C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página I Orientação para o Professor – Geografia – 8.º ano do Ensino Fundamental – 3.º bimestre CAPÍTULO 8 – OBJETIVOS GERAIS • Reforçar os conceitos que determinam a classificação do mundo desenvolvido/subdesenvolvido. • Apresentar novas perspectivas de análise para definir países ricos, utilizando como critérios a tecnologia e o consumo. • Caracterizar os três blocos propostos pela Nova Ordem Mundial, entendendo como se estruturam a partir de um país central. • Discutir a questão da desigualdade observando o espaço do bairro ou cidade, revelando quando, porque e como acontece. O mundo desenvolvido O objetivo desta aula é retomar conceitos vistos anteriormente sobre a divisão do mundo entre países ricos e pobres. É interessante, também, diferenciar as características básicas da economia de cada tipo de país. Nem todos os países desenvolvidos são iguais... Nestas aulas, é interessante discutir, de forma ampla, o papel da tecnologia no mundo de hoje, ressaltando o empenho que países e instituições fazem para estar sempre um passo à frente, e estabelecer comparações entre os diversos países que aparecem nos dados e tabelas. Um segundo critério que utilizamos é o nível de consumo da sociedade. Novamente, a discussão deve ser ampla para entender o conceito e, sobretudo, debater a questão do consumo do grupo e dos problemas causados por ele – essa aproximação com o dia a dia tornará a aula mais interessante e significativa. Os “centros” da Nova Ordem Nesta aula, além de reforçarmos conceitos já vistos para estabelecer a precedência de um país sobre os demais, o professor colocará o aluno em contato com as novas perspectivas que permitem avaliar melhor as diferenças entre os países ricos. CAPÍTULO 9 – OBJETIVOS GERAIS • Conhecer o quadro físico, a história, a população e a ideologia dos EUA e observar o uso desses diferentes recursos que permitiram a formação desse grande centro mundial. • Perceber a extensão das relações econômicas dos EUA, bem como sua participação nas economias de diferentes países, quer associados, quer dependentes de capitais. • Espacializar a influência norte-americana no mundo. Estados Unidos. A grande potência mundial I, II, III e IV Destacar os EUA como centro do mundo com base em quatro fatores principais: • grande território e grandes recursos naturais; • enorme população que estabelece grande mercado de mão de obra e consumo; • o desenvolvimento de uma indústria e de uma mentalidade capitalista que expande capitais e tecnologias pelo mundo; • uma enorme força militar estabelecida em várias regiões do mundo. O comércio internacional dos EUA Pela análise de gráficos e mapas, o aluno deverá estabelecer as principais conexões e intercâmbios dos EUA com os demais países. 8.o ano “A mudança A mudança começa por mim mesmo, que, como motor e reflexo, crio o futuro no presente e o coletivo no pessoal em processo dialético. A pureza desse futuro reluz na pureza dos meios imediatos escolhidos para realizá-lo aqui e agora.” (Leonardo Boff, in Ética e política.) APRESENTAÇÃO Caro professor, O nosso objetivo, ao elaborarmos este manual, foi o de auxiliá-lo no desenvolvimento do seu trabalho. Não pretendemos, de maneira alguma, interferir nele, pois sabemos que ninguém melhor do que você é capaz de tomar a atitude mais acertada durante a aula; queremos, sim, contribuir para um melhor entendimento da nossa proposta educacional e dos objetivos pedagógicos de cada aula, facilitando a relação entre o material didático, você e o seu aluno. Atualmente, a velocidade dos meios de comunicação (televisão, rádio, internet etc.) coloca-nos, diariamente, em contato com realidades completamente diferentes, mostrando que o mundo atual é um espaço tão dinâmico, de mudanças tão rápidas, que, às vezes, sentimo-nos impotentes diante da impossibilidade de compreendermos tudo o que está ocorrendo à nossa volta. Como estudar, geograficamente, o mundo atual diante da rapidez dos acontecimentos? O nosso objetivo é o de levar o aluno a compreender as relações que estão por trás daquilo que vemos, a paisagem, e, assim, obter elementos para a compreensão do espaço geográfico, que se traduz no espaço ocupado pelo homem e, portanto, transformado por ele. É mostrar para o aluno que ele faz parte desse espaço, sendo também um agente transformador da realidade. Queremos que a Geografia não seja vista como uma ciência estática, descritiva, sem dinamismo, e, sim, como uma ciência viva, e que as diversas paisagens do nosso mundo reflitam o modo de vida da sociedade e da sua relação com a natureza. 8.º ano Procuramos desenvolver neste caderno um texto adequado à faixa etária dos nossos alunos de 8. o ano, que, muitas vezes, enfrentam certas dificuldades de alfabetização (aqui, compreendida como alfabetização formal de entendimento dos signos), e preparálos para “a nossa alfabetização”, a alfabetização geográfica. Qual o conceito de alfabetização? Será que alfabetizar resumese apenas em ler e escrever? Ou toda disciplina requer uma alfabetização? Alfabetizar o aluno em Geografia significa possibilitar ao aluno o entendimento da dimensão espacial dos fenômenos, ou seja, desvendar o porquê de as coisas terem os seus lugares e entender que esses lugares têm uma organização espacial (têm forma e significado). Pretendemos levar o aluno a colocar a sua experiência na sala de aula, para que ele possa desenvolver uma visão própria sobre o mundo. Possibilitar, também, que o aluno sistematize os seus conhecimentos e aprendizagens, podendo, então, “sozinho”, falar sobre Geografia. Estimular o aluno a perceber e sentir o espaço que ocupa, a buscar novas fontes para o seu conhecimento. O objetivo pedagógico de cada aula será apresentado neste manual; dessa maneira, não estabelecemos respostas prontas para cada exercício, e, sim, comentários: o aluno é que deve chegar a elas respondendo segundo o seu conhecimento e com base naquilo que entendeu, na sua experiência e na sua prática. Esperamos que os conteúdos desenvolvidos neste material tenham correspondido às suas expectativas e que possam tornar o seu trabalho alegre e transformador, que possam fazer você refletir sobre qual o papel do professor de Geografia e sobre qual o significado de se estudar Geografia. Professor, não esqueça que este material é apenas um dos instrumentos, e não o único, para o seu trabalho. I C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página II TROCANDO EXPERIÊNCIAS A dinâmica do processo ensino-aprendizagem leva-nos sempre à reflexão sobre nossa prática educativa: de um lado, esperamos, com a utilização de um material didático aberto ao debate e a novas buscas, que tenhamos contribuído para facilitar esse processo; de outro lado, também é evidente que cada professor, na relação com seus alunos em sala de aula e com realidades tão diferentes, tem muito a contribuir para essa prática pedagógica, tanto do ponto de vista de troca teórica, quanto da discussão de problemas cotidianos que nos são comuns (avaliação, execução dos laboratórios, outras tarefas interessantes etc.). Assim, estamos abrindo mais um canal para que você, professor, possa participar da continuidade desse trabalho coletivo – remeta sua contribuição ao Apoio Pedagógico, aos cuidados da Prof.a Ana Paula – Coordenadora de Geografia do Ensino Fundamental. Aprimorar o olhar e ver por dentro! Eis a questão da aprendizagem, a tarefa de quem ensina, de quem avalia, o grande desafio de sala de aula, não só do mestre como do aluno! Ver por dentro! Tarefa, quase provocação! Ver por dentro, com olhar de aluno, de mestre, de cientista. E, por que não, de poeta também? Talvez, com o mesmo olhar que abraça a beleza do mundo. O que seria, então, para o professor, “ver por dentro”? (…) Portanto é, na sala, durante a aula, que o mestre, exercendo a liderança e buscando um relacionamento afetivo e disciplinado, precisa, contínua e quotidianamente, olhar e ver como a aprendizagem está se dando. Isto poderá acontecer na medida em que ele conseguir responder-se a esta questão que passa a ser uma das chaves do problema: enquanto está dando a sua aula, o que seus alunos estão fazendo? Evidentemente, esse “estar fazendo” não se refere só às atitudes de fora, mas aos espaços de dentro, isto é, queremos saber o que os alunos estão fazendo POR DENTRO, se e como estão pensando, se e como estão estruturando o pensamento. (…) (Cleide Terzi & Paulo Ronca, 1996, pp. 49-50.) O poder americano Quando se discute o real poder dos Estados Unidos, fala-se muito em tecno lo gia, fábricas de carros e de jatos. Na da disso deve ofuscar o dínamo cultural por meio do qual os EUA exercem um domínio incontrastável sobre os outros países. É frequente ver autoridades francesas reclamando da invasão de seu ter ritório por produtos da cultura de massa americana, espe cial mente o cine ma. A França mantém uma política pro te cionista ativa em benefício de sua indústria cinematográfica. Graças aos esforços do governo francês, os filmes de Hollywood, hoje, for mam apenas um ter ço do que é lançado no país. Ainda as sim, em 1998, a pro dução holywoodiana conquistou seis das dez maiores bilheterias entre os franceses. Se não houves se protecionismo, a França, por escolha dos próprios cidadãos, já teria fechado as portas de sua indústria de cinema. A batalha é mais inglória em outras partes do mundo. No ano passado, foram lançadas nos cinemas brasileiros 211 fitas. Mais de 60% delas eram americanas e oito figuraram entre as dez mais vistas. No Ca na dá, que divide com os Estados Uni dos uma fronteira de dimensões con ti nen tais, o índice de filmes fornecidos pelo vizinho chega facilmente aos 90%. Os canadenses, claro, também se quei xam, como a maioria dos brasileiros e fran ce ses. Afinal, todas as pessoas que compram bilhetes nos guichês dos cinemas, em São Paulo, Toronto ou Paris, estão exercendo uma opção preferencial pelo cinema rico na versão Hollywood. Nos fes tivais, os jurados muitas vezes aplaudem belos filmes de cinemas pobres, mas esse critério, infelizmente, não cos tu ma funcionar para as multidões. Com os filmes, os livros ou o rock vem outra coisa. “Os Estados Unidos não estão interessados apenas em exportar seus filmes. Eles querem exportar é seu estilo de vida”, acusa Gilles Jacob, diretor do Festival de Cannes. O diagnóstico de Jacob é impecável. Só é preciso completar o raciocínio: não faltam, mundo afora, interessados em comprar esse produto de exportação, caso contrário ele não seria vendido. O que fascina as plateias, além dos efeitos especiais, é o retrato idealizado que as fi tas fazem da sociedade americana, no qual sobressaem valores como vita li da de, dina mismo, mobilidade social, igualdade, justiça e a certeza de que é possível vencer pelo próprio esforço, ou seja, tudo aquilo que compõe as aspirações da humanidade desde as revo lu ções democráticas do século XVIII, mas que até hoje ninguém desfruta a contento em par te alguma do planeta. Além II disso, o cinema americano canta as glórias do consumo com um despudor que não se vê em nenhum outro. E, desde a derrocada do comunismo e a decolagem da globalização econômica, há, cada vez mais, candidatos dispostos a se renderem ao canto dessa sereia. O resultado pode ser sentido na prática: de acordo com o jornal The New York Times, hoje a indústria do en tre tenimento é o segundo mais lucrati vo artigo de exportação dos Estados Uni dos. Só perde para a tecnologia aeroespacial. É espantoso, quando se con si de ra que os ameri canos ainda são os maiores consu midores de seus próprios produtos. Um terço das vendas de CDs do mundo, por exemplo, acontece dentro do próprio país. Metade do faturamento de Hollywood é doméstico. O consumo de revistas e livros é gigantesco e a televisão não conhece rival no mundo – quase todos os domicílios têm televisores. Mas todos os grandes conglomerados de entretenimentos do país concordam num ponto: estão explorando um mercado maduro, que comporta índices li mi tados de crescimento. Ganhar o mun do é essencial para subsistir. Veja, 26/4/2000. C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página III Este espaço está reservado para sua participação. III C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página IV Trabalho bimestral de Inglês e Geografia 3..o Bimestre – 8.o ano ___________________________________________________ Objetivo: Reconhecer as várias regiões norte-americanas e canadenses. Tema: Folheto bilíngue de viagem (português/inglês). • O grupo deverá criar um folheto de viagem com programação para 20 dias, abrangendo os seguintes assuntos: – Época do ano da viagem; – Condições naturais, sociais e econômicas do lugar; – Infraestrutura de transportes; – Vestimentas; – Alimentação; – Música; – Pontos turísticos (passeios culturais); – Personalidades locais; – Custo da viagem; – Outros... • O folheto deverá conter dados de, pelos menos, 5 cidades e o mapa do roteiro da viagem com fotos ilustrativas e legenda. • As regiões a serem pesquisadas são: IV C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página V I) Estados Unidos: Região Nordeste, Região Sudeste, Região Noroeste, Região Sudoeste e Região Central. II) Canadá: Costa Leste e Costa Oeste. • A classe será dividida em sete grupos, que selecionarão um dos roteiros para a viagem. Caso haja dois grupos interessados no mesmo roteiro, a escolha será feita por meio de sorteio. • Cada grupo, cujos integrantes podem estar caracterizados, deverá fazer uma apresentação oral da sua viagem utilizando o mapa como roteiro. • Na avaliação, serão levadas em conta a – clareza de informações; – pontualidade; – criatividade; – limpeza; – organização. Apresentação do roteiro: _____/_____/_____. Entrega final: _____/_____/_____. V C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página VI Orientações para o Professor – Geografia – 8.º ano – 3.º bimestre GABARITO Sociedade de elevado nível de desenvolvimento humano CAPÍTULO 8 Resposta do aluno. Assim, liste os países desenvolvidos segundo o continente em que se encontram. O MUNDO DESENVOLVIDO Vamos ver! Responda ao que se pede a seguir: • Como os países ricos conseguiram a sua riqueza? América: EUA e Canadá. Acumulando capitais e diversificando suas atividades industriais. • Europa: Europa Ocidental. E os países pobres, como se estruturaram como tal? Suas riquezas foram exploradas pelas suas metrópoles, não acumularam capitais e continuaram dependentes do mercado de seus produtos primários. • Ásia: Japão. Oceania: Hoje, quais as principais atividades que se desenvolvem em cada tipo de país? Austrália e Nova Zelândia. Considerando o nosso dia a dia, aponte exemplos dessas intervenções da tecnologia. Desenvolvidos Indústria e serviços. Resposta do aluno. Subdesenvolvidos Aponte, aqui, sua análise dessa tabela. Agropecuária e extrativismo; alguns tiveram instaladas multinacionais de países desenvolvidos. Resposta do aluno. Anote sua conclusão. • • No planisfério, há maior concentração de: a) países ricos = no norte; b) países pobres = no sul. Resposta do aluno. Quais as características básicas da economia dos países desenvolvidos? Considerando o que você aprendeu e a observação dos dados apresentados, responda: a) Quais os países que se destacam quanto ao poder tecnológico? Comente o gráfico. Resposta do aluno. Altamente industrializados e com autonomia tecnológica, apresentam, hoje, um setor de serviços altamente desenvolvido, além de uma agricultura moderna e de grande produtividade. • Japão, Rússia, EUA, Alemanha. b) Você poderia identificar que tipo de países são esses, segundo a DIT? E do ponto de vista de suas populações, como elas vivem? São considerados desenvolvidos. As populações desses países têm boas condições de vida, com alto nível de atendimento social. c) Quais os países com menor poder tecnológico? • Portugal, Brasil, Índia, Colômbia. Quais as características básicas da economia dos países subdesenvolvidos? d) Você poderia identificar que tipo de países são esses, segundo a DIT? Suas economias, basicamente agropecuárias e extra ti vistas, são dependentes de mercados, investimentos e tecnologia. • A maioria deles é subdesenvolvida (Portugal é considerado desenvolvido por causa da sua participação na UE). Do ponto de vista de suas populações, quais os problemas que enfrentam? e) Que tipo de relação se estabelece entre os países que você identificou na letra a com os países identificados na letra c? Têm má qualidade de vida, sobretudo por causa da má distribuição de renda. O aluno deverá perceber que a maioria dos países com menos tecnologia é emergente, ou seja, recebe investi mentos via multinacionais. Sociedades urbanas e industrializadas Resposta do aluno. VI C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página VII Observe o painel da página 8, com produtos de consumo cotidiano, para responder às questões seguintes. c) Por que a influência desses países é tão grande nos demais países? Porque controlam a economia industrial dos países onde instalaram multinacionais. Junte-se a um colega (dupla) e avaliem: a) Coisas essenciais para consumo. Comidas, bebidas. Analise o mapa com cuidado e, com suas palavras, explique cada uma das categorias de países apresentados, dando alguns exemplos: a) países centrais → b) Coisas supérfluas para consumo. Resposta do aluno. c) Quais delas são mais caras? Por quê? EUA, França, Alemanha, Inglaterra, Rússia (área europeia). As que contêm maior quantidade de trabalho social aplicado e maior tecnologia. b) países periféricos da área central → d) Escolham três das fotos de propaganda apresentadas e comentem qual a abordagem para melhor vendê-la? Canadá, Portugal, Espanha, países da Europa do Leste, países que integraram a antiga URSS. c) países considerados subcentros da área periférica → Resposta do aluno. México, Venezuela, Brasil, Argentina, África do Sul, Egito, Irã, Iraque, Síria, Índia etc. e) Reflita com seu colega: quais dos objetos apresentados vocês comprariam? Por quê? d) países da área periférica → Resposta do aluno. Regiões da África, América Latina, Ásia etc. f) Vocês acham que são “consumidores conscientes”? Justifiquem. e) países da área marginal → Países do Saara, América Andina, Ásia de Monções etc. Resposta do aluno. g) Todas as pessoas podem consumir, igualmente, os produtos anunciados? Considerando o mapa e o que você aprendeu nas discussões até aqui, responda: a) Quais os principais centros observados no mapa? A reflexão do aluno deverá abordar a desigualdade social. EUA, Alemanha, Japão. b) Dentro da Europa Ocidental (UE), qual o país de maior destaque quanto aos critérios que adotamos para estabelecer como centro? Considerando as tabelas e mapas, responda ao que se pede: a) Quais os países com maior nível de consumo? Alemanha. Análise do aluno. c) Aponte alguns países periféricos em cada um dos blocos. – EUA: b) Quais os países com menor acesso ao consumo? Análise do aluno. México, Colômbia, Brasil. c) Destaque o Brasil em cada tabela e mapa e comente seu nível de consumo. – UE: Líbia, Egito, República do Congo. Reflexão sobre as condições brasileiras no mundo. – Japão: Vietnã, Austrália, Indonésia. d) Na sua opinião, essas áreas são fixas ou se entrecruzam? Por quê? Responda às questões a seguir, baseando-se nas informações do mapa. a) Que países podem ser considerados os mais ricos? Por quê? Se entrecruzam. e) Nos últimos anos, houve modificações importantes nas áreas 1, 2 e 3 que as integraram como áreas de influência dos grandes centros mundiais. Escolha uma delas e pesquise como ela se encaixa atualmente no espaço globalizado. EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália; têm mais multinacionais. b) Quais deles fazem parte do Grupo dos 7? Os 6 citados mais o Canadá. Resposta em que o aluno deverá avaliar a inserção do país escolhido. VII C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página VIII EXERCÍCIOS 1. Como você caracterizaria um país desenvolvido? Pela DIT (seu papel é o investimento de capitais e a expansão da tecnologia) e pelo IDH (são países cuja qualidade de vida é boa, com alta renda per capita, boa saúde e boa escolaridade). 2. O que significa a expressão “Norte rico”? Ali se concentram os países mais ricos, enquanto os países pobres ficam concentrados no Sul. 3. No mapa a seguir, identifique os países desenvolvidos em cada continente: VIII C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página IX 4. Leia a frase de Milton Santos: “... quando a ciência se deixa cooptar por uma tecnologia cujos objetivos são econômicos, tecnocráticos, militares e não sociais, consequentemente não serve à maioria da sociedade e, sim, só àqueles que detêm o seu monopólio”; • procure no dicionário as expressões grifadas; • explique, com suas palavras, o que ele quer dizer; • dê exemplos atuais da verdade dessa afirmação. A frase indica que a ciência pode ser utilizada para o bem social, assim como para obter poder. 5. A informática está presente hoje em todas as esferas da vida e nos mais variados bens de consumo. Faça uma pesquisa sobre a história do computador e aponte: a) Como ele mudou o mundo da produção? b) Como ele mudou o mundo do trabalho? c) Como ele mudou a sua vida? (Obs.: Você poderá conversar com pessoas mais velhas da família para estabelecer essas mudanças. Mais interessante ainda se forem de gerações diferentes!) O aluno deverá apontar as constantes mudanças no formato e uso do computador e refletir sobre como isso pode mudar a vida das pessoas. 6. Qual o papel das empresas multinacionais nesse processo de influência dos países ricos? Elas controlam o processo de produção desses países em que se instalam. 7. Na atual ordem mundial, o Brasil se encontra sob a influência de que país rico? Dê exemplos dessa influência. O aluno deverá dar sua opinião e justificá-la. Poderá, ainda, mostrar várias influências, segundo seu critério. 8. Observe, com atenção, o mapa da Nova Ordem Mundial e reflita: A demarcação das áreas de influência dos 3 grandes centros é rígida, isto é, eles atuam somente nesses limites? Por quê? A resposta do aluno deverá indicar a interferência em várias áreas. IX C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página X Responda, agora, ao que se pede: a) Faça uma reflexão sobre o nível de consumo da sociedade americana. CAPÍTULO 9 ESTADOS UNIDOS A GRANDE POTÊNCIA MUNDIAL a) Considere o mapa do relevo e responda: como se caracteriza o relevo dos EUA no sentido leste/oeste? Reflexão do aluno sobre a sociedade de consumo. b) Aponte os principais problemas que esse consumo acarreta para o resto do mundo. Análise de mapa. O aluno deverá destacar: • lixo e • poluição ambiental. b) Usando sua leitura do mapa, caracterize a hidrografia dos EUA. Rios curtos e encachoeirados no Pacífico. Rios longos nas planícies dos Grandes Lagos. Faça a legenda com comentários sobre os tipos de indústrias existentes em cada área. Amarelo – Manufacturing Belt Laranja – equipamentos e consumo Roxo – indústria de ponta ligada a universidades Verde – Sun Belt Bolinha vermelha – grandes centros industriais Bolinha azul – outras cidades industriais c) Aponte, com base no mapa de clima, os climas e vegetações correspondentes a eles em cada região norte-americana: Região Centro-Oeste Sudeste Sudoeste | | | | Clima Temperado Subtropical Semiárido | | | | Vegetação Pradarias Florestas Xerófitas Responda ao que se pede, a partir da análise do gráfico: a) Quais os mercados mais expressivos dos EUA? Europa, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África e América Latina. Analisando a pirâmide etária dos EUA, responda: a) Como você caracterizaria a distribuição por sexo? Há equilíbrio. As mulheres têm maior expectativa de vida. b) Quais dos fluxos identificam o comércio com países subdesenvolvidos? b) Quais as faixas etárias com mais destaque? O que isso significa? Os da América Latina e África. 20 a 60 anos = adultos. c) Quais os produtos que você deduz que são comprados (importados) dos países desenvolvidos? c) Comente a taxa de natalidade e de mortalidade. Dinheiro, tecnologia, equipamentos industriais, cereais. Baixa natalidade. Baixa mortalidade. d) Quais os produtos que você deduz que são comprados dos países subdesenvolvidos? d) Pelo que você aprendeu sobre desenvolvi men to/subdesenvolvimento, como se evidencia uma sociedade desenvolvida nessa pirâmide? Matérias-primas, energia e produtos de consumo dos países emergentes. e) Que tipo de produtos são vendidos (exportados) pelos EUA? Baixa natalidade, boa qualidade de vida (baixa mortalidade infantil e geral), alta expectativa de vida. Dinheiro, tecnologia, equipamentos maquinários, cereais etc. Analisando-a, responda ao que se pede: a) O setor terciário, como você observa, concentra a maior parte dos trabalhadores. Quais as atividades incluídas nesse setor? Pesquise, na sua apostila I e em outras fontes, por que há essa resistência à formação da Alca e resuma, aqui, suas conclusões. Serviços, comércio, serviços financeiros, turismo etc. Os diversos países têm interesse em estabelecer relações mais igualitárias e, especialmente os integrantes do Mercosul, não veem vantagens. b) Como você pode explicar o alto nível de desemprego observado? Parte da população não se adaptou ainda à nova estrutura do mercado. Analise as tabelas apresentados e comente a situação do comércio exterior dos EUA. Análise do aluno. Além dos fluxos que vêm aumentando, o aluno deverá destacar que o déficit americano vem aumentando. Ele deverá tentar justificar isso com a leitura do texto complementar. c) Você se lembra de que a renda per capita é a divisão simples do PIB pelo número de habitantes; ela reflete a qualidade de vida de toda a população? Não, ela representa uma média. Nem todos a recebem, enquanto outros ganham mais. X C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página XI EXERCÍCIOS 1. Compare o Nordeste e as Pradarias Centrais dos Estados Unidos quanto • à organização agropecuária; • à hidrografia e • aos recursos minerais. • NE { área de produção mecanizada com belts de consumo na própria área urbana (trigo, milho, laticínios); região dos Grandes Lagos e São Lourenço; ferro, petróleo, carvão. • Pradarias { produção de algodão, frutas e gado de corte no meio-oeste; Bacia do Mississipi; petróleo. 2. Analise a facilidade de ocupação na área da Flórida e a dificuldade na área das Montanhas Rochosas, segundo os elementos geográficos que lhe são característicos, explicando-os. • Flórida → área de planície, com clima mais ameno, onde se produzem frutas cítricas e há turismo, graças às praias. • Montanhas Rochosas → áreas montanhosas com desertos entre as várias cadeias e áreas mais frias no topo; vegetação mais rarefeita, aproveitada para atividades de pecuária. 3. Faça entrevistas com pessoas de sua família que trabalham, abordando: • Nível de escolaridade; • Profissão; • Nível de inclusão digital; • Renda média; • Itens que mais consomem (alimentação, vestuário, cultura...). Resposta do aluno. 4. Compare, agora, essas situações com os dados da aula sobre a população americana. Resposta do aluno. 5. Compare as regiões industriais do Nordeste dos EUA com os da Costa do Pacífico, do ponto de vista a) da estrutura da indústria e NE → indústria de base e consumo; Pacífico → indústria de tecnologia bélica, naval e aeronáutica. b) da organização do trabalho. NE → qualificação média; Pacífico → altamente qualificada. XI C3Geografia8oAnoOrientacao_2012:C3GeografiaS8oAOrientacao_2012 19/06/12 16:32 Página XII 6. Estatísticas da ONU mostram que as empresas multinacionais americanas no exterior são financiadas em até 83% por recursos do próprio país em que se instalam. Na América Latina, entre 1963 e 1965, esse percentual era de 91%, o que significa que apenas 9% dos recursos vinham de sua sede. Explique por que podemos afirmar que a América Latina se transformou numa exportadora de capitais para os EUA. Porque os países emergentes da América Latina têm tido excedentes de lucros nas multinacionais, que são enviados à sua sede. 7. Explique, com suas palavras, o que é: – Doutrina Monroe Política que defendia o privilégio de continente contra a supremacia europeia. – Big Stick Política de força usada pelos EUA na América Latina. – Doutrina Bush Política de ataque ao terrorismo. 8. Observe o quadro a seguir com atenção: Escolha uma das intervenções apontadas e pesquise sobre ela, apontando: • causas Resposta do aluno. • consequências Resposta do aluno. XII C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 1 CAPÍTULO 8 O mundo desenvolvido 1. Introdução • No planisfério, há maior concentração de: Vimos, durante todo o semestre passado, como se construiu o espaço geográfico globalizado que podemos observar hoje, tanto do ponto de vista histórico, por meio do estudo dos diferentes modos de produção, quanto do ponto de vista social. Nas nossas últimas aulas do caderno anterior, observamos, ainda, que, com base nos vários fatores estudados, podemos dividir o mundo de agora entre ricos (ou desenvolvidos) e pobres (subdesenvolvidos). Você ainda se lembra? a) países ricos = ______________________ ; b) países pobres = _____________________ • Quais as características básicas da economia dos países desenvolvidos? Vamos ver! Responda ao que se pede a seguir: • Como os países ricos conseguiram a sua riqueza? • E do ponto de vista de suas populações, como elas vivem? • E os países pobres, como se estruturaram como tal? • Quais as características básicas da economia dos países subdesenvolvidos? • Hoje, quais as principais atividades que se desenvolvem em cada tipo de país? Desenvolvidos Subdesenvolvidos • Do ponto de vista de suas populações, quais os problemas que enfrentam? 1 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 2 Relembrou tudo direitinho? Parabéns! Sociedades urbanas e industrializadas Nosso trabalho durante todo este bimestre será per correr o mundo desenvolvido, aprendendo mais detalhes dos países que aí estão incluídos! 2. O mundo desenvolvido A parte desenvolvida do mundo corresponde a cerca de 40% da superfície do globo e tem, aproximadamente, 20% da população mundial, e, como você já deve ter apontado na sua “revisão” da regionalização atual do mun do, concentra-se no hemisfério Norte, daí falarmos em “Norte rico”. Fazem parte dele países da América Anglo-Saxônica, Europa, Ásia e Oceania – embora com diferenças marcantes entre os países quanto ao nível de desenvolvimento e à qualidade de vida. Apesar disso, podemos apontar pontos comuns que permitem agrupá-los no mesmo conjunto. Observe algumas das características mais comuns e tente explicá-las com suas palavras. Sociedade de elevado nível de desenvolvimento humano No mapa a seguir, localize os países do mundo desenvolvido, com seus lápis de cor e com a ajuda de um atlas ou do planisfério do professor: 2 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 3 Assim, liste os países desenvolvidos segundo o continente em que se encontram. América: Europa: Ásia: Oceania: São esses os países que estudaremos neste segundo semestre. Observe, agora, a colocação desses países quanto ao Produto Nacional Bruto e ao desenvolvimento humano na tabela a seguir: Nem todos os países desenvolvidos são iguais... 1. Introdução poderem ser classificados, ao considerarmos somente a DIT e o IDH. Por isso, podemos utilizar alguns outros critérios que nos ajudem a perceber essas diferenças. Dois deles nos parecem fundamentais: a tecnologia e o nível de consumo. E é isso que analisaremos mais de perto, nestas aulas. A abordagem que adotamos até agora (a consideração do nível econômico na Divisão Internacional do Trabalho e a qualidade de vida da população, por meio do Índice de Desenvolvimento Humano) é, sem dúvida, a mais utilizada para entender e avaliar o mundo atual – qualquer notícia de jornal lhe dará essas informações como base para conhecer um determinado país ou parte do mundo. O principal problema que se coloca, no entanto, é que você acaba por não considerar as particularidades de cada país ou região do mundo: na verdade, dentro do mesmo país, você pode encontrar situações que o colocam em dois blocos homogêneos. Por exemplo, conhecemos regiões da Itália com alto grau de desenvolvimento, enquanto outras ainda permanecem muito atrasadas – de fato, isso é próprio do capitalismo, em que as sociedades se expressam na forma da desigualdade social, na qual uns usufruem de muito e outros, de muito pouco. Assim, nem todos os países desenvolvidos têm o mesmo nível de desenvolvimento, apesar de assim 2. Tecnologia e Ciência O homem, com sua curiosidade natural, sempre procurou conhecer o mundo que o cercava e acumular dados que possibilitaram o desenvolvimento das várias ciências. Nem sempre, no entanto, esse conhecimento científico foi integrado ao processo de produção – durante toda a Idade Média e a Idade Moderna, esses dois caminhos seguiam paralelos e até mesmo conflituosos. Com a Segunda Revolução Industrial, no entanto, a generalização da indústria e seu complexo processo e a acirrada concorrência entre os países para colocar seus produtos em menos tempo e com custos menores fazem com que se oficialize a ciência como produtora 3 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 4 de novas descobertas e de processos que aumentem a lucratividade. Essa aliança se consagra ainda mais nitidamente após a Segunda Guerra Mundial. Assim, a partir de meados do século XX, incentiva-se o uso do conhecimento científico na produção de tecnologias cada vez mais sofisticadas, sendo patrocinado pelas próprias empresas (especialmente as grandes multinacionais) e pelo Estado, que privilegia seus gastos nas universidades para desenvolver as pesquisas científicas cujo objetivo é a aplicabilidade imediata das novas tecnologias. Essas tecnologias modernas cada vez ocupam maior espaço de aplicação, substituindo outras formas, principalmente nos setores de • processos de produção; • novos produtos; • novas formas de energia; • novos materiais; • novos sistemas de organização do trabalho; • artefatos militares; • controle de mercado e difusão de informações. por investimentos em tecnologia, quantidade de cientistas, quantidade de patentes e robotização da produção. Observe as tabelas e mapas a seguir: Considerando o nosso dia a dia, aponte exemplos dessas intervenções da tecnologia. A maioria dos financiamentos de pesquisas científicas provém de duas fontes principais: as empresas (2/3 do total) e o governo (10%). Há, ainda, as pesquisas de base das universidades (30%). Aponte, aqui, sua análise dessa tabela. O novo momento do capitalismo – a globalização – a chamada Terceira Revolução Industrial, que criou a mecatrônica, a robotização, a biogenética e, sobretudo, a informatização, acelerou a dispersão das novas tecnologias pelo mundo e, claro, aumentou o poder dos países que as possuem em relação aos demais. O domínio e o acesso a essas tecnologias transformam-se num dos elementos básicos da vida moderna. Assim, podemos comparar os países, hoje, também 4 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 5 Anote sua conclusão. Comente o gráfico. Dados de 2000 (patentes) e 2002 (espécies). Fontes: World Intellectual Property Organization e World Resources Institute. Google – Os 10 países mais robotizados do mundo/Exame.com.2012. Fonte: Atualidades Vestibular 2007. 5 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 6 Considerando o que você aprendeu e a observação dos dados apresentados, responda: a) Quais os países que se destacam quanto ao poder tecnológico? e) Que tipo de relação se estabelece entre os países que você identificou na letra a com os países identificados na letra c? b) Você poderia identificar que tipo de países são esses, segundo a DIT? c) Quais os países com menor poder tecnológico? d) Você poderia identificar que tipo de países são esses, segundo a DIT? 3. A sociedade de consumo globalizada Com a globalização da economia, podemos afirmar que, de maneira geral, a humanidade está submetida, relativamente, a um mesmo modelo de consumo. Os grandes conglomerados multinacionais espalhados pelo mundo dispõem de meios sofisticados para garantir suas vendas: antes mesmo de se lançarem à produção de uma nova mercadoria, estudos sistemáticos são feitos na área de marketing para atender ao consumo de um novo produto; posteriormente, a publicidade criará a imagem do consumo ligado a sentimentos como felicidade, conquistas pessoais, relações afetivas, status social etc. Por outro lado, sabemos que nem todos têm igual acesso a esse consumo – porém, desejam-no da mesma forma, pois há uma difusão por meio dos meios de comunicação que alcança bem mais pessoas do que aquelas que serão consumidores. Observe o painel da página 8, com produtos de consumo cotidiano, para responder às questões seguintes. Junte-se a um colega (dupla) e avaliem: a) Coisas essenciais para consumo. 6 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 7 b) Coisas supérfluas para consumo. c) Quais delas são mais caras? Por quê? d) Escolham três das fotos de propaganda apresentadas e comentem qual a abordagem para melhor vendê-la? e) Reflita com seu colega: quais dos objetos apresentados vocês comprariam? Por quê? f) Vocês acham que são “consumidores conscientes”? Justifiquem. g) Todas as pessoas podem consumir igualmente os produtos anunciados? 7 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 8 8 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 9 Com certeza, na discussão com seu colega, você percebeu que muitos dos produtos não precisam, de fato, ser consumidos. As “novidades” acabam, sempre, por nos remeter ao conceito de que ter coisas é mais importante porque estamos sendo constantemente bombardeados pela propaganda, que nos promete diferenciar-nos daqueles que não têm acesso aos novos produtos ou identificar-nos com um grupo (ou “tribo”) específico no modo de vestir, no automóvel que se possui, caracterizando a personalidade de alguém pelo que consome. Por outro lado, quando consideramos os diferentes países, também podemos observar que alguns consomem muito mais que outros, sejam os produtos essenciais, sejam aqueles considerados supérfluos, que dão à sua população o status de um grupo privilegiado. Fonte: Akamai, fevereiro/2011. 9 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 10 Considerando as tabelas e mapas, responda ao que se pede: a) Quais os países com maior nível de consumo? b) Quais os países com menor acesso ao consumo? c) Destaque o Brasil em cada tabela e mapa e comente seu nível de consumo. 10 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 11 Os “centros” da Nova Ordem 1. Introdução momentos e as relações que se estabeleceram no espaço mundial em cada fase, entre os diferentes países. Mas, e hoje? Como entender a dinâmica da Nova Ordem Mundial que se estrutura na globalização? Nossa avaliação sobre os países evidencia, seja qual for o critério que possamos utilizar, que alguns países se destacam promovendo o movimento da economia mundial: os países desenvolvidos. Dentre eles, alguns, mais que outros, promoveram a mundialização de seus capitais, tecnologias, formas de consumo etc. pelo resto do mundo, podendo ser considerados como “centros” de decisão, de produção e de domínio de mercado. Esse processo vem alimentando o capitalismo desde seu início: nos séculos XVI a XIX, os países europeus colonizaram o resto do mundo, produzindo relações desiguais entre os países – de um lado, as metrópoles, controlando o processo de exploração de recursos e de acúmulo de capital; de outro, as colônias, submetidas aos interesses de suas metrópoles; no final do século XIX e no início do século XX, as relações coloniais foram quebradas, porém a situação de dependência dos novos países “livres” permanece; e após a II Guerra Mundial, dois grandes blocos se formam no contexto da Guerra Fria: um comandado pelos EUA; outro, pela extinta URSS; e com o fim da Guerra Fria, em 1990, impõe-se uma Nova Ordem Mundial que redefine as relações mundiais. Já estudamos, detalhadamente, cada um desses 2. Sob as regras do capitalismo Como já vimos, a Nova Ordem Mundial se estabelece com o capitalismo se transformando, praticamente, no único modo de produção em todo o globo. Assim, as leis do capitalismo se estendem a todo mundo: ampliar lucros, produzindo para o consumo de um mercado cada vez maior, que demanda ainda mais produção e, consequentemente, maior lucro. A economia de mercado pressupõe, então, a livre concorrência entre os países e se estabelece a competição pelo mercado mundial. Mas essa concorrência tem cartas marcadas: os mais ricos levam vantagem e estabelecem áreas de influência. Assim, relembramos aqui o Grupo dos 7, criado em 1975, congregando os países mais ricos e que se reúnem anualmente para discutir e estabelecer a política econômica internacional, assim como o modelo econômico que melhor atenderá a seus interesses no processo de desenvolvimento capitalista. Observe, com atenção, o mapa a seguir: 11 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 12 EUA, o Japão, a Alemanha, a França, o Reino Unido (os primeiros cinco que se organizaram no Grupo dos 7), além da Itália e do Canadá, que foram integrados a esse grupo posteriormente. Também se evidencia sua capacidade de influência no resto do mundo, pois as multinacionais levam investimentos e tecnologia a muitos países e controlam, segundo suas necessidades de mercado, grande parte da economia de outros setores (matéria-prima, energia etc.) e do mercado de trabalho dos países em que se instalam. Esses países, assim, tornam-se dependentes dos países mais ricos, quer em seu desenvolvimento interno, quer na sua inserção no mundo globalizado. No entanto, você também sabe que nem todos os países são “privilegiados” por esses capitais externos: alguns deles se destacam por condições como mão de obra abundante, existência de recursos minerais, infraestrutura energética e, sobretudo, incentivos fiscais, que os tornam mais atraentes como geradores de lucros; outros são considerados áreas de maior risco para investimentos. Assim, a distribuição dos recursos está nas mãos dos países ricos, enquanto as outras áreas, embora participantes do processo de produção globalizado, estão sob a influência dos interesses daqueles. Os países mais ricos tornam-se, assim, o centro de decisões econômicas, enquanto os demais países repartem-se na periferia do sistema de produção. Observe a divisão do espaço mundial no mapa a seguir: Responda às questões a seguir, baseando-se nas informações do mapa. a) Que países podem ser considerados os mais ricos? Por quê? b) Quais deles fazem parte do Grupo dos 7? c) Por que a influência desses países é tão grande nos demais países? Você, certamente, apontou os países que têm mais multinacionais como aqueles de maior poder econômico, destacando, por ordem decrescente, os 12 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 13 Analise o mapa com cuidado e, com suas palavras, explique cada uma das categorias de países apresentados, dando alguns exemplos: a) países centrais → b) países periféricos da área central → c) países considerados subcentros da área periférica → d) países da área periférica → e) países da área marginal → Nessa visão centro-periferia, percebe-se que nem todo centro é igual, assim como nem toda periferia é igual. Há, portanto, entre os países desenvolvidos, aqueles que se destacam, graças não só à sua pujança econômica, mas também considerando sua capacidade de concorrência, desenvolvendo tecnologia e am pliando o mercado consumidor, interferindo mesmo nos demais países ricos, imprimindo sua marca, quer por meio de parcerias, quer controlando suas possibilidades de expansão. 3. A Nova Ordem Mundial É nesse cenário que, nos últimos anos, se instala a chamada Nova Ordem Mundial, que se caracteriza por ter vários polos de influência, nos quais o que vale é a capacidade econômica dos países, ou seja, sua disponibilidade de capitais, o avanço tecnológico, a qualificação de mão de obra, o nível de produtividade e, sobretudo, sua capacidade de concorrência com seus iguais. Observe o mapa a seguir e avalie como se estrutura o atual espaço geográfico: 13 C3_Geografia_8oAno_SOME_2014_Tony_C3Geografia8oAAlunoPref_2012 28/03/14 08:39 Page 14 Considerando o mapa e o que você aprendeu nas discussões até aqui, responda: a) Quais os principais centros observados no mapa? b) Dentro da Europa Ocidental (UE), qual o país de maior destaque quanto aos critérios que adotamos para estabelecer como centro? c) Aponte alguns países periféricos em cada um dos blocos. – EUA: – UE: – Japão: d) Na sua opinião, essas áreas são fixas ou se entrecruzam? Por quê? e) Nos últimos anos, houve modificações importantes nas áreas 1, 2 e 3 que as integraram como áreas de influência dos grandes centros mundiais. Escolha uma delas e pesquise como ela se encaixa atualmente no espaço globalizado. 14 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 15 Laboratório 1. Introdução Fora da nova ordem mundial’, • explicitar a letra; • estabelecer soluções que atendam às necessidades reais do velho e do novo no seu bairro e/ou cidade. Como vimos, a Nova Ordem Mundial nem é tão nova assim! As estruturas produtivas se modernizaram e se sofisticaram no mundo todo, os mercados consumidores se ampliaram graças ao crescimento das metrópoles pelo globo, mas a desigualdade permanece e, pior, se acentua ainda mais, aparecendo em todos os espaços, inclusive na sua cidade e bairro. Nossa proposta para facilitar a compreensão dessas relações no nível mundial é observarmos com mais cuidado essas desigualdades que estão mais próximas de nós. Mãos à obra! Bom trabalho! 2. O que fazer? • A classe deverá se reunir em grupos. • As primeiras tarefas são: – pesquisa sobre origem e transformações de seu bairro e/ou cidade nos últimos 20 anos; – divisão do bairro e/ou cidade em zonas de atividades (ex.: área comercial, área residencial, área dos serviços bancários etc.); – em cada área do bairro e/ou cidade, o grupo deverá fotografar desigualdades manifestas no espaço (ex.: a quitanda tradicional /a área de hortifrúti do supermercado); – o grupo, então, deverá montar um painel fotográfico que servirá de base à discussão coletiva. 3. O Trabalho Os painéis deverão ser fixados todos juntos, somente com a identificação dos lugares. Cada grupo terá cerca de 5 minutos para expor como foi feita a seleção e os motivos dela. Depois, a classe inteira deverá debater o trabalho partindo das seguintes orientações: a) como era a cidade de antigamente quanto aos equipamentos e como é agora; b) sugerir por que as modificações no espaço aconteceram, baseando-se nas aulas anteriores (sistema produtivo, força de trabalho, novas necessidades de consumo etc.); c) a partir dos seguintes versos da canção “Fora de Ordem”, de Caetano Veloso: ‘Eu sei o que é bom Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final Alguma coisa está fora da ordem 15 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 16 TEXTO COMPLEMENTAR I A geografia dos blocos de países e a geografia dos espaços Há, no entanto, um traço comum em todas elas: a identificação de diferentes blocos de países, como uma espécie de fato consumado da geografia mundial. Essa identificação é tão corriqueira que até parece descompro metida e independente de qualquer ideia. Assim, quando se fala em países do Norte, países civilizados, industrializados ou do Primeiro Mundo, estão sendo usadas diferentes expressões para fazer referência ao conjunto de países considerados ricos e prósperos, como os da Europa Ocidental, os EUA, o Japão, a Austrália etc. De outro lado, países do Sul, países selvagens, Terceiro Mundo ou países não industrializados são expressões usadas para fazer referência a um conjunto de países que, de uma maneira geral, não poderiam ser considerados nem ricos, nem podero sos. São os países da América Latina, da África, de boa parte da Ásia e até mesmo do Leste Europeu. A todas essas classificações, cada um de nós poderia acrescentar muitas outras, tais como países do centro, da periferia, desenvolvidos, subdesenvolvidos, em vias de desenvolvimento etc. etc. Aparentemente, tais caracterizações visam apenas a distinguir os tipos de países existentes no globo, suas condições e os tipos de relação que estabelecem entre si. Mas, se examinarmos um pouco mais a fundo algumas dessas expressões, notaremos que não são poucos os problemas que a adoção de cada uma delas, com as ideias que contém, pode acarretar. O primeiro problema é que dificilmente encontraremos, entre essas expressões, alguma que consiga de fato retratar a realidade do conjunto de países a que se refere. Por exemplo, quando falamos “países do Norte”, não só te mos que incluir nesse bloco a Austrália, que fica no Sul, como temos que excluir uma série de países africanos, asiáticos, americanos ou até mesmo europeus que, embora se situem ao Norte do equador, não possuem aquelas características eleitas como as das chamadas grandes potências. O mesmo acontece com outras expressões, tais como “países do centro”, “países da periferia”, “mundo ocidental” etc. Todas elas nos obrigam a abrir muitas exceções – para justificar, por exemplo, a inclusão do Japão, país do Extremo Oriente, entre as “potências ocidentais”, ou a distinção entre centrais e periféricos para países que, na verdade, situam-se nas mesmas longitudes, como a Suíça e a República dos Camarões. Muitos outros exemplos você poderá encontrar numa simples olhadela no mapa-múndi (confira). Não custa lembrar, além disso, que numa superfície esférica não há referências centrais ou periféricas definidas a priori. Esse tipo de confusão não ocorre apenas quando usamos expressões que fazem referência às localizações (Norte, Oeste, periferia etc.), reproduzindo-se também nas tentativas de agrupar países segundo as supostas semelhanças de situação econômica, social e cultural. E isso por duas razões: tais referências acabam agrupando, num mesmo bloco, países de situações econômicas tão diferentes como, por exemplo, o Brasil e o Haiti, ou de tradições culturais tão diversas, como o México e a Índia, e também atribuem a cada país uma homo geneidade que a rigor nenhum deles apresenta. Nenhum país do globo, e muito menos o conjunto de seus habitantes, é, por exemplo, totalmente pobre ou totalmente rico. Mas é esta a impressão que fica quando classificamos alguns no grupo dos pobres e outros no grupo dos ricos. Expressões como subdesenvol vi mento, desenvolvimento ou em vias de desenvolvimento, por sua vez, transmitem a impressão de que há diversos estágios pelos quais os países deverão passar, necessariamente, antes de se tornarem “ricos e poderosos”. Alimenta-se, assim, a ideia de que é possível ter um mundo só de países como os EUA, a Suíça ou o Japão, desde que superados todos os estágios de desenvol- 16 vimento. Com isso, escamoteia-se o fato de que a existência de três países desse tipo depende da manutenção de muitas dezenas de outros em condições bem inferiores. Se tomarmos como exemplo não os países, mas as condições concretas das populações de qualquer canto do mundo, o papel escamoteador dessas expressões ficará ainda mais evidente. Veja: genericamente, classificamos as pessoas como ricas, pobres e médias. Bastaria chamarmos essas últimas de “sub-ricas” e “em vias de enriquecimento”, respectivamente, para vê-las mais felizes ou mais conformadas. Mas isso não mudaria um milímetro suas reais condições. A essa regra de confusão não fogem nem mesmo as classificações mais consagradas, particularmente pela imprensa, como as de Primeiro ou Terceiro Mundo. A expressão Segundo Mundo, referente aos países socialistas, nunca teve grandes repercus sões. E agora, com a integração da maioria desses países ao capitalismo mundial, qualquer menção à existência de um Segundo Mundo perdeu completamente o sentido. Restaram apenas o Primeiro e o Terceiro, cuja definição envolve o uso de algumas daquelas expressões já examinadas: “Norte”, “periféri co”, “subdesenvolvidos” ... Restabelece-se, portanto, a confusão, a necessidade das exceções etc. etc. Enfim, por mais que examinássemos o conjunto dessas expres sões, ou tentássemos inventar outras, sempre nos depararíamos com inúmeros obstáculos que dificultariam sobre maneira a compreensão da dinâmica real da geografia do planeta. O fato é que todas elas padecem de um mesmo problema: a pasteurização das particularidades presentes nos diversos cantos do globo. Isso ocorrerá sempre que se tomarem os países como unidades básicas para o estudo da dinâmica geográfica mundial, pois o planeta é muito mais que um simples aglomerado de países ou dos blocos de C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 17 CONTINUAÇÃO países de dois ou três tipos, como pretendem as expressões classificatórias. Se é certo que a sociedade industrial em moldes capitalistas constitui hoje um fenômeno mundial, é certo também que as formas de manifestação e organização dessa sociedade são múltiplas, não só nos diversos países, mas dentro de cada um deles. Pois essas formas sempre dependerão das particularidades culturais, físicas ou históricas de cada lugar e de cada agrupamento humano. Portanto, a dinâmica geográfica resultará sempre desse cruzamento entre os espaços de produção, de circulação e de ideias, que se pretendem mundiais, e as adaptações ou até mesmo as resistências impostas pelas características particulares encontradas em cada canto do planeta. Esse “jogo”, proporcionado por uma “geografia dos espaços”, é que explica o imenso mosaico de paisagens que encontramos na superfície da Terra. A geografia que toma por base apenas as relações entre os países ou entre os blocos a que pertenceriam, como se fossem realidades homogê neas, escamoteia esse “jogo”, atropela culturas, histórias e situações parti culares. No fundo, em vez de retratar a dinâmica geográfica do planeta, o método “dos blocos de países” se presta a um outro papel: o de defender a ideia de uma geografia da submissão. Para essa geografia, quem não adota o sistema de vida consi derado o mais correto, ou não se enquadra no tipo de produção ou movimento previsto pela dinâmica que se autoelegeu como a melhor, é carimbado de subdesenvolvido, de periférico, e colocado num mundo à parte (Segundo ou Terceiro). Ou, pior ainda, é excluído da chamada civilização – o que se explicita com o uso, no sentido pejorativo, da palavra “selvagem” para fazer referência a determinados povos ou países. Em suma, as expressões analisadas, tão corriqueiras, não se prestam ao real entendimento de uma geografia que resulta de um “jogo” muito complexo entre os espaços que se pretendem mundiais e as paisagens concretas através das quais eles se manifestam nos diversos cantos do planeta. As fronteiras e os países que elas definem são apenas um fator a mais que deveremos levar em consideração quando quisermos entender as regras desse “jogo”. Mas estão longe de constituir um fator determinante da geografia mundial, ou até mesmo das geografias particulares que encontramos no interior de qualquer país. in Geografia, Ciência do Espaço. Fonte: Pereira, D.; Santos, D.; Carvalho, M. de. TEXTO COMPLEMENTAR II O minúsculo mundo da nanotecnologia Richard Feynman, um dos maiores físicos do século XX, fez uma célebre palestra no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em 1959, sugerindo algo que parecia um sonho. Em um futuro não muito distante, os engenheiros poderiam pegar átomos e colocá-los onde bem entendessem, desde que as leis da natureza fossem respeitadas. A ideia deixou todos perplexos. Seria possível manipular diretamente os átomos e, a partir deles, construir novos materiais. Hoje, qualquer CDplayer é a prova de que Feynman – Prêmio Nobel de Física de 1965 – estava certo. O laser desses aparelhos, que não existe na natureza, foi criado pelo homem com uma composição de camadas atômicas. O mesmo ocorre com os DVDs e muitas maravilhas da tecnologia moderna, frutos de uma das mais novas ciências do mundo: a nanotecnologia. Nanotecnologia é o ramo do conhe cimento que trabalha com materiais no ínfimo mundo na nométrico, que corresponde a ta manhos da ordem de 0,000000001 metro (1 bilionésimo de metro). A escala atômica, difícil de ser imaginada por um ser humano, é a base da 17 física e da química modernas, das quais diversas aplicações começam a surgir no mercado. Dos computadores de alto desempenho aos materiais mais leves e resistentes para automóveis e aviões, com economia de matériasprimas escassas, a lista de utilidades é cada vez maior. São tecidos resistentes a manchas e que não amas sam, produtos que limpam materiais tóxicos ou cosméticos com microcápsulas que se espalham pela pele. No campo da informática, a nanotecnologia trabalha para produzir chips 1 milhão de vezes inferiores ao menor que existe hoje. Isso multiplicaria por mil a capacidade de processa mento das máquinas atuais. Fonte: Atualidades Vestibular/2007. C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 18 TEXTO COMPLEMENTAR III A era da tecnologia O mundo é conectado por 1 bilhão de usuários de internet e 2 bilhões de telefones celulares; a vida sem computador se torna cada vez mais difícil. Cidadania Mais difícil ainda seria prever quanto a internet mudou o mundo e a própria rotina das pessoas. Palavras como e-mail, site, chat, on-line, blog e muitas outras passaram a fazer parte do vocabulário popular. E o computador, plugado com o resto do planeta, ganhou inúmeras utilidades além de fazer cálculos e escrever textos. Ele se presta a fornecer extrato bancário, gravar e tocar música, realizar pesquisa escolar, fazer compras, divulgar notícias, permitir uma conversa com os amigos e até a busca de um namorado, entre tantos usos. A evolução dos computadores e, em particular, da internet causou uma revolução nas telecomunicações na última década. A rapidez na transmissão de dados se alia ao desenvolvimento de dis positivos eletrônicos cada vez mais práticos e menores – chegando ao nível das moléculas e átomos, graças ao avanço da nanotecnologia (veja texto anterior). Como resultado, o mercado vem sendo bombardeado por sofisticados produtos eletrônicos que estão sempre em evolução, cativando os desejos de consumo. São DVDs, câmeras digitais, iPods, telefones celulares, televisores digitais e uma parafernália tecnológica vista cada vez mais como algo não supérfluo. Não estar conectado à rede mundial significa ter mais dificuldade para avançar profissionalmente ou obter um emprego. É por isso que ter acesso a um computador passou a ser Exercícios 1) Como você caracterizaria um país desenvolvido? 2) O que significa a expressão “Norte rico”? 18 uma condição para a cidadania. Quem está fora da rede tem menos meios de expressão, aprendizado, acesso à informação e escassas oportunidades de trabalho. A internet, a mais completa e dinâmica fonte de informação instantânea do planeta, é vista como indispensável nesse processo. O computador, porém, não é suficiente: é preciso também ter um mo dem, uma linha telefônica e um provedor de acesso que faça a conexão da máquina com a rede mundial. É necessário ainda adquirir noções básicas de funcionamento dos principais softwares e suas aplicações. Mas, apesar do rápido crescimento da internet, cerca de 84% da população mundial ainda não tem acesso à rede. Fonte. Atualidades Vestibular/2007. C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 19 3) No mapa a seguir identifique os países desenvolvidos em cada continente: 4) Leia a frase de Milton Santos: “... quando a ciência se deixa cooptar por uma tecnologia cujos objetivos são econômicos, tecnocráticos, militares e não sociais, consequentemente não serve à maioria da sociedade e, sim, só àqueles que detêm o seu monopólio”; • procure no dicionário as expressões grifadas; • explique, com suas palavras, o que ele quer dizer; • dê exemplos atuais da verdade dessa afirmação. 5) A informática está presente hoje em todas as esferas da vida e nos mais variados bens de consumo. Faça uma pesquisa sobre a história do computador e aponte: a) Como ele mudou o mundo da produção? b) Como ele mudou o mundo do trabalho? c) Como ele mudou a sua vida? (Obs.: Você poderá conversar com pessoas mais velhas da família para estabelecer essas mudanças. Mais interessante ainda se forem de gerações diferentes!) 6) Qual o papel das empresas multinacionais nesse processo de influência dos países ricos? 7) Na atual ordem mundial, o Brasil se encontra sob a influência de que país rico? Dê exemplos dessa influência. 8) Observe, com atenção, o mapa da Nova Ordem Mundial e reflita: a) a demarcação das áreas de influência dos 3 grandes centros é rígida, isto é, eles atuam somente nesses limites? Por quê? 19 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 20 CAPÍTULO 9 Estados Unidos – A grande potência mundial 1. Introdução Quando observamos o conjunto do mundo globalizado, como vimos, não podemos nos furtar a perceber a importância dos Estados Unidos como poder político, econômico e cultural. Alguns fatores contribuíram para essa situação: dimensões continentais com grandes reservas energéticas e de matérias-primas; uma enorme população que, de um lado, representa mão de obra qualificada e, de outro, um mercado consumidor de alto poder aquisitivo; uma economia capitalista que considera o papel fundamental do capital como fator de produção e de expansão, via multinacionais, para todo o planeta; e, não menos importante, uma indústria bélica que é responsável por mais da metade do comércio mundial de armas. Assim, apesar da construção de um mundo multipolar e do domínio mais direto no continente americano, a intervenção dos EUA aparece associada também à União Europeia e à Ásia com uma força que seus concorrentes não conseguem superar. Para entender melhor como isso foi possível, nesta e nas próximas aulas evidenciaremos a construção desse império mundial a partir daqueles fatores internos que acabamos de apontar. Fonte: El mundo em que vivimos – J. Sánchez – A. Zárate. 2. O quadro físico e os recursos naturais Observe, com atenção, os mapas a seguir: AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA: RELEVO a) Considere o mapa do relevo e responda: como se caracteriza o relevo dos EUA no sentido leste/oeste? 20 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 21 Observe, no gráfico a seguir, a utilização das fontes energéticas. b) Usando sua leitura do mapa, caracterize a hidrografia dos EUA. c) Aponte, com base no mapa de clima, os climas e vegetações correspondentes a eles em cada região norte-americana: Região Centro-Oeste Sudeste Sudoeste | | | | Clima | Vegetação | | | Sem dúvida, você percebeu que o relevo dos EUA se caracteriza pela variedade de terrenos ao longo da faixa leste/oeste: os terrenos mais antigos, no leste, constituindo o planalto dos Montes Apalaches; os terrenos das planícies centrais e as áreas recentes no oeste, o complexo das Montanhas Rochosas. Essa variedade e a grande extensão territorial permitem a existência de recursos minerais e energéticos em abundância. Verifique sua distribuição pelo território: Também deve ter-lhe chamado a atenção a abundância de rios que descem das montanhas em direção à planície – nas áreas montanhosas, encachoeirados, permitem um amplo aproveitamento para a produção de energia elétrica (principalmente os da Costa Oeste). Também na Região dos Grandes Lagos, há aproveitamento hidrelétrico. Além disso, nas áreas de planície, perceba como os rios formam uma rede de integração natural entre o Norte e o Sul (Rio Mississipi) e o Centro e a Costa Leste (Grandes Lagos e São Lourenço), onde há grandes hidrovias. Já a variedade de climas e de solos, associados a um alto nível tecnológico (mecanização e elevada produtividade), faz do país um grande produtor agropecuário, que se destaca pelo volume (que atende não só às necessidades internas, mas também à exportação) e pela variedade de produção. Você observa, pelo mapa, que os EUA têm reservas significativas de ferro (2.° produtor mundial), além de cobre, urânio, ouro e prata. Apesar disso, é um grande importador desses minerais por causa das grandes dimensões de seu parque industrial, sendo sua dependência em relação a matérias-primas cada vez maior. Por outro lado, as reservas de carvão e petróleo são abundantes, como você pode verificar: é o 2.° produtor mundial de carvão e dispõe de 15% das reservas petrolíferas mundiais, além de 50% das reservas de gás natural. Também neste setor, há uma dependência bastante importante da importação por causa do alto consumo, principalmente do petróleo. 21 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 22 A distribuição dos produtos agrícolas é feita em faixas ou cinturões (belts), que se estendem no sentido lesteoeste do país, variando os produtos no sentido norte-sul, segundo as condições climáticas. Observe o mapa com a distribuição agropecuária e os belts: Apesar de representar apenas cerca de 3% do PIB nacional, a atividade agropecuária nos EUA destaca-se em 1.° lugar na produção de fumo, milho e frutas e em 2.° lugar na de algodão, trigo e agora também na de soja. Os EUA estão em 1.° lugar na produção mundial de carne e em 2.° lugar na de leite. Percebemos, assim, a importância do quadro natural para o aproveitamento intenso de recursos, atendendo, prioritariamente, ao mercado interno, mas também, especialmente quanto aos cereais, como grande área comercial para o mercado externo. Considerando o que você acabou de aprender e seus conhecimentos sobre recursos naturais, responda: como você imagina que se encontra o meio ambiente norte-americano com relação à exploração do solo e do subsolo? 22 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 23 Estados Unidos II Entre os séculos XVI e XVII, os espanhóis exploram a Flórida e o Colorado; os franceses, o Vale do Mississipi e os holandeses fundam a colônia de Nova Amsterdã, que, em 1664, foi tomada pelos ingleses, que lhe deram o nome de Nova York. Antes, os britânicos já haviam ocupado regiões da Virgínia, Massachusetts, Connecticut e Pensilvânia. Nesse momento, negros são trazidos como escravos para trabalhar nas colônias. Havia, ao contrário do que ocorreu na América Latina que sofreu uma colonização de exploração, uma relativa autonomia dos povoadores das 13 colônias britânicas, que pagavam impostos, mas podiam exercer, livremente, as atividades econômicas (colonização de povoamento). Entre 1764 e 1775, a Inglaterra altera as regras até então existentes, tentando exercer maior controle sobre a colônia. A resposta, em 4 de julho de 1776, é a divulgação da Declaração da Independência dos Estados Unidos da América. No século XIX, o país se expande para oeste até o Pacífico com a compra de possessões, guerra com o México – acrescentando as regiões da Califórnia e do Texas – e conquista das terras indígenas, depois de dizimá-los. Em 1867, compra o Alasca da Rússia. 1. Introdução Também importante fator na construção da potência norte-americana é sua população: hoje em 2010, ela contava com 317,6 milhões de pessoas, representando 5% da população mundial, vivendo, sobretudo, nas áreas urbanas (82%), com um IDH de 0,902, população ativa de 158.200.000 e renda per capita de US$ 47.240. Não é difícil perceber que, sem dúvida, ela representa um mercado de mão de obra bastante extenso, com grande capacidade de aproveitamento econômico do território, aliado a um espírito inovador, empresarial, científico e técnico. Por outro lado, forma um grande mercado de consumo interno, que instalou o ciclo “produzir para consumir, consumir mais para produzir mais” (sociedade do consumo e/ou do desperdício). Mas como se construiu essa população num país colonial? Como ela se estrutura hoje? 2. A construção do território e da população A América do Norte era habitada por indígenas quando Cristóvão Colombo chegou ao continente. O Norte, mais rico e desenvolvido, quer abolir a escravidão para ampliar o mercado interno e modernizar o país; o Sul, agrário e escravagista, tenta se separar da União – é deflagrada a Guerra Civil Americana, em que o Norte sai vencedor. Segue-se uma fase de desenvolvimento industrial e de construção de ferrovias que ligam os EUA de leste a oeste. Para ocupar o território e desenvolver as novas atividades, era necessário mais gente: no período de 1800 a 1920, chegaram mais de 44 milhões de imigrantes, principalmente europeus (ingleses, irlandeses, 23 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 24 escandinavos, alemães, italianos, eslavos, judeus), mas também asiáticos (chineses e japoneses) e povos latinos. Em 1920, as autoridades criam leis restritivas a essa imigração, provocando uma sensível diminuição. Em 1898, os EUA ampliam seus territórios, anexando o Havaí, alguns territórios do Caribe e Filipinas, e, em 1903, obtêm a posse da Zona do Canal do Panamá, intervindo com força no México e na América Central. O país já é uma potência imperialista na América Latina, que se transforma no “quintal dos EUA”. Assim, no início do século XX, a ampliação territorial interna está concluída, bem como a base da população atual que, posteriormente, continua a receber imigrantes (só nos anos 90, a imigração de latino-americanos cresceu 60%), tanto legais quanto ilegais, em busca de melhores condições de vida e emprego num país com grande geração de empregos. 3. A estrutura da população atual Você se lembra, com certeza, de que, ao abordarmos a população de um país, alguns dados são fundamentais para entendê-la. Esses dados são obtidos a partir dos recenseamentos ou censos. Observe, agora, alguns desses dados nos gráficos a seguir: 24 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 25 Certamente, fica evidente a colaboração dos grupos de imigrantes durante a formação histórica, bem como a dos atuais na composição da totalidade da população. Também ficam visíveis as áreas que foram privilegiadas com o trabalho das várias etnias, historicamente. A distribuição da população ativa nos diversos setores pode nos indicar o nível de qualificação dessa população. Observe a tabela: Analisando a pirâmide etária dos EUA, responda: a) Como você caracterizaria a distribuição por sexo? b) Quais as faixas etárias com mais destaque? O que isso significa? PEA dos EUA Total Setor primário Setor secundário Setor terciário Taxa de desemprego Renda per capita c) Comente a taxa de natalidade e de mortalidade. 51% 3% 26% 71% 5,8% 47.240 Dados de 2010. Analisando-a, responda ao que se pede: a) O setor terciário, como você observa, concentra a maior parte dos trabalhadores. Quais as atividades incluídas nesse setor? d) Pelo que você aprendeu sobre desenvolvimento/subdesenvolvimento, como se evidencia uma sociedade desenvolvida nessa pirâmide? b) Como você pode explicar o alto nível de desemprego observado? Observe, agora, a composição étnica da população americana e suas áreas de concentração mais destacadas no território: c) Você se lembra de que a renda per capita é a divisão simples do PIB pelo número de habitantes; ela reflete a qualidade de vida de toda a população? 25 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 26 Na sua análise da população dos EUA, você deve ter percebido que a porcentagem homens/mulheres é bastante equilibrada, com uma pequena vantagem para as mulheres, que têm uma expectativa de vida ligeiramente mais alta que a dos homens. Além disso, evidencia-se a predominância de adultos (20 a 60 anos), que constituem a maior parte da mão de obra para o mercado de trabalho, o que incentiva a criação de empregos. Por outro lado, você pode observar que a taxa de natalidade é baixa (14,7%) e a de mortalidade também (8,7%), demonstrando um alto nível de informação e qualidade de vida. Entre os trabalhadores, a maior parte se concentra no setor de serviços (comércio, finanças etc.), indicando a tendência da globalização para esse setor, principalmente por causa da alta qualificação e da sofisticação tecnológica – também características de um país de alto grau de desenvolvimento. Apesar disso, as taxas de desemprego são altas para aqueles que ainda não se adequaram aos novos tempos por meio da inclusão digital, por exemplo. Isso faz com que cerca de 37 milhões de pessoas, nos EUA, vivam abaixo da linha da pobreza. Também isso não é novidade: afinal, o capitalismo pressupõe a divisão de classes sociais e a existência de ricos e pobres. Responda, agora, ao que se pede: a) Faça uma reflexão sobre o nível de consumo da sociedade americana. b) Aponte os principais problemas que esse consumo acarreta para o resto do mundo. 4. O consumo interno Já observamos que a “outra face” do desenvolvimento capitalista é a sociedade de consumo (lembra? “Produzir para consumir, consumir mais para produzir mais”). Considere o que você já sabe sobre a população americana e o quadro a seguir: 26 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 27 Estados Unidos III país de ponta a ponta permitiu a distribuição das mercadorias para outras áreas. Assim, a Região Nordeste se torna, ao longo da história dos EUA, a região de maior concentração urbano-industrial do planeta, formando um enorme cinturão industrial, o Manufacturing Belt, que se estende por várias cidades e que, por volta de 1900, era responsável por mais de 75% da produção industrial do país e onde se concentram, pelo menos, 200 das maiores empresas mundiais, grande parte delas com multinacionais espalhadas pelo mundo. 1. Introdução Entre os principais fatores que transformaram os EUA na potência mundial que é hoje, sem dúvida a pujança de sua indústria interna e, sobretudo, sua expansão por meio das multinacionais espalhadas pelo mundo contribuem com grande presença. Já vimos que essas multinacionais não só expandem capitais e tecnologia, mas também são responsáveis pelo controle das economias internas dos países em que estão instaladas, já que são geradoras de emprego e de consumo. Vamos conhecer mais de perto como isso funciona e como promove a riqueza norte-americana? 2. O nascimento da indústria O processo de industrialização dos EUA se iniciou por volta de 1840, ou seja, já no século XIX. A fixação de imigrantes britânicos, principalmente na faixa conhecida como Nova Inglaterra, fez dessa área a primeira onde se desenvolveu a atividade manufatureira, pois os imigrantes trouxeram suas habilidades e ferramentas e havia um mercado em expansão para as cidades que cresciam em ritmo bastante rápido na região. Assim, os capitais se concentraram nessa área e os negócios se expandiam rapidamente – o Sul, que teve seu desenvolvimento ligado às plantations de algodão, propiciava um mercado menos dinâmico, já que a maioria da população se constituía de escravos vindos da África e a riqueza ficava concentrada na mão dos grandes latifundiários, que vendiam sua produção, sobretudo, para o Reino Unido. Mas, com a Guerra da Secessão (1861-1865), o Norte vence e segue-se, ali também, uma fase de desenvolvimento industrial, principalmente na área têxtil. Já apontamos que a Região Nordeste concentrava, também, grandes jazidas de carvão e de ferro, fundamentais para o surgimento da indústria do aço em Pittsburgh, de máquinas agrícolas e material ferroviário em Chicago e a posterior indústria de consumo, de eletrodomésticos a automóveis, além de todos os seus derivados (autopeças, produtos elétricos, vidros etc.). Outro elemento natural importante é a conexão do Nordeste com o litoral e com o sistema dos Grandes Lagos-São Lourenço, que faz a ligação com o interior do país. A ampliação do sistema pela construção de eclusas e canalização faz com que se expanda a área. Além disso, a construção de ferrovias que atravessam o Vista aérea de Pittsburgh, grande centro siderúrgico localizado no Nordeste dos Estados Unidos. 3. A indústria americana hoje Há algumas décadas, vem ocorrendo um processo de descentralização industrial que vai ocupar novos espaços – a razão é, sobretudo, o alto custo de produção que leva os investidores a procurar novos lugares onde a mão de obra seja mais barata e a proximidade de matérias-primas ou energia viabilize o barateamento de custos. Especialmente no período da Guerra Fria, um conjunto de fatores contribuiu para abalar a supremacia do Manufacturing Belt: utilização mais intensa das fontes energéticas do Golfo do México (Texas) e do Oeste (Califórnia), modernização do Sul com pesados investimentos federais provenientes de uma política de defesa e de desenvolvimento aeroespacial, integração rodoviária do território, descentralização estratégica das indústrias de armas e atração econômica exercida pela orla do Pacífico. 27 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 28 levando o país a avanços, principalmente, na área militar. A partir dos anos 80, porém, essas novas tecnologias passaram a ser aplicadas no setor produtivo – hoje, a busca de maior produtividade e qualidade, na guerra pela concorrência, constitui um dos impulsos básicos da aceleração tecnológica. Novamente, é a área do Sun Belt que vai se destacar: a maior parte das universidades e centros de pesquisa (Stanford, Berkeley etc.) se encontra no Oeste – o melhor exemplo é a área de São Francisco, conhecida como o Vale do Silício. Ali se localiza a indústria eletrônica produtora de microchips, de computadores e de periféricos, além de programas e sistemas. Também aparecem laboratórios de biotecnologia e de química fina, indústria mecânica de precisão (robótica) etc. Dallas. Assim, no Sul, destacam-se, hoje, além da petroquímica, a indústria aeronáutica, química, naval, bélica e os centros espaciais de lançamento de foguetes. Também a abundante matéria-prima agrícola permite a produção de cigarros e de suco de laranja. Há, ainda, uma outra atividade de destaque na área que é representada pela indústria do turismo (na realidade, um serviço). Vista aérea de uma fábrica no Vale do Silício (Califórnia), onde se concentram indústrias de ponta. Missão espacial Atlantis. A corrida armamentista e aeroespacial foi um dos principais motores do avanço tecnológico dos Estados Unidos. No Oeste, a última região a ser industrializada, aparecem, em destaque, a indústria aeronáutica (Seattle) e metalurgia de alumínio (Portland). Mas é, sem dúvida, a região da Califórnia que recebe maiores investimentos, com um parque industrial bastante diversificado. Essa nova área que vai de Sudeste (Flórida) a Sudoeste (Califórnia) é conhecida como Sun Belt. No final dos anos 70, vários ramos passaram a desenvolver a chamada tecnologia de ponta, criando as bases para uma nova definição do modelo de desenvolvimento industrial: indústrias de química fina, informática, biotecnologia e eletrônica. Nos EUA, esse processo já havia se iniciado durante a Guerra Fria, A biotecnologia é um dos ramos de vanguarda do avanço técnico-científico. 28 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 29 As indústrias de chips para computadores, um dos mais importantes setores de alta tecnologia, exigem instalações mais esterilizadas que uma sala de cirurgia. Analise o mapa a seguir, em que se destacam as áreas industriais dos EUA, e relembre o que discutimos nesta aula. Faça a legenda com comentários sobre os tipos de indústrias existentes em cada área: Amarelo – Laranja – Roxo – Verde – Bolinha vermelha – Bolinha azul – 29 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 30 Estados Unidos IV nortear sua futura política externa. No início do século XX, o presidente Roosevelt retoma a Doutrina Monroe, pela qual prioriza os interesses norte-americanos na América Latina – o Big Stick –, o que leva os EUA a várias intervenções, inclusive em Cuba e Haiti. Durante a I Guerra, os EUA se envolvem no conflito ao lado do Reino Unido e da França; na II Guerra, aparecem como o novo líder militar, ao lado dos Aliados, lançando bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Mas foi durante a Guerra Fria, dividindo a influência mundial com a ex-URSS, que os EUA se tornam uma potência, intervindo em todos os conflitos dessa fase e criando grandes complexos industriaismilitares, mantidos por altos investimentos, já que a corrida armamentista fazia parte da tensão capitalismo/socialismo. O equilíbrio era mantido graças ao desenvolvimento paralelo da URSS. Com o fim da Guerra Fria, os EUA herdam a hegemonia militar e estratégica do mundo moderno. 1. Introdução Já analisamos aqui como os EUA se tornaram a maior potência econômica do mundo: seu poderio interno gerou uma economia dinâmica que se expandiu para outros lugares do mundo por meio do comércio internacional, das multinacionais instaladas em vários países e de um modelo de consumo que se mundializou. Não podemos deixar de lado, porém, sua presença como força militar atuante. Com um exército de 1,3 milhão de soldados e investimentos militares na ordem de 400 bilhões de dólares anuais, não há inimigo que faça frente à máquina de guerra dos EUA. Assim, percebemos, na participação americana nos diversos conflitos atuais, que os EUA impõem, também pela força, seus interesses ao resto do mundo. E não só a intervenção direta conta! Já observamos que a indústria bélica americana é responsável por mais da metade do comércio mundial de armas. Mas por que isso ocorre, já que a maioria das pessoas prefere os tempos de paz? Quais as ideias que estão por trás dessa atuação americana, além do lucro evidente da sua indústria de armas? 3. Situação atual Apesar do final da Guerra Fria, os EUA mantêm o sistema de segurança da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que havia sido criado para combater o grupo socialista (Pacto de Varsóvia), e ampliam seu domínio para outros países, que passam a fazer parte da organização, sob a sua liderança. Na ótica dos líderes norte-americanos, os prováveis perigos para os interesses da modernidade que eles defendem seriam: • a proliferação de armas de destruição massiva; • tensões históricas em várias regiões; • riscos de ataques terroristas e violência étnica; • crescentes massas de miseráveis, famintos e toda sorte de excluídos. Caberia aos EUA, a “polícia do mundo”, liderar o Ocidente contra todos esses perigos. A situação se agravou com o “11 de Setembro de 2001”, com a Doutrina Bush, que apregoa ações militares contra qualquer inimigo em potencial, mesmo que não haja nenhuma agressão por parte deste. 2. As políticas americanas de expansão Até o século XIX, a política norte-americana era, notadamente, caracterizada pela neutralidade nos assuntos internacionais. Sua preocupação era com seu desenvolvimento econômico e com a expansão territorial, que já estudamos (anexação de vários territórios, seja com a compra, seja por meio de guerras), permitindolhes formar um país de dimensões continentais – isso acabou gerando uma concepção de que o Estado americano se formou para erguer uma sociedade sem igual no mundo, colonizando e civilizando novos territórios. Na década de 1820, para impedir a ingerência europeia, o presidente James Monroe criou a Doutrina Monroe, cuja máxima era “A América para os americanos”, em que os EUA se propunham a assumir a liderança nas relações do continente, o que viria a 30 C3_Geografia_8oAno_SOME_2016_Tony 12/05/16 10:32 Página 31 Observe, a seguir, os investimentos americanos em armamentos e a distribuição de seu arsenal atômico pelo mundo: Fonte: Departamento de Defesa dos EUA. 31 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 32 O comércio internacional dos EUA 1. Introdução Um dos aspectos mais notáveis da economia mundial contemporânea reside no crescimento acelerado do comércio internacional com taxas superiores às do crescimento da produção de mercadorias. Esse descompasso revela a importância cada vez maior das exportações e importações para as economias nacionais. Observe, no gráfico a seguir, a participação dos países nas exportações mundiais: No mercado globalizado, a concorrência, você observa, é grande entre os países desenvolvidos por fatias do mercado que garantam a continuidade do desenvolvimento econômico. Assim, além dos mercados tradicionais históricos, formaram-se, também, os blocos econômicos, integrando vários países que privilegiam a troca de mercadorias (produtos, serviços e aplicações financeiras) entre si, com isenção total ou parcial de taxas alfandegárias. Observe o esquema a seguir: 32 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 33 Fonte: Beaud, História do capitalismo, p. 383. Responda ao que se pede, a partir da análise do gráfico: a) Quais os mercados mais expressivos dos EUA? b) Quais dos fluxos identificam o comércio com países subdesenvolvidos? c) Quais os produtos que você deduz que são comprados (importados) dos países desenvolvidos? d) Quais os produtos que você deduz que são comprados dos países subdesenvolvidos? e) Que tipo de produtos são vendidos (exportados) pelos EUA? 33 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 34 matérias-primas e produtos agrícolas. Já o Canadá, também parceiro dos EUA desde finais do século XIX, recebeu investimentos e atua, até hoje, como uma área de complementariedade do sistema norte-americano. A diferença é que os capitais nacionais canadenses participam como parceiros importantes dessa economia, o que transforma o Canadá num dos países mais ricos. 2. O comércio tradicional dos EUA Historicamente, a principal rota comercial dos EUA é a Europa. Ali, além da venda de seus produtos mais sofisticados e caros, os EUA também fizeram parcerias e instalaram multinacionais em alguns países. Com o processo de desenvolvimento, no entanto, do antigo Mercado Comum Europeu e, atualmente, com a consolidação da União Europeia, há um incremento no comércio interno dos países europeus, fazendo com que os EUA procurem diversificar seus mercados para outras áreas. A Doutrina Monroe e, posteriormente, o Big Stick transformaram a América Latina no verdadeiro “quintal dos EUA”, onde se estendeu a troca de produtos industrializados oriundos do desempenho industrial, principalmente de consumo, desde o século XIX, por 3. O comércio regional de hoje Para atender às novas necessidades da economia globalizada e garantir mercados estáveis, os EUA criaram o Nafta – Acordo Norte-Americano de Livre Comércio –, assinado em 1992 pelos Estados Unidos, Canadá e México. Trata-se de um gigantesco mercado com mais de 450 milhões de pessoas e um PIB superior a 16 trilhões de dólares. (Dados de 2010.) 34 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 35 Observe que há uma enorme desigualdade de condições entre seus membros, o que faz com que ocorra uma maior dependência do México em relação aos EUA. Outro bloco de que os EUA também fazem parte é a Apec – Cooperação Econômica Ásia-Pacífico –, integrando à Bacia do Pacífico a Costa Oeste do Nafta. Ela é o cenário dos grandes intercâmbios comerciais do retângulo Estados Unidos – Japão – Ásia – Austrália. Novamente, trata-se de uma relação desigual, num duplo sentido: os EUA dominam o comércio de produtos agrícolas e minerais, mas é o Japão que domina o comércio de manufaturas. Fonte: Gérard Chaliand e Jean-Pierre Rageau, Atlas estratégico y geopolítico. Madri, Alianza Editorial, 1983, p.69. Mais recentemente, os EUA propõem a formação de uma grande associação comercial, reunindo não só os países do Nafta, mas todos os países do continente americano, sob sua influência – é a Alca (Aliança de Livre Comércio das Américas), que congregará 34 países em um acordo mercantil. No entanto, muitos países latino-americanos, liderados pelo Brasil, se opõem a essa associação. Pesquise, na sua apostila I e em outras fontes, por que há essa resistência à formação da Alca e resuma, aqui, suas conclusões. 35 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 36 Observe, agora, as tabelas a seguir: OS PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES DO MUNDO – 2010 (em bilhões de dólares) PAÍS 1 2 3 Estados Unidos Alemanha Japão EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES SALDOS 1980 1990 1997 2010 1980 1990 1997 2010 1980 1990 1997 2010 213 192 130 389 391 280 689 512 421 1,270,0 1,337,0 765,2 250 186 140 497 319 216 899 442 338 1,991,9 985,6 607,8 –37 6 10 –108 72 64 –210 70 83 –721,9 351,4 157,4 –14 –31 0,7 10 11 – 9 0 –2 – –4 10 – 21 –27 30 13 16 –21 41 13 –8 –7 9 –13 – 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 França 111 206 288 508,7 134 220 267 577,4 –23 Reino Unido 114 183 280 405,6 118 214 307 669,8 –4 Itália 78 169,9 239 458,4 98 169,2 239 463,2 –20 Canadá 63 128 214 406,8 58 118 201 385,4 5 Países Baixos 74 122 193 451,3 77 111 177 374,7 –3 Hong Kong(*) 20 – 188 382,6 22 – 209 329,5 –2 China 18 51 183 1,506,0 19 42 142 712,0 –1 Bélgica 64 109 168(**) 279,2 71 109 155(**) 308,4 –7 Coreia do Sul 17 63 137 466,3 22 65 145 313,9 –5 Cingapura 19 – 125 351,2 24 – 132 248,6 –5 Taiwan 20 51 122 274,6 20 55 113 não consta 0 Brasil 20 30 53 199,7 25 20 66 102,0 –5 Mundo 1 875 – 5 455 14,938,9 2 005 – 5 600 12,196,6 – (*) Hong Kong é uma região administrativa especial chinesa. (**) Inclui Luxemburgo. (World development report 1998/99 [dados de 1980]; Atlaseco 1995 [dados de 1990]; Relatório OMC1998 [dados de 1997].) –68,7 –264,2 –4,8 21,4 76,6 53,1 794,0 –29,2 152,4 102,8 não consta 102,0 2.742,3 Analise as tabelas apresentadas e comente a situação do comércio exterior dos EUA a partir delas. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 36 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 37 Laboratório 1. Introdução 2. O Trabalho Pelo que você pode perceber durante nosso estudo sobre os Estados Unidos, as formas de dominação do espaço mundial ocorrem de várias maneiras – e a divisão prévia que fizemos na chamada Nova Ordem Mundial, com suas áreas centrais e periféricas, é muito mais ampla do que aquela que delimitamos. Nesta aula, você terá oportunidade de, revendo todas as áreas de influência dos EUA, construir uma divisão do espaço mais próxima da realidade. Mãos à obra! No mapa da página seguinte, identifique: a) áreas de influência econômica; b) áreas de influência militar; c) fluxos de comércio mais destacados. 37 ✄NOME: ____________________________________________________________________ N.º ______________ UNIDADE: _________________________ C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 38 38 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 39 TEXTO COMPLEMENTAR I A grande reviravolta espacial As crises econômicas dos anos 70 e 80 revelaram, brutalmente, a reviravolta da dinâmica espacial: o peso demográfico do Nordeste cai de 46% para 40% entre 1950 e 1980 e seu peso industrial, de 68% para 48%. O Manufacturing Belt, daí em diante batizado de Frost Belt, na verdade Rust Belt (cinturão da geada, da ferrugem...), perde sua substância em benefício do Sul e do Oeste, o Sun Belt. O cinturão do sol estabelece novos imi grantes (cubanos na Flórida, mexicanos do Texas à Califórnia, asiáticos na Costa Oeste). A reviravolta espacial foi estimu lada desde a Segunda Guerra Mundial sob a influência de diversos fatores: a procura de novas bases energéticas (hidrocarburetos do golfo do México, da Califórnia), a política de grandes obras (acomoda ção dos rios Columbia, Tennessee..., sistema de autoestra- das) e descentralizações estratégicas (bases militares e contratos de fabricação) com o estímulo do governo federal, o atrativo do sol (turismo, aposentados), o interesse pela região do Pacífico etc. O fato essencial é o reflorescimento do sistema industrial: as empresas fogem de um espaço envelhecido, incômodo, e encontram, nos Estados que proíbem o monopólio sindical, as bases de uma maior rentabilidade. O símbolo deste progresso é a Silicon Valley, complexo de base científica desenvolvido em torno da Universidade de Stanford, próxima a São Francisco, e, mais recentemen te, o Triângulo de Ouro da Carolina do Norte, ou o complexo microeletrônico de Austin (Texas). A noção de reviravolta espacial deve ser matizada: o destino do cinturão do sol tem seus inconvenientes (sequelas da crise petrolífera em Houston, por exemplo); se a Califórnia é o primeiro Estado da União (25 milhões de habitantes), o Manufacturing Belt conserva uma grande parte do poder de comando (72% das sedes sociais das duzentas maiores empresas). Sobretudo, permanecem o poder da megalópole (45 milhões de habitantes de Boston até Washington) e o papel comercial e financeiro de Nova York. A América que experimenta dificuldades é. antes de tudo, aquela do Centro: o Meio-oeste das indús trias pesadas sujeitas à re estruturação da siderurgia, da indús tria automobilística... e as Grandes Planícies agrícolas, onde a falência e a concentração da propriedade rondam numerosos produtores endividados, dependentes do agro-business. (MANZAGOL, Claude. Geopolítica interna dos Estados Unidos. In: O Mundo Hoje, 1993. pp.47-8.) TEXTO COMPLEMENTAR II Economia forte exibe fraquezas A economia norte-americana é, de longe, a mais poderosa do mundo. Em 2004, seu Produto Interno Bruto (PIB) de 11,7 trilhões de dólares representava quase 28% do PIB de todo o planeta. Mas essa força pode levar também intranquilidade aos demais países, por causa do alto endividamento que embute. Há anos o governo dos EUA gas ta mais do que arrecada. A proposta orçamentária apresentada pelo presidente George W. Bush para o ano fiscal de 2007 (que vai de outubro de 2006 a setembro de 2007) prevê um déficit de 354 bilhões de dólares. É o sexto ano consecutivo de previsão de despesas maiores que as receitas. A principal causa é o aumento de gastos militares, que, nesse mesmo orçamento de 2007, vão crescer 7%, atingindo a marca de 439 bilhões de dólares. É verdade que o déficit de 2006 foi menor que o previsto. Houve um grande e inesperado aumento na arrecadação de impostos das empresas e dos mais ricos, que compen sou o aumento das despesas com as guerras e, também, o custo da ajuda às vítimas do furacão Katrina. O saldo negativo de 248 bilhões de dólares em 2006, ainda 39 que seja um mau resultado, significa redução de 22% ante os 318,3 bilhões de dólares registrados no ano anterior. Analistas advertem, entretanto, para o fato de que os gastos no Afeganistão e no Iraque continuam altos – cerca de 350 bilhões de dólares foram consumidos entre 2003 e 2006. Além disso, a numerosa geração dos baby boomers – pessoas nascidas após o fim da II Guerra Mundial (1945) – se aproxima do período de solicitar aposentadoria, o que elevará de forma considerável os gastos da seguridade social e do Medicare, o seguro- C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 40 CONTINUAÇÃO saúde para idosos. O governo pensa em diminuir o déficit nos próximos anos por meio de redução nos gastos sociais, do próprio Medicare e de programas ambientais, entre outros itens. Déficit externo Outro déficit que preocupa é o registrado na balança comercial – a diferença entre as exportações e as importações. Para fazer com que sua economia cresça, os EUA necessitam cada vez mais importar bens e serviços de outros países. O resultado é o aumento constante dos saldos negativos: em 2005, foram quse 717 bilhões de dólares. Em setembro de 2006, um rela- tório do FMI avalia que o déficit em conta corrente dos EUA (que inclui, além das exportações e das importações, os fluxos de investimentos) pode bater recorde em 2007, atingindo o equivalente a 6,9% do PIB. Esse resultado pode prejudicar seriamente a economia global. O documento prevê que a economia norte-americana crescerá 3,4% em 2006 e 2,9% em 2007. Para financiar o seu déficit interno e o externo, os EUA tomam várias medidas. Procuram estabele cer acordos de livre-comércio com o maior número de países, apostando na força de sua indústria para colocar os produtos que fabrica em novos mercados. Correm o mundo também buscando captar recursos. O Tesouro norteamericano emite títulos em dólar, comprados maciçamente por bancos centrais de países como China e Japão. Mas os analistas chamam atenção para o fato de que a manutenção do déficit torna a situação econômica muito instável. Se os investidores estrangeiros avaliarem que a moeda norte-americana vai se desvalorizar muito, serão levados a diversificar suas reservas, comprando ativos em euros ou ienes, o que colocaria a economia dos EUA sob pressão. Fonte: Almanaque Abril/2007. TEXTO COMPLEMENTAR III Regionalização e globalização Provavelmente, você já ouviu falar em globalização. Nos jornais, nos noticiários da televisão, nas conversas entre as pessoas, esse termo tem surgido com muita frequência. Mas o que é globalização? Você deve ter estudado em suas aulas de História que, nos séculos XV e XVI, ocorreram as grandes navega ções, ou seja, portugueses, espanhóis, in gle ses, franceses e outros povos europeus lançaram-se ao mar e chegaram às ter ras americanas, africanas e asiáticas. Podemos, então, dizer que, com as grandes navegações ou com a ampliação do horizonte geográfico europeu, ocorreu um processo de europeização do mundo. Esse processo se prolongou por cerca de quatro séculos, pois foi o período que a liderança europeia durou. Explicando melhor, foi um longo período em que alguns países europeus (Inglaterra, França, Espanha, Portugal, Holanda e Bélgica) lideraram as relações internacionais e estabeleceram uma ordem mundial conveniente a eles. Essa expansão do capitalismo, chamada também de mundialização (do capitalismo), pode ser entendida como uma das fases da globalização. Depois da europeização do mundo, ocorreu a sua americanização. Isso se deu principalmente após a Primeira Guerra Mundial, quando os Estados Unidos da América do Norte despontaram como uma grande potência industrial e financeira. Mas a maior presença desse país no cenário mundial aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, consolidando ainda mais o capitalismo como sistema de organização econômico-social. A americanização do mundo, acompanhada de grandes avanços científicos e tecnológicos nas diversas áreas do conhecimento humano – principalmente na eletrônica, que, por sua vez, permitiu o desenvolvimento de satélites artificiais, da informática e da robótica –, pode ser entendida como outra fase da globalização. Mas foi na década de 1990 que a globalização e a mundialização do capitalismo ocorreram de forma mais rápida, diferentemente, portanto, das fases anteriores. A principal razão foi a falência do socialismo real. Em outubro de 1989, 40 ocorreu a queda do Muro de Berlim, seguida da desintegração dos Estados socialistas do Leste Europeu e da própria União Soviética. Em vista disso, o mundo tornou-se capitalista e globalizado, ou seja, aceleraram-se: • a internacionalização ou globalização da produção (controlada principalmente por gigantescas corporações transnacionais); • a internacionalização ou globalização das finanças; • a fragilidade dos Estados nacionais, levando-os a se adaptarem à nova ordem (ou desordem) mundial, em que o capital financeiro reina de forma absoluta e, ainda, enfraquecendo o seu papel como protetor das econo mias nacionais e provedor de bem-estar social. Esses acontecimentos alteraram, profundamente, o espaço geográfico mundial. Ele está sendo organizado e regio nalizado segun do as conve niências do grande capital e segundo as perspectivas que as economias nacionais lhe oferecem. Fonte: Adas, M. – Geografia. C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 41 Exercícios 1) Compare o Nordeste e as Pradarias Centrais dos Estados Unidos quanto • à organização agropecuária; • à hidrografia e • aos recursos minerais. 2) Analise a facilidade de ocupação na área da Flórida e a dificuldade na área das Montanhas Rochosas, segundo os elementos geográficos que lhe são característicos, explicando-os. 3) Faça entrevistas com pessoas de sua família que trabalham, abordando: • Nível de escolaridade; • Profissão; • Nível de inclusão digital; • Renda média; • Itens que mais consomem (alimentação, vestuário, cultura...). 4) Compare, agora, essas situações com os dados da aula sobre a população americana. 5) Compare as regiões industriais do Nordeste dos EUA com os da Costa do Pacífico, do ponto de vista a) da estrutura da indústria e b) da organização do trabalho. 41 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 42 6) Estatísticas da ONU mostram que as empresas multinacionais americanas no exterior são financiadas em até 83% por recursos do próprio país em que se instalam. Na América Latina, entre 1963 e 1965, esse percentual era de 91%, o que significa que apenas 9% dos recursos vinham de sua sede. Explique por que podemos afirmar que a América Latina se transformou numa exportadora de capitais para os EUA. 7) Explique, com suas palavras, o que é: – Doutrina Monroe – Big Stick – Doutrina Bush 8) Observe o quadro a seguir com atenção: Escolha uma das intervenções apontadas e pesquise sobre ela, apontando: • causas • consequências 42 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 43 43 C3Geografia8oAnoPref_2012:C3Geografia8oAAlunoPref_2012 19/06/12 16:31 Página 44 44