Custos de contexto têm peso excessivo no investimento

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ID: 65199062
08-07-2016
Tiragem: 12350
Pág: 8
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Semanal
Área: 25,70 x 18,54 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 2
Custos de contexto têm peso excessivo
no investimento
“São necessários
consensos e estabilidade”
para resolver problemas
como “a solvência da
banca, o financiamento
empresarial, o
aproveitamento nas
empresas e renumeração
dos recursos humanos
mais qualificados”.
Esta foi a conclusão
do debate “Ouvir e
Pensar”, com o tema
“Economia portuguesa:
competitividade, que
futuro”, organizado
pelo Instituto do
Conhecimento Abreu
Advogados, que
teve como oradores
Alexandre Soares dos
Santos, Daniel Bessa,
Luís Fábrica e Luís Mira
Amaral.
DORA TRONCÃO
[email protected]
“A tributação fiscal, a burocracia administrativa e a incerteza/
demora da justiça” são três áreas
onde é mais necessário reunir
consensos e estabilidade, afirma
Ricardo Costa, coordenador científico e editorial do Instituto do
Conhecimento Abreu Advogados.
“Não é possível atrair investimento quando se sabe que a legislação fiscal em sede de IRC e IVA
está sempre a mudar, se as entidades públicas têm prazos incomportáveis para se pronunciarem sobre
projetos empresariais e se a justiça
não resolve ou resolve tarde e a más
horas. É necessário segurança, previsibilidade e atração comparativa
com os concorrentes estrangeiros”,
sublinharam os intervenientes do
debate “Economia portuguesa:
competitividade, que futuro”, sublinhou Ricardo Costa.
Todavia, “existem casos de
sucesso e transformação na economia de grande vulto como o
exemplar crescimento da agroindústria no domínio dos produtos
hortícolas e frutícolas”, ressalvam
os intervenientes do encontro,
mas “essas transformações dependem em grande medida da
capacidade de o sector bancário
acompanhar com financiamento
a custos e prazos acessíveis, tendo
em conta que o desenvolvimento
empresarial assenta fundamentalmente em dívida e não em
capitais próprios injetados pelos
empresários/ acionistas/quotistas”,
respondeu Costa.
No entanto, todos concorda-
Luís Fábrica, Alexandre Soares dos Santos, Filipe Alves, Daniel Bessa e Luís Mira Amaral, durante o debate “Ouvir & Pensar” falaram da necessidade de estabilidade na economia para resolver problemas que vão da banca aos recursos humanos.
ram que “a saúde da banca é essencial e a regulação/ supervisão
do Banco Portugal é nuclear para
evitar os défices de atuação e a
negligência do passado. Seja na
banca, seja em outros sectores estruturais da economia”.
Portugal não pode continuar a contrair mais dívida
Ricardo Costa referiu ainda
que – em sede de regras dego-
vernação - “a atuação dos órgãos
de fiscalização e dos gestores não
executivos é o domínio mais crítico para a boa gestão das empresas, uma adequada responsabilização dos resultados negativos
e, em contrapartida, assegurar
uma boa remuneração/ dividendo
para os sócios”. De todo o modo,
para Ricardo Cost,a fica a seguinte conclusão: “Há algo de dúbio
no modelo: num curto período
recente, as exportações caíram
drasticamente e os indicadores
expressam que não vamos no melhor caminho”.
Quanto à situação do Estado,
os intervenientes sustentam em
uníssono que “Portugal até pode
argumentar em renegociar dívida
pública ou solicitar ‘perdão’, mas
não o pode fazer se continua a
contrair mais dívida e a duvidar
ou a bloquear nas reformas básicas da administração público-empresarial”.
ID: 65199062
08-07-2016
Custos de contexto
têm peso excessivo
no investimento
Pág. 8
Tiragem: 12350
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Semanal
Área: 5,02 x 1,97 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 2 de 2
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