avaliação biológica de implantes de plga contendo ácido

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42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
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AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DE IMPLANTES DE PLGA CONTENDO
ÁCIDO ROSMARÍNICO PARA O TRATAMENTO DE DOENÇAS
PROLIFERATIVAS DA RETINA
BIOLOGICAL EVALUATION OF PLGA IMPLANTS CONTAINING
ROSMARINIC ACID FOR PROLIFERATIVE RETINAL DISEASES
L. C. Vieira1, L. C.Domingos1, G. O. Fulgêncio1, S. L. Fialho2, R. Jorge3,
A Silva-Cunha1*
1
Universidade Federal de Minas Gerais, 31270-901, Belo Horizonte
2
3
Fundação Ezequiel Dias, 30510-010, Belo Horizonte, Brasil
Universidade de São Paulo, 14049900 - Ribeirão Preto, Brasil
RESUMO
O desenvolvimento de implantes intraoculares biodegradáveisdestina-se
a atingir níveis terapêuticos do fármaco no local de ação durante
períodos de tempo prolongados. No presente trabalho o objetivo
principal foi a avaliação do perfil de libertação in vivo e da toxicidade
ocular
de
implantes
biodegradáveis
de
PLGA
contendo
ácido
rosmarínico (RA), polifenol com atividade antiangiogênica. Foram
utilizados coelhos albinos (n = 24) da raça Nova Zelândia e os implantes
de PLGA contendo RA (25%) foram implantados no olho direito de cada
animal. O olho esquerdo foi utilizado como controle. Os animais foram
avaliados clinicamente antes da cirurgia e semanalmente após a
inserção.
A
função
retiniana
dos
animais
foi
avaliada
por
eletrorretinografia (ERG). O perfil de liberação in vivo do RA foi avaliado
por quantificação do fármaco liberado a partir dos implantes e presente
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nos humores vítreo e aquoso. O RA pôde ser detectado até a quinta
semana no vítreo e no humor aquoso até a segunda semana. Os
sistemas não apresentaram nenhuma toxicidade e permitiram a
liberação do RA durante cerca de 2 semanas, o que sugere a aplicação
desses implantes no tratamento de doenças proliferativas da retina.
Palavras-chave: Ácido rosmarínico, implantes intraoculares, segmento
posterior do olho, eletrorretinografia.
ABSTRACT
The development of biodegradable intraocular implants is intended to
achieve therapeutic levels of drug at the site of action for prolonged
periods of time. In the present work the main goal was the evaluation of
the in vivo release profile and ocular toxicity of biodegradable implants
containing rosmarinic acid (RA), a water-soluble polyphenolic compound
with a promising anti-angiogenic activity. Albino rabbits (n = 24) of New
Zealand’s breed were used and PLGA implants containing RA (25%)
were implanted into the right eye of each animal. The left eye was used
as control. Animals were clinically evaluated before surgery and weekly
after that. The retinal function of the animals was assessed by
electroretinogram (ERG). The in vivo release profile of RA was assessed
by quantification of the drug released from the implants and present in
the vitreous and aqueous humours. After analysis of vitreous samples,
could be detected until the 5th week and in aqueous humour until the
2nd week. The systems showed no toxicity and allowed the release of
RA during approximately 2 weeks, which suggests the further application
in the treatment of proliferative diseases of the retina.
Keywords: rosmarinic acid, intraocular implants, posterior segment of the
eye, electroretinography.
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INTRODUÇÃO
As doenças proliferativas da retina, como a degeneração macular
relacionada à idade e a retinopatia diabética, são responsáveis pela
maioria dos casos de cegueira irreversível no mundo. Esse cenário,
portanto, estimula o desenvolvimento de novos tratamentos para
degenerações retinianas e outras doenças que atingem os tecidos
posteriores do olho. A eficácia do tratamento depende, basicamente, do
sucesso no transporte de doses efetivas de agentes farmacológicos
diretamente para os locais a serem tratados. Entretanto, as barreiras
naturais do olho, constituídas pela córnea, conjuntiva e sistema
hematorretiniano promovem uma baixa penetração dos fármacos no
interior do olho limitando os tratamentos disponíveis e exigindo cuidado
devido a possíveis ocorrências de efeitos adversos.
Este trabalho teve como objetivo a avaliação, por meio de estudos in
vivo, da farmacocinética e da toxicidade de implantes intraoculares
constituídos por uma matriz polimérica contendo o fármaco ácido
rosmarínico para o tratamento de doenças oculares causadoras de
neovascularização, visando a disponibilização do fármaco no local, de
forma efetiva e segura.
MATERIAL E MÉTODOS
Os implantes de ácido polilático-co-glicólico (PLGA) contendo 25% de
RA obtidos por moldagem a quente foram previamente desenvolvidos e
caracterizados. Nos estudos de liberação in vivo foram utilizados 24
coelhos albinos da raça Nova Zelândia. O experimento foi realizado em
conformidade com as normas da ARVO. Os protocolos foram
submetidos à aprovação pelo comitê de ética da FUNED. O olho direito
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de cada animal recebeu o implante em estudo. O olho esquerdo dos
animais foi utilizado como controle.
A avaliação da toxicidade será realizada por meio de ensaios clínicos,
eletroretinográficos e histopatológico dos olhos dos animais, de acordo
com o procedimento descrito por Fialho (2006).
A avaliação clínica incluiu exames de inspeção ocular e oftalmoscopia
binocular indireta antes da cirurgia e semanalmente após a implantação
dos sistemas. A pressão intra-ocular (PIO) de ambos os olhos de cada
coelho foi mensurada. O eletrorretinigrama (ERG) foi utilizado para a
avaliação funcional da retina de coelhos. O ERG foi realizado um dia
antes, e 15 dias após os procedimentos respeitando as normas
preconizadas pelo ISCEV. Após 6 semanas da cirurgia, os animais
foram sacrificados e os olhos imediatamente enucleados e preparados
para avaliação histopatológica por microscopia de luz e eletrônica. O
humor vítreo foi retirado e utilizado para quantificação do RA liberado na
cavidade vítrea utilizando o método cromatográfico desenvolvido
previamente.
RESULTADOS
Durante o experimento, todos os animais apresentaram exames clínicos
normais, sem sinais de toxicidade. Após a análise de amostras de
humor vítreo, o RA pode ser detectado até a 5° semana do estudo,
enquanto que a maior concentração do fármaco foi observada na
primeira semana (23,5 µg/mL). O AR foi detectado no humor aquoso até
a segunda semana, enquanto que a maior concentração do fármaco foi
observada na primeira semana (0,290 µg/mL). No eletrorretinograma
dos animais, as ondas a e b permaneceram inalteradas após a
implantação dos sistemas, indicando que não houve alteração na função
retiniana dos animais.
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CONCLUSÃO
Os implantes não apresentaram nenhuma toxicidade, após avaliação
clínica e eletrorretinografia, indicando que este pode ser um sistema
seguro
para
a
aplicação
ocular.
Os
sistemas
biodegradáveis
promoveram a liberação de AR durante cerca de 2 semanas, o que
sugere uma possível aplicação no tratamento de doenças proliferativas
da retina.
AGRADECIMENTOS
CAPES, CNPq, FAPEMIG
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Inibidores da angiogênese para o tratamento da degeneração
macular relacionada à idade. Boletim Brasileiro de Avaliação de
Tecnologias em Saúde, p. 1-13, 2008.
KIM, J. H. et al. Rosmarinic acid suppresses retinal neovascularization
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journal of pharmacology, v. 615, p. 150-4, 2009.
MITRA, A. K. Fundamentals of ocular drug delivery, 2010.
VIEIRA, L. C. Desenvolvimento de sistemas de liberação prolongada de
ácido rosmarínico para o tratamento de doenças oculares cusadoras de
neovascularização: obtenção e caracterização dos sistemas. Belo
Horizonte, Faculdade de Farmácia da UFMG, 2011. Dissertação
(Mestrado em Fármacos e Medicamentos).
ZHANG, J.J. et al. Rosmarinic acid inhibits proliferation and induces
apoptosis of hepatic stellate cells. Biological & pharmaceutical bulletin, v.
34, n. 3, p. 343-8, 2011.
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