CÂNCER DE MAMA: Atenção primária e a atuação do enfermeiro

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SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS
FACULDADE PADRÃO
CURSO DE ENFERMAGEM
Daniela Vaz da Silva Carrijo
Edilvânia Santos da Silva
Reivane Souza dos Santos
Sirlene Coelho da Costa
CÂNCER DE MAMA: Atenção primária e a atuação do enfermeiro na prevenção
Goiânia
2014
1
Daniela Vaz da Silva
Edilvania Santos da Silva
Reivane Souza dos Santos
Sirlene Coelho da Costa
CÂNCER DE MAMA: Atenção primária e a atuação do enfermeiro na prevenção
Trabalho de conclusão de curso apresentado
ao departamento do Curso de Enfermagem, da
Sociedade de Educação e Cultura de Goiás Faculdade Padrão como parte dos requisitos
para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Profª. Msc. Rosilmar Gomes P. Barbosa
(Orientadora)
Goiânia
2014
2
AGRADECIMENTO
Sonhos parecem verdades quando nos esquecemos de
acordar. Hoje vivemos uma realidade que parece um
sonho, mas foi preciso muito esforço, determinação,
paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para
chegarmos até aqui, e nada disso conseguiríamos
sozinhas. É difícil agradecer a todas as pessoas que de
algum modo, nos momentos serenos e ou apreensivos,
fizeram ou fazem parte de nossas vidas, a vocês que
estiveram ao nosso lado nas horas que choramos e nas
horas que sorrimos, nas horas que lamentamos e nas
horas que de uma forma ou de outra demonstramos total
alegria. Por isto agradecemos a todos de coração. Somos
gratas a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor infinito,
sem ele nada somos. Agradecemos aos nossos pais,
esposos, filhos, família e amigos por cada incentivo e
orientação, pelas orações em nosso favor, pela
preocupação para que estivéssemos sempre andando
pelos caminhos corretos. Agradecemos a professora e
orientadora Rosilmar Gomes P. Barbosa pela dedicação e
carinho a nós durante todo o caminho.
3
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo de reduzir a prevalência do câncer de mama.
Que ainda é um grande problema de saúde pública. O presente estudo tem como
objetivo identificar o papel do enfermeiro na atenção primária e secundária frente à
doença. O risco de ter a doença tem aumentado muito, devido às mudanças
graduais de fatores de risco já estabelecidos. Muitas mulheres não sabem a
importância do auto exame da mama, e que diagnosticado precocemente a chance
de cura também pode ser imediata. Porém as taxas de mortalidades continuam
ainda muito elevadas, pois a doença quando sendo diagnosticada, já se encontram
em estágios avançados. Sendo assim a atenção primária tem como finalidade entrar
com ações preventivas e educativas, bem como planejamento de ações
estratégicas. Acredita-se que ao receber um atendimento integral e humanizado,
tendo suas dúvidas sanadas e aprendendo a se cuidar melhor, a mulher contribuirá
para a promoção da saúde e prevenção das doenças e agravos. A metodologia
utilizada foi realizada através de uma revisão integrativa e para seleção dos artigos
utilizou-se artigos indexados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): BIREME –
LILACS e SciELO. O levantamento foi realizado entre os meses de janeiro a julho de
2014. O enfermeiro nunca deve perder de vista as oportunidades de prevenção
como nas consultas de exames preventivo de câncer de colo do útero, comuns em
postos de saúde e em unidades de saúde da mulher. O carcinoma é o termo usado
para o câncer nas mulheres, que se espalha pelo corpo, muitas vezes de forma
agressiva, causa desequilíbrio físico e psicológico, de difícil aceitação do tratamento
e desencadeando sentimentos negativos, revolta e sofrimento, sendo despertado
incertezas, medo e ansiedade, acompanhados de traumas devido ao procedimento
cirúrgico que é agressivo.
PALAVRAS-CHAVE: Câncer de Mama. Prevenção. Atenção Primaria. Atuação do
Enfermeiro.
4
ABSTRACT
The present study aims to reduce the prevalence of breast cancer. That's still a big
public health problem. The present study aims to identify the role of nurses in primary
and secondary attention to the disease. The risk of having the disease has increased
greatly due to gradual changes of risk factors already established. Many women do
not realize the importance of self breast examination, and diagnosed the chance of
cure can also be ready early. But mortality rates are still very high, because the
disease was diagnosed when, already in advanced stages. Therefore the primary
aims to use preventive and educational activities as well as planning of strategic
actions. It is believed that upon receiving a comprehensive and humane care, having
resolved his doubts and learning to take better care, women contribute to the
promotion of health and prevention of diseases and disorders. The methodology was
carried out through an integrative review and selection of articles are indexed used in
the Virtual Health Library (VHL) articles: BIREME - LILACS and SciELO. The survey
was conducted between the months of January to July 2014. Nurses should never
lose sight of the opportunities as prevention in clinical preventive screening for
cervical cancer, common in health posts and health units Woman . Carcinoma is the
term used for cancer in women, which spreads through the body, often aggressively,
cause physical and psychological, difficult to accept treatment and triggering negative
feelings, anger and grief imbalance, being aroused uncertainty, fear and anxiety,
accompanied by trauma due to surgical procedure that is aggressive.
KEYWORDS: Breast Cancer. Prevention. Primary attention. Role of the Nurse.
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 10
2.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 10
2.2 Objetivo específico .............................................................................................. 10
3. REFÊRENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11
3.1 Estrutura anatomofisiológica da mama ............................................................... 11
3.2 Fatores de risco associado ao câncer de mama ................................................. 12
3.3 Fatores protetores ............................................................................................... 13
3.3.1 Tipos de fatores de risco .................................................................................. 13
3.4 Prevenção primária e secundária ........................................................................ 14
3.5 Detecção precoce do câncer de mama ............................................................... 16
3.6 O exame clínico na prevenção do câncer de mama ........................................... 17
3.7 A importância do papel da enfermagem na prevenção do câncer de mama....... 18
4. METODOLOGIA .................................................................................................... 21
4.1 Tipo de Estudo .................................................................................................... 21
4.2 Sujeito do Estudo ................................................................................................ 22
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26
7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 27
6
1. INTRODUÇÄO
O câncer de mama é um importante problema de saúde pública nos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo o responsável por mais de seis milhões
de óbitos anuais, representando 12% de todas as causas de morte no mundo
(BORGES, 2010).
O crescimento da incidência do câncer tem sido relacionado a alterações
nos hábitos de vida adquiridos pós-industrialização, como sedentarismo, por
exemplo. Com isto a ênfase e o interesse direcionado ao conhecimento das doenças
mamárias têm sido crescente e diretamente relacionados à alta incidência com que
estes problemas atingem a população feminina (REBELLO, 2007).
O risco para o câncer de mama tem aumentado devido, em grande parte, às
mudanças graduais de fatores de risco já estabelecidos. Podem ser citados como
exemplos: o aumento do intervalo entre a menarca (primeira menstruação) e o
primeiro filho, mudanças nos fatores, e os fatores psicológicos, estes ainda menos
confirmados.
Sabe-se que, antigamente, a mulher tinha, em média, 50 ciclos
ovulatórios durante sua vida, pois passava a maior parte do tempo de sua vida
reprodutiva grávida ou amamentando. Ela menstruava tarde e, com 40-45 anos,
parava de menstruar naturalmente. Hoje em dia, o perfil de vida reprodutiva de uma
menina de país desenvolvido é menstruar com11- 12 anos, ter o primeiro filho com
27-30
anos,
um
ou
dois
filhos,
sendo
possível
estimar
que
ela
terá,
aproximadamente, 300 ciclos ovulatórios durante a menarca (OLIVEIRA ;
LEMGRUBER, 2001).
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas,
muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios
avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70
registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade
nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes (BRASIL,
2011).
Sabe se que a prevenção e diagnóstico precoce, que são considerados
como medidas de controle possibilitam uma melhoria da qualidade de vida da
paciente, bem como aumenta as chances de cura e de sobrevida, quando o
diagnóstico é feito precocemente. Em razão disso, o câncer de mama é hoje uma
7
doença de extrema importância para saúde pública em nível mundial, motivando
ampla discussão em torno de medidas que promovam o seu diagnóstico precoce e,
consequentemente, a redução em sua morbimortalidade (COSTA, 2009).
Diante da OMS, encontra-se como atividade da prevenção primária a
educação populacional e profissional, bem como a divulgação de informações
relacionadas ao câncer. A prevenção secundária é realizada com a intenção de
promover o diagnóstico precoce do câncer. Entretanto, nos deparamos com a
dificuldade de adesão dos indivíduos aos comportamentos preventivos preconizados
pelo modelo biomédico, principalmente aqueles em condições socioeconômicas
mais baixas (CESTARI, 2005).
Assim, a atenção primária deve buscar focalizar as ações de controle,
apresentando informações que possibilitem a construção de políticas que minimizem
o aparecimento dessa doença, bem como o planejamento de ações estratégicas que
objetivem reduzir a prevalência de câncer de mama (BRASIL, 2006).
Sabe-se que, com a detecção precoce e tratamento realizado no início do
desenvolvimento
do
câncer
de
mama,
há
um
aumento
na
sobrevida
consequentemente, logo, a possibilidade de óbito diminui. Acredita-se que, ao
receber um atendimento integral e humanizado, tendo suas dúvidas esclarecidas e
aprendendo a se cuidar melhor, a mulher contribuirá para promoção da saúde e
prevenção de doenças e agravos, em especial, a forma mais grave deste tipo de
câncer (MACHADO, 2009).
A OMS ressalta que para um efetivo controle de câncer são necessárias
ações para garantir uma atenção integral ao paciente em todos os níveis, desde a
prevenção, diagnóstico, tratamento e até os cuidados paliativos. Em relação ao
câncer da mama, o tratamento é mais efetivo quando a doença é diagnosticada em
fases iniciais, antes do aparecimento dos sintomas clínicos, justificando a
importância das ações para a detecção precoce (BRASIL, 2006).
A enfermeira nunca deve perder de vista durante consultas de preventivo de
câncer de colo de útero, comuns em postos de saúde e em unidades de saúde da
mulher a oportunidade de oferecer instruções de como realizar o auto-exame das
mamas, a importância de todos os meses está repetindo o exame numa data
semelhante, enfatizando as alterações comuns que ocorrem durante o ciclo
menstrual, e a importância de relatar qualquer alteração percebida que represente
8
algo incomum ou nunca sentido antes a um profissional de saúde, esclarecendo a
significância de um diagnóstico precoce (BARBOSA et al,2004).
O profissional enfermeiro pode estar atuando em todas as fases do
processo, desde o diagnóstico até o retorno para casa depois da cirurgia. É um
período difícil em que a paciente necessita de um apoio emocional e de
aprendizagem sobre medidas de enfrentamento da doença e tratamento, bem como
de auto cuidado e reconstrução de seu cotidiano da melhor forma possível. O
enfermeiro por se dedicar ao cuidado do paciente, destaca-se em seu papel
fundamental frente à adaptação da mulher à mastectomia, visando uma melhoria na
qualidade de vida, oferecendo compreensão e respeito (BARBOSA et al, 2004).
Para Smeltzer ; Bare (2005), a maioria dos tumores de mama são benignos,
isto é são crescimentos celulares que não se espalham pelo organismo e não
ameaçam a vida da mulher com os seguintes tipos:
•
Carcinoma in situ: é o termo usado para o câncer em estágio inicial, que está
restrito ao local onde teve início - lóbulo ou ducto - e não atingiu nem os
tecidos gordurosos próximos, nem outros órgãos.
•
Carcinoma ductal in situ: é o tipo mais comum de câncer de mama não
invasivo; está confinado aos ductos, não se espalhou através das paredes
dos ductos e não atingiu o tecido gorduroso. Praticamente todas as mulheres
com tumores neste estágio podem ser curadas.
•
Carcinoma lobular in situ: é o câncer que começa nas glândulas produtoras
de leite (lóbulos) e permanece restrito a elas, sem atravessar a parede dos
lóbulos.
•
Carcinoma ductal infiltrante ou invasivo: é o tipo mais comum de câncer de
mama e é responsável por 80% dos casos da doença. Ele começa nos
ductos,
atravessa sua parede e invade o tecido adiposo (gorduroso) da
mama, de onde pode se espalhar para outras partes do corpo.
•
Carcinoma lobular infiltrante ou invasivo: ele começa nas glândulas que
produzem leite ou lóbulos e pode se espalhar para outras partes do corpo. Ele
é responsável por 10% dos cânceres de mama invasivos.
•
Carcinoma de Paget é uma lesão especial que, freqüentemente, se manifesta
como dermatite eczematóide unilateral da papila mamária, por isso ela deve
sempre merecer certo grau de suspeição e requer biópsia.
9
•
O carcinoma inflamatório é uma forma especial de tumor caracterizada pelo
comprometimento difuso da mama, que adquire características de inflamação.
Ao microscópio, observa-se a presença de êmbolos subdérmicos maciços.
Clinicamente, a pele apresenta calor, rubor e edema, lembrando a casca de
uma laranja. Trata-se de um tumor agressivo, fundamentalmente tratado pela
quimioterapia.
A mastectomia e a quimioterapia são as formas de tratamento mais temidas
pela mulher, desencadeando sentimentos negativos, difícil aceitação do tratamento,
rejeição devido aos efeitos colaterais, desequilíbrio físico e psicológico demonstrado
através da repulsa, revolta, descontentamento e sofrimento (BARBOSA et al, 2004
apud SILVA; MAMEDE,1998).
De acordo com Barreto et al, (2008), a mastectomia é um procedimento
cirúrgico
agressivo
acompanhado
de
consequências
traumatizantes
nas
experiências de vida e saúde da mulher. Desde o diagnóstico de câncer e a
possibilidade de mastectomia são geradas incertezas, medos e ansiedades.
Ocorrem sequelas psicológicas que podem ser mais graves que a própria
deformidade deixada pela mastectomia. Portanto, sistematizar o conhecimento
produzido acerca dos cuidados destas mulheres pode contribuir para a
instrumentalização de profissionais que atuam nessa área. Dessa forma a
assistência de enfermagem no período perioperatório se torna fundamental.
10
2.OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Identificar o papel do enfermeiro na atuação quanto á atenção primária tendo
em vista como o objetivo a prevenção do câncer e a promoção da saúde do
indivíduo quanto as medidas preventivas em relação ao câncer de mama.
2.2 Objetivos específicos
•
Descrever as ações de enfermagem frente à prevenção do câncer de mama;
•
Identificar o papel do enfermeiro na prevenção do câncer de mama.
11
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Estrutura anatomofisiológica da mama
Para um bom entendimento dos processos patológicos de um órgão, é muito
importante que se conheça alguns aspectos de sua estrutura e função. Embora a
mama seja considerada uma glândula sudorípara modificada com estrutura
aparentemente simples, o conhecimento de alguns componentes estruturais auxilia
bastante o estudo e a classificação das diversas doenças que a acometem (FILHO,
2000).
As duas glândulas mamárias situam-se sobre o músculo peitoral maior
serrátil anterior e estão fixadas e eles por meio de uma camada de fáscia profunda,
composta por tecido conjuntivo irregular denso (TORTORA; GRABOWSKI, 2002).
É composto de alvéolos mamários, aréola mamária, mamilo, ampolas
galactóforas, canais galactóforas e canalículos.
O desenvolvimento da mama tem início na puberdade, estimulado pelo
estrogênio dos ciclos sexuais mensais, que induzem o crescimento do estroma e do
sistema canalicular, além do aumento da gordura que lhe aumenta o volume,
tornando-a importante na função estética e na sexualidade, porém durante a
gestação tem início um acentuado crescimento, sendo que somente desta forma
acontece um total desenvolvimento, preparando-a para a produção de leite,
(CHARANEK, 2004).
As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de
tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar
da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído
progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente,
de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós-menopausa (HARRIS et al.,
1996).
Segundo Harris et al, (1996), a plenitude funcional das mamas ocorre na
amamentação, com a produção e saída do leite. A ejeção do leite, no momento das
mamadas, é reflexo basicamente da contração das células mioepiteliais, que
circundam os ácinos, estimuladas pela liberação de um outro hormônio, a ocitocina,
que é produzido na hipófise posterior ou neuro-hipófise. A mulher que não
amamenta, jamais atinge a maturidade funcional da mama.
12
Para Tortora; Grabowski (2002), cada mama tem uma projeção pigmentada, a
papila mamária, com uma série de aberturas de ductos pouco espaçados, chamados de
ductos lactíferos, de onde emerge o leite. A área de pele circular pigmentada,
circundando a papila mamária é chamada de aréola mamária; parece enrugada porque
contém glândulas sebáceas (oleosas) modificadas. Filamentos de tecido conjuntivo,
chamados de ligamentos suspensores da mama, correm entre a fáscia profunda e
sustentam a mama e ao redor dos grandes ductos, o tecido conjuntivo é mais
especializado, mais celular e com grande riqueza de fibras elásticas.
A mama é dividida em 15 a 20 lobos mamários independentes, separados
por tecido fibroso, de forma que cada um tem a sua via de drenagem, que converge
para a papila, através do sistema ductal, sendo composta por:
a) ácino - porção terminal da “árvore” mamária, onde estão as células secretoras
que produzem o leite;
b) lóbulo mamário - que é o conjunto de ácinos;
c) lobo mamário - unidade de funcionamento formada por um conjunto de
lóbulos (15-20) que se liga à papila por meio de um ducto lactífero;
d) ducto lactífero - sistema de canais (15-20) que conduz o leite até a papila, o
qual se exterioriza através do orifício ductal;
e) papila - protuberância composta de fibras musculares elásticas onde
desembocam os ductos lactíferos;
f) auréola - estrutura central da mama onde se projeta a papila;
g) tecido adiposo - todo o restante da mama é preenchido por tecido adiposo ou
gorduroso, cuja quantidade varia com as características físicas, estado
nutricional e idade da mulher;
h) ligamentos de Cooper - responsáveis pela retração cutânea nos casos de
câncer de mama, são expansões fibrosas que se projetam na glândula
mamária (BRASIL, 2002).
3.2 Fatores de risco associado ao câncer de mama
O câncer de mama é uma doença que se torna cada vez mais comum. O
número de mulheres vítimas desse tipo de enfermidade aumenta significativamente com
o passar do tempo. A elevação na incidência do tumor mamário é, entre outros fatores,
decorrente do acompanhamento clínico adequado, cuja importância está associada ao
13
diagnóstico precoce do câncer. Essa tradição não existia antigamente, quando a cultura
das pessoas ignorava a importância da visita rotineira ao profissional da saúde
especializado. Outra razão para o aumento do número de mulheres acometidas pelo
câncer de mama consiste na mudança brutal do estilo de vida, cujo resultado reflete a
mudança do comportamento do ciclo menstrual e hormonal das mesmas, assim como na
vida reprodutiva das mulheres com episódios de maternidade até com cinquenta anos de
idade. Dessa forma, a etiologia do câncer de mama não é restrita apenas a um fator, é
um conjunto de fatores que atuam de maneira pertinente até o aparecimento do tumor na
mulher. Assim, devido à ocorrência de inúmeros fatores, cada um fornecendo uma
contribuição diferente, é difícil isolar apenas uma causa para a doença em questão. A
própria definição de risco estabelecida pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) esclarece
que o risco se refere apenas à possibilidade de ocorrência de algo indesejado com o
indivíduo (BRASIL, 2009).
Segundo Gonçalves et al (2007), existe vários fatores de risco associado ao
câncer de mama e têm sido investigado, com o aumento dessa doença que cada
vez mais vem se tornando uma preocupação constante na vida das mulheres
brasileira. Apesar da descoberta dos principais fatores de risco, é preciso ressaltar
que a existência de um ou mais fator de predisposição não indica que a pessoa
desenvolverá um tumor. Contudo, é necessário o alerta dessas pacientes, para que
o acompanhamento médico seja próximo e esclarecedor, com a finalidade de obter
um rastreamento para favorecer o diagnóstico precoce. Algumas mulheres, no
entanto, não apresentam os fatores de risco, todavia, são portadoras do câncer de
mama. Portanto, os fatores de riscos servem apenas como alertas e nunca como
uma indicação de certeza para a presença da neoplasia no organismo.
3.3 Fatores protetores
•
Atividades Física
•
Hábitos Alimentares Saudáveis
•
Consultas e Exames Preventivos
3.3.1 Tipos de fatores de risco
•
Sexo Feminino
14
•
Menarca Precoce (antes de 11 anos)
•
Menopausa tardia (depois de 50 anos)
•
Primeira gestação após 30 anos
•
Mãe ou irmã com histórico de câncer de mama
•
Dieta Rica em gordura
•
Dieta pobre em fibra
•
Obesidade
•
Radiações ionizantes
•
Fatores químicos
•
Reposição hormonal
•
Fatores sócio- demográfico
•
Anticoncepcional
Enfatiza, Carvalho et al (2009) que a melhor maneira tanto para prevenir
como para combater essa doença é concentrar-se na busca do diagnóstico precoce,
com isso adquire chances para evitá-la e consequentemente promover sua cura, as
chances de cura são grande, no entanto, o câncer de mama tem aumentado o
número de óbito entre as mulheres brasileira.
3.4 Prevenção primária e secundária
As ações de prevenção ao câncer de mama são divididas em duas
categorias: a prevenção primária e a secundária, são os primeiros passos para o
diagnóstico precoce do câncer de mama. A prevenção primária é aquela que visa
evitar a exposição dos pacientes aos fatores de risco principalmente os modificáveis,
para assim, reduzir o índice de ocorrência do carcinoma mamário nas mulheres.
Dessa forma, o resultado é visualizado tanto a nível individual visto que a mulher
não exposta aos fatores de risco possui menor probabilidade de desenvolver a
doença, quanto no âmbito da Saúde Pública, já que diminui de forma considerável o
número de novos casos de mulheres acometidas pela moléstia. Com isso, a meta
fundamental para essas ações é realmente diminuir a incidência de câncer de
mama, interrompendo os efeitos e respostas dos organismos quando expostos aos
fatores prejudiciais. Entre as atividades direcionadas à prevenção primária estão
ações de prevenção, como o combate ao tabagismo através de meios de
15
comunicação em massa, e também o combate ao consumo exacerbado de bebidas
alcoólicas e à obesidade, dentre outras atividades programadas com o intuito de
afastar os fatores de risco dos indivíduos em geral. São intervenções importantes
para a saúde da mulher, através da mudança do estilo de vida e adoção de hábitos
saudáveis (AMORIM et al., 2008).
Enfatiza ainda Amorim et al (2008) um dos fatores que pode atuar
contrariando essas ações é a baixa condição socioeconômica e cultural da maioria
da população brasileira, o conhecimento e informação não são fornecidos para todos
igualmente como o benefício da alimentação saudável, dos exercícios físicos, entre
outros. Dessa forma, as medidas adotadas para a prevenção primária são simples e
de baixo custo, acessível à grande parte da população, apesar da necessidade em
aumentar o estímulo por parte das autoridades de saúde, expondo a importância de
combater os fatores de risco na vida das pessoas, apenas em ocasiões de alto risco
para o desenvolvimento do tumor há necessidade de usos de medicamentos
preventivos, porém, não de forma rotineira. No caso de prevenção secundária as
ações abordam a detecção precoce do câncer de mama, portanto, técnicas de
rastreamento são adotadas com frequência para evitar a evolução do câncer para
um mau prognóstico, já que quanto mais desenvolvido o tumor, mais difícil é o
tratamento, maiores as chances de metástase e menores as possibilidades de cura.
Dessa forma, as ações iniciam em mulheres assintomáticas que fazem exames
periódicos com profissionais especializados com o principal objetivo de identificar a
doença
em
estágio
inicial,
fase
pré-clínica,
e
estabelecer
o
tratamento
antecipadamente. Os testes de rastreamento são aqueles que visam detectar
precocemente o problema, e o mais importante é a mamografia de alta resolução. A
partir do rastreamento, o paciente é encaminhado para exames mais específicos
que fornecem com precisão o diagnóstico definitivo, se for o caso.
Para Thuler (2003), é essencial educar a população e os profissionais de
saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas precoces do câncer,
contribuindo para sua detecção em estágios menos avançados e aumentando as
chances de sucesso do tratamento preconizado. Isto pode ser obtido por meio de
campanhas educativas e capacitação de agentes de saúde, o profissional
enfermeiro deve fazer uma análise técnica real, proporcionando assim, uma melhor
qualidade de vida ás pessoas acometidas por esta doença.
16
3.5 Detecção precoce do câncer de mama
Para Moreno, (2010) a fisiologia da mama feminina é diferenciada de uma
mulher para outra, seja pela composição genética ou por fatores extrínsecos, por
exemplo, a idade da paciente, a fase do ciclo menstrual, utilização de pílulas
anticoncepcionais que alteram os níveis hormonais do organismo e interferem nas
células constituintes da mama, a menopausa e a gravidez. Geralmente as mamas
apresentam aparência desigual de tecido quando palpada, deparando com aspecto
granuloso em situações normais, sendo que antes do período menstrual, na fase
pré-menstrual, as mamas encontram-se inchadas e com as terminações nervosas
mais sensíveis, gerando leve sensação de dor. Essas informações são necessárias
para a detecção precoce do câncer de mama, uma vez que a mulher deve conhecer
como é sua mama para verificar possíveis alterações. A detecção precoce do câncer
de mama é a principal arma no controle e não disseminação da doença. Com isso,
entende-se que o diagnóstico precoce do tumor mamário serve, principalmente, para
reduzir as taxas de mortalidade de mulheres acometidas pela doença e, assim,
melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida. Dessa forma, existem três
metodologias de detecção precoce do câncer de mama, o auto exame realizado pela
própria mulher, o exame clínico realizado por um profissional da saúde especializado
e a mamografia de alta resolução, um exame radiológico das mamas.
O auto exame apresenta baixo custo, já que é realizado pela própria
paciente mensalmente após os 20 anos de idade, com auxílio de livros, programas e
folhetos explicativos lançados pelo governo e distribuídos pelos profissionais nas
diversas situações de saúde, mas principalmente na equipe de saúde da família,
instruindo a maneira correta de apalpação e detecção de deformações ou qualquer
tipo de alteração. O auto exame não deve ser usado como única forma de
prevenção, mas sim como uma maneira de educação em saúde que visa proteção
do próprio corpo da paciente. Deve-se optar pelo exame clínico do médico, e
também pela mamografia regularmente, são exames mais precisos e, portanto, mais
seguros. Este exame consiste em apalpar de forma circunscrita e sistemática, em
frente ao espelho, os próprios seios no período após a menstruação, com a
finalidade de localizar qualquer tipo de nódulos ou corpos estranhos presentes no
local de forma precoce, estimulando assim, o costume e o conhecimento detalhado
da mulher com seu próprio organismo. Porcentagens importantes de mulheres
17
descobrem tumores acidentalmente, durante o auto exame das mamas” (SILVA et
al., 2008).
Segundo informações obtidas do INCA, a recomendação é que o auto
exame das mamas seja feito mensalmente, entre o sétimo e o décimo dia após o
início da menstruação, período em que as mamas não apresentam edema. Essa
recomendação se deve ao fato de que a mama, como outras estruturas da mulher,
modifica-se durante o ciclo menstrual pela ação do estrogênio e da progesterona, os
hormônios sexuais femininos. A ação da progesterona, na segunda fase do ciclo,
leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais acentuadamente nas mamas,
provocando nelas aumento de volume, endurecimento e dor. Durante esse período
de sintomatologia exacerbada pelo edema, torna-se mais difícil o exame das
mamas, quer seja pelo médico ou enfermeiro, quer pela mulher. A realização do
exame entre o sétimo e o décimo dia após o início da menstruação, se dá, portanto,
no período em que as mamas encontram-se menores, menos consistentes e
indolores (BRASIL, 2006)
3.6 O exame clínico na prevenção do câncer de mama
Para Fernandes et al (2007), o exame clínico é um tipo de exame realizado
por
profissionais
da
saúde,
como
médicos
ginecologistas
e
enfermeiros,
competentes e treinados para a detecção de tumores e devem obrigatoriamente
seguir as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama.
É um exame com baixo a moderado custo, porém nem sempre é acessível, já que,
muitas vezes, as mulheres de baixa renda não possuem acesso ao atendimento e
acompanhamento ginecológico. Sua recomendação varia de uma vez a cada seis
meses a um ano, durante as visitas periódicas ao ginecologista da mulher. O
mastologista é o médico especialista para a realização do exame. Quando existir
dúvida, o médico ginecologista deve encaminhar a paciente para o mastologista. A
mamografia, apesar de ser um dos principais meios de diagnóstico do câncer de
mama, não exclui o exame clínico.
Enfatiza Fernandes et al (2007) que através da mamografia é possível
controlar o aparecimento de anormalidades nas mamas da mulher. Dessa forma, o
rastreamento mamográfico é recomendado como rotina para pessoas do sexo
feminino com as mamas aparentemente ausentes de nódulos, ou corpos estranhos
18
ou ainda qualquer tipo de sintomas, visando obter o diagnóstico do câncer de mama
de forma precoce. É indicada também para diferenciar tumores malignos e benignos
a partir dos resultados obtidos, para o estabelecimento do tratamento. A eficácia
dessa metodologia é muito grande e reflete na diminuição da taxa de mortalidade de
mulheres afetadas por essa enfermidade.
O exame consiste em uma radiografia da mama utilizando o mamógrafo,
capaz de mostrar lesões em fase ainda inicial, com diâmetros extremamente
reduzidos. É um exame que provoca certo desconforto, já que as mamas são
comprimidas no equipamento, por duas placas de acrílico paralelas, para prover
imagens claras e precisas que servem de suporte ao diagnóstico fornecido pelo
médico. Por essa razão, deve ser realizado após o período menstrual, quando as
mamas não estão doloridas devido aos efeitos hormonais. Contudo não é seguido
por todas as pacientes devido ao relativo alto custo e a não disponibilização para a
população em geral, já que a saúde pública apresenta deficiências evidentes no
quesito de recursos financeiros e equipamentos modernos. Porém, a sensibilidade
desse tipo de exame depende de alguns fatores, como o tamanho e a localização do
nódulo, a interpretação das imagens obtidas pelo médico radiologista, a capacidade
técnica de detecção do equipamento e a densidade dos tecidos constituintes da
mama (MORENO, 2010).
3.7 A importância do papel da enfermagem na prevenção do câncer de mama
A atuação do enfermeiro para lidar com o câncer de mama ocorre na
atenção primária, secundária e no âmbito hospitalar, já que nos postos de saúde
pública e nas visitas domiciliares é imprescindível o contato das pessoas com tais
profissionais, para a avaliação de parâmetros superficiais da qualidade de vida das
pessoas que visitam ou são visitadas. A atuação do enfermeiro na atenção básica à
saúde em relação ao câncer de mama, deve ser feita de forma interdisciplinar, e
incluir informações sobre formas de detecção da doença precocemente, importância
da atividade física, malefícios causados por consumo excessivo de bebida alcoólica
e fumo, principais tratamentos das mesmas, entre outras com o objetivo de
promover a saúde das pessoas e prevenir o câncer e outras doenças. Também, o
enfermeiro pode ajudar as mulheres com câncer de sua área de abrangência na
orientação de horários e formas de administração dos medicamentos e até mesmo o
19
controle dos exames periódicos recomendados durante o tratamento. Com isso, a
responsabilidade do profissional em questão abrange a promoção, prevenção e
recuperação da saúde da população, individual, coletiva ou comunitária, sendo
necessária sua preparação para atividades na área assistencial da saúde,
administrativa e gerencial (MORENO, 2010).
Segundo Camargo et al (2007) é importante enfatizar que o enfermeiro,
dentro da equipe multiprofissional, é um dos agentes de educação para a saúde,
objetivando integração em favor da promoção da saúde do paciente, da família,
grupos sociais e da comunidade, a sua ação deve ser integral e participativa, na sua
rotina de trabalho, deve estar voltado para o desenvolvimento de ações de saúde e
práticas educativas no sentido de prevenir o câncer.
Dessa forma, o enfermeiro precisa estar capacitado em teoria e prática para
orientar também sobre as opções de tratamento e sintomas, assim como as
dificuldades emocionais, e para cuidar, como realizar curativos, auxiliar com drenos,
entre outros. Deve-se lembrar que o enfermeiro também precisa ser cuidado. Sabendose que as chances de cura para pacientes já em estado avançado do câncer são
pequenas, o profissional de enfermagem deve obter preparação emocional suficiente
para suportar e assistir ao sofrimento do paciente e dos familiares, como a dificuldade
das mulheres em lidar com a mastectomia, que afeta sua feminilidade, sensualidade e
maternidade, tão importantes para toda mulher (MORENO, 2010).
Segundo o INCA, o plano de cuidados da enfermagem deve considerar o
“acolhimento” como uma postura ética, que integre o paciente como protagonista em
seu processo terapêutico, considerando sua cultura, seus saberes e sua capacidade
de avaliar riscos. Tomando em perspectiva o cenário oncológico, a equipe de
enfermagem é fundamental enquanto equipe de referência na atenção diária,
responsável e gestora desse processo. Assim, há que se considerar que a
humanização da assistência nesse contexto pressupõe o cuidado com a realização
pessoal e profissional dos trabalhadores de enfermagem (BRASIL, 2006).
Deve existir um projeto coletivo, em que toda organização se reconheça e
se valorize, resgatando as relações entre profissional de saúde e usuários,
entre os próprios profissionais, entre esses profissionais e a instituição e
entre a instituição e a comunidade.
Segundo Melo (2007), tratamento, e a atuação do enfermeiro pode ocorrer
no pré-operatório e também no pós-operatório, acompanhando o processo do
20
paciente desde o início quando se obtém o diagnóstico, até o final do tratamento
quando recomendada a remoção da mama. Então, no pré-operatório, o enfermeiro
pode ajudar a mulher e à família a enfrentar a doença, quais os possíveis
tratamentos, como cuidar de seu próprio corpo, quais os hábitos que devem ser
mudados para melhorar a qualidade de vida, são algumas ações sugeridas, os
tratamentos que consistem na remoção da ou das mamas, a radioterapia e a
quimioterapia são os mais complexos. O papel do profissional de enfermagem deve
ser o de um acompanhamento próximo com o objetivo de dar as informações que a
paciente precisa, estimulá-la a fazer suas atividades normais e enfrentar o problema
e continuar o pós- tratamento a fim de evitar a reincidência.
Todas estas ações do enfermeiro podem ser realizadas a partir da consulta
de enfermagem, que consiste em uma prática assistencial moderna e integral. Esta
atividade é defendida por legislação brasileira, encontrada como “atividade privativa
do enfermeiro, na lei do exercício profissional n.º 7.498/86, no seu art.11, inciso I,
alínea i, e vem sendo efetivada na prática por enfermeiros que nela acreditam”
(BARBOSA; TEIXEIRA; PEREIRA, 2007).
Para Camargo; Souza (2003), outra vertente do trabalho do enfermeiro é o
envolvimento dos familiares, cuidadores, ou outras pessoas que estão em volta
dessas pacientes, para orientação dos cuidados e apoio, muitas das vezes, as
relações entre a paciente e os filhos, pais, cônjuges e/ou cuidadores se modificam.
A manutenção de um bom relacionamento entre eles contribui de forma positiva para
o tratamento, a recuperação e o bem-estar da paciente, o profissional enfermeiro faz
parte dessa contribuição.
21
4. METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica da
literatura que foi desenvolvida baseada na temática que busca compreender o
câncer de mama, a prevenção, atenção primaria, atuação do enfermeiro.
Mendes et al (2008), afirma que a revisão integrativa da literatura tem o
objetivo de reunir e resumir resultados de pesquisas sobre um tema ou questão de
forma delimitada de maneira ordenada e sistemática e também analisar pesquisa
relevantes que dão subsidio para a tomada de decisão e melhoria da prática clínica.
A revisão possibilita a síntese do conhecimento de um determinado assunto,
apontando lacunas que precisam ser preenchidas com a realização de novos
estudos. (MENDES et al., 2008).
Para realização desta revisão inicialmente foi definido os critérios de
inclusão, como seriam extraídas e organizadas as informações dos estudos
selecionados, analise dos dados e sua apresentação.
O levantamento bibliográfico iniciou-se a partir de Fevereiro de 2014 a Julho
de 2014 e para tanto foi consultada a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) online, onde
se encontram inseridas as diversas bases de dados; Scielo, LILACS-Literatura
Latino-Americana. Para a busca dos artigos utilizaram-se como descritores verbais;
câncer mama, prevenção, atenção primária, atuação da enfermagem.
Como critérios de inclusão foram considerados artigos publicados no período
entre 2000 a 2014, na língua portuguesa, com abordagem a temática apresentada,
que disponibilizassem resumos e o manuscrito publicado na integra.
Portanto foram eliminados artigos publicados fora do período de inclusão,
publicados em língua estrangeira e os que versavam temáticas fora do contexto
abordado neste estudo.
Para avaliação dos artigos, estes foram submetidos à leitura analítica
efetuada pelos componentes do grupo de pesquisa.
4.1 Tipo de estudo
Estudo de revisão bibliográfica, foi realizada através de busca de artigos
cruzando as seguintes palavras chave: câncer mama, prevenção, atenção primaria
através de artigos publicados na íntegra no banco de dados da Sciello.
22
4.2 Sujeito do Estudo
Com o objetivo de obter informações sobre atuação do enfermeiro na
prevenção primária do câncer de mama, será efetiva a busca pelos artigos
publicados no banco de dados da Sciello, relacionados ao tema proposto, a partir
das palavras chaves descritas anteriormente.
Serão incluídos no estudo, artigos publicados entre (2000-2014), utilizando
os descritores Câncer mama, Prevenção, Atenção primária, Assistência de
enfermagem, Atuação do enfermeiro, serão incluídos artigos em português e que
estejam disponíveis na integra.
Em função do desenho do estudo, não será necessário a submissão do
estudo ao comitê de ética em pesquisa humana e animal, tendo em vista que não
apresentou risco a integridade humana não interferindo na resolução do CNS
196/96.
23
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente agrupa- se os fatores protetores, em seguida os fatores de risco
para o câncer de mama.
Quadro 1. Fatores protetores câncer de mama
Fatores
Atividades
Física
Hábitos
Alimentares
Saudáveis
Consultas e
Exames
Preventivos
TITULOS
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
ABORDAGEM DO CÂNCER
DE MAMA NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE
DA FAMÍLIA
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
ABORDAGEM DO CÂNCER
DE MAMA NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE
DA FAMÍLIA
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
ABORDAGEM DO CÂNCER
DE MAMA NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE
DA FAMÍLIA
Autores
MORENO
2010.
MORENO
2010.
MORENO
2010.
Conteúdo
Diminui de forma considerável a
quantidade de hormônio feminino
circulante no sangue, e portanto,
diminui
as
chances
do
desenvolvimento da doença,
principalmente aquelas mulheres
que já praticavam exercício desde
a fase da adolescência.
Devem ser cultivados para reduzir
as possibilidades desse tipo de
câncer,
é
fortemente
aconselhável o consumo de frutas
e
vegetais
em
grandes
quantidades.
É necessário o alerta dessas
pacientes,
para
que
o
acompanhamento médico seja
próximo e esclarecedor, com
exames preventivos, com a
finalidade
de
obter
um
rastreamento para favorecer o
diagnóstico precoce.
Alguns fatores podem contribuir para a proteção da doença. Esses fatores
estão relacionados ao modo de vida do paciente e suas condições. A QUADRO 1
mostra os fatores protetores atividade física, hábitos alimentares saudáveis,
consultas e exames preventivos (MORENO, 2010).
24
Quadro 2. Fatores de risco para câncer de mama
Fatores
Sexo Feminino
Menarca Precoce
(antes de11 anos)
Menopausa tardia
(depois de 50
anos)
Primeira gestação
após 30 anos
TÍTULO
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
ABORDAGEM DO
CÂNCER DE MAMA NA
ESTRATÉGIA
DE
SAÚDE DA FAMÍLIA
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
ABORDAGEM DO
CÂNCER DE MAMA NA
ESTRATÉGIA
DE
SAÚDE DA FAMÍLIA
O papel do enfermeiro
na prevenção do câncer
de mama
CÂNCER DE MAMA
Autores
Conteúdo
As mulheres são muito
afetadas que os homens.
mais
MORENO
2010.
MORENO
Quanto mais cedo ocorre a
primeira menstruação da mulher,
maiores são as chances do
desenvolvimento da doença.
2010.
Charanek;
Tocci
2004.
Zelmanowicz
2001.
Mãe ou irmã com
histórico de
câncer de mama
O papel do enfermeiro
na prevenção do câncer
de mama
Charanek;
Tocci
2004.
Obesidade
O papel do enfermeiro
na prevenção do câncer
de mama
Charanek;
Tocci
2004.
Radiações
ionizantes
CÂNCER DE MAMA
Zelmanowicz
O risco de obter um futuro
diagnóstico de câncer de mama é
duplicado. A justificativa para esses
números está na exposição
prolongada dessas mulheres aos
hormônios
São fatos relacionados ao aumento
da probabilidade de ocorrência da
doença em questão.
Quanto mais próximo o grau de
parentesco com um indivíduo,
maior será a possibilidade de ter a
doença em tempos posteriores,
independente
de ser do lado materno ou paterno.
Esteve relacionada a um aumento
de 50% no risco de desenvolver
câncer de mama.
Exposição diárias e sem EPIs de
proteção a radiações
2001.
Reposição
hormonal
CÂNCER DE MAMA
Zelmanowicz
2001.
Anticoncepcional
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
ABORDAGEM DO
CÂNCER DE MAMA NA
ESTRATÉGIA
DE
SAÚDE DA FAMÍLIA
MORENO
Usada em situações após o
período de menopausa, atuam
como um fator estimulante para a
desordenação da proliferação
celular.
Utilizada por período bastante
longo atua como um fator de risco
para o desenvolvimento do tumor
de mama.
2010.
Alguns fatores podem contribuir para o surgimento da doença. Esses fatores
estão relacionados às condições do paciente e às características do câncer de mama. A
25
Quadro 2 mostra, dentre as condições do paciente, que os fatores de risco mais citados
foram sexo feminino, menarca precoce (antes de11 anos), menopausa tardia (depois de
50 anos), primeira gestação após 30 anos, mãe ou irmã com histórico de câncer de
mama, obesidade, radiações ionizantes, reposição hormonal, anticoncepcional.
(MORENO,2010 ;ZELMANOWICZ, 2001; CHARANEK; TOCCI, 2004)
Quadro 3. Atuação do enfermeiro frente ao câncer de mama, prevenção primária,
prevenção secundária
Fatores
TITULOS
Autores
Conteúdo
Atuação
A atuação do enfermeiro na saúde em
do
relação ao câncer de mama, deve ser feita
enfermeiro
MORENO
O PAPEL DO
ENFERMEIRO NA
de
forma
interdisciplinar,
e
incluir
informações sobre formas de detecção da
2010.
doença precocemente. A responsabilidade
ABORDAGEM DO
do profissional em questão abrange a
CÂNCER DE MAMA NA
promoção, prevenção e recuperação da
ESTRATÉGIA DE SAÚDE
saúde da população, individual, coletiva ou
DA FAMÍLIA
comunitária,
sendo
preparação
para
assistencial
da
necessária
atividades
saúde,
na
sua
área
administrativa
e
gerencial.
Prevenção
O PAPEL DO
Consultas de enfermagem, palestras
primária
ENFERMEIRO NA
educativas, orientações sobre o auto- exame
ABORDAGEM DO
AMORIM
CÂNCER DE MAMA NA
et al.,
ESTRATÉGIA DE SAÚDE
2008.
das mamas
DA FAMÍLIA
Prevenção
O PAPEL DO
Orientações quanto aos exames, orientações
secundária
ENFERMEIRO NA
medicamentosa,
ABORDAGEM DO
MORENO
orientações
quanto
ao
tratamento quimioterápico.
CÂNCER DE MAMA NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE
2010.
DA FAMÍLIA
Quadro 3. A atuação do enfermeiro para lidar com o câncer de mama na
atenção primária e secundária. Deve ser feita de forma interdisciplinar, e incluir
informações sobre formas de detecção da doença precocemente, habilidades técnicas,
bem como promoção e recuperação da saúde (MORENO,2010 ; AMORIM,2008).
26
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diagnóstico de câncer de mama traz consigo a sentença de morte e
mutilação que desencadeia na paciente uma nova expectativa de vida que envolve
sentimentos negativos. A partir desse momento a vida da mulher passa a ter um
novo significado, ocorrem transformações em suas atividades diárias e em sua
atitude diante da vida. Situação de conflito em que a necessidade de ser
compreendida e de sentir-se cercada de apoio é fundamental. Mesmo nos dias
atuais, e com tanta tecnologia o câncer de mama ainda é um grande responsável
pelas causas de mortes em mulheres. Sabe-se que as demoras ocorridas por
esperas de atendimentos especializados, exames precisos, diagnóstico e tratamento
ainda é grande, chegando a esperar de seis a oito meses para se iniciar o
tratamento correto. O papel da enfermagem é de suma importância na saúde
pública, levando a prevenção, promoção e recuperação da saúde. Deve ser feita de
forma interdisciplinar e incluir informações sobre formas de detecção precoce da
doença e habilidades técnicas e científicas. A mulher acometida pelo câncer de
mama passa por várias fases, sendo a primeira a suspeita seguida pelo diagnóstico
realizado com responsabilidade e conhecimento científico. Nessa etapa a paciente
apresenta confusão de sentimentos: revolta, tristeza, dor, raiva, rancor e ódio. A
etapa do tratamento exige orientações constantes e devem ser fornecidas pelo
profissional de enfermagem quanto por todos os membros da equipe que se
considerarem aptos. Com principal objetivo de identificar a doença no seu estágio
inicial, dando início ao tratamento o mais rápido possível, assim aumentando as
chances de cura. O diagnóstico e os tratamentos são temidos pelas mulheres e
desencadeiam sentimentos negativos, difícil aceitação ao tratamento, desequilíbrio
físico e psicológico demonstrando repulsa, revolta, descontentamento e sofrimento.
A conscientização da população sobre o câncer e o estímulo às mudanças de
comportamento é de fundamental importância para sua prevenção. É essencial e
fundamental educar a população e os profissionais de saúde para reconhecer os
sinais e sintomas da doença, através de campanhas educativas e capacitação dos
profissionais de saúde.
27
7. REFERÊNCIAS
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