Hospital Veterinário Montenegro R. Pereira Reis

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Edição nº 26
Síndrome de obstrução dos
braquicefálicos
es
Nestes animais deve ter-se cuidado de forma a evitar o
sobreaquecimento, a excitação ou exercício excessivos, que
podem causar o aumento da frequência respiratória e uma
tumefacção (inchaço) e estreitamento ainda maior das vias
aéreas já com constrição, o que vai aumentar a ansiedade
do cão.
Os cães braquicefálicos são aqueles de raças que
apresentam uma cabeça comparativamente curta, com
músculos, nariz e boca curtos. Devido à sua anatomia,
virtualmente todos os cães destas raças tem algum grau de
esforço relacionado com a respiração desde o seu
nascimento. Muitos têm diferentes graus de obstrução, o
que dá origem a sinais que vão desde uma respiração
barulhenta até ao colapso.
As principais alterações anatómicas que levam ás
dificuldades respiratórias típicas destas ração incluem um
palato mole excessivamente longo, narinas estreitas, e
eversão dos sacos laríngeos. Muitos cães afectados também
apresentam uma traqueia relativamente pequena.
Devido às alterações anatómicas comuns em cães destas
raças o diagnóstico é apenas uma questão do grau da
anormalidade. A estenose das narinas é facilmente
diagnosticada pelo exame visual, as anormalidades
laríngeas e do palato por norma são identificadas com o
uso do laringoscópio sob anestesia geral.
Os sintomas podem variar, assim como a sua severidade,
dependendo de quais as anormalidades que os estão a
causar. Geralmente estes sintomas são: respiração de boca
aberta constante, respiração ruidosa, roncos, ressonar
excessivo, engasgos, intolerância ao exercício e /ou ao
calor, falta de energia permanente e língua azul-arroxeada
ou pálida devido á falta de oxigénio.
O tratamento médico pode ser usado em episódios de
obstrução leve. Corticosteróides, oxigenoterapia e
arrefecimento dos animais até os acalmar pode ser
suficiente. No entanto a cirurgia é necessária para a
correcção dos defeitos quando as anormalidades crónicas
interferem com a respiração logo com a qualidade de vida
do animal. Geralmente esta cirurgia implica a a recessão do
excesso do palato mole e o alargamento das vias aéreas na
região das narinas.
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R. Pereira Reis, 191 – Porto
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Tel: 225 089 989 / 225 089 639 / 966 291 916
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Edição nº 26
Luxação da rótula no cão
A rótula é um pequeno osso que se encontra envolvido
pelo ligamento rotuliano, que liga o músculo quadricepes
da coxa à tíbia. A rótula desloca-se sobre o fémur num
sulco, o sulco troclear, e é mantida na posição por
ligamentos e pela forma do sulco. A função da rótula
é manter o fémur e a tíbia alinhados durante a
extensão da perna.
Em situações anormais a rótula pode luxar (sair da
sua posição anatómica) para o lado de fora do joelho
(luxação lateral) ou para o lado de dentro (luxação
medial). A luxação da rótula é uma das doenças de
joelho mais frequente.
es
Causas
Não traumáticas: normalmente é um problema
congénito ou de mau desenvolvimento do
alinhamento do sistema extensor. É uma alteração
hereditária (passa para a descendência). A rótula pode
luxar por conformação anormal da anca, malformação
da tíbia, ou pela existência de ligamentos colaterais
do ligamento rotuliano fracos.
Traumáticas: associadas ao impacto, com dor inchaço
e à falta de uso do membro. Pode ainda ser secundária
a outras doenças, como a ruptura do ligamento
cruzado cranial.
Raças predispostas à luxação da rótula:
A luxação da rótula pode ocorrer em muitas raças e
ao mesmo tempo no gato, mas asraças pequenas tem
uma muito maior incidência. Sendo as raças mais
predispostas: Pincher, Caniche Toy, Yorkshire Terrier,
Lulu da Pomerânia, Chihuhahua, Boston terrierAkita,
Labrador Retriever, Golden Retriever, malamute,
Boxer, Husky Siberiano, São Bernardo, entre outros.
1 – patela/rótula
2 - fêmur;
3 - ligamento patelar;
4 - tuberosidade tibial;
5 - luxação medial da patela;
6 - luxação lateral da patela.
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Edição nº 26
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Cataratas
As cataratas são opacidades do cristalino ou lente, e a
principal causa da diminuição ou perda de visão em
Medicina Veterinária.
Esta opacificação pode ter vários tamanhos, formas,
localização, causas, velocidade de progressão e idade de
aparecimento. As cataratas podem ser hereditárias,
traumáticas, senis, tóxicas, nutricionais, diabéticas ou
secundárias a inflamação ou infecção intra-ocular.
Apesar de poderem afectar animais de várias raças existe
predisposição no:
Galgo Afegão, Cocker Spaniel, Bichon Frise, Boston
Terrier, Pastor Alemão, Golden e Labrador Retriever,
Schnauzer miniature, Fox Terrier, Staffordshire Bull
Terrier, Caniche, Rottweiler, Husky Siberiano,
Malamute, cavalier King Charles. Old English
Sheepdog e West Highland White Terrier.
O
tratamento
é
cirúrgico e o método
mais
eficaz
é
a
Facoemulsificação.
No
entanto nem todos os
pacientes
são
bons
candidatos a cirurgia.
Existem alguns requisitos
essenciais para que o
objectivo final, a recuperação da visão, seja alcançado.
Deste modo todos os candidatos são submetidos a
avaliação clínica geral e oftalmológica completa incluindo
ecografia ocular e electroretinografia. Para além disso o
temperamento do animal e a disponibilidade do
proprietário são factores decisivos, pois os cuidados e
acompanhamento pós-operatório são essenciais para se
optimizarem os resultados. Um animal agressivo que não
permite a colocação de colírios não é um bom candidato,
assim como um animal muito dócil cujo proprietário não
tem disponibilidade para aplicar os mesmos colírios
também não o é. Todos estes factores devem ser tidos em
conta no momento da tomada de decisão.
À semelhança do que ocorre nas restantes áreas da
Medicina Veterinária, a identificação precoce dos sinais
clínicos, o diagnóstico e a instituição de uma terapêutica
adequada, são elementos decisivos na preservação da visão
e consequentemente na qualidade de vida dos nossos
animais de companhia.
Notícias de destaque
Dias de crise!
A veterinária é sem dúvida uma profissão com um forte
desenvolvimento nos últimos anos, tudo fruto de uma
consciência sócio – cultural criada. Nos dias de hoje a
sociedade assume os seus animais compreendendo que
estes devem ser cuidados com dignidade, na dúvida não os
têm. Apesar da crise instalada, a classe veterinária continua
a acreditar numa melhoria dos cuidados de saúde
prestados. Como em todas as áreas muitos protocolos têm
de ser revistos e adaptados às circunstâncias actuais, mas
não corremos o risco de que esta crise leve a que a
sociedade não cuide dos seus animais. Já lá vai o tempo de
um animal poder ser considerado um bem de consumo.
Hoje os profissionais do sector estão cientes de que temos
de estar mais atentos a doenças mais relacionadas com o
envelhecimento. As doenças oncológicas assumem, neste
contexto, especial importância nas consultas de rotina. Por
tudo isto é necessário uma maior consciencialização dos
proprietários no que respeita à detecção de sinais precoces
de doença oncológica, entre os quais se destaca um
emagrecimento acentuado, alterações gastrointestinais
(vómitos /diarreias), tosse, aparecimento de massas
palpáveis nomeadamente na cadeia mamária, entre outros.
Todos os tumores diagnosticados precocemente terão um
melhor prognóstico. Por outro lado aquilo que pode
contribuir para uma diminuição das doenças oncológicas
será um estilo de vida adequada, nomeadamente uma
actividade física e dietas equilibradas.
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Campanha de vacinação
Traga o seu animal para ser vacinado no nosso Hospital no
próximo dia 18 de Maio e contribua para a acção de
solidariedade dos Veterinários Sem Fronteiras na Ilha do
Maio em Cabo Verde (desparasitação, vacinação e
esterilização de canídeos).
O tumor mais comum nos animais domésticos é o tumor
mamário nas fêmeas, mais comum na cadela mas com
maiores percentagens de malignidade nas gatas. Sem
dúvida a esterilização das fêmeas jovens, até aos dois anos
de idade, sem interesse reprodutivo diminuem largamente o
aparecimento destes tumores, para além de evitarem o
aparecimento de outras patologias relacionadas com o
tracto reprodutivo, nomeadamente as infecções uterinas, e
quistos ovários. O controlo populacional também será
beneficiado com esta prática. Na espécie felina e canina o
uso de anticoncepcionais também pode aumentar a
incidência destas patologias. De referir que a principal
desvantagem da esterilização pode ser uma maior
predisposição para o aumento de peso, situação que deverá
também ser evitada.
Assim possibilite aos seus animais uma dieta adequada e
exercício regular, podendo este também ser motivador para
que o dono o realize. Uma adequada higiene e conforto,
serão importantes para o bem-estar animal.
No caso de não ter interesse reprodutivo no seu animal
considere a possibilidade da esterilização.
Luís Montenegro
Não queremos que nada fique
por responder, e para que tal
ocorra as próximas edições vão
ser a resposta às dúvidas que
nos envie por e-mail para
[email protected]
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