a arte da joalheria e os povos da mesopotamia1

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A ARTE DA JOALHERIA E OS POVOS DA MESOPOTAMIA1
BISOGNIN, Edir Lucia2; LISBÔA, Maria da Graça Portela3; KREBS, Marloá Egress4;
TABARELLI, Taiane Elesbão5; CANTARELLI, Liana6; LINK, Luiza7; STAGGEMEIER,
Caroline8.
1
Trabalho do Grupo de Pesquisa do Curso de Design - UNIFRA
Coordenadora do grupo de pesquisa do projeto de design de joias do Centro Universitário
Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: [email protected]
3
Docente do Curso de Design do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS,
Brasil. E-mail: [email protected]
4
Docente do Curso de Letras do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS,
Brasil. E-mail: [email protected]
5
Assessora externa. E-mail: [email protected]
6
Acadêmica do Curso de Design (UNIFRA) E-mail: [email protected]
7 Acadêmica do Curso de Design (UNIFRA) E-mail:[email protected]
8 Designer de Jóias E-mail: [email protected]
2
RESUMO
O presente trabalho é resultado parcial de uma investigação histórica dos adornos usados
pelos povos da Mesopotâmia, com o objetivo de conhecer os materiais, a linguagem estética e
simbólica das joias através da História e Arte desse periodo. Tem como objetivo transpor para a
contemporaneidade os referenciais citados no sentido de servir de orientação a novos projetos. A
metodologia utilizada é a revisão bibliográfica com a tradução do livro Historia Universal De Las Joyas
de Margarita Wagner de Kertsz (1947) e estudo das imagens localizadas em museus consultados por
meio de visitas virtuais. O estudo nos leva a concluir a importância da pesquisa para agregar valor ao
trabalho do designer de joias.
Palavras-chave: Joalheria. Mesopotâmia. Arte.
INTRODUÇÃO
A civilização da Mesopotâmia nasce em uma paisagem fluvial, formada pelos dois
grandes rios, Tigre e Eufrates. Em torno de 12000 a 7000 anos a.C., os primeiros habitantes
localizaram-se na região mesopotâmica. Eram agricultores que estavam evoluindo do
estágio do neolítico para a História. Inicialmente, em pequenas tribos, dedicavam-se ao
cultivo do trigo e cevada. Posteriormente, formaram as primeiras cidades, evoluíram para
uma organização social, onde surgiram os dirigentes das classes políticas e religiosas e, a
escrita.
Monterado (1978) refere-se que em torno de 3100-2100 a.C. um povo de etnia
incerta, habitava na terra de Sumere e, em Acade, uma população semítica. Essas duas
civilizações conheciam a escrita cuneiforme e eram exímios na arte dos metais. Eridu foi a
primeira cidade a ser criada e transformou-se em importante centro religioso na qual,
encontrou-se um cemitério da época dos templos com quase 200 túmulos. Os corpos
estavam deitados de costas, o que levou os estudiosos a pensar na existência de algum tipo
de crença no além pelo fato de terem sido encontradas joias, jarra, copos e pratos
colocados aos pés dos túmulos.
Chillida (1996) nos esclarece que as manifestações artísticas que surgiram naquela
região apresentam características comuns tanto na função sócio-política como religiosa.
Contudo, mantiveram traços particulares da cultura, em que os fundamentos ideológicos dos
sistemas políticos da época bem como a concepção do universo e sua relação com o
homem, a realidade material que lhe serviu de sustento – a situação geográfica e a evolução
das culturas – foram fatores decisivos na caracterização e nos perfis das manifestações de
arte que desenvolveram.
1. POVOS DA MESOPOTÂMIA
A arte dos povos Mesopotâmicos deixou múltiplas ramificações nas artes dos persas,
de Bizâncio e dos árabes, transmitindo a Europa medieval, especialmente à arte românica,
numerosas formas simbólicas e técnicas decorativas. O estilo heráldico (A heráldica referese simultaneamente à ciência e à arte de descrever os brasões de armas ou escudos) com
seus grandes símbolos leão e águia, a árvore da vida, são conceitos desta parte do mundo
assim como muitas de suas ideias astrológicas que criaram novas formas na arte das joias,
até o Renascimento.
Em Chillida (1996, p.49), encontramos que,
Na baixa Mesopotâmia nasceu a versão bíblica do dilúvio universal,
ameaça permanente, que exigiu das sociedades desenvolvidas às
margens do Eufrates e Tigre esforços ingentes para conter as forças
naturais. Esta qualidade de terra aberta converteu-a historicamente
em território de passagem dos movimentos de povos que no segundo
milênio a.C penetraram nela para estabelecer-se definitivamente ou
que a usaram como escala obrigatória a um destino mais longínquo.
Os contatos e influencias culturais são evidentes em nível artístico em
povos cujo desenvolvimento histórico e social se situaria
geograficamente longe da Mesopotâmia.
De modo que, a Mesopotâmia possui uma importância histórica maior que a do Egito
em virtude das influências diretas que exerceu na cultura europeia.
Por outro lado, a fisionomia da vida babilônica que podemos reconstruir mediante as
descobertas arqueológicas, oferece um quadro menos exato e de menor variação. Isso se
deve a muitos fatores como às mudanças do canal do Eufrates já na antiguidade, à obra
destruidora das inundações não reguladas como as do Nilo, e aos materiais perecíveis
usados na construção, assim como a agitada vida política da Mesopotâmia. As precipitadas
e sucessivas existências de povos belicosos, usurpadores: sumérios, acádios, assírios e
persas, tiveram por consequência a destruição de muitas cidades hegemônicas, como Ur,
Babilônia, Nínive, centros civilizadores de próspera vida material e intenso conteúdo
espiritual.
Chillida (1996) enfatiza que o conceito que os povos da Mesopotâmia tiveram sobre
a morte não oferecia gratificações nem atrativos, por isso os túmulos não encerram o rico
tesouro artístico dos egípcios. No lugar dos enfeites encontrava-se um cilindro gravado que
servia de selo.
O monumento funerário, que no Egito nos contava com tantos detalhes interessantes
e que continha entre os ex-votos joias abundantes, na Mesopotâmia, especialmente com os
assírios, não tinham nenhuma preocupação de ordem moral que se vinculasse aos seus
sentimentos religiosos, pois que não acreditavam na vida pós-morte, feliz e eterna, que
segundo os egípcios, só era concedida aos homens justos.
A plástica com poucas exceções se manifesta em figuras convencionalmente rígidas,
de musculatura exagerada, de proporções maciças, e em relevos confeccionados em tijolos
de cores esmaltadas, representam cenas igualmente estilizadas do cerimonial da corte.
Se descontarmos os quadros de caça, obras mestras de realismo e emoção natural;
se excluímos também os “jardins suspensos” de Semíramis, tudo o que conhecemos da
obra criada pelos Babilônicos é tão inacessível, tão rígida e fria, que esta arte grandiosa nos
parece pertencer em sua totalidade a uma raça de super-homens despóticos que não
conheciam nem ansiavam a liberdade.
1.1. SUMÉRIA
As escavações realizadas por arqueólogos vinculados ao Museu Britânico de
Londres e da Universidade de Pensilvânia, entre os anos 1922 e 1934 em Ur, terra natal do
patriarca Abraham, denominada Sinear na Bíblia, demonstrou que os sumérios, em época
tão remota como o quarto milênio, manifestava já uma civilização altamente evoluída com
uma organização jurídica avançada.
Chillida (1996) é de parecer que
os trabalhos arqueológicos realizados por instituições e universidades
alemãs, inglesas e americanas desde o século passado encontraram
testemunhos significativos da vida cultural do povo sumério,
correspondentes ao período histórico e dos períodos anteriores. As
escavações em Lagash,Uruk, Eridu, Nippur e outras tantas cidades
da antiga Sumer resgataram estatuetas e cerâmica de variada
modelagem e decoração, placas de pedra lavrada, restos de
diminutos mosaicos e objetos de metal.
O povo sumeriano viveu em cidades populosas uma existência de bem estar e
opulência, graças a suas transações comerciais, das quais permaneceram provas
documentais pela predileção por joias finas e valiosas.
As mais belas peças de enfeites sumérios têm sido encontradas, segundo o relato
que Leonard Woolley, arqueólogo britânico, faz em sua obra Ur of the Chaldess, Seven
Years of Excavations, na tumba da rainha Phuabi, descoberta em seu estado original: um
poço revestido de pedra e recoberto com terra. Sabemos o nome desta princesa suméria
pela inscrição do selo cilíndrico de lápis-lazúli encontrado junto com o seu enxoval de vasos
de ouro, prata e uma harpa com incrustações belas e uma barquinha em miniatura. O busto
da rainha desaparecia quase por completo sob uma multidão de colares e correntes
lavradas de contas de ouro, ágata, calcedônia e lápis-lazúli. A sua direita havia três longos
alfinetes de ouro, além de amuletos, três dos quais em forma de peixes, enquanto que o
quarto representava esbeltas gazelas.
Ela usava um cocar elaborado com folhas de ouro, fitas de ouro, cordões de lápislazúli, pérolas e cornalina e um pente, junto com gargantilhas, colares e grandes brincos em
forma semilunar. Sua parte superior do corpo estava coberta por fios de contas feitas de
metais preciosos e pedras preciosas que se estendia desde os ombros até a cintura. Dez
anéis decoravam os dedos. Um diadema ou filé composta de milhares de pequenas contas
de lápis-lazúli com pingentes de ouro representando plantas e animais, aparentemente em
uma mesa perto de sua cabeça. Dois atendentes estavam na câmara com Phuabi, um,
agachado perto de sua cabeça, o outro aos seus pés. Vários navios de pedra, metal e
cerâmica estavam em torno das paredes da câmara.
A peça mais significativa é o diadema da rainha Phuabi, onde se encontram contas,
folhas e flores de ouro embelezadas com incrustações azuis e brancas. Na parte posterior
da cabeça, uma espécie de grande pente, enfeitado igualmente, com flores de ouro
engastadas com lápis-lazúli e madrepérola. Grandes brincos de ouro em forma de luas e
largos anéis de ambos os lados do penteado que completavam o elegante toucado.
As joias de reserva, da rainha, compreendiam entre outras peças de valor, um
diadema composto de milhares de contas de lápis-lazúli azul profundo, entre as quais a
representação de uma densa vegetação dourada, animada por figuras de animais, como
carneiros, gazelas e cabras em miniaturas, lavradas em ouro de aspecto naturalístico.
Esta representação naturalista de animais e plantas constitui um traço característico
na arte de todos os povos do Oriente Próximo assim como, das tribos nômades, cujas
formas retratavam sempre de maneira estilizada e esquemática.
As numerosas damas de honra de Ur, na Caldeia, possuíam a parte de seu toucado
habitual, diademas e colares, confeccionados com ouro e prata, que exibiam nas cerimônias
de gala. Sua composição decorativa plena de bom gosto, e sua técnica acabada,
dificilmente poderia ser igualada em nossos dias. Mais tarde, em 3000 a. C. os achados
arqueológicos demonstram que as mulheres sumerianas adornavam-se de colares e
braceletes, anéis e alfinetes para prender a indumentária, confeccionados de ouro e cobre
harmoniosamente discretas nas suas delicadas cores (GIL,1996).
Os diversos objetos e joias de ouro encontradas nas escavações são obras artísticas
com estética que reserva aos Sumérios um lugar de honra entre todos os povos civilizados.
1.2 ACÁDIA
A Acádia foi uma das mais famosas cidades mesopotâmicas, cuja riqueza, esplendor
e de gloriosos soberanos seriam recordados por milênios. Acádia é considerada pela
literatura como a nova capital de um estado fundado por Sargão. O nome da cidade aparece
em documentos escritos a partir da segunda metade do terceiro milênio, provenientes de
outros sítios arqueológicos mesopotâmios. Acádia era conhecida como o centro do mais
bem-sucedido império jamais visto, o qual se estendia aos quatro cantos do mundo. Tão
prestigioso era o seu nome que os reis babilônios intitularam-se "rei de Acádia" até o
advento do período persa.
Kertsz (1947) elucida que o primeiro império da Mesopotâmia foi formado por um
povo semita conhecido pelo nome de sua capital, Acad, situada na região norte, entre os
rios Tigre e Eufrates. A língua acádica é o traço mais conhecido desse povo, que foi
dominado pelos sumérios dominantes na região. Por volta do ano 2300 a.C., o chefe semita
era Sargão I, cujo nome significa "rei justo" ou "rei verdadeiro", fundou a cidade de Acad e
empreendeu campanhas bélicas com sucesso e estendeu seu domínio a toda a região
mesopotâmica. Entre os anos de 2217 e 2139 a.C., aproximadamente, o poder da cidade e
sua dinastia entrou em decadência até a completa desaparição. As cidades mesopotâmicas,
dominadas pelos povos invasores, uniram-se novamente sob o domínio da dinastia de Ur.
A dinastia acádica conseguiu reunir as diversas cidades independentes que existiam
na Mesopotâmia. O império sediado em Acad, onde residia o monarca, compunha-se de
diversas províncias. As diferentes comunidades conservaram suas principais instituições
sob a supervisão dos funcionários reais que constituíam uma poderosa máquina
administrativa. A época foi de grande prosperidade econômica, baseada na agricultura, na
joalheria, no artesanato e no comércio. As relações comerciais com a Síria, o golfo Pérsico e
com o vale do Indo, que forneciam à Mesopotâmia matérias-primas como madeira, couro e
pedras, estão descritas em diversos documentos. Roaf (2006, p. 69) afirma que “em Uruk
utilizou-se a arte pela primeira vez para ilustrar a função do soberano e para reforçar a sua
posição. Arte e Arquitetura combinaram-se para criar uma imagem de poder e de riqueza e
realçar a estabilidade do grupo governante.”
A arte acádica que chegou até o presente se compõe principalmente de estelas, com
motivos bélicos ou religiosos. Entre elas é notável a de Naram-Sin, que se conserva intacta
e na qual se pode ver o rei de Acad ouvindo as súplicas dos chefes de uma tribo
montanhesa. Outra peça importante é uma cabeça de bronze que representa um rei acádio,
além de muitos objetos de adorno.
É notável o número de peças de joalheria acadiana, as quais demonstram o alto
nível de perfeição técnica e estética, alcançado por esse povo. Durante o IV milênio a.C. os
avanços da metalurgia foram notáveis, especialmente os trabalhos com cobre que eram
feitos, com modelagem à cera perdida. Primeiro, os objetos eram modelados à cera e
recobertos com argila. A seguir a argila era aquecida para endurecer o molde e fundir a
cera. Depois, o metal fundido era vertido no molde que se quebrava ao secar o objeto de
metal fundido.
1.3 ASSÍRIA
A arqueologia assíria em geral não revelou até hoje surpreendentes novidades, ainda
que uma de suas ricas metrópoles, Nínive, foi escavada antes que a Babilônia. Os assírios
que não eram grandes artistas, como os babilônios de Hammurabi, formam em grande parte
herdeiros da civilização sumero-acade. Por isso, entre um e outro povo existem muitas
semelhanças na religião, na cultura e na arte.
Na joalheria Assíria se destaca a técnica decorativa de incrustações que foi realizada
pelos seus artesãos, com perfeita maestria. Consiste esta técnica em embutir fios de ouro,
prata ou finas chapinhas de marfim, lápis lazúli e madrepérola, no desenho previamente
traçado sobre a superfície do objeto. Essa técnica também foi aplicada ao mobiliário e nos
permite deduzir que na fabricação de seus enfeites pessoais, os assírios recorreram aos
mesmos princípios estéticos.
O repertorio de formas é reduzido e de certa monotonia. Às vezes o único que muda
nos detalhes, é o tamanho, o que revela sua falta de originalidade. As placas de baixosrelevos murais encontrados nos palácios e que representam episódios da vida do rei
onipotente e dos cortesãos com a sua indumentária e enfeites, nos dão uma ideia das
características do adereço.
Entre as joias encontradas na Assíria, chamam a atenção os colares confeccionados
com cornalina, jaspe vermelho, amarelo e ametista, cujos ornamentos detalhados imitam os
grãos de oliva, as tâmaras e formas simbólicas.
É típico o enfeite da vestimenta, assim como o uso escrupulosamente simétrico e
parelho de braceletes e anéis nos braços e antebraços. Nos monumentos babilônicos, tanto
reis como servos ostentam a mesma classe de joias, de modo que temos que supor que,
como no caso dos egípcios, a diferença entre uma joia e outra classe social, se manifesta na
qualidade dos materiais empregados. Os braceletes são comuns, brincos abertos, simples,
que arrematam em cabeças de animais ou tem o aspecto de fitas embelezadas em geral
com rosáceas. Encontra-se na mesma coleção o brinco pendente em forma de gota ou o
anel alargado para baixo em forma de figura humana às vezes constelada de botãozinho
que se assemelham a estrelas.
1.4 BABILÔNIA
Os babilônios renovaram a tradição literária dos Sumérios e criaram uma obra
original, o pouco que chegou a contemporaneidade de suas atividades artísticas, nos revela
uma produção criadora própria em matéria de joias de metais preciosos. As pedras talhadas
babilônicas são verdadeiros objetos artísticos. Povo dotado de um sentido jurídico altamente
desenvolvido, não lhe pareceu à simples impressão datiloscópica suficientemente
inequívoca para servir de selo de seus documentos.
Na Babilônia era indispensável que os documentos fossem legados com selo, motivo
pelo qual se fabricava selos de uso corrente ou para uma nota pessoal. Os mais belos
exemplares procedem do quarto milênio a.C., e em vez de ter a forma plana ou ligeiramente
convexa que nos resulta familiar, eram cilíndricos e produziam seu afeto ao rodar pelo
documento que era de argila, desenvolvendo uma mesma imagem repetida, tantas vezes
como girava o cilindro. Eles os levavam pendurados ao pescoço como um amuleto, pois as
cenas ou figuras gravadas representava uma devoção aos deuses patronos ou símbolos e
tinham um valor sagrado. Além dos selos cilíndricos, usaram também anéis de selar.
1.5 PÉRSIA
Os persas chegam a reunir sob seu domínio no século VI a. c. a toda a Ásia Menor,
Egito e Tracia são um povo de guerreiros valentes e organizadores, mas menos artistas.
Não obstante, sabem impor seu selo pessoal às criações dos povos vencidos por eles.
Embora algumas sepulturas reais que constituem a exceção, a religião persa pratica a
incineração, circunstância que privou as descobertas de tumbas que em outros povos nos
aportaram tantos dados sobre seus costumes.
Os persas (como todos os demais habitantes do Oriente Próximo) eram muito
afeiçoados às joias de metais preciosos, sendo os torques e braceletes abertos muito
apreciados até na época Sasânida (226-641 de nossa era). De acordo com os relatos
gregos sobre o butim que estes fizeram na batalha de Platea, no ano 479 a.C., figuram no
mesmo, uma quantidade tão grande de ouro e objetos deste material que bastou a décima
parte para formar um trípode de seis metros e meio de altura. Foi feita uma homenagem a
Delfos, coberto com a inscrição dos nomes de todos os povos gregos, aliados partícipes na
batalha mencionada.
A única evolução observada no que tange aos enfeites, se refere às pedras talhadas
e gemas. Apresentam influência dos modelos babilônicos, mas logo o trabalho do gravador
persa compete e supera as mais excelentes pedras talhadas mesopotâmicas. Nos frisos
realizados em cerâmica vítrea das ruínas do palácio real de Susa, aparecem representados
os famosos lanceiros da guarda imperial, os imortais, com ricas joias de ouro, como brincos
e tiara.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a pesquisa em um primeiro momento é a tradução e
estudo da obra, em espanhol Historia Universal De Las Joyas de Margarita Wagner de
Kertsz (1947) seguida de inserções bibliográficas de outros autores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os descobrimentos arqueológicos no século passado permitem estabelecer uma
conclusão de que a arte da Mesopotâmia é em geral uma arte de soberanos poderosos, e
de modo geral foi utilizada para prestigiar o poder político. Semelhante à arte egípcia, seu
cânon supremo é a religião, mas ao mesmo tempo carece por inteiro dessa vitalidade, não
obstante toda a severidade de seu estilo.
O simbolismo aplicado na joia dos povos da Mesopotâmia denota valor cultural além
de primor artístico e estético.
CONCLUSÃO
Os materiais, as técnicas e a estética utilizada nas joias dos povos da Mesopotâmia
servem de inspiração e referência aos projetos de design na contemporaneidade. Os
estudos nos mostraram a importância da pesquisa para aprimorar o conhecimento do
designer na criação e solução estética e de materiais dos projetos. Do mesmo modo que, o
simbolismo inerente a jóia da referenciada civilização, permeia a contemporaneidade.
REFERÊNCIAS
CHILLIDA, Eduardo. História Geral da Arte. Escultura I. Madrid: Ediciones Del Prado,
1996.
GIL, Santiago Alcolea et al. História Geral da Arte-Artes Decorativas III. Espanha:
Ediciones Del Prado, 1996.http://emdiv.com.br/pt/mundo/povosetradicoes/138-a-antigadinastia-acadia.html. Acesso em 28 de novembro de 2011.
KERTSZ, Margarita Wagner de. Historia Universal De Las Joyas. Buenos Aires: Ediciones
Centurión, 1947.
MONTERADO, Lucas de. História da Arte. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
Editora, 1978.
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