uso do osso bovino na remoção de metais pesados na água

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Universidade do Vale do Paraíba
Faculdade de Educação e Artes
ANDRÉIA DE FATIMA SIQUEIRA MELQUIADES
USO DO OSSO BOVINO NA REMOÇÃO
DE METAIS PESADOS NA ÁGUA
Jacareí – SP
2014
ANDRÉIA DE FATIMA SIQUEIRA MELQUIADES
USO DO OSSO BOVINO NA REMOÇÃO
DE METAIS PESADOS NA ÁGUA
Relatório Final apresentado como
parte das exigências da disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso à
Banca Examinadora da Faculdade
de
Educação
e
Artes
da
Universidade do Vale do Paraíba.
Orientadora: Profª. Drª. Lucia Vieira
JACAREI – SP
2014
1
Universidade do Vale do Paraíba
Faculdade de Educação e Artes
Curso de Química (Bacharelado)
Da Faculdade de Educação e Artes
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
2014
USO DO OSSO BOVINO NA REMOÇÃO
DE METAIS PESADOS NA ÁGUA
ANDRÉIA DE FATIMA SIQUEIRA MELQUIADES
Orientadora: Profª. Drª. Lucia Vieira
Banca Examinadora:
Profª. Drª. Polyana Alves Radi Gonçalves
Prof. Dr. Rodrigo Sávio Pessoa
Profª. Drª. Andreza Ribeiro Simioni
Nota Final: _______(____)
Jacareí – SP
2014
2
AGRADECIMENTOS
A Deus primeiramente por ter me proporcionado condições de realizar meu
sonho.
A Universidade e aos diversos professores que me auxiliaram no decorrer
desses 4 anos e principalmente nessa fase final.
A minha orientadora Profª. Drª. Lucia Vieira, que em nenhum momento mediu
esforços para me ajudar e incentivar, disponibilizando seu tempo, local de trabalho e
material, para que fosse possível o desenvolvimento deste trabalho.
Aos meus pais, Judite e José, e ao meu namorado Robson, pelo apoio,
incentivo e por sempre confiar no meu potencial.
À Quimlab, pela disponibilidade na realização das análises.
3
RESUMO
Metais pesados é uma classe diversificada de metais, que engloba metais
completamente tóxicos e metais que em baixas concentrações não são
considerados prejudiciais ao meio ambiente e a saúde animal e vegetal. Devido a
rápida absorção e acúmulo dos metais pesados nos organismos vivos e que acabam
causando diversas doenças ao longo da cadeia alimentar, atualmente a
preocupação e necessidade do controle pelas indústrias na qualidade da água ou
efluente é essencial. Os tratamentos convencionais conhecidos e utilizados são de
custo elevado, por isso esse projeto teve como objetivo utilizar a hidroxiapatita
presente em osso bovino, que é um biomaterial de baixo custo, na remoção de
metais pesados presentes em água, pois a hidroxiapatita é capaz de realizar troca
iônica entre os metais e o cálcio. Os metais testados neste projeto são o Cobre e o
Chumbo, presentes em soluções preparadas com água de osmose reversa, aonde
massas diferentes de osso bovino foram adicionadas, a fim de determinar o
rendimento de adsorção. A solução de chumbo apresentou melhor rendimento de
adsorção devido o seu raio iônico ser maior que o do cálcio, o que facilitou a
incorporação na estrutura da hidroxiapatita, diferentemente dos metais que
apresentam menor raio iônico, que é o caso do cobre.
Palavras-chave: água, hidroxiapatita, metais pesados.
4
ABSTRACT
Heavy metals are a diverse class of metals that includes toxic metals and
metals in quite low concentrations are not considered harmful to the environment and
animal and plant health. Due to rapid uptake and accumulation of heavy metals in
living organisms and end up causing various diseases along the food chain, the
concern and need for control by industries on water quality or effluent is currently
essential. The known and used in conventional treatments are expensive, so this
project aimed to use this bovine boné as hydroxyapatite, which is a biomaterial with
low cost used to removing heavy metals from water because hydroxyapatite is
capable of performing ion exchange between metals and calcium. Metals tested in
this project are copper and lead present in prepared using reverse osmosis, where
different bovine bone mass water solutions were added in order to determine the
yield of adsorption. The lead solution had better adsorption efficiency because their
ionic radius is larger than calcium, which facilitated the incorporation in the structure
of hydroxyapatite unlike metals which have lower ionic radius, which is the case of
copper.
Keywords: water, hydroxyapatite, heavy metals.
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 7
1.1 Objetivo geral ........................................................................................................................... 8
1.2 Objetivo específico ................................................................................................................... 8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................ 9
2.1 Metais Pesados ........................................................................................................................ 9
2.2 Descrição de alguns metais pesados .......................................................................................10
2.2.1 Arsênio .............................................................................................................................11
2.2.2 Cromo ..............................................................................................................................11
2.2.3 Cobre ...............................................................................................................................12
2.2.4 Chumbo............................................................................................................................13
2.2.5 Mercúrio ...........................................................................................................................13
2.3 Métodos convencionais de extração de metais pesados na água ............................................14
2.3.1 Precipitação......................................................................................................................14
2.3.2 Troca iônica ......................................................................................................................14
2.3.3 Processo de separação por membranas ...........................................................................15
2.3.4 Tratamento eletroquímico .................................................................................................15
2.3.5 Destilação Simples ...........................................................................................................16
2.4 Métodos alternativos de tratamento da água com metais pesados ...........................................16
2.4.1 Biomassa .........................................................................................................................18
2.4.2 Processos de biossorção ..................................................................................................20
2.4.2.1 Colunas de leito fixo...................................................................................................20
2.4.2.2 Colunas de leito fluidizado .........................................................................................20
2.4.2.3 Bioflotação .................................................................................................................20
2.5 Reagentes alternativos do processo de biossorção .................................................................21
2.5.1 Carvão de osso bovino .....................................................................................................21
2.5.2 Farinha de osso bovino.....................................................................................................22
2.5.3 Hidroxiapatita ...................................................................................................................22
2.6 Qualidade, uso e riscos da água ..............................................................................................23
3 METODOLOGIA ............................................................................................................................25
3.1 Equipamentos, reagentes e materiais para análise ..................................................................25
3.1.1 Kit para filtração................................................................................................................26
3.1.2 Vidrarias ...........................................................................................................................26
3.1.3 Equipamentos ..................................................................................................................27
3.1.4 Reagentes ........................................................................................................................27
3.1.5 Materiais diversos .............................................................................................................27
3.2 Local de realização do projeto .................................................................................................28
3.3 Procedimento experimental .....................................................................................................28
3.3.1 Preparo da farinha de osso ...............................................................................................28
3.3.2 Preparo das soluções .......................................................................................................28
3.3.3 Cálculo estequiométrico e do rendimento de adsorção......................................................29
3.3.3.1 Cobre.........................................................................................................................29
3.3.3.2 Chumbo .....................................................................................................................30
3.3.4 Método de realização dos testes .......................................................................................32
3.4 Procedimento de análise instrumental .....................................................................................33
4 RESULTADOS...............................................................................................................................34
5 DISCUSSÃO ..................................................................................................................................39
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................................40
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................41
6
1 INTRODUÇÃO
A contaminação da água por metais pesados é um problema ambiental
causado pelo homem em alguns processos produtivos, que causam a inutilização da
água para consumo humano e contaminam os seres vivos que habitam neste
ecossistema afetado. Os metais pesados quando são assimilados pelo organismo
animal, incluindo o homem, podem causar doenças graves como câncer, deficiência
do sistema nervoso, entre outras.
O projeto em questão visa propor soluções para dois problemas ambientais:

Dar um destino final ecologicamente correto para os ossos bovinos,
que são resíduos de matadouros, frigoríficos e açougues. Este biomaterial
geralmente é descartado em aterros sanitários ou em lixões, uma pequena parte
utilizada como fertilizantes, ou calcinado e usado na alimentação de animais;

Remover resíduos de metais pesados presentes em efluentes
industriais ou em águas que serão tratadas para consumo humano, industrial ou
agrícola, utilizando o osso como biossorvente.
Apesar de existirem métodos de remoção de metais pesados, seu custo é
elevado, já a utilização de biomassa como o osso bovino, é uma alternativa de baixo
custo para resolver este problema, ou para ser utilizada em conjunto com os
métodos convencionais para aumentar a vida útil dos equipamentos envolvidos.
A escolha dos metais Cobre (Cu) e Chumbo (Pb) para esse estudo foi
baseada na literatura, tendo o Cu, como necessário na alimentação, porém seu
excesso é prejudicial, já o Pb é um elemento estranho ao metabolismo humano,
sendo, completamente tóxicos em qualquer quantidade.
Neste projeto a água foi inicialmente contaminada com o metal pesado numa
concentração conhecida, e entrou em contato com o osso por um determinado
tempo sob agitação e em seguida foi filtrada para posterior análise da concentração
final. Com os resultados obtidos foi calculado o rendimento de adsorção dos metais
pesados pelo osso bovino.
7
1.1 Objetivo geral
Verificar a remoção dos metais pesados Cu e Pb na água utilizando o osso
bovino como material biossorvente de baixo custo, que pode ser uma alternativa aos
métodos convencionais de tratamento ou utilizá-los em conjunto com os métodos
tradicionais.
1.2 Objetivo específico
- Determinar experimentalmente os rendimentos do processo de remoção dos
metais pesados Cu e Pb por osso bovino, de modo que se possa estabelecer a
ordem de poder de adsorção destes.
8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Metais Pesados
Metais pesados é uma classe diversificada de metais, que na sua forma
elementar apresentam densidade maior que 5 g/cm3 ou número atômico maior que
20. Esta classificação engloba muitos metais que apesar de estar na classificação
de metal pesado, devido a sua não toxicidade, ele não é considerado prejudicial ao
meio ambiente e a saúde animal e vegetal.
Alguns metais pesados são importantes para a vida animal e vegetal pois são
necessários para o ciclo vital do organismo, como exemplo pode-se citar o Sódio
(Na), Potássio (K), Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Vanádio (V), Manganês (Mn), Ferro
(Fe), Cobalto (Co), Níquel (Ni), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Molibdênio (Mo), e
Tungstênio (W). O Na, K, Mg e Ca são comuns de serem encontrados nos
organismos animal e vegetal em maior quantidade, porém o Co, Ni, Zn, e Mo são
necessários porém em menor quantidade e o excesso destes pode causar danos a
saúde ao invés de serem benéficos.
Metais como a Prata (Ag), Cádmio (Cd), Estanho (Sn), Ouro (Au), Mercúrio
(Hg), Tálio (Tl), Chumbo (Pb), Bismuto (Bi) e Alumínio (Al) são considerados metais
tóxicos, não tem função metabólica conhecida, podem causar doenças e tem
propriedades de se acumularem nos organismos vivos.
A contaminação do ambiente por metais pesados é resultado das atividades
industriais, agrícolas e do descarte de resíduos com tratamento inadequado ou
impossibilitado devido a natureza do metal em questão. Nas áreas de
desenvolvimento industrial costumam-se encontrar arsênio, cádmio, cromo, ferro,
níquel, chumbo, zinco e mercúrio. A tabela 1.1 mostra os setores industriais e os
metais que geralmente produzem como resíduo.
9
Tabela 2.1 – Setores industriais com maior presença de íons de metais pesados no efluente.
Indústria
Operações de mineração
Metal
Cu, Zn, Pb, Mn, Urânio (U), Cromo (Cr),
Arsênio (As), Selênio (Se), V
Operações de eletrodeposição
Cr, Ni, Cd, Zn
Processamento do metal
Cu, Zn, Mn
Geração de energia
Cu, Cd, Mn, Zn
Indústria nuclear
U, Tório (Th), Rádio (Ra), Estrôncio (Sr),
Operações especiais
Európio (Eu), Amerício (Am)
Hg, Au, e metais preciosos
Fonte: Pino (2005)
Os metais pesados considerados tóxicos são muito prejudiciais a saúde
humana, animal e vegetal e sua ação acontece causando o bloqueio de atividades
biológicas, principalmente pela inativação enzimática devido a formação de ligações
entre o metal e alguns grupos funcionais das proteínas, causando danos
irreversíveis no organismo. Os metais pesados podem ainda, dependendo da
concentração, ter seu efeito tóxico distribuído por todo o organismo, afetando vários
órgãos, alterando os processos bioquímicos, organelas e membranas celulares.
2.2 Descrição de alguns metais pesados
A seguir será detalhada a descrição de alguns metais pesados, incluindo sua
abundância na crosta terrestre, uso e toxicidade para a saúde humana.
10
2.2.1 Arsênio
O arsênio é um metal de símbolo As, com número atômico 33 e peso atômico
75. Foi descoberto em 1250 por Albertus Magnus que, provavelmente, foi o primeiro
a isolar o elemento. Sua abundância na crosta terrestre é de 0,00018% e é
encontrado naturalmente na crosta terrestre podendo estar combinado com Mn, Fe,
Co, Ni, Ag e Sn na forma de compostos inorgânicos ou combinados com carbono
para formar compostos orgânicos em plantas e animais.
Já foi utilizado na produção de raticidas, devido a sua toxicidade, porém é
utilizado na medicina para tratamento de doenças do sistema nervoso e sífilis. Como
arsenato de cobre evita apodrecimento e cupins na madeira.
Este elemento é tóxico e os seres humanos se contaminam com o mesmo
através da exposição da água, ar, solo e comida contaminados. Consumir água
prolongadamente com este elemento em mais de 0,2mg/L pode causar efeitos
tóxicos após 2 anos. O Arsênio inorgânico pode causar a infertilidade e aborto em
mulheres, irritação da pele, danos ao sistema imunológico, coração e cérebro, assim
como pode danificar o ácido desoxirribonucleico (ADN). Já o Arsênio orgânico não
desenvolve o câncer e nem causa danos ao ADN, mas provoca danos ao sistema
nervoso e dores de estômago.
2.2.2 Cromo
Elemento químico de número atômico 24, peso atômico 52 e símbolo Cr. Foi
descoberto em 1797 por Louis Nicolas Vauquelin e sua abundância na crosta
terrestre é de 0,0102%. Na natureza, encontra-se o cromo nas formas Cromo(0),
Cromo(lll) e Cromo(VI).
O metal é muito resistente a corrosão, por isso é utilizado para recobrimento
de outros metais. A liga ferro-cromo é utilizada na fabricação de aço inox, que entre
11
suas principais aplicações são a fabricação de talheres e equipamentos para
indústria alimentícia.
O Cromo trivalente é um elemento importante para o organismo humano,
sendo encontrado em suprimentos alimentares, enquanto que o Cromo na forma
elementar e Cromo hexavalente são provenientes de atividades industriais.
A falta do Cromo trivalente pode causar problemas cardíacos, transtornos de
metabolismo e diabetes, porém seu excesso pode causar erupções cutâneas.
O Cromo hexavalente é prejudicial a saúde podendo causar reações
alérgicas, irritação na pele, dor de estômago e ulceras, danos no fígado e rins,
problemas respiratórios ou com o sistema imunológico, câncer e morte.
2.2.3 Cobre
Elemento de número atômico 29, peso atômico 63,5 e símbolo Cu. Foi
descoberto na antiguidade, sendo seu descobridor desconhecido e sua abundância
na crosta terrestre é de 0,006%. Ele é utilizado para fabricação de fios elétricos,
tubos
de
condensadores
e
encanamentos,
eletroímãs,
motores
elétricos,
interruptores, relés, tubos de vácuo e magnétons de fornos de microondas, entre
outras aplicações.
O cobre é considerado um metal tóxico, por exemplo, apenas 30 g de sulfato
de cobre é o suficiente para matar um ser humano. O metal em pó é combustível, se
inalado pode provocar tosse, dor de cabeça e garganta, ele reage com oxidantes
fortes como os cloratos, bromatos e iodatos acarretando risco de explosão.
Na água em concentrações maiores que 1 mg/l pode contaminar com cobre
as roupas e objetos, e conteúdos acima de 5 mg/L tornam a água colorida com
sabor desagradável.
12
2.2.4 Chumbo
Elemento de número atômico 82, peso atômico 207 e símbolo Pb. Foi
descoberto na antiguidade, sendo seu descobridor desconhecido e sua abundância
na crosta terrestre é de 0,0014%. É um metal tóxico, pesado, macio, maleável e
pobre condutor de eletricidade, é utilizado para fabricação de acumuladores
(baterias), forros para cabos, pigmentos, soldas, munições, proteção contra radiação
entre outras aplicações.
O chumbo é danoso ao organismo humano e geralmente é absorvido e
acumulado pelo organismo através da água, comida e ar contaminados. Os efeitos
tóxicos causados pelo chumbo destacam-se a perturbação da biosíntese da
hemoglobina, anemia, aumento da pressão sanguínea, danos aos rins, abortos,
alterações no sistema nervoso, danos ao cérebro, diminuição da fertilidade do
homem através de danos ao esperma, diminuição da aprendizagem em crianças,
modificações no comportamento das crianças, como agressão, impulsividade e
hipersensibilidade.
2.2.5 Mercúrio
Elemento de número atômico 80 e peso atômico 200,5 e símbolo Hg. Foi
descoberto na antiguidade, sendo seu descobridor desconhecido e sua abundância
na crosta terrestre é de 8,5x10-6%. Na temperatura ambiente ele é um metal líquido
de cor prateada, não é um bom condutor de calor comparado aos outros metais,
porém, é um bom condutor de eletricidade. É um metal tóxico para saúde humana e
quando é evaporado torna-se corrosivo e mais denso que o ar. O mercúrio pode ser
usado
em
termômetros,
barômetros,
lâmpadas,
medicamentos,
espelhos,
detonadores, corantes e outros.
Na saúde humana o mercúrio líquido ou vapor pode causar dor de estômago,
diarréia, tremores, depressão, ansiedade, gosto de metal na boca, dentes moles
13
com inflamação e sangramento na gengiva, insônia, falhas de memória e fraqueza
muscular, nervosismo, mudanças de humor, agressividade, dificuldade de atenção e
até demência. No sistema nervoso, o mercúrio pode causar lesões leves e até a vida
vegetativa ou à morte, conforme a concentração.
2.3 Métodos convencionais de extração de metais pesados na água
Existem vários métodos de separação de metais pesados na água das quais
destacam-se a precipitação química, coagulação, adsorção com carvão, troca iônica,
processo de separação por membranas e destilação. Estes métodos são de custo
elevado e muitas vezes impossibilitam que pequenas e médias empresas as
utilizem. A seguir será detalhado o princípio de funcionamento dos principais
métodos utilizados para tratamento da água contaminada.
2.3.1 Precipitação
É um processo de remoção onde os metais são precipitados pela mudança de
pH através de algum produto químico (ácidos, bases, sais ácidos e sais básicos),
sendo assim, os metais precipitados formam uma espécie de lama no fundo de
decantadores onde é posteriormente retirada.
2.3.2 Troca iônica
No processo de troca iônica é utilizado resinas sintéticas que sequestram os
íons de metais presentes na água por meio de uma reação química reversível,
sendo assim, estas resinas acumulam os metais e ficam saturadas com os íons
contaminantes adsorvidos. Por esse motivo ela deve passar periodicamente por um
14
processo de regeneração com solução regeneradora. No tratamento de água a
regeneração da resina é feita com ácido forte que troca íons de metais pesados por
íons de hidrogênio e em seguida, lava com hidróxido de sódio que troca os íons de
hidrogênio por íons de sódio. A troca iônica é um valioso processo de conversão
química, utilizada atualmente em vários segmentos industriais, além da produção
comercial de água desmineralizada com baixa condutividade elétrica e mais de 80%
das resinas são utilizadas no tratamento de água.
2.3.3 Processo de separação por membranas
São utilizadas membranas com poros tão pequenos que filtram os sais, íons,
matéria orgânica, bactérias e deixam passar somente a água. Este processo
também é chamado de osmose reversa. Neste processo é aplicado uma pressão
superior a pressão osmótica do lado concentrado para que force somente a água
passar pela membrana semi-permeável e consequentemente a água passará para o
lado diluído.
2.3.4 Tratamento eletroquímico
É utilizada corrente elétrica através do meio aquoso contaminado para
desestabilizar os contaminantes. A corrente elétrica provoca reações químicas que
conduzem os contaminantes a um estado estável visando a sua precipitação e
posterior remoção por eletroflotação.
15
2.3.5 Destilação Simples
Uma destilação simples é utilizada para separar sólidos de líquidos, como por
exemplo sal de cozinha (NaCl) e água ou metais pesados e água. Neste processo o
balão é aquecido até que o elemento de menor ponto de ebulição comece a
evaporar, neste caso, é a água. Ao evaporar, o vapor tem um único caminho a
percorrer, que é pelo condensador. O condensador é resfriado externamente com
água e suas paredes internas estão frias, sendo assim, quando o vapor de água
passa por ele, o vapor é resfriado e se torna líquido novamente. Dessa maneira, é
possível separar o sólido do líquido e resultará em uma água limpa no erlenmeyer e
resíduo no balão de vidro.
2.4 Métodos alternativos de tratamento da água com metais pesados
Os processos convencionais de tratamento da água contaminada por metais
pesados possuem muitos prós e contras, sendo que o principal problema daqueles
métodos é o custo financeiro em função da eficiência de remoção.
A partir da década de 1980, surgiram pesquisas que visavam utilizar a
biomassa e seus derivados para remoção de metais pesados a um baixo custo.
A forma que os materiais biológicos reagem com os íons metálicos são
divididos em duas categorias. A bioacumulação, onde o metabolismo da biomassa
acumula os íons metálicos, baseia-se no mecanismo de defesa do microorganismo
quando está na presença de íons metálicos tóxicos. A interação entre o metal e o
microorganismo ocorre no metabolismo do mesmo. A biossorção, onde a biomassa
mesmo estando inativa, realiza a captura dos íons metálicos, através de interações
físico-químicas entre a superfície da biomassa e os metais tóxicos. A biomassa não
precisa estar ativa nesse caso e ela tende a reter os metais pesados em questão.
O processo de biossorção envolve a biomassa e a solução contendo os íons
metálicos tóxicos. Quando a biomassa entra em contado com a solução, os íons são
16
atraídos para a biomassa e capturado por diferentes mecanismos até atingir um
equilíbrio entre os íons capturados e dissolvidos sendo assim considerado o ponto
final da remoção em função da quantidade da biomassa utilizada. Um esquema de
um processo de biossorção pode ser observado na figura 2.1.
Figura 2.1 – Diagrama esquemático de um processo de biossorção.
Fonte: Pino (2005)
O processo de biossorção de metais pesados sofrem com os fatores
operacionais como pH, força iônica, concentração da biomassa, temperatura,
tamanho da partícula, presença de outros íons na solução etc.
17
2.4.1 Biomassa
A biomassa pode ser de origem vegetal, animal ou microbiana, podendo ser
classificada em biomassa natural, que é sem intervenção humana; biomassa
produzida, cultivada com o intuito de obter um material para transformá-lo em um
produto comercializável e biomassa residual, que é sub-produto de atividades
antropogênicas.
Biomassas de origem biológica, que possuem a capacidade de adsorver
metais pesados são: partes ou tecidos específicos de vegetais, como por exemplo,
cascas, bagaço ou sementes; microrganismos, como por exemplo, bactérias,
microalgas e fungos; e vegetais macroscópicos, como por exemplo: algas,
gramíneas e plantas aquáticas. Já as biomassas residuais utilizados como
biossorvente são citados na tabela 1.2.
Tabela 2.2 – Classificação de resíduos que podem ser utilizadas como biossorventes.
Tipo de Resíduo
Resíduos florestais
Cascas, serragem, cavacos, restos de
plantações (galhos, raízes)
Resíduos agrícolas
Casca e polpa de vegetais, casca e pó
de grãos secos, resíduos de safras
Resíduos industriais
Polpa e casca de frutas, sub-produtos de
diferentes industrias fermentativas
(leveduras)
Resíduos urbanos
Rejeitos domésticos urbanos, lixo
orgânico
Fonte: Pino (2005)
Uma biomassa qualquer não é genérica em absorver qualquer metal pesado,
para isso devem-se realizar estudos para saber em que metal a biomassa possui
maior afinidade. Na biossorção de metais pesados, devido a sua toxicidade, não é
muito favorável o uso de microorganismos, por sofrer inibição no crescimento
18
microbiano embora exista várias espécies de microorganismos resistentes e
tolerantes. A utilização de biomassa ativa (bioacumulação) e a inativa (biossorção)
possuem seus prós e contras como todo tipo de processo e a tabela 1.3 ressalta as
vantagens e desvantagens de cada método.
Tabela 2.3 – Vantagens e desvantagens da utilização de biomassas.
Biomassa Inativa
Biomassa Ativa
Vantagens
1. Independente do crescimento,
1. Embora uma célula possa se
não sujeita a limitações de
saturar, o sistema pode se auto-
toxicidade,
restabelecer devido a produção de
não
precisa
de
nutrientes na alimentação.
2. Os
processos
governados
não
por
novas células em condições de
estão
limitações
crescimento.
2. Os metais são transformados
biológicas.
biologicamente para um estado
3. São rápidas e eficientes na
químico de menor toxicidade, e é
remoção de metais pesados.
menos sensível a dessorção.
4. Os metais podem ser liberados
3. Pode-se melhorar as cepas por
facilmente e logo recuperados.
5. Resíduos
industriais
de
para
processos
meio de manipulação genética.
4. Pode-se utilizar dois ou mais
serem
utilizados como biossorventes
organismos.
5. Degradação de compostos
(baixo custo)
organometálicos.
Desvantagens
1. Rápida saturação dos sítios ativos. 1. Deve-se trabalhar a concentrações
2. A adsorção é sensível ao pH.
baixas dos íons metálicos devido a
3. O estado de valência do metal não
toxicidade.
pode ser alterado biologicamente.
4. As espécies organometálicas não
são biodegradáveis.
2. Os
produtos
metabólicos
podem
formar complexos com os metais
impedindo a precipitação.
Fonte: Pino (2005)
19
2.4.2 Processos de biossorção
Em se tratando de processo de tratamento da água contaminada por metais
pesados, o processo de biossorção pode ser realizado em três maneiras que são:
2.4.2.1 Colunas de leito fixo
É uma coluna contendo o biossorvente que irá atuar como se fosse uma
espécie de filtro, ou seja, este “filtro” tem uma entrada e uma saída de água, onde a
medida que a água contaminada passa por essa coluna ela sai com um teor de
metal pesado menor que a da entrada.
2.4.2.2 Colunas de leito fluidizado
Nesta coluna o biossorvente encontra-se em movimento juntamente com a
água contaminada. O biossorvente saturado é retirado no fundo da coluna e a água
limpa com a colocação de biossorvente novo é pela parte superior da coluna. A
vantagem desse método é que a água não necessita estar livre de partículas
sólidas, porém seu rendimento é inferior à coluna de leito fixo.
2.4.2.3 Bioflotação
Este processo pode ser realizado em unidades de flotação convencionais e
consiste simplesmente em adicionar o biossorvente onde ocorrerá a captura de íons
metálicos e em seguida ocorrerá a flotação, onde as partículas do biossorvente
carregadas com o metal são separadas da solução tratada.
20
A reutilização do biomaterial é realizado por processo de dessorção, que
remove os metais que foram adsorvidos.
2.5 Reagentes alternativos do processo de biossorção
Visando a diminuição de custos no processo de biossorção, pode ser utilizado
como reagente alternativo o/a:
2.5.1 Carvão de osso bovino
O carvão de osso é encontrado, em maior parte, a hidroxiapatita (70 a 75%),
em quantidades menores o Carbonato de Cálcio (CaCO3) e cerca de 10% em massa
de carbono, o que confere uma característica alcalina, tornando-o bastante
interessante para a aplicação em tratamento de efluentes ácidos e, principalmente,
diferenciando-o
dos
carvões
ativados
convencionais
que
apresentam
majoritariamente o elemento carbono.
O uso do carvão de osso vem sendo investigado no tratamento de efluentes
líquidos contendo metais, principalmente devido às suas características de alta
porosidade, área superficial específica e características alcalinas da superfície
devido aos carbonatos presentes em sua composição.
A produção do carvão de osso pode ser feita por calcinação ou pirólise, sendo
que o produto final apresenta cerca de 10% de carbono e esta característica
distingue dos demais tipos de carvão convencionais que são constituídos apenas de
carbono orgânico. Na calcinação, o osso é ativado em suprimento contínuo e
limitado de oxigênio do ar atmosférico em temperaturas de 500 a 800°C. Já no
processo de pirólise tem-se a ausência de oxigênio no sistema. O processo em
geral é descrito pela coleta, secagem, limpeza, trituração, calcinação, classificado
em tamanhos, granular e fino e comercializado.
21
2.5.2 Farinha de osso bovino
A Farinha de Osso da marca West Garden, é fabricada pela Ítale Fertilizantes
Organominerais. O osso é de origem bovina e é obtida de ossos selecionados
diretamente em frigoríficos, triturados e cozidos em autoclave, em temperaturas
entre 120°C a 140°C, por um período de tempo médio de 2 a 3 horas. Em seguida, o
osso é seco, moído em moinhos de martelos, peneirado para acertar a
granulometria, ensacado e comercializado.
2.5.3 Hidroxiapatita
Segundo Mavropoulos (1999), a hidroxiapatita é um sal duplo de fosfato,
sendo principal constituinte inorgânico dos ossos e dentes.
A hidroxiapatita, fórmula Ca10 (OH)2(PO4)6, é capaz de realizar troca iônica
entre os metais e o cálcio presente neste composto. Quando a hidroxiapatita
encontra um metal ocorre teoricamente a seguinte equação:
Ca10(OH)2(PO4)6 + X metal  metal x(OH)2(PO4)6 + 10 Ca+2
A hidroxiapatita também é um elemento que pode realizar troca iônica entre
ânions, pois a hidroxila presente na hidroxiapatita pode ser substituída por um ânion,
como por exemplo, o flúor. Esta reação ocorre nos dentes quando entra em contato
com o flúor presente na água de abastecimento ou creme dental. É importante que
ocorra essa reação uma vez que a hidroxiapatita se dissolve em meio ácido, pH
inferior à 5,5, ou seja, nessa condição a tendência bioquímica do dente é perder o
cálcio e fosfato através da dissolução do esmalte (desmineralização).
Trocador catiônico já utilizado para o tratamento de cátions metálicos em
solução aquosa, constatando que a hidroxiapatita sintética tem maior seletividade
por cátions metálicos e a eficiência da adsorção seguia a ordem: Pb 2+ > Cu2+ > Mn2+
> Co2+. A seletividade da hidroxiapatita por cátions metálicos foi explicada
considerando-se o raio iônico e a eletronegatividade dos íons e a eficiência da
22
remoção de metais pela hidroxiapatita foi na ordem de Al > Zn > Fe(II) > Cd > Cu >
Ni.
A
hidroxiapatita
sintetizada
a
altas
temperaturas
apresentam
boa
cristalinidade e cristais grandes, ao contrário das sintetizadas em baixas
temperaturas que apresentam baixa cristalinidade e cristais pequenos. As possíveis
substituições na estrutura da hidroxiapatita são: o Ca2+ pode ser substituído por
metais, como o Cu2+, Zn2+, Pb2+, Cd2+, Sr2+, Co2+; os grupos fosfatos por carbonatos
e vanadatos e as hidroxilas por flúor e cloro. A substituição da hidroxila pelo cloro
torna a estrutura mais estável e menos solúvel, incentivando a pesquisa para
proteção das cáries dentárias e tratamento de osteoporose.
Devido a biocompatibilidade da hidroxiapatita, por ser o principal constituinte
da fase inorgânica do osso, possibilita seu uso na área médica como material
biocompatível em implantes e próteses e é utilizada para evitar perda óssea após a
restauração ou extração de um dente. Na área ambiental é utilizada para remover
metais pesados não só de águas e solos contaminados, como também de dejetos
industriais por ser um material de baixo custo.
2.6 Qualidade, uso e riscos da água
A água sempre foi e ainda é imprescindível para o desenvolvimento e
sobrevivência dos seres vivos, que na maioria, a água corresponde a 70 % ou mais
de seu peso. De toda a água disponível no planeta, 2,5% é água doce e desse
percentual aproximadamente 0,3% apenas, forma rios e lagos, que são as principais
formas de abastecimento.
A qualidade da água depende da atividade que ela será destinada. Para isso
é feito um controle que inclui a coleta da amostra e análises físico-químicas e
bacteriológicas detectando possíveis agentes contaminantes. Para cada uso da
água, geralmente existe uma lei que determina as características e limites dos
parâmetros que ela deve apresentar para ser utilizada.
23
Por exemplo, a Portaria Nº 2.914 do Ministério da Saúde, de 12 de dezembro
de 2011, estabelece a Norma de qualidade de água para consumo humano, citando
os parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos que devem ser
controlados e estar dentro do limite para que assim, atendam ao padrão de
potabilidade estabelecido e que não ofereça riscos à saúde.
Além dos riscos biológicos, que causam doenças manifestadas logo após a
exposição do homem ao microorganismo presente na água, há também os riscos
relacionados aos elementos químicos, principalmente os metais pesados. A
contaminação
química
é
acumulativa,
sendo
manifestada
como
doenças
degenerativas após anos de exposição ao agente químico. Devido o metal pesado
ser acumulativo resulta num grande perigo para os organismos situados nos
degraus superiores da cadeia alimentar.
24
3 METODOLOGIA
Neste item estão relacionados os equipamentos, reagentes, materiais de
análises, bem como o local de realização do projeto, o procedimento experimental e
o tipo de análise instrumental utilizada.
3.1 Equipamentos, reagentes e materiais para análise
Com o intuito de melhorar um rendimento de adsorção do metal pesado pelo
osso bovino em um tempo de 5 minutos foi inicialmente considerado a diminuição da
granulometria, a agitação do processo e a filtração da amostra testada.
Para aumentar a superfície de contato favorecendo assim o rendimento de
adsorção, foi utilizada a farinha de osso já moída encontrada em casas
especializadas em jardinagem e peneirada em uma peneira de 180μm para diminuir
ainda mais a granulometria.
Para propiciar aumento da área de contato foram realizados testes com
agitação para que houvesse um aumento na colisão entre os elementos envolvidos
na reação, aumentando assim a velocidade e o rendimento de adsorção.
A filtração foi um processo imprescindível neste tipo de análise. Pois a
presença de osso bovino na amostra de líquido analisado pode alterar o resultado,
uma vez que a hidroxiapatita já pode ter adsorvido o metal, mas como continua
presente na amostra liquida. Assim ao invés de ausência desse metal a presença de
particulado de osso pode considerar que o metal ainda está na solução. Por isso,
finalizado o teste a amostra foi filtrada, garantindo que o osso foi separado da
amostra e que somente a água tratada foi analisada. Não foi necessário um sistema
à vácuo para realizar a filtração, pois a quantidade de osso utilizada foi suficiente
para evitar a saturação do papel de filtro, o que dificultaria a filtração. Com isso,
diminui-se o custo do processo.
25
O volume de filtrado utilizado para realizar os testes foi de 50 mL, sendo
necessário 15mL para o tubo de ensaio de polipropileno que foi o tubo
acondicionador da amostra. O volume restante foi considerado como perdas não
recuperadas do papel de filtro inicialmente umedecido e a rinsagem do tubo de
ensaio utilizado.
A concentração de 2, 5 e 10 ppm foi determinada numa faixa de baixa
concentração, pois em águas e efluentes com concentrações maiores podem ser
feitas diluições ou aumentar a quantidade de osso proporcionalmente.
Quanto a quantidade de osso utilizada, foi feito o balanceamento da reação
para determinar a quantidade mínima de osso necessária para remover todo o
metal, em um rendimento de 100%, porém as massas determinadas foram abaixo
da faixa de trabalho da balança utilizada, não sendo possível utilizá-las. Por isso foi
considerada a massa de 0,3 a 1,5 g, por estar dentro desta faixa de trabalho e
também para diminuir os erros de pesagem, considerando que a farinha de osso se
dispersa facilmente pelo ambiente.
Neste projeto foram utilizados, além da Farinha de osso e água de osmose
reversa, os seguintes equipamentos, reagentes e materiais:
3.1.1 Materiais para filtração
 Erlenmeyer;
 Funil de vidro;
 Filtro de papel qualitativo.
3.1.2 Vidrarias
 Béquer;
26
 Proveta;
 Balão volumétrico;
 Pipeta.
3.1.3 Equipamentos
 Ultrassom de ponteira Vibra Cell VCX500 – Sonics;
 Balança analítica AX200 - Marte;
 Espectrofotômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado
(ICP-OES) Optima 7300DV – Perkin.
3.1.4 Reagentes
 Solução padrão de Chumbo;
 Solução padrão de Cobre;
 Solução de Acido nítrico.
3.1.5 Materiais diversos
 Peneira – Solotest – Abertura NBR 180μm
 Espátula;
 Pêra;
 Pipeta de Pasteur;
 Pisseta de Água de osmose;
 Tubos de ensaio graduados de polietileno
27
 Vidro âmbar.
3.2 Local de realização do projeto
No Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IP&D) do Campus Urbanova da
UNIVAP foi desenvolvido o procedimento experimental e na QUIMLAB – Produtos
de Química Pura foi desenvolvido o procedimento de análise, utilizando o ICP – OES
Optima 7300DV – Perkin. O equipamento ICP-OES foi utilizado na determinação da
concentração dos metais pesados no osso bovino.
3.3 Procedimento experimental
O procedimento experimental foi divido em etapas, com a preparação da
farinha de osso e das soluções, realização dos testes e análise final.
3.3.1 Preparo da farinha de osso
A farinha de osso comercial foi homogeneizada, com o intuito de obter uma
quantidade representativa do todo e em seguida peneirada.
3.3.2 Preparo das soluções
Foram preparadas soluções de concentrações diferentes, 2, 5 e 10 ppm, de
Cu e Pb, a partir das soluções padrões de cada metal.
28
3.3.3 Cálculo estequiométrico e do rendimento de adsorção
A partir da reação abaixo foi realizado o cálculo estequiométrico da
hidroxiapatita com o metal.
Ca10(OH)2(PO4)6 + X metal  metalx(OH)2(PO4)6 + Ca+2
3.3.3.1 Cobre
Cálculo da quantidade mínima de osso necessária para remover todo Cobre
presente na solução padrão:
A) Solução de 2 ppm de Cobre
Ca10(OH)2(PO4)6 + 10 Cu+2  Cu10(OH)2(PO4)6 + Ca+2
1004,64g
X
635,50g
0,1mg (Considerado 50ml)
X = 0,16mg de Ca10(OH)2(PO4)6
A Hidroxiapatita (Ca10(OH)2(PO4)6) tem 400,80 g/mol de Ca+2, ou seja,
39,89%. Então:
0,16mg de Ca10(OH)2(PO4)6
100%
X
39,89%
X = 0,06mg de Ca+2
Em 2000mg/L de farinha de osso, tem aproximadamente, 550mg/L de Ca +2,
ou seja, 27,5% de Ca+2.
0,06mg de Ca+2
27,5%
X
100%
X = 0,22mg de farinha de osso
29
Utilizando o modelo acima, as três equivalências podem ser descritas assim:
A) Solução de 2 ppm de Cobre
0,1mg (Considerado 50mL) de Cu+2 é adsorvido por 0,16mg de Ca10(OH)2(PO4)6
39,89% de Ca+2 presente na hidroxiapatita é adsorvido por 0,06mg de Ca+2
Para a solução de 2 ppm Cobre a equação fornece a informação de que a massa
mínima de farinha de osso a ser pesada é de 0,22 mg
B) Solução de 5 ppm de Cobre
0,25mg (Considerado 50mL) de Cu+2 é adsorvido por 0,40mg de Ca10(OH)2(PO4)6
39,89% de Ca+2 presente na hidroxiapatita é adsorvido por 0,16mg de Ca+2
Para a solução de 5 ppm Cobre a equação fornece a informação de que a massa
mínima de farinha de osso a ser pesada é de 0,58mg
C) Solução de 10 ppm de Cobre
0,5mg (Considerado 50mL) de Cu+2 é adsorvido por 0,79mg de Ca10(OH)2(PO4)6
39,89% de Ca+2 presente na hidroxiapatita é adsorvido por 0,32mg de Ca+2
Para a solução de 10 ppm Cobre a equação fornece a informação de que a massa
mínima de farinha de osso a ser pesada é de 1,16mg
3.3.3.2 Chumbo
Cálculo da quantidade de osso necessária para remover todo Chumbo
presente na água:
30
A) Solução de 2 ppm de Chumbo
0,1mg (Considerado 50mL) de Pb+2 é adsorvido por 0,05mg de Ca10(OH)2(PO4)6
39,89% de Ca+2 presente na hidroxiapatita é adsorvido por 0,02mg de Ca+2
Para a solução de 2 ppm Chumbo a equação fornece a informação de que a massa
mínima de farinha de osso a ser pesada é de 0,07mg
B) Solução de 5 ppm de Chumbo
0,25mg (Considerado 50mL) de Pb+2 é adsorvido por 0,12mg de Ca10(OH)2(PO4)6
39,89% de Ca+2 presente na hidroxiapatita é adsorvido por 0,05mg de Ca+2
Para a solução de 5 ppm Chumbo a equação fornece a informação de que a massa
mínima de farinha de osso a ser pesada é de 0,18mg
C) Solução de 10 ppm de Chumbo
0,5mg (Considerado 50mL) de Pb+2 é adsorvido por 0,24mg de Ca10(OH)2(PO4)6
39,89% de Ca+2 presente na hidroxiapatita é adsorvido por 0,10mg de Ca+2
Para a solução de 10 ppm Chumbo a equação fornece a informação de que a
massa mínima de farinha de osso a ser pesada é de 0,36mg
Para o cálculo do rendimento de adsorção segue modelo:
Concentração inicial (X)
Concentração após a análise (Y)
100%
(Z)
(Z) corresponde a porcentagem (%) do metal que não foi adsorvida pelo osso
bovino.
31
100 - (Z) = (W)
(W) corresponde a porcentagem (%) do metal que foi adsorvida pelo osso bovino, ou
seja, o rendimento de adsorção.
Por exemplo:
Concentração inicial 2,152
Concentração analisada 1,521
100%
70,68%
100 – 70,68 = 29,32% de adsorção ou rendimento
3.3.4 Método de realização dos testes
A farinha de osso foi pesada e a esta foi acrescentado 50 ml de solução
padrão contaminada com o metal pesado. Esta amostra foi agitada no Ultrassom de
Ponteira por um tempo determinado de 5 minutos e finalizado o teste foi filtrada,
acondicionada em tubo de ensaio graduado de polietileno e preservada com 1mL
ácido nítrico para garantir que todo o metal estivesse dissolvido na amostra para ser
analisada.
Foi retirada uma amostra de cada solução preparada de água contaminada
pelo metal de 2, 5 e 10 ppm, acondicionada em tubo de ensaio graduado de
polietileno e preservada com ácido nítrico.
Para determinar o rendimento de adsorção foram pesadas quantidades
diferentes de osso mantendo fixos a concentração do metal na água e o tempo
agitação.
32
3.4 Procedimento de análise instrumental
O equipamento ICP-OES é utilizado na análise de metais. O equipamento
consiste de uma bobina que circunda um tubo de quartzo por onde é injetado gás
argônio. Uma fonte de rádio-frequência ligada à bobina gera um campo induzido
que ioniza o gás formando um plasma de argônio que é posteriormente analisado
pela técnica de Espectroscopia Ótica de Emissão. A amostra é aspirada passando
pela bomba peristáltica e o gás argônio em alta velocidade presente no nebulizador
dispersa-a em gotículas na forma de aerossol, que são carregadas para o plasma.
Os átomos constituintes da amostra são submetidos a temperaturas de plasma da
ordem de 6000 a 8000 K, resultando na quase completa dissociação das moléculas,
o que resulta na redução de interferentes. O equipamento permite escolher a
geometria de observação, podendo ser radial ou axial. A geometria radial fornece
melhor estabilidade e precisão enquanto que com axial se obtém limites de detecção
mais baixos.
Para início das análises foram utilizados três padrões preparados a partir de
soluções estoque de um padrão certificado na calibração das curvas analíticas. As
amostras que foram analisadas estavam preservadas com ácido nítrico e com pH <
2. Os elementos Cu e Pb foram selecionados e os resultados apresentados no
computador que é interligado ao próprio equipamento.
33
4 RESULTADOS
São apresentados a seguir os resultados dos estudos realizados com três
diferentes concentrações de metal pesado e o rendimento de absorção destes
utilizando três concentrações distintas de osso, com tempo de agitação constante.
A partir dos testes realizados foram obtidos os seguintes resultados:
A) Cobre
A tabela 4.1 mostra os resultados de 3 testes realizados com o Cobre a 2,152
ppm. Nesta etapa foi considerado o tempo de agitação, a massa do osso utilizada a
concentração de cobre absorvida e o rendimento da etapa.
Tabela 4.1 – Testes realizados com o Cobre a 2,152 ppm.
Testes Laboratoriais – Cobre
Concentração inicial: 2,152 ppm
Volume: 50 mL
Amostra
T. de agitação
(minutos)
Massa de osso
(gramas)
Concentração não
adsorvida (ppm)
Rendimento de
adsorção (%)
1
5
1,502
1,521
29,32
2
5
0,905
1,547
28,11
3
5
0,300
1,485
30,99
A tabela 4.2 mostra os resultados dos testes de 3 testes realizados com o
Cobre a 5,327 ppm. Nesta etapa também foi considerado o tempo de agitação, a
massa do osso utilizada a concentração de cobre absorvida e o rendimento da
etapa.
34
Tabela 4.2 – Testes realizados com o Cobre a 5,327 ppm.
Testes Laboratoriais – Cobre
Concentração inicial: 5,327 ppm
Volume: 50 mL
Amostra
T. de agitação
(minutos)
Massa de osso
(gramas)
Concentração não
adsorvida (ppm)
Rendimento de
adsorção (%)
4
5
1,504
3,452
35,20
5
5
0,908
3,233
39,31
6
5
0,310
2,823
47,00
A tabela 4.3 mostra os resultados dos testes de 3 testes realizados com o
Cobre a 10,61 ppm. Nesta etapa também foi considerado o tempo de agitação, a
massa do osso utilizada a concentração de cobre absorvida e o rendimento da
etapa.
Tabela 4.3 – Testes realizados com o Cobre a 10,61 ppm.
Testes Laboratoriais – Cobre
Concentração inicial: 10,61 ppm
Volume: 50 mL
Amostra
T. de agitação
(minutos)
Massa de osso
(gramas)
Concentração não
adsorvida (ppm)
Rendimento de
adsorção (%)
7
5
1,508
6,039
43,08
8
5
0,901
5,531
47,87
9
5
0,314
4,003
62,27
A figura 4.1 apresenta um gráfico de barras com o cálculo de rendimento de
absorção do Cobre em 2, 5 e 10 ppm, o eixo Y apresenta o resultado do rendimento
em % e o eixo X apresenta as massas em partes por milhão. Pode ser visto nesse
gráfico que a massa mínima apresentou o maior rendimento. Este rendimento pode
ser justificado pela reação estequiométrica que indica que o uso em excesso de
massa de osso acarreta desperdício.
35
Rendimento de adsorção do Cobre
Porcentagem (%)
70
60
Massa de osso
máxima
50
40
Massa de osso
média
30
Massa de osso
mínima
20
10
0
2
5
10
Partes por milhão (ppm)
Figura 4.1 – Rendimento de adsorção do Cobre em 2, 5 e 10 ppm.
Para averiguar essa teoria estequiométrica e estudar um procedimento de
aumento de absorção foi utilizado um processo de agitação em ultrassom de
ponteira por 5 minutos, os testes foram realizados com três massas de pó de osso,
com médias distintas de: 1,5g; 0,90 e 0,3g.
A tabela 4.4 apresenta o cálculo de rendimento de absorção de 2,012 ppm de
Chumbo nas três massas distintas de osso com tempo de agitação constante de 5
minutos.
B) Chumbo
Tabela 4.4 – Testes realizados com o Chumbo a 2,012 ppm.
Testes Laboratoriais – Chumbo
Concentração inicial: 2,012 ppm
Volume: 50 mL
Amostra
T. de agitação
(minutos)
Massa de osso
(gramas)
Concentração não
adsorvida (ppm)
Rendimento de
adsorção (%)
10
5
1,507
0,025
98,75
11
5
0,925
0,031
98,46
12
5
0,317
0,100
95,03
36
A tabela 4.5 apresenta o cálculo de rendimento de absorção de 4,806 ppm de
Chumbo nas três massas distintas de osso com tempo de agitação constante de 5
minutos.
Tabela 4.5 – Testes realizados com o Chumbo a 4,806 ppm.
Testes Laboratoriais – Chumbo
Concentração inicial: 4,806 ppm
Volume: 50 mL
Amostra
T. de agitação
(minutos)
Massa de osso
(gramas)
Concentração não
adsorvida (ppm)
Rendimento de
adsorção (%)
13
5
1,511
0,049
98,98
14
5
0,900
0,035
99,27
15
5
0,306
0,060
98,75
A tabela 4.6 apresenta o cálculo de rendimento de absorção de 9,518 ppm de
Chumbo nas três massas distintas de osso com tempo de agitação constante de 5
minutos.
Tabela 4.6 – Testes realizados com o Chumbo a 9,518 ppm.
Testes Laboratoriais – Chumbo
Concentração inicial: 9,518 ppm
Volume: 50 mL
Amostra
T. de agitação
(minutos)
Massa de osso
(gramas)
Concentração não
adsorvida (ppm)
Rendimento de
adsorção (%)
16
5
1,516
0,056
99,41
17
5
0,911
0,074
99,22
18
5
0,306
0,187
98,03
A figura 4.2 apresenta um gráfico de barras com o cálculo de rendimento de
absorção do Cobre em 2, 5 e 10 ppm, o eixo Y apresenta o resultado do rendimento
em % nesse eixo foi usado o intervalo de 80-100 para realce da diferença
porcentagem de rendimento que ficou entre os valores de 95% a 100%. O eixo X
apresenta as massas em partes por milhão. Pode ser visto nesse gráfico que a
37
massa mínima apresentou o maior rendimento. Este rendimento pode ser justificado
pela reação estequiométrica que indica que o uso em excesso de massa de osso
acarreta desperdício.
Porcentagem (%)
Rendimento de adsorção do Chumbo
100
98
96
94
92
90
88
86
84
82
80
Massa de osso
máxima
Massa de osso
média
Massa de osso
mínima
2
5
10
Partes por milhão (ppm)
Figura 4.2 – Rendimento de adsorção do Chumbo em 2, 5 e 10 ppm.
A figura 4.3 mostra um gráfico de barras comparativo do rendimento de
adsorção do Cobre e Chumbo em 2, 5 e 10 ppm e considera a massa média pesada
em torno de 0,9 g dos metais.
Porcentagem (%)
Comparativo do rendimento de adsorção
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Cobre
Chumbo
2
5
10
Partes por milhão (ppm)
Figura 4.3 – Comparativo do rendimento de adsorção do Cobre e Chumbo em 2, 5 e 10
ppm.
38
5 DISCUSSÃO
Conforme apresentado nos resultados, na figura 4.3 é visível que o
rendimento de adsorção do cobre foi menor comparado ao do chumbo. O chumbo
sempre apresentou resultados de rendimento bem próximos em diferentes
concentrações e massas, já o cobre teve um aumento nos rendimentos, conforme se
alterava a concentração e massa de osso pesada.
O motivo do chumbo ter apresentado rendimento maior que o cobre pode ser
justificado pelo raio atômico do chumbo ser maior que o raio atômico do cobre,
sendo que o metal quando é ionizado, se tornando um cátion, tende a ter o raio
iônico menor que o raio atômico e com isso as forças de atração são maiores. Já
cátions com raio iônico maior que o do cálcio, são incorporados na estrutura da
hidroxiapatita mais facilmente do que os de menor raio iônico.
Sendo assim, laboratorialmente foi possível remover o chumbo em qualquer
uma das situações testadas com rendimento superior a 95% e o cobre teve um
rendimento crescente acompanhando o aumento da concentração e da massa de
osso pesada, chegando na faixa de 60%.
Os resultados mostraram ser promissores, uma vez que executou-se os
experimentos sem nenhum reagente auxiliar e sem a utilização de mudança de pH
para tentar aumentar o rendimento.
O rendimento de adsorção do cobre, pode ser explicada pelas possíveis
impurezas no osso bovino, que podem interferir diretamente no processo de
adsorção deste metal, o aquecimento da água durante a agitação que chega em
torno de 65ºC e a possível existência de osso na água tratada que foi analisada, ou
seja, filtração deficiente, que interfere diretamente no rendimento final, para esse fim
deve ser considerado em experimentos futuros o controle de porosidade de papel de
filtro utilizado.
39
6 CONCLUSÃO
Conclui-se que o osso bovino pode ser utilizado como material biossorvente
com alta capacidade de remoção de cobre e chumbo de águas contaminadas sem a
necessidade de reagentes auxiliares ou mudanças de pH. Aumentando assim, o uso
do osso bovino dado como resíduo, diminuição dos custos no tratamento de água e
efluente e redução da poluição ambiental, visando a qualidade de vida humana e
animal.
A metodologia utilizada foi simples, rápida e eficiente neste estudo, podendo
ser facilmente adaptada em processos industriais. Ressaltando somente a melhoria
no processo de filtração da água tratada, utilizando um filtro quantitativo.
A teoria do raio iônico foi a maneira utilizada para justificar o melhor
rendimento do chumbo comparado ao cobre durante a remoção dos mesmos,
levando em consideração ter realizado o procedimento experimental e de análise
instrumental iguais e nas mesmas condições para os dois metais. Obteve-se assim a
seguinte ordem de adsorção Pb > Cu.
Para projetos futuros, seria interessante testar o efeito da temperatura e pH
no aumento do rendimento do processo de adsorção. E estudar meios de
regeneração e recuperação dos metais do osso bovino, sendo que, os metais
poderiam ser comercializados para outra empresa e o osso retornaria ao processo,
diminuindo os custos da matéria-prima.
40
REFERÊNCIAS
American Public Health Association. Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater. 21st Edition, 2005.
ANNIES, W. F.; FERREIRA, R. F.; VIANA, A. G. Estudo do efeito da variação do
pH na dissolução da hidroxiapatita: uma aula prática de bioquímica para o
curso de odontologia. In: ENCONTRO CONVERSANDO SOBRE EXTENSÃO DA
UEPG, 12., 2014, Ponta Grossa, PR. Anais eletrônicos... Ponta Grossa: UEPG,
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