Introdução à Astrofísica Lição 17 – Classificação Espectral INTRODUÇÃO À ASTROFÍSICA LIÇÃO 18 – A CLASSIFICAÇÃO ESPECTRAL Em 1817, Fraunhofer já havia determinado que diferentes estrelas possuem diferentes espectros. Como as estrelas são diferentes, surgiram as classificações estelares, de modo a separar estrelas em determinados grupos. A classificação de Harvard (O B A F G K M) é uma sequência de temperatura, de modo que as estrelas de tipo O são as mais quentes e M as mais frias. Dentro de cada uma dessas classes existem subdivisões que vão de 0 à 9. Um dos catálogos estelares mais importantes possui a classificação de 200000 estrelas e é conhecido como catálogo de Henry Draper. Ainda usamos a terminologia do número de entrada no catálogo Henry Draper. Por exemplo, a estrela Betelgeuse é HD39801. O entendimento a respeito dos átomos deram aos astrônomos um melhor entendimento a respeito dos espectros estelares. As linhas de absorção de um espectro são produzidas quando um átomo absorve um fóton com uma energia necessária para fazer com que um elétron “salte” de um nível de energia inferior para um nível de energia superior. As linhas de emissão ocorrem no sentido contrário, ou seja da transição de um elétron de um nível superior para um inferior. Os diferentes espectros estelares indicam que os elétrons ocupam diferentes orbitais atômicos na atmosfera da estrela. Os átomos podem estar em vários estágios de ionização, com um conjunto de orbitais em cada estágio. O estágio de ionização é indicado por um número romano após o símbolo do elemento. Por exemplo, H I e He I são os átomos neutros de hidrogênio e hélio (não ionizado). Para o Si III, temos um átomo de silício que perdeu dois elétrons e para o Si IV temos um átomo de silício que perdeu três elétrons. Em 1911, o dinamarquês Ejnar Hertzsprung fez um gráfico o qual relaciona a luminosidade de uma estrela com a temperatura que ela apresenta. Em 1914, o norteamericano Henry Russel fez um gráfico semelhante (sem saber do trabalho de Ejnar) e obteve os mesmos resultados. O gráfico também relacionada as estrelas com respeito aos seus raios (em comparação ao raio solar). Chamamos esse gráfico de “diagrama H-R”. Uma região de interesse no diagrama H-R é a da chamada “sequência principal”. No diagrama ao lado, a sequência principal é a linha curva em formato de S. Note que o Sol está nessa região do diagrama. De acordo com o diagrama H-R, o Sol possui uma temperatura superficial de quase 6000K e é do tipo G. Em 1930, Morgan e Keenan desenvolveram um sistema de classe de luminosidade baseado em pequenas diferenças espectrais observadas nas estrelas. Quando colocamos essas classes no diagrama H-R, elas fornecem uma subdivisão útil dos tipos estelares. As classes de luminosidade Ia e Ib são supergigantes. Classe de luminosidade V incluem as estrelas de sequência principal. Quanto maior o número da classe de luminosidade, menor é a luminosidade da estrela. O sol, por exemplo, é uma estrela G2 V. O tipo espectral de uma estrela e a classe de luminosidade, juntamente com as informações do diagrama H-R, permite determinar a distância à estrela. Uma das estrelas das Plêiades possui um espectro do tipo B8 V (estrela quente, azul e da sequência principal). Usando o diagrama H-R mostrado, podemos estimar sua luminosidade em torno de ~190𝐿⊙ . O fluxo dessa estrela é medido como 3,19 × 10−13 𝐹⊙ . Logo: 𝑑 = 𝑑⊙ 𝐿 𝐿⊙ = 𝐹 𝐹⊙ 190 3,19 × 10−13 𝑑 = 2,44 × 107 𝑑⊙ = 118 𝑝𝑐 Mas você pode ser perguntar: o que é a sequência principal? A sequência principal, basicamente, é a fase onde as estrelas queimam a maior parte de seu combustível liberando energia. Essa queima de combustível consiste de núcleos de Hidrogênio sendo fundidos em núcleos de Hélio, através do processo de fusão nuclear. Para compreender melhor a estrutura estelar é necessário estudar o gases (visto que uma estrela, basicamente, é um gás ionizado).