ECOLOGIA Prof. ELOIR MISSIO SUSTENTABILIDADE: ecossistemas ECOSSISTEMAS ODUM, Eugene P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. CHRISTOFOLETTI, Antonio. Modelagem de Sistemas Ambientas. São Paulo: Edgar Blucher, 1999. ODUM, Eugene P. 7. Ed. Fundamentos da Ecologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. MILLER Jr., G. TYLER. Ciência Ambiental. São Paulo, Cenage Learning. 2012. REIS, Lineu Belico dos; FADIGAS, Eliane A. Amaral; CARVALHO, Cláudio Elias. Energia, Recursos Naturais e a Prática do Desenvolvimento Sustentável. Barueri, SP. Manole. 2005. SUSTENTABILIDADE: ecossistemas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. O que é ecologia? Quais processos básicos mantém vivos os seres humanos e outros organismos? Quis são os principais componentes de um ecossistema? O que acontece com a energia de um ecossistema? O que são solos e como são formados? O que acontece com a matéria em um ecossistema? Como os cientistas estudam os ecossistemas A) em um adesivo de carro está a pergunta: “você já agradeceu uma planta hoje?” DÊ dois motivos para agradecermos as plantas? B) identifique os materiais utilizados para fabricar o adesivo de carro e decida se ele próprio é uma aplicação de slogan? C) explique como os decompositores ajudam a nos manter vivos? 9. A) Como você montaria um aquário auto-suficiente para peixes tropicais? B) Imagine que você tenha um aquário balanceado, vedado com uma tampa de vidro transparente. A vida pode continuar no aquário indefinidamente enquanto houver luz do sol sobre ele? C) Um amigo limpa seu aquário e retira o solo e as plantas, deixando apenas os peixes e a água. O que acontecerá? Explique. 10. Faça uma lista dos alimentos que você ingeriu no almoço e no jantar hoje. Refaça a trajetória de cada tipo de alimento de volta a uma espécie específica de produtor. 11. Utilize a segunda lei da termodinâmica para explicar por que ocorre uma acentuada queda nos fluxos de energia ao longo de uma cadeia ou teia alimentar. A perda de energia a cada etapa viola a primeira lei da termodinâmica? Explique. 12. Utilize a segunda lei da termodinâmica para explicar por que muitas pessoas pobres nos países em desenvolvimento vivem de uma dieta primordialmente vegetariana? 13. Porque os fazendeiros não precisam aplicar carbono para cultivar suas plantações, mas frequentemente precisam adicionar fertilizantes contendo nitrogênio e fósforo? 14. Por que os níveis de CO2 na atmosfera são maiores durante o dia que a noite? 15. O que aconteceria com um ecossistema se todos os seus decompositores e consumidores de detritos fossem eliminados? E se todos os produtores fossem eliminados? 16. Visite uma zono de vida aquática ou um ecossistema terrestre nas proximidades e tente identificar seus principais produtores, consumidores, detritívoros e decompositores. A NATUREZA DA ECOLOGIA O que é ecologia Ecologia: do grego oikos – casa ou lugar para morar logos – estudo É o estudo de como os organismos interagem uns com os outros e com o ambiente não vivo. Para: Entender as interações entre ecossistemas e a biosfera. organismos, populações, comunidades, Organismo: qualquer forma de vida Célula: unidade básica da vida Espécie: grupo de organismo que se assemelham uns aos outros no que diz respeito a aparência, ao comportamento, a química e a composição genética. A NATUREZA DA ECOLOGIA Quantas espécies existem na terra: 1,4 milhões foram identificadas e nominadas Estimativas de 3,6 a 100 milhões de espécies Supõe-se que compartilhamos o planeta com 10 a 14 milhões de Espécies A NATUREZA DA ECOLOGIA Quais espécies dominam o mundo? Micróbios: bactérias, protozoários, fungos e leveduras Os vemos como uma ameaça a nossa saúde. Os micróbios nocivos são minoria A NATUREZA DA ECOLOGIA Micróbios Transformam o gás nitrogênio em formas assimiláveis pelas plantas Auxiliam na produção de alimentos: pães, queijo, iogurte, vinho, vinagre, vinagre, cerveja.... Decompõem resíduos orgânicos em nutrientes (ciclagem) Ao decompor resíduos purificam a água Bactérias do trato digestivo auxiliam na decomposição do alimento que ingerimos Micróbios no nosso nariz impedem que bactérias nocivas alcancem os pulmões Produzem antibióticos (penicilina, eritromicina e estreptomicina) Auxiliam no controle de doenças que afetam plantas e populações de espécies de insetos que atacam nossas safras de alimentos A NATUREZA DA ECOLOGIA Populações comunidades e ecossistemas: População: é um grupo de indivíduos da mesma espécie que interage e ocupa uma área específica. A variação entre os indivíduos da mesma espécie é denominada de diversidade genética A NATUREZA DA ECOLOGIA Habitat: é o local onde vive uma população Comunidade ou comunidade biológica; formada por todas as populações de diferentes espécies de plantas, animais e microrganismos vivendo e interagindo em uma área. Ecossistema: Qualquer unidade que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto (comunidade biológica) numa dada área, interagindo com o ambiente físico (abiótico) de tal modo que um fluxo de energia produza estrutura bióticas claramente definidas e uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas. Variam quanto ao tamanho e podem ser naturais ou artificiais (criados pelo homem). OS SISTEMAS DE SUPORTE DE VIDA DA TERRA Quatro esferas Atmosfera: troposfera - 17km, contém principalmente nitrogênio (78%) e oxigênio (21%) estratosfera – 17 a 48 km – sua camada inferior contém ozônio(O3) suficiente para filtrar a radiação ultravioleta nociva. Hidrosfera: formada pela água da terra. Compreende a água líquida, gelo e vapor d’água. Litosfera: consiste na crosta e no manto superior terrestres OS SISTEMAS DE SUPORTE DE VIDA DA TERRA Todas as partes da biosfera estão interligadas. Qualquer alteração pode gerar efeito em cadeia entre as partes. Se a terra fosse uma maçã a biosfera não seria mais espessa que a casca. O objetivo da ecologia é compreender as interações nessa fina “casca” ou membrana global que mantém a vida na terra e é composta de ar, água, solo e organismos. OS SISTEMAS DE SUPORTE DE VIDA DA TERRA O que sustenta a vida na terra? Três fatores interligados: Fluxo unidirecional de energia Ciclo dos elementos cruciais Gravidade OS SISTEMAS DE SUPORTE DE VIDA DA TERRA O que acontece com a energia solar que chega a terra? A maioria é refletida de volta atmosfera do planeta ou absorvida pelos elementos químicos na Grande parte da radiação solar que consegue atravessar a atmosfera é degradada em radiação infravermelha cujas ondas tem comprimento de onda maior. Essa radiação infravermelha encontra os chamados gases de efeito estufa na troposfera, auxiliando no aquecimento da troposfera e da superfície terrestre. Sem esse efeito estufa natural, a terra seria muito fria para que a vida como a conhecemos, existisse. OS SISTEMAS DE SUPORTE DE VIDA DA TERRA Por que a terra favorece tanto a vida? A vida depende da água liquida que domina a superfície terrestre. A temperatura é outro fator crucial. A orbita da terra está a uma distância ideal do sol. Mais perto seria muito quente e mais distante muito fria. A terra gira, caso contrário o lado voltado para o sol seria muito quente o outro lado muito frio. A terra tem o tamanho certo, contendo massa gravitacional suficiente para manter um núcleo de ferro e níquel liquefeito e para impedir que suas moléculas de gases leves presentes na atmosfera escapem para o espaço. Em uma escala temporal de milhões de anos a terra tem sido extremamente resiliente e adaptável. A temperatura média da superfície terrestre permaneceu dentro da faixa de 10 a 20 °C. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Biomas e zonas de vida aquática: Biomas: cada uma das regiões distintas na superfície terrestre florestas, desertos, pastos, etc. cada uma caracterizada por um clima singular e espécies específicas. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Zonas de vida aquática: zonas de vida de água doce: lagos e rios zonas de vida oceânica ou marinha: recifes de corais, estuários costeiros e oceano profundo. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Componentes vivos e não vivos dos ecossistemas Abióticos: não vivos- água, ar, nutrientes e a energia solar Biológicos, bióticos: vivos – plantas, animais e micróbios Os componentes estão conectados uns aos outros por meio dos hábitos de consumo dos organismos. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Faixa de tolerância: cada população em um ecossistema tem uma faixa de tolerância a variações no ambiente físico. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Lei de tolerância: o que determina a existência, abundância e distribuição de uma espécie no ecossistema é o fato de os níveis de um ou mais fatores físicos ou químicos estarem situados na faixa tolerada por aquela espécie. Leis complementares a lei de tolerância Uma espécie pode apresentar alta capacidade de tolerância para alguns fatores e baixa para outros; A maioria dos organismos é menos tolerante na juventude ou na fase de reprodução; Espécies altamente tolerantes podem viver em uma variedade de habitats e condições bastante distintas. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Fatores que limitam o crescimento da população Princípio dos fatores limitantes: o excesso ou a falta de um fator abiótico pode limitar ou impedir o crescimento de uma população, ainda que todos os outros fatores estejam na faixa de tolerância ideal ou próximo a ela. Importantes fatores limitantes: na terra: a precipitação, os nutrientes,... na água: temperatura, luz, nutrientes, conteúdo de oxigênio dissolvido, salinidade... COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Componentes biológicos dos ecossistemas: produtores, consumidores e decompositores. Produtores: autótrofos – fabricam seu próprio alimento utilizando compostos obtidos do seu meio Na terra: plantas verdes são a maioria dos produtores Na água doce ou marinha são as algas e as plantas próximo as costas. Em mar aberto são os fitoplânctons A maior parte dos produtores captura a luz solar para formar compostos complexos (como a glicose, C6H12O6) por meio da fotossíntese. Reação geral: 6CO2 + H2O C6H12O6 + 6O2 Quimiossíntese: bactérias especializadas são capazes de converter, sem a luz solar, simples compostos de seu meio em compostos de nutrientes mais complexos. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Os demais organismos no ecossistema são decompositores ou heterótrofos obtém energia e nutrientes alimentando-se de outros organismos ou de restos orgânicos. Decompositores: na maioria bactérias e fungos, são consumidores especializados que reciclam matéria orgânica nos ecossistemas. Eles obtém nutrientes e liberam compostos inorgânicos mais simples no solo e na água, onde os produtores podem absorver os nutrientes. Onívoros: alimentam-se de plantas e animais (porco, ursos, baratas, seres humanos...) Detritívoros: consumidores de detritos que se alimentam de restos orgânicos. COMPONENTES DO ECOSSISTEMA COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Produtores consumidores e decompositores utilizam a energia química armazenada na glicose e em outros compostos orgânicos para manter seus processos vitais. Na maioria das células essa energia é liberada pela respiração aeróbica. Que utiliza o oxigênio para converter nutrientes orgânicos novamente em dióxido de carbono e água. C6H12O6 + 6O2 6CO2 + H2O A sobrevivência de um organismo depende do: fluxo de matéria e energia que percorre seu corpo Um ecossistema sobrevive da: combinação entre reciclagem da matéria (em vez de fluxo unidirecional) e fluxo de energia unidirecional (em vez de reciclagem). COMPONENTES DO ECOSSISTEMA COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Biodiversidade: um recurso crucial Diversidade biológica ou biodiversidade ? FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Cadeias e teias alimentares Existe pouco desperdício nos ecossistemas naturais Todos os organismos, vivos ou mortos, são fontes potenciais de alimento para outros organismos. Folha - lagarta – pássaro – falcão Os decompositores comem a lagarta, a folha, o pássaro e o falcão depois de mortos Cadeia alimentar: uma sequência de organismos, na qual cada uma serve de alimento para o próximo. FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Os ecologistas atribuem um nível alimentar ou nível trófico, a cada organismo em um ecossistema, dependendo se ele é um produtor ou consumidor, e se ele come ou decompõe. Primeiro nível trófico: produtores Segundo nível trófico: consumidores primários (herbívoros) Terceiro nível trófico: consumidores secundários (carnívoros) Quarto nível trófico: consumidores terciários (carnívoros superiores) Os detritívoros (consumidores de detritos e decompositores) processam os detritos de todos os níveis tróficos. Teia alimentar: os ecossistemas na verdade são mais complexos. A maior parte das espécies participa de diversas cadeias alimentares. FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Fluxo de energia em um ecossistema Eficiência ecológica: é a porcentagem de energia transferida em forma de biomassa de um nível trófico para o outro. Varia de 2 a 40% dependendo do tipo de espécie e do ecossistema envolvido. Pirâmide de fluxo de energia: ilustra a perda cumulativa de energia à medida que ela flui pelos vários níveis tróficos. Pirâmides X capacidade de suporte do planeta. FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Pirâmides X capacidade de suporte do planeta. É raro as cadeias alimentares apresentarem mais de 4 ou 3 níveis tróficos. Existem relativamente poucos carnívoros de topo como a águia, o falcão, o tigre e o tubarão branco. Isto explica por que essas espécies são mais vulneráveis a extinção quando os ecossistemas são alterados. Os seres humanos estão nesta lista? FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Produtividade dos produtores Produtividade primária bruta (PPB): É a taxa em que produtores de um ecossistema convertem energia solar em energia química na forma de biomassa. Produtividade primária líquida (PPL): É a taxa na qual os produtores utilizam a fotossíntese para armazenar energia menos taxa de utilização da energia armazenada por meio da respiração aeróbica (PPL = PPB – R) FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Apenas a PPL está disponível em forma de alimento para os consumidores que utilizam apenas parte desta. Consequentemente: a PPL da terra acaba por limitar o número de consumidores (inclusive os seres humanos) que podem sobreviver na terra. Estima-se que os seres humanos utilizam, desperdiçam ou destroem 27% do total de PPL potencial da terra e por volta de 10 a 55% da PPL dos ecossistemas terrestres. Estamos eliminando habitats ou suprimentos alimentares de outras espécies. O que poderá acontecer conosco e com outras espécies ante: O crescimento da população humana E do aumento exponencial do consumo per capita de recursos como alimento, madeira e pastos SOLOS Solo: Corpo natural organizado, resultante da ação do clima, organismos, relevo e tempo sobre o material de origem (rocha), distribuído na superfície da crosta em uma fina camada. É composto por uma mistura complexa de rocha erodida, nutrientes minerais, matéria orgânica em decomposição, água, ar e bilhões de organismos vivos. Sua renovação ocorre lentamente: 15 a centenas de anos por cm Fornece nutrientes para o crescimento das plantas; Atua como filtro, pois purifica a água; Auxilia na decomposição de resíduos biodegradáveis; Armazena água; Ajuda a controlar o clima do planeta retendo o dióxido de carbono na forma de compostos orgânicos. Civilizações inteiras desapareceram por negligenciar a superfície do solo que sustentava suas populações. SOLOS Camadas de solos maduros Horizontes do solo: série de camadas com textura e composição próprias, variando de acordo com os diferentes tipos de solo. Perfil do solo: visão do corte transversal dos horizontes de um solo. SOLOS Horizonte O: serrapilheira Horizonte A: mistura porosa de húmus e partículas minerais orgânicas. Geralmente mais escura e fofa que as camadas mais profundas. Concentra a maior parte das raízes e da matéria orgânica. Complexas teias de bactérias, fungos e pequenos insetos ciclam nutrientes de plantas. A cor pode estar relacionada a fertilidade e a aptidão aos cultivos. Os espaços vazios do solo estão ocupados com ar e água em diferentes proporções. Infiltração: é o movimento descendente de água no solo e está relacionado ao volume de espaços vazios, ou poros. Lixiviação: minerais e matéria orgânica transportada verticalmente no solo pela água de infiltração. Textura: é a composição do solo em termos de proporção de partículas de tamanho argila (muito finas), silte (finas), areia (partículas medianas) e cascalho (partículas grandes ou muito grandes). SOLOS CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Ciclos dos nutrientes: reciclagem global Ciclos de nutrientes ou ciclos biogeoquímicos: todos os organismos estão interligados por sistemas globais de reciclagem. Nesses ciclos os átomos, íons e moléculas dos nutrientes de que os organismos necessitam para viver, crescer e se reproduzir circulam continuamente entre a água, solo, rocha e organismos vivos. Os ciclos químicos da terra também interligam formas de vida do passado, presente e do futuro. Alguns átomos de carbono da sua pele podem ter sido parte de uma folha, da pele de um dinossauro ou de uma camada de rocha calcária. PADRÕES E TIPOS BÁSICOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Os elementos químicos, inclusive todos os elementos essenciais do protoplasma tendem a circular em vias características, do ambiente ao organismo, e destes novamente ao ambiente. As vias são chamadas de CICLOS BIOGEOQUÍMICOS. O movimento dos elementos e compostos inorgânicos são definidos como CICLAGEM DE NUTRIENTES Cada ciclo pode ser dividido em dois compartimentos ou pools: Pool reservatório: componente maior, de movimentos lentos, geralmente não biológico. Pool lábil: ou de ciclagem, uma parcela menor, mais ativa que se permuta rapidamente entre os organismos e o seu ambiente imediato. PADRÕES E TIPOS BÁSICOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Classificam-se em dois tipos básicos: Gasosos: reservatório localizado na atmosfera ou hidrosfera Sedimentares: reservatório na crosta terrestre Dos mais de 100 elementos químicos conhecidos na natureza, a literatura mundial considera 16 elementos químicos como nutrientes de plantas. São eles: C, H, O, N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Zn, Cu, B, Cl, e Mo Embora sejam encontrados nas plantas e animais de 40 a 50 elementos Essencial: sem ele a planta não vive Benéfico: aumenta o crescimento e a produção em situações particulares. (cobalto – Co) Tóxico: não pertencendo às categorias anteriores, diminui crescimento e a produção, podendo levar à morte. (Alumínio – Al3+) o PADRÕES E TIPOS BÁSICOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio são necessários em grandes quantidades Os outros em quantidades pequenas e até mínimas Os elementos essenciais exibem ciclos biogeoquímicos definidos. Os elementos não essenciais também apresentam ciclos, muitas vezes fluindo juntos com os essenciais por causa das suas afinidades químicas. “Bio” refere-se aos organismos vivos “Geo” as rochas, ar e água da terra A biogeoquímica é o estudo da troca de materiais entre os componentes vivos e não vivos da biosfera. Na figura 4.1 um ciclo unidirecional de energia movimenta o ciclo da matéria. PADRÕES E TIPOS BÁSICOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS PADRÕES E TIPOS BÁSICOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Um átomo no reservatório não está, necessariamente, não disponível aos organismos, de forma permanente, porque existem fluxos, embora lentos, entre os componentes disponível (lábil) e não disponível (não lábil). Os ciclos biogeoquímicos do tipo gasosos ajustam-se rapidamente a perturbações, por causa dos grandes reservatórios atmosféricos e oceânicos, ou ambos. São portanto, bem tamponados. Aumentos locais na produção de CO2 são rapidamente dissipados por movimentos atmosféricos, sendo o aumento compensado pelo aumento na absorção pelas plantas (acréscimo na taxa fotossintética) ou pela formação de carbonatos no mar. Os ciclos sedimentares (fósforo, ferro, potássio, etc) tendem a ser muito menos controlados ciberneticamente e a ser mais facilmente afetados por perturbações porque a grande massa de material está no reservatório relativamente inativo e imóvel na crosta. os mecanismos de retorno são, em muitos casos, principalmente bióticos. PADRÕES E TIPOS BÁSICOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Os seres humanos diferenciam-se, não apenas por precisarem dos elementos essenciais, mas por metabolizar quase todos os demais. Aceleramos tanto o movimento de alguns materiais que os ciclos tendem a se tornar imperfeitos, ou o processo se torna acíclico, havendo carências em um local e excesso em outro. poluição em usinas de produção de fosfato e escoamento superficial em áreas agrícolas causando prejuízos a qualidade das águas. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Ciclo da água ou ciclo hidrológico: Coleta purifica e distribui o suprimento fixo de água da terra. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS A energia solar faz com que a água presente na superfície terrestre evapore para a atmosfera. 84% do vapor presente na atmosfera provém das oceanos. Da água que retorna a superfície em forma de precipitação, uma parte fica: Retida nas geleiras Infiltra no solo e nas formações rochosas permeáveis em direção aos aquíferos Escoa superficialmente para lagos e córregos e posteriormente para o oceano Neste caminho: causa erosão, dissolve inúmeros compostos de nutrientes que são transportados entre os ecossistemas e dentro deles. O ciclo hidrológico purifica a água: a evaporação e subsequente precipitação atuam como um processo natural de destilação da água, removendo impurezas dissolvidas na mesma. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Efeitos das atividades humanas no ciclo da água Alteramos o ciclo da água de três maneiras: Primeira: retirando grandes quantidades de água de córregos, lagos e fontes subterrâneas. Segunda: removemos a vegetação para dar lugar a agricultura, a mineração, a construção de estradas e edificações (reduz infiltração, eleva risco de enchente, de erosão e deslizamentos de terra). Terceira: adicionamos a água nutrientes e outros poluentes. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS O ciclo do carbono Carbono; componente básico dos carboidratos, lipídeos, proteínas, DNA e outros compostos. O ciclo do carbono baseia-se no gás carbônico (CO2) que compõem 0,038% do volume da troposfera. O CO2 é um componente chave do termostato da natureza. Se o ciclo do carbono remove muito CO2 da atmosfera ela esfria. Se o ciclo gera um excesso de CO2 ela esquenta Pequenas mudanças nesse ciclo podem afetar o clima e consequentemente, as formas de vida na terra. Relação entre: fotossíntese nos organismos produtores e, Respiração aeróbica nos organismos produtores, consumidores e decompositores. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Efeitos das atividades humanas no ciclo do carbono Desde 1800 e especialmente desde 1950, interferimos no ciclo de duas formas que acrescentam dióxido de carbono à atmosfera. Primeira: removendo árvores e outras plantas que absorvem CO2 pela fotossíntese antes que elas possam crescer novamente. Segunda: adicionando grandes quantidades de CO2 por meio da queima de combustíveis fósseis e madeira. Aumento na concentração de CO2 e outros gases pode melhorar o efeito estufa natural e aquecer a atmosfera inferior e a superfície terrestre. Este aquecimento poderia destruir a produção mundial de alimentos e habitats selvagens, alterar as temperaturas e os padrões de precipitação e elevar o nível médio do mar. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS O ciclo do nitrogênio: bactérias em ação O gás nitrogênio (N2) compõe 78% do volume da troposfera. Entretanto, nesta forma é estável e não reage com outros elementos, não podendo ser absorvido e utilizado diretamente por plantas ou animais multicelulares. Descargas elétricas atmosféricas na forma de relâmpagos; algumas bactérias nos sistemas aquáticos, no solo e nas raízes de plantas podem converter o N2 em compostos úteis como nutrientes para plantas e animais. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Na fixação do nitrogênio, bactérias especializadas presentes no solo e nos ambientes aquáticos convertem (ou fixam) o nitrogênio gasoso N2 em amônia (NH3) que pode ser utilizada pelas plantas. A amônia não absorvida pelas plantas pode passar pela nitrificação: Nitrosomonas: convertem amônia (NH3) em nitrito (NO2-) – tóxico para plantas. Nitrobacter: convertem nitrito(NO2-) em nitrato (NO3-) – facilmente absorvido pelas plantas. Plantas e animais devolvem ao ambiente compostos orgânicos ricos em nitrogênio em forma de resíduos, partículas eliminadas e corpos mortos (Amonificação). Pela desnitrificação, o nitrogênio deixa o solo a medida que bactérias especializadas no solo alagadiço e nos sedimentos no fundo de lagos, oceanos, pântanos e brejos convertem NH3 e NH4 em íons nitrito e nitrato e em seguida em gás nitrogênio. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Efeitos das atividades humanas no ciclo do nitrogênio Primeiro: adicionamos grandes quantidades de óxido nítrico (NO) na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis. Esse gás pode ser convertido em dióxido de nitrogênio (NO2) e em ácido nítrico (HNO3) e retornar a superfície terrestre como chuva ácida. Segundo: adicionamos óxido nitroso (N2O) por ação de bactérias anaeróbicas nos resíduos de criações e em fertilizantes. Este gás pode esquentar a atmosfera e esgotar o ozônio. Terceiro: o nitrato (NO3-) pode lixiviar através dos solos e contaminar o lençol freático. Quarto: ao destruirmos florestas, campos e áreas alagadiças liberamos na atmosfera grandes quantidades de nitrogênio armazenado no solo e nas plantas em forma de compostos gasosos. Quinto: adição de nitratos em excesso nos escoamentos agrícolas e com as descargas dos sistemas de esgoto municipais. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Sexto: retiramos o nitrogênio da camada superficial do solo ao colher safras ricas em nitrogênio, irrigar as plantações, queimar ou remover a vegetação de campos e florestas antes de efetuar o plantio CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Banhado do Taim RS. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Nabo forrageiro Aveia preta Coberturas do solo – adubação verde Ervilhaca Plantio convencional X Plantio direto Melhoramento do campo nativo Piqueteamento de pastagens Resteva do trigo Plantio direto na palha CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Ciclo do fósforo CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS O fósforo circula pela água, pela crosta terrestre e por organismos vivos do planeta. É lento e, em uma curta escala de tempo humana, a maior parte do fósforo flui em uma direção, da terra para o oceano. O fósforo normalmente é encontrado na forma de sais de fosfato contendo íons de fosfato (PO43-) em formações rochosas terrestres e nos sedimentos do fundo dos oceanos. O fosfato pode se perder do ciclo por longos períodos de tempo, quando é lavado da terra em direção a córregos e rios e é transportado para o oceano. Processos geológicos de sublevação podem expor estes depósitos no fundo do mar. Como a maioria dos solos contém pouco fosfato, ele é geralmente o fator limitante do crescimento das plantas. O fósforo também limita o crescimento de produtores em córregos e lagos de água doce, pois os sais de fosfato são apenas levemente solúveis em CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Efeitos das atividades humanas no ciclo do fósforo Primeiro: extraímos grandes quantidades de rochas de fosfato para fabricar detergentes e fertilizantes Segundo: reduzimos o fosfato nos solos tropicais ao devastarmos as florestas. Terceiro: destruímos ecossistemas aquáticos com fosfatos provenientes do escoamento de resíduos animais e fertilizantes e descargas dos sistemas de tratamento de esgoto. Desde 1900 aumentamos 3,7 vezes as descargas de fósforo no meio ambiente. CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS O ciclo do enxofre CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS O sulfeto de hidrogênio (H2S) é liberado pelos vulcões ativos e pela matéria orgânica em pântanos alagados, brejos e planícies de marés O dióxido de enxofre (SO2) também provém dos vulcões. Partículas de sais de sulfato (SO42-) entram na atmosfera pelas ondas do mar, tempestades de poeira e incêndios florestais. Algumas algas marinhas produzem grandes quantidades de dimetil sulfeto (CH3SCH3), (DMS). Na atmosfera o DMS é convertido em dióxido de enxofre. Na atmosfera o dióxido de enxofre (SO2) de fontes naturais e atividades humanas é convertido em trióxido de enxofre (SO3) e em gotículas de ácido sulfúrico – chuva ácida CICLAGEM DE MATERIAIS NOS ECOSSISTEMAS Efeitos das atividades humanas no ciclo do enxofre. Primeiro: queimamos carvão e petróleo, que contém enxofre, para produzir energia. Segundo: refinamos petróleo contendo enxofre para fabricar gasolina, óleo de aquecimento e outros produtos úteis. Terceiro: convertemos minérios de minerais metálicos contendo enxofre em metais livres, como o cobre, o chumbo e o zinco, atividades que liberam grandes quantidades de enxofre no meio ambiente.