 2SG.IMP “Cante!” kom yeʔ Cantar 2PL.IMP “Cantem” taʔ kom maʔ PROIB cantar 2SG “Você não deve cantar!” taʔ kom heʔ PROIB cantar 2PL “Vocês não devem cantar!” Os exemplos (6) e (7) apresentam um grupo de pronomes específicos de estruturas imperativas: {ɾaʔ} para a segunda pessoa do singular e {yeʔ} para a segunda pessoa do plural. A estrutura proibitiva, nos exemplos (8) e (9), desfaz o requerimento dos pronomes específicos do imperativo e introduz a partícula marcadora de proibitiva. Apesar de ter aparentemente o mesmo valor, há uma especificação pragmática do uso modal entre as duas estruturas. 3.4. Negativas existências No caso de estruturas negativas existenciais, o marcador de negativo pode assumir uma posição de núcleo verbal em oposição a um verbo de sentença afirmativa, como se observa a seguir: (10) maʔ na paʔ tɾim existir 3SG 1SG.OBL casa “Eu tenho uma casa.” (Lit.: A/uma casa existe para mim) (11) ʔom na paʔ tɾim NEG 3SG 1SG.OBL casa “Eu não tenho casa” (Lit.: A/uma casa não existe para mim) (12) ʔom na paʔ tokwi tow NEG 3SG 1SG.OBL chumbo “Não existe chumbo para mim.” ʔom na paʔ tɾaɲ ʃe NEG 3SG 1SG.OBL pólvora/carvão “Não existe pólvora para mim.” na na ka miʔ maʔ CONF COMPL dar 2SG “Você empresta para mim, tio?” paʔ 1SG.OBL ayi tio No exemplo (10), a estrutura existencial afirmativa é marcada com o verbo {maʔ}, porém a tradução literal diz que o pronome de terceira pessoal do singular {na} concorda com o nome ‘casa’. Já o pronome oblíquo de primeira pessoa do singular {paʔ}, indica o beneficiário da estrutura. No exemplo (11), o verbo da estrutura existencial afirmativa é retirado e a partícula negativa assume a posição de núcleo da predicação verbal. No entanto, essa forma de negativa existencial não requer uma concordância do pronome que codifica o sujeito da sentença ‘casa’, que é de gênero neutro, e, conforme exemplo em (3b), se fosse uma negativa modal, teria a presença do relativizador {ka} e o consequente efeito da modificação do pronome codificador do gênero gramatical do sujeito. O exemplo (12) apresenta também a mesma estrutura em que o marcador de negativo assume a posição de núcleo verbal, não requerendo um efeito na forma do pronome que codifica o gênero do sujeito. 4. Análise dos dados e conclusão Segundo os dados disponíveis, fica claro que há dois modos de julgamentos feitos pelo falante por meio das informações proposicionais da sentença: a epistêmica e a avaliativa. As sentenças negativas situam-se no julgamento epistêmico, o que requer uma modificação na estrutura da codificação gramatical, atuando em interface com a codificação da marcação de sujeito. Já o julgamento avaliativo, que são as negativas paralelas que ocorrem com as estruturas proibitivas/impeditivas, não requer uma atitude que atua em interface com os codificadores do sujeito. Por outro lado, as estruturas negativas situam-se no modo irrealis. Esse modo irrealis engloba não somente o negativo, mas também as interrogativas, relativas, condicionais... O que faz um paralelismo dessas estruturas no modo irrealis. No entanto, verifica-se outro modo de analisar as estruturas não apenas dicotomizando-as em realis e irrealis, mas em factual e não factual (APONTES, 2013; APONTES; LEE, 2014; APONTES, 2015). Figura 4. Divisão binária das sentenças modais afirmativas negativas Dessa maneira, as sentenças afirmativas estariam dentro da divisão do modo factual e as sentenças negativas dentro da divisão do modo não factual, como mostra a Figura 4. Falta verificar a estrutura relativa e o modo de realizar a coerência referencial tanto das pistas anafóricas quanto catafóricas (GIVÓN, 2001, p. 175) e, assim, poder conectar a ativação referencial com as gramaticalizações. Ou então, como diz Comrie (1989), verificar o movimento que ocorre em diferentes tipos de orações relativas restritivas e não restritivas, se as duas apresentam as mesmas estruturas ou se são duas formas de orações: a principal e a dependente, e os traços de ligação e o traço de rastreamento. (COMRIE, 1989, p. 138-140) Givón (2001, p. 190) e Comrie (1989, p. 141-142) relatam que muitas línguas apresentam as orações relativas como nominalizadas. Esse fato, segundo Givón (2001, p. 190), muitas vezes marca uma distinção morfológica entre o sujeito e o objeto nominalizado, uma distinção que serve como uma estratégia de recuperabilidade de caso na relativização. Esse fato precisa ser verificado, principalmente no que tange à diferença entre estruturas relativizadas e nominalizadas, a fim de comprovar o comportamento das duas estruturas, se são duas ou apenas uma forma. Esse artigo revelou que há, de fato, uma interface entre o sistema de concordância e a marcação de negação sentencial nessa língua. Além disso, o paradigma de concordância presente nas sentenças negativas também é engatilhado nas estruturas interrogativas. Tal fato nos motiva a estipular que a distinção presente neste sistema de concordância provavelmente esteja condicionada à modalidade factual, distinguindo-se, portanto, entre factual (afirmativas) e não factual (negativas, interrogativas...). Merece destaque o fato de a expressão de negação {ʔom} ser acompanhada do relativizador {ka}, típico de orações relativas e interrogativas. Assim, assumimos que há um paralelismo entre as orações relativas, interrogativas e negativas, encabeçadas por um núcleo projetado no domínio do sintagma complementizador, o qual é realizado pelo relativizador {ka}. Por fim, a estrutura afirmativa revela-se como estrutura não marcada, pois não exige uma modificação dos pronomes codificadores do sujeito. Já a estrutura negativa revela-se como estrutura marcada, pois além de um codificador para a negativa, exigido um relativizador para se conectar à sentença, requer um conjunto diferenciado de pronomes codificadores de sujeito, especificando o gênero gramatical. Referências APONTES, S. A. Descrição gramatical do Oro Waram (Wari’/Pacaa Nova, Txapakura): fonologia, morfologia e sintaxe. Tese (Doutorado em Linguística) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015. APONTES, S. A. 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