ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE EMBRIOLOGIA UTILIZANDO EMBRIÕES DE GALINHA Development of Teaching Materials Embryology using Chicken Embryos- Educação Básica e Formação de Professores Rosimeri Sabim Batista; Acir Franco; Selene Elifio Esposito; Luciana de Fátima Chaves Zischler. Pontifícia Universidade Católica do Paraná EDUCAÇÃO BÁSICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES RESUMO O presente artigo visa apresentar materiais didáticos que foram elaborados através do estudo do desenvolvimento de embriões de galinha, que atualmente vem sendo o modelo in vivo mais utilizado na embriologia comparada, porque suas fases iniciais de desenvolvimento são semelhantes com a de humano. Foram adquiridos ovos fertilizados, que foram incubados, acompanhando dia a dia cada etapa do desenvolvimento embrionário. Os embriões foram fotografados, filmados, mantidos em álcool 70% e emblocados em resina, tendo como fim, servir de apoio para a elaboração do material didático, enriquecendo conhecimentos de alunos do Ensino Médio. A importância deste material didático é complementar o aprendizado do aluno em sala de aula, mostrando uma linguagem diferenciada, inovando a prática de ensino, incorporando dinamismo as aulas, agregando prazer e cativando interesse por parte dos alunos em relação ao Estudo da Embriologia comparada permitindo ao aluno visualizar e compreender os fenômenos evolutivos. Palavras-chave: Ensino. Material Didático. Pesquisa. Embriologia Comparada. Ovos. 1 INTRODUÇÃO Por definição, a Embriologia é a ciência que estuda o embrião, sua evolução a partir da fase unicelular, crescimento e diferenciação, abrangendo o período da vida que se inicia no ovo seguindo até o nascimento ou eclosão. (Garcia & Fernández, 2012). Na embriologia comparada, embriões de aves vêm sendo o modelo in vivo mais utilizado para estudos. Seu desenvolvimento inicial é semelhante ao dos mamíferos, tanto na complexidade como no curso geral do desenvolvimento embrionário, pois é fácil acompanhar e manipular seu desenvolvimento, bastando manter o ovo recém-eclodido em uma incubadora à temperatura do corpo do animal de 38 °C. Além disso, é possível realizar montagens totais dos diferentes estágios do seu desenvolvimento, facilitando o processo por de estudo (Machado, 2006 Mello, 1989; Wolpert, 2008). O desenvolvimento em galinhas é citado como estágios de evolução, enquanto de humanos é dito como semanas de desenvolvimento. Nas aves, a fêmea é heterozigótica (ZW), enquanto que no humano é o macho (XY) (Garcia & Fernandez, 2012). Abaixo, em tabela, seguem os principais estágios iniciais em comparação entre ambas as espécies (Dumm, 2006; Garcia & Fernandez, 2012; Hamburguer & Hamilton, 1951; Langman, 2005; Larsen, 2010; Wolpert, 2008). Galinha Tempo de Desenvolvimento 3 horas após a fertilização 20 horas após a 1ª Clivagem 45 horas após a 1ª Clivagem 4 horas após a 3ª Clivagem 6 a 7 horas de incubação 5 a 6 horas pósincubação Em torno de 18 horas Homem Evento Biológico Clivagem – Meroblástica Discoidal- Ocorre no Istmo. 2ª Divisão (Sulcos de Segmentação cruzam em ângulo reto). Inicia-se a 3ª Segmentação. O ovo deixa o Istmo e segue para o útero. Inicio da Gastrulação. Formação da linha primitiva. Ectoderme acima da Notocorda é induzida a formar Tempo de Desenvolvimento Evento Biológico Cerca de 30 horas pós-fecundação Clivagem Holoblástica Rotacional- Ocorre nas Tubas Uterinas. 40 horas após a 1ª Clivagem 2ª Divisão (4 Blastômeros iguais). 3 dias Embrião formado por 6 a 12 células. Cerca de 4 dias 15/16 dias pósfecundação Entre 14 a 15 dias 14 dias 1 Embrião de 16 a 32 células (Mórula) chega até o útero. Inicio da Gastrulação. Linha primitiva começa se formar. Embrião com a forma de um Disco Bilaminar, Tubo Neural. 22 horas de incubação Pós 20 horas de incubação 33 a 34 horas 21 dias pósincubação Notocorda induz a ectoderme Neural, a formar pregas e placas neurais. Inicia- se a Neurulação 1 par de somito aparece a cada hora. Aparecimento dos anexos embrionários; Âmnio, Vesícula Vitelínica, Alantóide, Membrana Corioalantóica (CAM). Nascimento. 18 dias Placa Neural se invagina formando Sulco Neural 19 a 21 dias Desenvolvimento dos somitos e celoma intra embrionário. A partir da 2ª semana . Estruturas extraembrionárias: Âmnio, Saco Vitelínico, Saco Coriônico. 38 a 40ª semana pós-fecundação. Nascimento. No embrião de galinha, as trocas gasosas ocorrem na membrana corioalantóica (CAM), formada pelas camadas ectodérmica e endodérmica. A CAM é formada pela fusão do Córion com o Alantóide, sofrendo intensa vascularização entre o 4º e o 8° dia do desenvolvimento embrionário de galinha (Dias et al. 2002). Capilares e veias são encontradas na CAM, que em contato direto com a casca, auxilia nas trocas gasosas, e transporta sódio e cálcio da casca do ovo para o embrião, essencial na formação óssea (Valdes et al, 2001). Atualmente ela tem sido muito utilizada no estudo da Biologia Tumoral, como modelo de angiogênese e transplante de tecidos (West et al., 2001) No ensino de embriologia, verifica-se que os alunos apresentam dificuldades na compreensão deste tema, que em combinação com a realidade das escolas públicas representada muitas vezes por falta de recursos didáticos, bibliotecas desatualizadas, falta de capacitação dos professores, agravam ainda mais a construção de conhecimentos da disciplina (Casas et al., 2010; Fernandes, 1998). Por isso o livro didático se torna muitas vezes o recurso principal disponível para o ensino. O livro didático responde positivamente aos currículos escolares e vem sendo cada vez mais utilizado dentro da prática de ensino 2 brasileira. (Lajolo, 1996). Novas formas de conhecimentos também podem ser relevantes para a compreensão da embriologia, como o uso de tecnologias de informação, que também formam fontes de comunicação entre o aluno e professor (PCN, 1999). A intensificação do uso de computadores torna-se necessário para evidenciar as possibilidades de influência da cultura impressa e expositiva na escola e da cultura digital (Krasilchilk, 2004). As aulas práticas, além de desenvolverem os conhecimentos científicos, permitem que os estudantes aprendam a abordar objetivamente o seu mundo e desenvolver soluções para problemas complexos (Carvalho et al.,2010). Habilidades práticas e técnicas de laboratório é um objetivo que deve ser almejado nas salas de aula (Borges, 2002). Detectando essa necessidade faz se necessário quebrar o tradicionalismo em sala de aula, utilizando para tal, métodos didáticos que levem o aluno a reflexão crítica. Ressaltando a importância de o professor buscar novas fontes de conhecimento e pesquisa, utilizando recursos tecnológicos como o uso do computador associados com meios de comunicação, a internet, materiais para aulas práticas, e um paradidático que venha a complementar o uso do livro didático, nesse caso, o guia auxiliar para aulas práticas. Na ausência de recursos destinados ao uso de laboratórios assim como a falta de investimento nas Instituições Publicas, este material didático se torna ainda mais viável e de vital utilização, já que dispõem junto dele blocos em resina dos embriões e seu desenvolvimento, tal qual atividades práticas que estimulam o aprendizado, assim como um CD-ROM que disponibiliza em formato de apresentação o tema, complementando assim o estudo dos alunos, conciliando agregação de informação e um baixo custo de investimento. Nas instituições de ensino superior, os alunos iniciam sua trajetória da licenciatura com formação básica para sala de aula, bem como nas disciplinas de Embriologia comparada, os alunos adquirem conhecimentos específicos para ministrar aulas do tema. A centralidade do professor é colocada também nas universidades porque novos desafios existem quando estas se responsabilizam pela sua formação profissional, de acordo com diferentes modelos, processos e práticas (Pacheco, 2003). O ensino superior 3 tornou-se indispensável para a formação de professores, e nos dias auaís vem adotando práticas inovadoras atendendo as necessidades educativas atuais. 2 MATERIAIS E MÉTODOS As etapas experimentais propostas foram submetidas ao Comitê de Ética no uso de animais (CEUA - PUCPR) e foram avaliadas com parecer favorável nº 603 em 12 de maio de 2011. 2.1 INCUBAÇÃO Os ovos de galinha foram adquiridos de produtor local, armazenados em temperatura ambiente e protegidos da luz solar ou qualquer outra fonte de calor, para evitar que o ovo iniciasse seu desenvolvimento, diminuindo erros na precisão do desenvolvimento. Antes de serem incubados, os ovos foram higienizados com água destilada e levados à chocadeira em temperatura de 37-38°C. Os primeiros estágios do desenvolvimento embrionário foram estudados em lâminas permanentes de embriões de galinha, pertencentes ao laminário do laboratório de Citotécnica da PUC-PR. As lâminas foram observadas e fotografadas sob microscopia ótica. Os ovos incubados foram higienizados com álcool 70% e abertos em condições estéreis no 3º dia de desenvolvimento sob fluxo laminar e os embriões, mantidos em sistema ex-ovo. Neste sistema transfere-se o conteúdo de cada ovo para uma bandeja de polipropileno (85 x 85 x 24 mm) com capacidade para 100 ml, coberta com uma placa de Petri, que é recolocada na incubadora. A partir de então, os embriões foram fotografados e filmados diariamente, com máquina fotográfica digital 12.1 mega pixel (Sony), até o 11° dia de desenvolvimento. Também foram observados e fotografados sob lupa os embriões que foram retirados do saco vitelínico. 2.2 EMBLOCAGEM EM RESINA DE POLIÉSTER 4 Para as emblocagens, utilizaram-se os embriões que foram mantidos em álcool 70% e que tinham dimensões que permitiam a visualização macroscópica de maneira mais nítida. Os embriões foram retirados do álcool e os deixados sobre papel filtro, a fim de remover o excesso de álcool e evitar a formação bolhas na resina. A Resina de Poliéster foi preparada em um copo de Becker, sob agitação lenta e suave, de acordo com as instruções do fabricante. Parte da resina líquida foi colocada previamente em moldes de silicone circulares, de maneira a formar uma primeira camada de base para a sustentação do embrião. O tempo de secagem varia de 30 a 40 minutos. Cada embrião foi previamente banhado em resina líquida e então, colocado sobre a base para ser completamente coberto com resina líquida e evitando-se que qualquer parte da amostra ficasse exposta ao ar. Nesta etapa, a secagem pode demorar alguns dias. Depois de seco, o bloco passou para a fase de acabamento, na qual utilizou- se lixas com gramaturas de 100, 150, 180, 220, 240, 320, 400, 600, 1000 e 1200, nesta ordem. Depois de lixado, o bloco foi lavado e polido com cera automotiva. 2.3 ELABORAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO As imagens e vídeos obtidos foram transferidos para o computador, formatadas com o uso do programa Photoshop, em seguida armazenadas. Todas as informações foram cuidadosamente separadas em pastas com referência ao dia de incubação respectivo, pois posteriormente foram utilizadas na confecção do material didático. Com toda a etapa do desenvolvimento embrionário concluída, foi montada uma apostila para aulas práticas de embriologia comparada. Esse material baseou-se em referências bibliografias, destinados ao Ensino Médio, e nele conteve breve introdução do que é embriologia, tipos de fecundação, tipos de ovos, anexos embrionários, segmentação ou clivagem, gastrulação, neurulação. As imagens foram anexadas, e impressas com cor no material com formato A4, encadernado. Juntamente com o material foi produzido um vídeo 5 direcionado para o estudo de todas as fases do desenvolvimento embrionário de galinha até o 11º dia e gravado em CD- ROM. 3 RESULTADOS 3.1 RESULTADOS DO ESTUDO DO EMBRIÃO O estudo do desenvolvimento do embrião de galinha resultou na produção de fotografias que foram utilizadas na elaboração do material didático, a que se refere à apostila escrita, onde o professor utilizará em suas aulas práticas de embriologia, e o CD ROM, em que o aluno poderá usar como recurso didático para o estudo da embriologia. Os resultados das etapas experimentais expressam-se abaixo com o uso de figuras que representam o desenvolvimento do embrião da galinha. Pode-se perceber através da figura 1, o processo de incubação dos ovos. A incubadora simula um ambiente confortável, com sistema de rotação, com umidade relativa entre 50 a 60%, pois o ovo necessita de água para realizar suas trocas gasosas e temperatura entre 37 a 38º C, simulando o calor que a galinha transfere aos ovos ao chocalos. Figura 1. Processo de Incubação. Fonte: A autora, 2012. 6 As figuras 2,3 e 4 se referem ao material histológico, lâminas permanentes de montagem total do embrião com respectivas etapas de desenvolvimento 20, 23 e 24 horas de incubação. Como não era possível visualizar a olho nu, as lâminas foram visualizadas em Microscopia Ótica, com aumento de 40 X. Na montagem total do embrião era visível o aparecimento da linha primitiva (onde as células do epiblasto convergem e movem- se), Nó de Hensen (diferenciação da ectoderme, é o processo de neurulação) somitos (diferenciação metamérica da mesoderme) e a Notocorda (diferenciação da ectoderme geral em ectoderme neural). Figura 1. Embrião de galinha com 20 horas. Aparecimento da linha primitiva, Nó de Hensen e Pregas Neurais. Figura 3. Embrião aproximadamente 23 horas. Somitos bem visíveis. Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. Figura 4. Embrião de 24 horas. Notocorda, tubo neural, celoma, endoderme, mesoderme, e ectoderme visíveis. 7 Fonte: A autora, 2012. A partir da figura 5, observa-se o embrião de galinha já fora da casca, na bandeja de polipropileno, tampado com uma placa de petri. No 3º dia (figuras 5 e 6), o embrião apresenta pouca vascularização, coração com intensa atividade, e seu corpo apresenta divisões como a cabeça com vesículas encefálicas secundárias e o corpo com brotos dos membros inferiores e superiores. Figura 2. Embrião de Galinha Ex Ovo 3º dia. Foto ilustrando embrião na placa de polipropileno, coberto com placa de petri. Figura 6. Embrião 3º dia de desenvolvimento, ex-ovo. Formação dos primeiros vasos sanguíneos. Vista em M.E (lupa). Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. Em seu 4° dia de desenvolvimento (figuras 7 e 8), completa-se a formação da membrana corioalantóica (CAM). O embrião apresenta a forma de C, e o ocorre o processo de formação da boca, fossas nasais já são evidentes. Figura 3. Embrião de Galinha, ex-ovo, 4º dia, vista em Microscópio Estereoscópio. Figura 8. Embrião de Galinha, retirado da membrana, 4º dia. Vista em Microscópio Estereoscópio 8 Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. Nas figuras 9 e 10, o embrião já teve aumento considerável de tamanho, e seu sistema digestório inicia- se com a formação do proventrículo e moela, o bico e apêndices inferior e posterior começam a se diferenciar, é seu 5º dia de incubação. Figura 4. Embrião de Galinha, ex-ovo, 5º dia, vista em M.E (lupa). Em comparação ao 4º dia teve aumento no tamanho do embrião. Figura 10. Embrião de Galinha, retirado da membrana, 5º dia incubação. Vista em M.E (lupa). Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. No seu 6º dia de desenvolvimento o bico começa a se projetar, o coração aumenta de tamanho projetando-se na cavidade torácica e seus apêndices locomotores começam a apresentar características de aves, podem ser vistos nas figuras 11 e 12. Figura 11. Embrião de Galinha Ex Ovo 6º dia. Grande aumento dos vasos sanguíneos Figura 52. Embrião de Galinha, 6º dia incubação. Aparecimento dos brotos asas e patas. Vista em M.E (lupa). 9 Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. O coração já está situado na cavidade torácica no 7º dia (figuras 13 e 14), desenvolvem-se as vísceras e o alantoide cobre por completo a gema. Figura 13. Embrião de Galinha Ex Ovo 7º dia, vista em M.E (Lupa). Figura 14. Embrião de Galinha Ex Ovo 7º dia, vista em M.E (Lupa). Cabeça mais desenvolvida que no 6º dia. Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. No 8º dia representado pelas figuras 15 e 16, ocorre à formação das primeiras penugens e o desenvolvimento de asas e pernas são acentuados. Figura 15. Embrião de Galinha, ex-ovo 8 º dia na placa de polipropileno. Figura 16. Embrião de Galinha 8º dia. Formação das asas e pernas, visíveis na cartilagem. 10 Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. A formação da lente ocular do embrião se dá por volta do 9º dia (figuras 17 e 18), e seu corpo já é característico de aves. Figura 17. Embrião de Galinha, ex-ovo 9 º dia na placa de polipropileno. Figura 18. Embrião de Galinha, ex-ovo 9 º vita M. ( Lupa). Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. No 10º dia o bico começa a endurecer, e os poros da pele onde aparecerão penas são bem visíveis (figuras 19 e 20). Figura 19. Embrião de Galinha Ex Ovo 10º dia, intensa vascularização. 11 Figura 20. Embrião de galinha, 10º dia. Formato do corpo característico de aves. Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. Por fim nas figuras 21 e 22 o embrião chegou ao seu 11° dia de desenvolvimento, e seu corpo já é coberto por fina penugem e a cabeça já está mais proporcional ao tamanho do corpo. Figura 21. Embrião de Galinha Ex Ovo 10º dia, na placa de polipropileno. Figura 22. Embrião de galinha sem anexos embrionários. Aparecimento de penas. Fonte: A autora, 2012. Fonte: A autora, 2012. 3.2 MATERIAIS DIDÁTICOS Os materiais didáticos compondo a apostila, CD ROM com vídeo e os blocos em resina, formam os materiais fundamentais deste artigo que foram elaborados a partir do 12 estudo do desenvolvimento do embrião de galinha até o 11º dia de incubação. Seguem em anexos. Anexo B: Embriologia de Aves. Guia Didático de Aulas Práticas para o Ensino Médio. Anexo C: Blocos de Resina com embriões de 4º ao 8º dia de incubação, e do 10º ao 11º dia de incubação. Anexo D: CD ROOM , um complemento do Guia Didático. DISCUSSÃO Segundo autores como Casas (2011) e Fernandes (1998), os alunos do Ensino Médio visualizam a disciplina de Biologia, como uma disciplina de difícil entendimento, com nomes latinizados e de difícil memorização, assim tem- se o problema em como atrair a atenção do aluno e estimular o interesse na participação da aula. Porém cabe ao professor buscar formas de inovar o ensino e sua prática, devido a isso esta pesquisa trouxe como resultado a elaboração de recursos didáticos, que o professor venha utilizar em salas do Ensino Médio, utilizando imagens fotográficas por meio do audiovisual, blocos de resina e o guia para aulas práticas que são de extrema importância para que o aluno desperte a curiosidade de aprender embriologia. Segundo o PCN de 1999, a utilização de vários recursos didáticos remetem em competências e habilidades do aluno, como um objetivo principal, fazendo com que ele apresente de forma organizada seu conhecimento que foi construído através de texto, imagens, esquemas, maquetes, entre outros recursos que o professor deve apresentar. O CD ROM, pode suprir a carência de certos recursos didáticos, que em associação com o computador, o aluno terá informações imediatas, estudando em casa, saindo do tradicionalismo das aulas expositivas. Ao utilizar recursos tecnológicos para aprender, como o uso do computador e as tecnologias de informação, segundo a autora Krasilchilk, (2004), isso tudo serve como meio para o professor passar conhecimentos, dispondo de recursos que permitem maior interação e participação do aluno na hora de produzir conhecimento. 13 Os blocos de resina visam dar uma ênfase, sendo uma amostra real que representará o embrião, pois em mãos é possível comparar, por exemplo, o embrião de 4º dia de desenvolvimento com o 8º dia. Esses espécimes fazem parte das aulas práticas que segundo autores Carvalho (2010) e Borges (2002), as aulas práticas são essenciais para o aluno, pois é ali que ele tem contato direto com material biológico, que visa incentivar o envolvimento do aluno com a disciplina. O livro didático faz referências ao ensino, como sendo um dos únicos recursos didáticos disponíveis na escola, como cita Lajolo (1996). Partindo desse pressuposto, conclui- se que os alunos já estão familiarizados com o uso do livro. Devido a isso o guia didático busca aprofundar a aplicação dos conceitos que o livro didático trata, quando sugere certas atividades práticas, que o aluno possa desenvolver suas habilidades motoras e sua criatividade. Vai muito mais além que isso, porque os alunos interagem entre si, gerando discussões que os levam a buscar respostas, amenizando as dificuldades apresentadas em compreender a embriologia associando essa disciplina com tantas outras. 14 REFERÊNCIAS BORGES, T. A. Novos Rumos para o Laboratório Escolar de Ciências. Belo Horizonte, 2002. Disponível em: http://www.periodicos.ufsc.br/index. php/fisica/article/view/6607/6099. Acesso em 20/07/2011. BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ministério da Educação. Brasília: DF, 1999. CARVALHO, R.L.U., et al. A Importância das Aulas Praticas de Biologia no Ensino Médio. 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