DA Depois da descoberta de que as rochas situadas no centro do assoalho submarino são mais recentes do que as que se encontram nas bordas continentais, chegou-se à conclusão de que verdadeiras "esteiras rolantes" submarinas são responsáveis pela movimentação das placas tectônicas. Origem dos continentes A atual configuração dos continentes na superfície terrestre originou-se de um processo Ao longo das grandes cordilheiras submarinas (dorsais oceânicas), abrem-se fendas por que resultou na fragmentação e no afastamento das terras emersas, a partir de um bloco onde passa o material magmático que, após resfriar-se, forma uma nova crosta, causando a único denominado Pangeia. expansão do fundo do mar. Duas teorias, que se completam, procuram explicar as etapas desse processo, responsável também pela formação do relevo terrestre e pelas transformações que ocorrem na crosta Teoria das placas tectônicas que são: a Teoria da Deriva dos Continentes e a Teoria das Placas Tectônicas. A teoria de Wegener sobre a deriva continental e as descobertas sobre a expansão do fundo dos oceanos permitiram a elaboração da Teoria das Placas Tectônicas. Teoria da deriva dos continentes Defendida pelo geofísico alemão Alfred Wegener, em 1912, não definiu muito bem as Segundo essa teoria, a crosta terrestre está dividida em placas, de espessura média de 150 causas do "passeio" dos "pedaços" da crosta pelo magma pastoso que estava sob eles. km, que flutuam sobre um substrato pastoso - a astenosfera. Sugeriu que poderia ter sido ocasionado pelas marés ou pelo movimento de rotação da As seis maiores placas tectônicas são: Americana; do Pacífico; Antártica; Indo-Australiana, Terra. Euro-Asiática e Africana. Existem outras menores, como a Nazca, a do Caribe, a de Cocos, Apesar de Wegener ter prosseguido em seus estudos, ele não conseguiu provar todas as a da Grécia, a Arábica, a da Anatólia, a Iraniana, a das Filipinas e outras. suas idéias. As maiores evidências eram as identidades geológicas e de vida animal e Os continentes movem-se mais ou menos um centímetro por ano e, no fundo dos oceanos, vegetal entre os continentes. novas "crostas" se formam. É justamente na região de encontro entre uma placa e outra que As coincidências apareciam entre a América do Sul e a África, entre a América do Sul e ocorrem esses fenômenos e as consequentes modificações na crosta terrestre. Por isso é que Austrália, entre a Europa e América do Norte e entre Austrália, África e Índia. as regiões mais sujeitas a fenômenos como vulcanismo e terremotos, como o Japão, a Na comunidade científica da época, poucos davam crédito às idéias de Wegener. Muitos as Califórnia, o México, entre outras, estão situadas no limite das placas tectônicas. consideravam fantasiosas e a deriva dos continentes acabou esquecida durante anos. As áreas mais estáveis, como, por exemplo, o território brasileiro, localizam-se no interior A possibilidade de ter acontecido uma "deriva dos continentes", na história da Terra, das placas. Os limites das placas tectônicas, ou seja, os pontos de encontro entre as placas, voltou a ser considerada quando novas técnicas foram desenvolvidas e utilizadas na estão em movimento. Esses movimentos, entretanto, não acontecem da mesma forma. Por fabricação de novos aparelhos e instrumentos que permitiram conhecer melhor o fundo dos isso, podemos considerar três tipos principais de limites entre as placas tectônicas. Cada oceanos. um deles dá origem a um tipo de atividade geológica. Na década de 1960, os geólogos americanos Harry e Robert Dietz conseguiram a explicação para o que tanto intrigava Wegener. A resposta estava no fundo dos oceanos. UNIDADE 6- FORMAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO SUPERFÍCIE TERRESTRE. ( PAG 112 ) DO RELEVO Tipos de atividades geológicas Zonas de Convergência: são aquelas onde as placas tectônicas convergem e colidem. Uma delas sempre mergulha por debaixo da outra e retorna a astenosfera. Um exemplo prático é a Cordilheira dos Andes, na América do Sul; Zonas de Divergência: são aquelas onde as placas tectônicas estão em processo de separação, o material magmático escapa pelas fendas que se abrem no revestimento externo da Terra e forma-se um novo assoalho oceânico. Zonas de Transformação: são aquelas onde as placas tectônicas se resvalam, ou seja, uma placa desliza horizontalmente ao lado da outra, ao longo de uma linha conhecida como falha de transformação. Quando duas placas se resvalam, os blocos de rocha se atritam, podendo causar grandes terremotos na superfície terrestre. A falha de San Andreas, na Califórnia, é o mais conhecido exemplo resultante desse tipo de limite. Apesar de nem sempre percebemos diretamente, o relevo terrestre é bastante dinâmico e está sempre se transformando. Algumas dessas transformações podem ser mais facilmente visualizadas, como as erosões; outras já são mais longas e demoram milhares de anos para acontecer, como a formação de montanhas. Essas transformações acontecem graças aos agentes de transformação do relevo, que são elementos responsáveis pelas alterações e construções das formas que observamos na superfície terrestre. Assim, para melhor compreender esses agentes, eles foram divididos em agentes internos ou endógenos e agentes externos ou exógenos. Os agentes internos ou endógenos de transformação do relevo são aqueles que surgem ou agem de dentro da Terra, ou seja, abaixo da superfície. São os terremotos, os vulcanismos e o tectonismo. Os agentes externos ou exógenos, por outro lado, são aqueles que agem acima do relevo, ou seja, sobre a superfície. São as ações dos ventos, das águas, do intemperismo e dos seres vivos. Os agentes endógenos atuam graças às forças exercidas pela movimentação do magma terrestre, que movimenta os vários “pedaços” que formam a crosta terrestre, chamados de placas tectônicas. Assim, graças ao choque e ao afastamento de duas dessas placas, temos a ocorrência dos vulcões e dos terremotos, além da formação de montanhas, vales, entre outras formas de relevo. Já os agentes exógenos “esculpem” as formas de relevo que se formaram e se transformaram ao longo do tempo. Aquela expressão “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” expressa bem essa questão. Por exemplo, as águas da chuva, ao escoarem sobre a superfície, “lavam” o solo, retirando dele algumas de suas camadas, que são transportadas para os rios. Quando não há vegetação no local, essa enxurrada pode provocar a formação de grandes buracos, chamados de erosões. Dessa forma, podemos entender melhor por que as formas de relevo que compõem a superfície são tão variadas e transformam-se ao longo do tempo. Assim, as águas das chuvas e dos rios, a neve e o vento também são agentes modeladores do relevo. A água pode alterar a composição das rochas, causando o intemperismo químico. Com isso, ocorre a desagregação das rochas, que podem se romper ou desencadear erosões. A ação dos ventos também contribui para a aceleração desse processo. No entanto, atualmente o homem é o principal responsável pelas modificações no relevo. A expansão das áreas urbanas, a construção de rodovias, escavação para a exploração de minerais, entre tantas outras atividades antrópicas atuam de forma significativa na formação e modelagem do relevo. O Tectonismo São os deslocamentos lentos das imensas placas que compõem a crosta terrestre. Esses movimentos das placas tectônicas pode ser vertical ou horizontal. Quando é vertical (epirogênise), levanta ou abaixa a crosta durante um prolongado espaço de tempo. É o que ocorre, por exemplo, na pensínsula Escandinava, no norte da Europa, que se eleva alguns centímetros todo ano. Quando o movimento de uma placa em relação a outra é horizontal (orogênese), uma caba entrando embaixo da outra (a chamada subducção). É o processo que resulta na formação das imensas cadeias de montanhas e de fossas, as áreas mais profundas do planeta O Vulcanismo Localizados, sobretudo, nas áreas de encontro das placas tectônicas, os vulcões são fendas na crosta terrestre por meio das quais o magma, o material em estado líquido-pastoso vindo do manto, atinge a superfície. Eles podem ser submarinos ou atingir grandes altitudes, como o Lascar, no Chile, com mais de 5 mil metros de altura. Abalos Sísmicos São tremores na superfície terrestre causados palo movimento das placas tectônicas ou em virtude da grande energia liberada pelo vulcanismo. Eles se propagam em ondas pelas rochas, atingindo regiões distantes do epicentro (ponto na superfície da Terra diretamente acima do local onde se registra a maior intensidade do tremor). Quando os abalos sísmicos ocorrem nas áreas continentais, recebem o nome de terremotos; se acontecem no fundo do As rochas sedimentares são formados pelo acúmulo de detritos de outras rochas e por oceânico, são batizados de maremoto.Esses últimos podem causar os terríveis tsunamis, ou detritos orgânicos. Essa deposição é feita em camadas, por isso se observam estratos ondas gigantes horizontais na rochas. O calcário, presente em cavernas, o arenito e o carvão são exemplos de rochas sedimentares; As rochas metamórficas são o resultado da transformação das rochas magmáticas, Forças Externas Também chamadas de exógenas, são as forças que modelam o relevo terrestre. O principal sedimentares ou mesmo de outras rochas metamórficas, por processos químicos e físicos agente nesse grupo é o intemperismo, processo de degradação das rochas provocado pela nas grandes profundidades da Terra. O mármore, por exemplo, é formado a partir do ação de fenômenos diversos, como chuva, vento, gelo e o movimento das ondas. Ele pode calcário quando esse é submetido a altas temperaturas e pressão. ser de dois tipos: intemperismo químico, quando as rochas mudam de composição química sob a ação d água; e intemperismo físico, que pode se dar de várias formas. Por exemplo: quando as rochas sofrem mudanças por causa de contrastes térmicos entre dia e noite; quando as ondas do mar provocam desgaste em paredões litorâneos, dando origem as falésias; ou no caso de sulcos na terra provocados por chuvas abundantes (erosão pluvial). Os fiordes na península Escandinava, no norte da Europa, também são outro exemplo do intemperismo: eles são formados pelo deslocamento das geleiras e pelo desgaste que elas provocam na montanhas. Por fim, é bom lembrar que os sedimentos dos processos erosivos acabam sendo depositados em outras regiões, que, assim, também têm seu relevo alterado. As Rochas Além dos movimentos internos da Terra e do intemperismo, outro fator é decisivo na formação dos tipos de relevo: as rochas. Afinal, são elas que, submetidas a toda sorte de intempéries, reagem de diversas maneiras aos fatores erosivos, de acordo com sua composição. Elas podem ser de três tipos: As rochas magmáticas ou ígneas são resultado da solidificação do magma. Dividem-se em duas categorias: as extrusivas, como basalto, que são formadas com o resfriamento rápido do magma na superfície terrestre; e as intrusivas, como o granito, que são resfriadas, lentamente, dentro da crosta terrestre. As rochas cristalinas são um subtipo dentro das magmáticas;