Citologia Biologia Daltro Aula 01 e Aula 02 O que é a Célula Introdução Quando você olha para a televisão e assiste seu personagem preferido, isso é possível graças a milhares de pontinhos presentes na tela que determinam a formação da imagem no aparelho. O mesmo acontece com os organismos, que também são formados pela união de pontinhos, tijolinhos, pecinhas de um complexo quebra cabeça denominada de célula. A célula é uma massa de substância viva, em perfeito equilíbrio físico e químico, apresentando um envoltório limitante, através do qual ela possa adquirir ou eliminar materiais com o meio; um conteúdo onde possa ocorrer diversas reações químicas (metabolismo) e um setor de controle ou administrativo. A célula é então a unidade morfológica e funcional dos seres vivos. Então todos os seres vivos são formados por células, sendo eles formados por apenas uma célula, denominado de unicelular, e outros formados por muitas células, que são chamados de multicelulares ou pluricelulares. Não devemos nos esquecer dos vírus, seres considerados acelulares (não possuem células) que são formados basicamente por uma cápsula protéica chamada de cápside ou capsídeo envolvendo uma ou mais moléculas de ácidos nucléicos. Então para que eles possam se reproduzir, devem estar dentro de uma célula, local onde ocorrem as atividades essenciais para a vida. Alguns não consideram os vírus como seres vivos, baseando seus pensamentos na chamada Teoria celular moderna, elaborada no século XIX por Mathias Schleiden e Teodor Schwann, que diz: 1. todos os seres vivos são formados por células, que são então as unidades morfológicas dos seres vivos; 2. a célula é a menor unidade viva, sendo que suas propriedades vitais definem as propriedades vitais do organismo. É fácil pensar nisso, pois se a célula adoece, adoece o tecido, que afeta o órgão correspondente, desequilibrando assim o sistema, prejudicando o organismo. 3. Células se formam pela reprodução de outras preexistentes por meio da divisão celular. Independente da célula, todas são formadas pela membrana celular (membrana plasmática ou plasmalema) que regula as trocas entre o conteúdo químico interno e o meio externo; citoplasma, que se constitui de um conteúdo interno onde ocorrem inúmeras reações químicas (citosol, sendo também chamado de hialoplasma, nome em desuso) e onde estão localizados corpúsculos granulares chamados de ribossomos e um centro de comando ou coordenação chamado de núcleo, ou simplesmente cromatina em alguns casos, que representa um conjunto molecular muito especial que assegura a formação de novas células. Classificação da célula As células possuem características que as tornam extremamente eficientes como alto teor de água, facilitando assim a ocorrência de reações; compartimentos que estabelecem um fluxo de reações isolando os diversos processos metabólicos; presença de material genético que contém as informações da mesma; presença de enzimas que catalisam as inúmeras reações que tornam a vida possível, além de economia de seus processos e ótima interação com o meio, medindo entre 10 a 100 micrômetros, ou seja, 0,01 a 0,1 milímetro. Podemos classificá-las quanto: a) a sua complexidade: .Célula procarionte ou procariota: extremamente simples, apresentando material genético (núcleo) disperso ou imerso ao citoplasma, mostrando-se então não individualizado e não apresentando organelas (também chamados de orgânulos ou organóides). Temos como exemplo as bactérias e as arqueas. Ainda podemos usar como exemplo as cianobactérias, mas a nova classificação dispensa seu uso quando já citadas bactérias. .Célula eucarionte ou eucariota: apresenta-se mais complexa, com núcleo delimitado por uma membrana nuclear chamada de carioteca, estando o núcleo então individualizado, apresentado ainda organelas no citoplasma. Os animais e os vegetais superiores são um ótimo exemplo. b) quanto à respiração: .Célula aeróbica: realiza suas reações na presença de oxigênio. As células musculares são um exemplo desse caso. .Célula anaeróbica: ao contrário da aeróbica, realiza suas reações na ausência de oxigênio. Algumas bactérias se enquadram nessa idéia. c) quanto à nutrição: .Célula autótrofa: transforma matéria inorgânica em matéria orgânica, quer dizer, produz o próprio alimento, como seres que realizam fotossíntese, como os vegetais. .Célula heterótrofa: não produz o próprio alimento, como os animais que necessitam da matéria de outros seres vivos, compreendendo seres mutualistas, parasitas, comensalistas ou até mesmo decompositores. d) quanto ao tempo de vida (longevidade): .Célula lábel: possue curta duração e estão constantemente sendo produzidas. Os gametas e hemáceas são exemplos disso. .Célula estável: dura muitos meses e é substituível, pois se reproduz, representando a maioria das células que formam nosso tecidos, como o tecido adiposo, os ossos e tecido conjuntivo. .Célula permanente: é um tipo de célula diferenciado e modificado, que não se reproduz e dura a vida toda do indivíduo, sendo sua destruição não acompanhada de substituição. Temos como exemplo os neurônios e fibras musculares estriadas. Leis A relação entre a área da superfície e volume celular limita o crescimento da célula, justificando seu tamanho microscópico, obedecendo às leis: .de Spencer: diz que o aumento do volume é proporcional ao cubo das dimensões lineares, enquanto o aumento da superfície é proporcional ao quadrado dessas dimensões. Assim sendo, a área cresce ao quadrado enquanto o volume cresce ao cubo. .de Driesch: ou lei do volume celular constante, enuncia que indivíduos da mesma espécie e com o mesmo grau de desenvolvimento, apresentam no mesmo tecido células do mesmo tamanho. Um exemplo clássico se dá com as células de um pigmeu africano, que são do mesmo tamanho das células de um gigante, ficando a diferença no tamanho dada pelo maior número de células. As células e suas estruturas Toda célula tem membrana plasmática, citoplasma com ribossomos e material genético chamado ou não de núcleo mas, em alguns tipos de células, outras estruturas são de grande relevância. Uma célula típica para o estudo de todas as estruturas que nos interessa não existe, portanto iremos abordar três células diferentes: uma de natureza procariota, a célula bacteriana por exemplo e duas eucariotas: a célula animal e a célula vegetal. A. Células Procarióticas (do latim pro, primitivo, e cario, núcleo) As células procarióticas são caracterizadas células simples por possuírem material genético disperso, imerso no citoplasma, quer dizer, não individualizado, podendo ser chamado de núcleo não organizado ou ainda nucleóide. Acreditamos que essas células são muito semelhantes à dos primeiros seres vivos que habitaram o nosso planeta a mais de 3 bilhões de anos atrás Seu citoplasma não possue organelas membranosas, apenas ribossomos 70s, que é considerado uma organela não membranosa ou um corpúsculo granuloso. O sistema de membranas dessa célula se resume à membrana plasmática, que delimita todo material interno. Ainda existe a membrana esquelética ou parede celular. Podemos citar como seres procariontes as bactérias e as arqueas, os mais abundantes do planeta. Como modelo de nosso estudo, estudaremos a bactéria Escherichia coli. A célula bacteriana em forma de bastão com 2mm de comprimento é formada pelos quatro componentes fundamentais para toda célula: citosol ou hialoplasma com ribossomos aderidos à face interna da membrana para síntese protéica; nucleóide ou simplesmente cromatina ( DNA em forma de anel não assoaciado à proteínas, ligado a uma invaginação da membrana plasmática chamada de mesossomo, onde estão as enzimas respiratórias); a denominação cromatina foi aqui abrodada pelo fato de vários autores usarem esse termo para o material genético bacteriano, apesar que o autor dessa obra não compartilha dessa idéia, já que por definição cromatina possue proteínas histonas associadas ao DNA; membrana plasmática lipoprotéica e uma parede externa chamada de parede celular, de natureza não celulósica ( formada por carboidratos, lipídios, proteínas e pela mureína ou ácido n-acetil murâmico, e seu componente principal, formado por um polissacarídeo associado a quatro cadeias de aminoácidos, o peptidioglicano). É interessante notar que o material genético consiste em cromossomos formado apenas por DNA e não por proteínas, além da ocorrência de material genético (DNA) não ligada a este cromossomo e que fica espalhado pelo hialoplasma, designado de plasmídeo, e a natureza da parede celular da bactéria. Vale a pena ressaltar que pesquisas recentes mostram que a partir de técnicas mais moderas hoje empregadas na observação de bactérias não demonstram a existência de mesossomos, sendo portanto estruturas inexistentes. Infecções causadas por esse ser vivo do reino Monera são constantemente tratadas com antibióticos e penicilina, mas qual usar em cada caso? Saberemos o que aplicar a partir da análise química da parede celular ou membrana esquelética da bactéria, analisando o teor de peptidioglicanos da mesma, usando um teste de coloração usado em microbiologia, o teste de Gram, usando-se os corantes violeta de genciana, a safranina e a fucsina. Vejamos: -Se a bactéria possuir alto teor de peptidioglicanos, o corante retido será o violeta de genciana, sendo classificada como bactéria gram-positiva, sendo mais sensível à penicilina. -Se a bactéria possuir baixo teor de peptidioglicano na parede celular, os corantes safranina ou fucsina serão retidos; portanto, teremos uma bactéria gram-negativa, tratada freqüentemente com antibióticos. A penicilina praticamente não realiza efeito algum sobre essas bactérias pelo fato desses microorganismos possuírem uma segunda membrana lipoprotéica localizadas acima de sua parede celular que impede a absorção do antibiótico em questão. Algumas bactérias ainda possuem cápsula, responsável pela periculosidade da mesma, como é o caso dos pneumococos. As cianobactérias ( chamadas antigamente de algas azuis) obedecem a mesma estrutura, mas possuem ainda pigmentos voltados para a fotossíntese, como a clorofila, que fica dispersa no citoplasma, já que não existem organelas como os cloroplastos. Quando comparamos a estrutura de uma bactéria com uma arquea ou arqueobactéria, nem sempre notamos a presença de parede celular em arqueas e, quando presente, é constituída por proteínas e polissacarídeos, nunca por peptidioglicanos, encontrados em bactérias. Os genes também são diferentes, sendo que as arqueas nesse parâmetro são até mesmo mais semelhantes com células eucarióticas. É tão relevante essas novas informações que hoje em dia propõe-se até mesmo a criação de uma nova categoria taxonômica denominada de domínio, onde teríamos portanto: domínio Bactéria (reunindo as bactérias), domínio Archaea (reunindo as arqueas) e domínio Eukarya (reunindo os protistas, fungos, animais e vegetais). B. Células eucarióticas (eu, verdadeiro ou individualizado, e cario, núcleo) A célula eucariótica é estruturalmente mais complexa, apresentando seu material genético individualizado do citoplasma por uma membrana nuclear ou carioteca, associado a proteínas formando os cromossomos. Então, o núcleo encontra-se separado do citoplasma, que contêm organelas membranosas, como as mitocôndrias, retículo endoplasmático agranular e granular, complexo de Golgi e ribossomos do tipo 80s. A existência de um rico sistema de membranas faz com que essa célula realize suas reações de forma mais organizada, já que agora possue numerosos compartimentos separando os mais variados processos metabólicos. Vejamos então dois tipos de células eucariontes: a célula animal e a vegetal. Aula 03 e Aula 04 A Célula Animal Analisando uma célula animal, observamos a presença de uma membrana celular (membrana plasmática ou plasmalema) de natureza lipoprotéica, ou ainda, uma bicamada lipídica com proteínas mergulhadas. Essa estrutura formada por três camadas é chamada de unidade de membrana, onde as proteínas representam 75% da estrutura e os 25% restantes são os lipídios. A membrana possui algumas propriedades, sendo ela semipermeável e possuindo permeabilidade seletiva, permitindo a passagem de algumas substâncias e não de outras. Seu formato é definido por um conjunto de tubos e filamentos de proteínas conhecido por citoesqueleto, que também permite que as células, em alguns casos, realizem movimentos. O citoplasma é formado por uma parte líquida chamada de hialoplasma ou citosol (erroneamente usado como sinônimo de citoplasma) e organelas (orgânulos ou organóides) mergulhados nessa massa líquida, além de grânulos como os ribossomos, que são considerados organelas não membranosas. É importante compreender que as organelas não realizam suas funções de forma isolada, mas sim de forma sincronizada, organizada. Vejamos o sistema de pequenas redes de membranas duplas, lipoprotéicas que a célula animal possue em seu citoplasma, o retículo endoplasmático (RE), que pode ser classificado em rugoso, termo em desuso (granular ou ergartoplasma) e liso, termo em desuso (agranular). O retículo granuloso é assim designado por possuir aderidos à sua superfície ribossomos, e o retículo agranular por não possuir essas estruturas aderidas em sua superfície. Representação do retículo granular ou ergastoplasma Devemos ressaltar que é um sistema único de canais, que ao longo de seu percurso apresenta particularidades. A cavidade desse sistema recebe o nome de cisterna, responsável pelo transporte de substâncias na célula. O RE granuloso é o local da síntese de proteínas, já que possue ribossomos aderidos ( são responsáveis pela síntese protéica), além de desempenhar a função de transporte, típica de todo o retículo. O RE agranular produz lipídios (esteróides), ácidos graxos e fosfolipídeos; transporta substâncias, armazena, faz intercâmbio e ajuda no metabolismo de substâncias tóxicas (detoxificação), além de participar também da síntese de glicoproteínas. Em células musculares, é o retículo agranular que armazena o cálcio liberado no citosol no momento da contração muscular. O complexo de Golgi constitui-se de um amontoado de sacos achatados, chamados de dictiossomos, que ficam empilhados e revestidos também por membrana lipoprotéica, sendo considerado por alguns um prolongamento do RE lagranular (as funções do RE liso então estão ligadas ao do Golgi). Sua principal função está ligada com o armazenamento e concentração de substâncias, que serão armazenadas em vesículas e posteriormente eliminadas por secreção celular. Essa organela costuma ser chamada de polarizada, pelo fato de uma de suas faces, conhecida por cis, receber vesículas provenientes dos retículos, repletas de substâncias, e outra face chamada de trans, de onde são liberadas vesículas para seu respectivo destino, após seu processamento pelo complexo de golgi. Em vegetais, participa da formação da parede celular, a partir da secreção de polissacarídeos e glicoproteínas, além de abastecer o vacúolo central com enzimas digestivas, que vão atuar no processo de digestão intracelular. Na cabeça do espermatozóide, outra estrutura que possue sua origem ligada ao Golgi é o acrossomo, grande vesícula cheia de enzimas digestivas que vão auxiliar na penetração do gameta masculino no óvulo, perfurando as membranas do óvulo. face trans vesículas Cisternas ou dictiossomos (no desenho acima, retirar as letras (a) e (b). Manter as descrições do desenho). Os lisossomos são vesículas provenientes do complexo de Golgi que possuem em seu interior enzimas digestivas (proteínas do RE rugoso), que realizam a digestão intracelular em pH ácido proporcionado por um mecanismo de transporte ativo conhecido por bomba de hidrogênio e cloro. Denominamos de função heterofágica quando está ocorrendo digestão de partículas provenientes do meio externo e função autofágica quando as células realizam a digestão de partes de si mesmas. Autofagia e autólise ainda são termos muito usados, sendo que o primeiro indica normalmente a digestão de organelas que se encontram desgastadas ou quando as reservas do corpo se esgotam, sendo necessário a aquisição de nutrientes por meio desse mecanismo de digestão. A juventude das células também está ligada a esse mecanismo, já que vários tipos de células tem suas organelas renovadas após um certo tempo de uso, como as células hepáticas e os neurônios. O mecanismo de autólise está relacionado com o derramamento não programado das enzimas lisossômicas por ruptura de sua membrana, a partir de fatores de causa externa, como a sílica e o asbesto, responsáveis pelo aparecimento de doenças conhecidas por silicose e asbestose. Nessas patologias, os alvéolos tentam digerir a partir de mecanismos de fagocitose as partículas de sílica e asbesto, que infelizmente não serão digeridas. Seu acúmulo no interior dos lisossomos causa seu rompimento , levando ao derramamento das enzimas e consequentemente alterando o funcionamento dos alvéolos pulmonares. Outras doenças como a tão conhecida Vaca Louca e o Kuru também se relacionam com os lisossomos, já que a proteínas causadoras das referidas doenças não são digeridas pelas enzimas dessa organela. A proteína mais conhecida é denominada de príon, denominação criada por Stanley Prusiner, a partir da expressão proin (proteinaceous infectious particles). Os peroxissomos são organelas presentes em células animais e em algumas vegetais que possuem enzimas chamadas de peroxidases, responsáveis pela oxidação de moléculas orgânicas. Na oxidação de ácidos graxos, por exemplo, um dos produtos é o colesterol utilizado na produção dos sais biliares que compõem a bile produzida pelo fígado. Não é a toa que essa organela é extremamente abundante nessa glândula humana! Um outro subproduto sempre formado pela oxidação é o peróxido de hidrogênio (H2O2), conhecido por água oxigenada, que será degradado apropriadamente por uma enzima conhecida por catalase presente nessa organela. Essa decomposição é necessária, pois a água oxigenada é altamente tóxica e pode provocar mutações, devendo então ser destruída imediatamente. Podemos pensar então que o fígado, sendo um órgão de alto metabolismo, com papel desintoxicante, deve possuir numerosos peroxissomos. 2H2O2 catalase 2H2O + O2 Em plantas, são conhecidos por glioxissomos, onde realizam a conversão de lipídeos armazenados na semente de plantas oleaginosas em açúcares usados no processo de germinação. Observando ao redor do núcleo, um par de centríolos que são formados por nove conjuntos de túbulos triplos, de natureza protéica, participam do processo de divisão celular. Possue capacidade de autoduplicação, como as mitocôndrias e os cloroplastos nas células vegetais, apresentado então em sua estrutura DNA próprio. Ao redor de cada par de centríolo aparecem as fibras de áster (microtúbulos). (eliminar título da figura acima e acrescentar abaixo do desenho: representação do centríolo) Os cílios e os flagelos são estruturas celulares móveis que se mostram presentes em protozoários em sua locomoção e, por exemplo, no epitélio da traquéia que é forrado por cílios que são geralmente pequenos e numerosos, enquanto os flagelos têm grande tamanho, existindo em pequeno número em cada célula. Diferente dos centríolos, cílios e flagelos são compostos por nove conjuntos duplos de microtúbulos, além de dois microtúbulos centrais. A célula é sustentada por estruturas chamadas de microtúbulos e microfilamentos, constituídos de proteínas, participando da manutenção do formato da célula, da arquitetura celular, formando o citoesqueleto e sendo encontrados ainda no interior dos cílios e flagelos, como dito anteriormente. O citoesqueleto, além da organização da forma da célula, também permite o deslocamento de substâncias no interior da célula (ciclose) e permite a adesão entre células vizinhas. Os microtúbulos que são responsáveis pela sua formação, são constituídos pela proteínas tubulina, enquanto os microfilamentos são constituídos de actina. Existem ainda os filamentos intermediários, constituídos de diversas proteínas com função estrutural, mas não participam de movimentos celulares. (retirar título do desenho acima e separar no texto a figura do microtúbulo e do microfilamento) Representação dos microtúbulos Toda esse funcionamento celular deve consumir energia, que será gerada por um outro organóide, a mitocôndria, diretamente relacionada com a respiração celular, onde a glicose será metabolizada com liberação de energia para a formação do ATP, havendo ainda formação de água e gás carbônico. Como já foi dito, possue capacidade de autoduplicação por possuir DNA próprio, além de ser também uma organela membranosa. Em seres que vivem em ambientes desprovidos de oxigênio, estão presentes organelas pouco conhecidas: são os hidrogenossomos e os mitossomos, presentes principalmente em protozoários e fungos. Os hidrogenossomos produzem energia, mas não possuem DNA como a mitocôndria, apesar que recentemente algumas pesquisas demonstram a existêncioa de protozoários com hidrogenossomos portadores de DNA. Os mitossomos também não possuem DNA e não realizam a produção de energia, mas correspondem ao local de produção de compostos ricos em ferro e enxofre que serão utilizados na produção de ATP. (retirar a nomenclatura em inglês e acrescentar ao lado a nomenclatura em português: na ordem: membrana plasmática, retículo endoplasmático, ribossomos, microfilamentos e filamentos intermediários, microtúbulo e mitocôndria). Abaixo do desenho, colocar: representação da composição do citoesqueleto. Toda a atividade é controlada pelo núcleo, delimitado pela carioteca ou membrana nuclear (membrana dupla); seu interior é preenchido por um líquido chamado de cariolinfa ou suco nuclear, onde está mergulhado o material genético (DNA) associado à proteínas, a cromatina; além disso aparece um corpúsculo formado de RNA, o nucléolo, presente na intérfase (fase de preparo da célula para divisão), responsável pelo controle da produção de proteínas , já que é o responsável pela formação dos ribossomos. É importante ressaltar que as células de um mesmo organismo possuem em geral as mesmas organelas. Mas dependendo da função do órgão onde elas se encontram, a quantidade e tamanho dos orgânulos pode variar. Ao analisarmos células pancreáticas, percebemos uma riqueza de ribossomos e retículo endoplasmático rugoso, já que a glândula em questão é responsável pela produção do suco pancreático, rico em proteínas denominadas de enzimas, e de hormônios, como a insulina e glucagon, também de natireza protéica. Células hepáticas tendem a apresentam em maior desenvolvimento organóides como o retículo endoplasmático liso, pela função desintoxicante que apresenta. A Célula Vegetal A célula vegetal apresenta-se bem semelhante à célula animal, possuindo poucas organelas que as diferencia. Externamente à membrana plasmática, aparece um revestimento chamado de parede celular, formada por um polissacarídeo chamado celulose, sendo ela resistente, rígida, espessa, de elasticidade limitada, deixado passar água por ela (é então permeável). Apesar de existirem pequenos vacúolos nas células animais, na célula vegetal se mostram mais evidentes. Na célula vegetal jovem, são pequenos e encontram-se em grande número, mas quando adulta eles se reúnem formando um grande vacúolo que chega a deslocar o núcleo e o restante do citoplasma para a periferia. A membrana que envolve esse vacúolo é chamada de tonoplasto e seu conteúdo de suco celular, sendo suas funções as mais diversas, como acumular reservas (glicose, vitaminas, proteínas, pigmentos), osmorregulação e outros ainda acumulam enzimas hidrolíticas com função semelhante aos lisossomos. Parece celulósica em células vegetais Em algumas ocasiões, o acúmulo de sais no interior dessa organela é tão grande que eles se cristalizam, formando estruturas geométricas conhecidas por drusas (forma de estrelas) e ráfides (forma de agulhas). Como mencionado anteriormente, podemos observar em alguns casos a atuação de enzimas digestivas no interior dessa organela, em pH específico ácido. Encontramos ainda orgânulos típicos de células vegetais chamadas plastos, que podem ser portadores de pigmentos ou não, relacionados com a fotossíntese. Esquema de um Cloroplasto Quando não há pigmentos reservados, e sim substâncias nutritivas, chamamos de leucoplastos. Os que armazenam pigmentos são chamados cromoplastos, responsáveis pela cor do vegetal. Classificando-os temos: .leucoplastos verde) .cromoplasto Proteoplastos (reservam proteínas) oleoplastos (reservam lipídios) amiloplastos (reservam carboidratos) cloroplasto (os mais numerosos, possuem cor xantoplasto eritroplasto (possuem cor amarela) (possuem cor vermelha) Representação de uma célula vegetal vista ao microscópio eletrônico As células vegetais podem realizar troca de substâncias entre elas, por pontes citoplasmáticas chamadas de plasmodesmos, exclusivas desse tipo de célula. É bom lembrar que não encontramos centríolos em células vegetais superiores, estando presentes em células animais. Cuidado!!! A informacao de que centríolos são organelas exclusivas de células eucariontes animais não procede, já que as angiospermas são o único grupo de seres eucarióticos que não possuem centríolos. Na divisão de células eucariontes vegetais, quem exerce grande influencia no processo é o complexo de golgi, responsável pela liberaçvão de vesículas contendo pectina, um dos componentes da formação da lamela média que culmina na parede celular, personagem principal da divisão mitótica desse tipo de célula. Diferenças entre Células Procariontes e Células Eucariontes Animais e Vegetais Estrutura Celular Seres Procariontes Seres Eucariontes Animais Vegetais Membrana Plasmática Parede Celular Complexo de Golgi Centríolos Ribossomos Cromatina Presente presente Presente Presente Ausente Ausente Presente Presente Presente Ausente Presente Presente Presente Presente Presente Ausente Presente Presente Plastos Carioteca Mitocôndrias Peroxissomos Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Presente Presente Vacúolos Plasmodesmos Ausente Ausente Menores Ausentes Presente Presente Presente Ausentes ou raros Maiores Presentes Pense sobre isso: Teoria das organelas endossimbiontes Apesar da idéia ter sido sugerida pela primeira vez na década de 1920 pelo biólogo norte-americano Ivan Wallin, a teoria foi criada por Lynn Margulis, onde é proposta a idéia de que algumas organelas (mitocôndrias e cloroplastos) tenham surgido de uma associação simbiótica entre organismos, onde provavelmente um antepassado das cianobactérias atuais (procariontes autotróficos) obtevem proteção de outro organismo, também unicelular, porém de maiores dimensões, servindo assim de hospedeiro, que recebe portanto energia produzida pela fotossíntese desse organismo procariota, levando a implicação de que os eucariontes são quimeras, ou seja, seres constituídos de elementos disparatados ou incongruentes, e ao nosso entendimento, um combinação de diversos genomas de procariontes. (ampliar a nomenclatura da figura B). e acrescentar abaixo: representação da hipótese endossimbiótica. A sugestão é que os elementos procarióticos tenham se interagido com o organism eucariótico numa ordem específica, desenvolvendo uma interação biológica benéfica, que no futuro tornou-se uma simbiose obrigatória. Várias são as provas da origem endossimbionte das mitocôndrias e cloroplastos, com: .Possuem DNA, sendo este diferente do presente no núcleo da célula e em quantidades parecidas com ao das bactérias. .Possuem membrana dupla, ou seja, uma membrana externa e outra interna, cuja composição química se diferencia das outras membrana presentes na célula. . O mensagem genética também é diferente, o que significa dizer que a sequência das bases nitrogenadas do DNA presente nessas organelas não se equivale ao encontrado na célula eucarionte hospedeira. .Se dividem por divisão binária, processo observado em bactérias, tamém conhecido por bipartição ou cissiparidade. .Pelo fato do genoma das mitocôndrias e cloroplastos serem extremamente pequenos, podemos supor uma certa dependência destes orgânulos depois da simbiose. Especula-se que os peroxissomos tenham sido os primeiros endossimbiontes, proporcionando às células a capacidade de adaptação ao oxigênio que começou a ser produzido a milhões de anos atrás de forma crescente na atmosfera. Mas pelo fato de não possuírem sequer DNA, como já foi dito, a idéia realmente não passa de especulação.