LEONARDO DA VINCI Transferência de inovação tune in! adaptação e tradução da Formação de formadores para combater o abandon escolar nos países parceiros www.tune-in-project.eu Institute for Quality and Technology Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita. LLP-LDV-TOI-13-AT-0001 Índice Trabalhar numa oficina de uma escola de produção .......................................................................... 3 As experiências mais valiosas/importantes: ........................................................................................ 3 O cérebro ............................................................................................................................................. 4 Hierarquia das necessidades de Maslow ............................................................................................. 5 Manter-se no fluxo (Teoria do fluxo) ................................................................................................... 6 Inteligências Múltiplas (Howard Gardener) ......................................................................................... 6 Aprendizagem situada ......................................................................................................................... 7 Alguma coisa sobre futebol ................................................................................................................. 8 A abordagem da escola de produção .................................................................................................. 9 Princípios – cartas – Normas de qualidade ........................................................................................ 10 Exemplo: A Carta Dinamarquesa.................................................................................................... 10 Formas de documentação ................................................................................................................. 11 Exemplo I: Tabelas de Competências (DK) ..................................................................................... 11 Exemplo II: Planos Individuais dos participantes (DK) ................................................................... 12 Exemplo III: Certificado de Competência ....................................................................................... 13 Postura a adopter .............................................................................................................................. 15 A Questão da Formação Geral na Escola de Produção ...................................................................... 16 tune in! adaptação e tradução da Formação de formadores para combater o abandon escolar nos países parceiros por Berufsförderungsinstitut oo (Áustria), em cooperação com ISQ (Portugal), doo OZARA (Eslovénia), Fundacion Asturias metal (Espanha), IFA Estíria (Áustria), ENAIP Veneto (Itália) e Associação Dinamarquesa de Escolas de Produção (Dinamarca). O projecto de transferência de inovação Leonardo da Vinci (LLP-LDV-TOI-13-AT-0001) é licenciado por Creative Commons Attribution-Share Alike 4.0 License International. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/. Page 2 of 17 Dia 1 Trabalhar numa oficina de uma escola de produção As experiências mais valiosas/importantes: Ser o inexperiente: Em termos da linguagem (inglês), profissão e da abordagem prática: trabalhar com as próprias mãos e com máquinas e ferramentas profissionais = mudança de posição, aprender com os alunos Satisfação: A mudança de uma atitude de “isto é impossível para mim” para “eu construí este avião!” = toda a gente é capaz de aprender alguma coisa Partilha: Trabalhar em conjunto e encorajar-se mutuamente = a aprendizagem é feita em conjunto e constitui uma experiência social Ficar impressionado: Pela capacidade de os jovens assumirem responsabilidades, serem prestáveis, encorajadores e pela sua boa disposição = trabalhar em conjunto como iguais altera as nossas relações e hierarquias = criar situações de aprendizagem onde é necessário que os participantes assumam responsabilidade Atmosfera descontraída: nas oficinas = Todos estão ao mesmo nível, não existem hierarquias pré-estabelecidas ou forçadas. = Aprendizagem situada: Todas estas características aderem aos princípios da aprendizagem situada. A aprendizagem não ocorre num espaço vazio, mas em situações, contextos e relações específicas. O que é aprendido depende da situação e das relações. Todos os participantes aprenderam algo novo - nomeadamente, os participantes da escola de produção. As situações específicas de aprendizagem permitiram aos participantes fazer mais do que o habitual. Page 3 of 17 Dia 2 “Podes aprender sem ninguém ensinar nada e podes ensinar sem ninguém aprender nada” O cérebro Cérebro reptiliano: Necessidades básicas como beber comer e reproduzir-se. Manter-se VIVO. Sistema límbico: Sentimentos – Esforçar-se para estar CONFORTÁVEL Neocortéx: Aprender com base na EXPERIÊNCIA Page 4 of 17 Hierarquia das necessidades de Maslow As necessidades básicas devem ser asseguradas antes de avançar para o nível seguinte. Analisando em conjunto a estrutura do cérebro anteriormente apresentada e a hierarquia das necessidades de Maslow temos a seguinte divisão: Necessidades fisiológicas: são controladas pelo cérebro reptiliano Segurança e amor/ sentimento de pertença: são sentimentos localizados e controlados pelo sistema límbico Auto-realização/Estima: surgem da experiência – localizados no neocórtex Page 5 of 17 Manter-se no fluxo (Teoria do fluxo) Quando estamos perante um grande desafio dentro de uma área em que temos poucas habilidades, isto irá resultar em medo/ansiedade. Neste caso (medo), o cérebro reptiliano irá assumir o controlo e imediatamente interromper a ação das restantes áreas do cérebro, o que significa que não é possível qualquer aprendizagem. Se estivermos a enfrentar desafios pequenos, tivermos capacidades mais do que suficientes, vamos ficar aborrecidos e, consequentemente, o cérebro irá começar a focar a sua atenção em alguma coisa diferente. Inteligências Múltiplas (Howard Gardener) A inteligência não é apenas uma coisa. Nós aprendemos de diferentes maneiras… Page 6 of 17 Aprendizagem situada A aprendizagem depende de: Situação Posição Participação Organização Outros participantes Todos aprendemos – recémchegados bem como experientes Nós aprendemos constantemente – de forma intencional ou não intencional Page 7 of 17 Alguma coisa sobre futebol Asger Hansen, Formador na área da madeira Multicenter Syd, DK Encara a tua oficina como uma equipa de futebol, onde tu és o treinador e os estudantes são os jogadores. Ter uma grande equipa de futebol requer o mesmo que ter uma grande oficina: Os alunos precisam de ser desafiados. Os alunos estão em níveis diferentes, e os desafios e atribuições – necessitam de ser feitos à medida para cada aluno Os alunos precisam de motivação. Para que eles sejam motivados - e desafiados – o seu trabalho tem que fazer sentido. Se não for visível para os alunos o motivo pelo qual estão a fazer determinada tarefa, explica-lhes para que se torne claro. Ajudá-los a ver o porquê do seu trabalho ser importante ajuda-os a encontrar a sua motivação. Serem desafiados, e encontrar o equilíbrio certo, onde os alunos sentem que tiveram sucesso é importante para a sua confiança e auto-estima. A auto-estima e confiança resultam também, definitivamente, do desenvolvimento social e pessoal. Trata os alunos como pessoas completas - como iguais – Dirige-te aos alunos olhos nos olhos. A oficina é uma comunidade onde os alunos pertencem e, portanto, dão o seu contributo. Numa comunidade, existe uma obrigação e um compromisso de contribuir para a comunidade funcionar. O sentimento de pertença é importante e diretamente ligado ao sentimento de comunidade. Existe uma diferença entre obrigação e compromisso e ambos são experienciados pelos estudantes numa oficina onde eles se sentem parte da comunidade. Os alunos precisam de acreditar no futuro, no seu futuro. Talvez ele nunca tenha parecido brilhante, mas é parte da função da escola de produção assegurar que eles chegam a um ponto em que sentem que têm um futuro. No que se refere à oficina e na sequência dos pontos anteriores de desafio e motivação os alunos precisam de ter orgulho profissional. As competências profissionais são cruciais para o orgulho profissional. As escolas de produção reforçam as competências profissionais, pessoais e sociais. Um grande dia na oficina começa no dia anterior. A última parte do dia deve ser usada para preparar os alunos e a oficina para o dia seguinte. Isto, faz com que os alunos se sintam seguros no trabalho que estão a executar e fá-los sentir necessários e que a sua contribuição para a oficina é valorizada. Page 8 of 17 A abordagem da escola de produção Cuidar da pessoa como um todo Ajustar as tarefas produtivas às capacidades dos participantes Criar comunidades de trabalho e aprendizagem onde: o Os produtos têm valor, significado ou são necessários e o Os participantes sentem-se obrigados e comprometidos É importante lembrar que os caminhos de aprendizagem sofrem desvios Não existem atalhos nem soluções universais Lembra-te: – sê sempre profissional – sê sempre pessoal – nunca sejas privado! Page 9 of 17 Dia 3 Princípios – cartas – Normas de qualidade Exemplo: A Carta Dinamarquesa 1. As características fundamentais das escolas de produção são o trabalho prático e a produção. 2. A aprendizagem ocorre numa comunidade de trabalho vinculativa. O objetivo é o desenvolvimento pessoal, social e profissional dos jovens. 3. A formação teórica é integrada no trabalho prático e na produção. 4. Os participantes são associados a uma oficina e a um professor, e envolvidos na produção, assim como em outras atividades escolares. 5. As escolas oferecem oficinas com uma diversidade profissional e qualidade que reflete o mercado de trabalho atual. 6. Os participantes recebem formação em assuntos gerais, bem como nas áreas da cultura e da sociedade. 7. As escolas de produção admitem e encaminham os participantes numa base individual, tendo em conta as necessidades de cada participante. 8. Os participantes recebem uma remuneração sob a forma de um subsídio escolar pela sua participação ativa. 9. A escola de produção suporta cada participante no estabelecimento de metas realistas e no alcançar das mesmas durante a sua permanência na escola. 10. As competências desenvolvidas pelos jovens são documentadas num certificado emitido pela escola de produção. Os princípios e as normas de qualidade não são necessariamente definidos por lei e pela legislação - eles expressam uma visão comum sobre melhores práticas. Page 10 of 17 Formas de documentação Exemplo I: Tabelas de Competências (DK) Tabelas visíveis serão penduradas em todas as oficinas com os nomes dos participantes (à esquerda) e as capacidades/competências no topo. Os pontos coloridos, que descrevem o nível de experiência dos participantes em cada área, serão discutidos de forma periódica, por exemplo, uma vez por semana. Page 11 of 17 Exemplo II: Planos Individuais dos participantes (DK) Plano Individual Primeira Entrevista* Nome Data Oficina Data de entrada Ciclo concluído, exames passados etc. Contexto escolar anterior i.e. trabalho, trabalho em part-time, estágio Experiência de trabalho Em que é que eu sou bom, o que eu gosto de fazer, hobbies Forças Fraquezas Dificuldades pessoais, sociais ou profissionais, doenças, alergias medicação regular Porquê esta escola? Porquê esta oficina? Porque estou aqui? Objetivo para a estadia na escola de produção Na oficina, possível ensino teórico Objetivos profissionais i.e. concentração, estabilidade, independência, tomar iniciativa Objetivos pessoais e sociais i.e. desejos relativos ao trabalho futuro ou formação Planos para o futuro Data da próxima entrevista Plano individual Entrevista de seguimento Objetivos profissionais Nome Data Oficina Data de inscrição Período de tempo na escola Taxa de faltas Em que é que trabalhei? O que aprendi? Em que é que me tornei melhor? O que é que não correu tão bem? Situação ao nível da estabilidade, concentração, etc. Objetivos pessoais e sociais Bem-estar A minha relação com os formadores, com os outros participantes na oficina, com a escola em geral? Período, conteúdo, benefícios, Cursos práticos/combinados** Na oficina, pessoais, estágios, cursos combinados, ensino teórico Futuro – objetivos para o período que se avizinha Compromissos concretos Compromissos Motivos para a extensão da estadia, se isto for o desejado Dispensas Data da próxima entrevista Page 12 of 17 * Nas escolas de produção dinamarquesas, a orientação e o aconselhamento informal ocorrem todos os dias nas oficinas, contudo são obrigatórias entrevistas/orientação formais. A primeira deverá ocorrer num prazo de duas semanas a partir da data da inscrição. Depois disso, pelo menos uma vez em cada 3 meses. ** Após 3 meses, a escola de produção em cooperação com as escolas profissionais locais deve oferecer um "curso combinado" a ter lugar na escola profissional, onde o participante pode ter uma ideia de como é estudar naquela instituição. Exemplo III: Certificado de Competência Certificado de Competência Este certificado é emitido de acordo com a Lei que regulamenta as escolas de produção. Escola de Produção: X-købing Produktionsskole Produktionsskolevej 11, 7890X-købing www.x-købing.dk Nome do participante: Cpr.nr.: Data de início: Data de saída: Ole Olsen 110693-1365 15.03.12 18.01.13 Período: 15.03.12 – 18.01.13 Atividades realizadas: Oficina de metal Construção Leitura de desenhos técnicos Produção de elementos metálicos Montagem dos elementos Soldadura CO2 TIC Segurança Competências obtidas: Capaz Experiente Principiante Competente Capaz Page 13 of 17 Conhecimento das regras de segurança Máquinas e ferramentas manuais Conhecimento dos materiais Experiente Experiente Experiente Período: 15.08.12 – 18.01.13 Outras atividades: Formação no âmbito de outras leis educacionais: Curso de dinamarquês, FVU na VUC Xkøbing curso de 5 meses, 4 h/semana Competências obtidas: Aprovação, nível F, Dinamarquês Cf. Anexo 1: Diploma 22.10.12 – 02.11.12 ’Curso Combinado’: Produção e Desenvolvimento, EUC Xkøbing curso de 2 semanas, 30 h/semana Maior clarificação e preparação educacional. Cf. Anexo 2: Diploma combinado 07.01.13 – 18.01.13 Estágio: X-købingMaskinfabrik, 2 semanas 22.10.12 – 24.10.12 Cursos adicionais: Saúde e segurança ocupacional ao nível dos processos de soldadura e corte térmico Conhecimento sobre a indústria: Cf. Anexo 3: Comprovativo do estágio Cf. Anexo 4: Diploma do curso Data: Assinatura da escola: As escolas de produção oferecem um ensino, baseado no trabalho prático e na produção. A aprendizagem deve contribuir para o desenvolvimento das competências pessoais, sociais e profissionais dos participantes, a fim de fortalecer as possibilidades de formação posterior ou de transição para um emprego estável. Page 14 of 17 Glossário Principiante Trabalha de acordo com regras e instruções O participante teve contacto com a técnica/função mas necessita de instruções exatas. Capaz Trabalha com base na experiência O participante tem uma visão desenvolvida sobre o processo de trabalho,mas ainda precisa de algumas instruções. Experiente Trabalha de forma parcialmente independente O participante domina o processo de trabalho mas pontualmente necessita ainda de aconselhamento. Competente Trabalha de forma independente O participante avalia e corrige o processo de trabalho e pode participar no processo de avaliação da qualidade. É capaz de dar formação sobre a execução da tarefa. Postura a adopter Oferecer novas situações de aprendizagem Ter a mente aberta – Colocar-se ao nível dos outros Permitir que todos sejam inspirados Apoiar e ajudar-se mutuamente Colocar o foco nas relações Dar espaço a todos – permitir que todos participem em alguma actividade Respeitar todos os participantes Desenvolver um sentimento coletivo e focar-se na forma como cada indivíduo pode contribuir (motivação e auto-motivação) Observar e ouvir “Pôr água na fervura” Manter as coisas simples Trabalhar/fazer coisas Page 15 of 17 A Questão da Formação Geral na Escola de Produção … O processo em que a pessoa se torna capaz de ultrapassar o seu próprio horizonte e se torna um membro ativo da comunidade, não apenas como trabalhador, mas também como cidadão e como ser humano … Exemplo: Horário de almoço Necessidades fisiológicas/saúde Sentimento de comunidade Como se comportar na presença dos outros Exemplo: Desporto Fisiologia/saúde Tempo livre Estar acompanhado Trabalho de equipa Exemplo: Caminhada Fazer uma caminhada altera as posições e as relações – algo novo acontece Page 16 of 17 Exemplo: Debates Informação/Notícias Políticas/Dilemas/ Desafios Exemplo: Saída de campo “Estar presente” / compreensão mais alargada da sociedade Ser capaz de tomar uma posição/ser capaz de agir. Exemplo: Na oficina Participação I: trabalhar e aprender Participação II: ser parte de uma comunidade (de trabalho). Participação III: ter uma participação para além da oficina Page 17 of 17