UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DISCIPLINA: AMÉRICA III
ALUNO: IRLAN VILELA
Fichamento do texto
A crise do sistema oligárquico de dominação em Cuba: A Revolução de 1933.
José Mao Junior*
 A Independência de Cuba
Cuba tornou-se independente em 1º de janeiro de 1899. Contudo, sobre as
antigas fortalezas espanholas não foram hasteadas as bandeiras cubanas, mas a
temível bandeira com listras e estrelas dos EUA.
 A Guerra dos Diez Años (1868-1878) e a Segunda Guerra de independência
(1895 – 1899)
Nenhum povo do continente americano lutou por sua independência em
condições tão difíceis quanto o povo cubano. Cuba enfrentou duas guerras de
independência. Em 1898, quando as tropas independentistas cubanas
praticamente já controlavam a maior parte das áreas rurais de Cuba, os EUA
intervieram no conflito – supostamente para “ajudar os cubanos” – e de maneira
oportunista apoderaram do país.
 A história política de Cuba na primeira metade do século XX
Pode ser analisada, como uma sucessão de governos oligárquicos, permeados
por ditaduras e intervenções militares dos EUA.
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*Doutor e história econômica pela Universidade de São Paulo.
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Entretanto, o principal mecanismo de sujeição de Cuba ao imperialismo não era
o militar, mas o econômico.
 Cuba um país mono produtor de açúcar
Em 1920, ocorreu uma queda brutal dos preços do açúcar. A economia cubana
estava atrelada a manunteção dos mecanismos de sujeição política e econômica
em relação aos EUA. Em troca da garantia para o açúcar cubano no mercado
estadunidense, o governo de Cuba teve que fazer uma série de concessões que
obstacularizaram o desenvolvimento de outras áreas da economia.
 O Florescimento do movimento operário e estudantil universitário
Após uma continua queda da cotação do açúcar no mercado internacional, nos
anos que se seguiram ao final da I Guerra Mundial conduziu Cuba a uma crise
econômica e social que se estendeu por toda década de 1920. Neste período
floresceu um organizado e combativo movimento operário e também um
radicalizado movimento estudantil universitário. Os estudantes universitários
uniram-se formando a Federação de Estudantes Universitários – FEU –
expressavam essencialmente o descontentamento das camadas médias urbanas
em relação ao regime oligárquico. Esta ala esquerda do movimento estudantil
acabou se aproximando as fileiras do movimento operário e, juntos, fundaram o
primeiro Partido Comunista de Cuba, em 1925.
 A ditadura do General Gerardo Machado
Este governo caracterizou-se pela sua ferocidade repressiva. Em resposta ao
efervescente quadro de agitação operária e estudantil. A oligarquia cubana que
contava com o ostensivo apoio dos EUA instaurou esta ditadura. Gerardo
Machado ficou conhecido como el asno com garras, organizou uma sistemática
onda de assassinatos sobre as lideranças operárias e estudantis, que se abateu
principalmente sobre os membros do recém-fundado partido comunista.
 A crise de 1929 em Cuba
O número de desocupados em Cuba passou de 400.000 para 600.000,
aproximadamente. Milhares de famílias camponesas vagavam sem trabalho
pelos campos e cidades. A economia cubana, que já enfrentava uma grave crise
econômica decorrente da continua queda da cotação dos preços do açúcar
durante a década de 20, sofreu um novo e terrível abalo após o colapso geral a
economia capitalista de 1929.
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 O levante de 1931
A oposição armada contra o regime iniciou-se dirigida por elementos dissidentes
da própria oligarquia – os velhos caudilhos – ainda em 1931. Os estudantes
universitários fizeram uma ampla mobilização contra a prorrogação do mandato
– La prorroga de poderes - do General Gerardo Machado e organizaram-se
nacionalmente através da fundação do Directório Estudantil Universitário –
DEU – em 1927. Surgiu neste período uma importante figura - o Antonio
Guiteras Holmes - estudante universitário de farmácia e um dos fundadores do
DEU e membro de sua direção. No entanto, esse movimento insurrecional foi
executado sem a devida organização resultando numa serie de ações isoladas,
isso facilitou a ação por parte das forças repressivas do governo de Machado.
 O fortalecimento do movimento oposicionista insurrecional
Alguns setores ligados aos grupos de ação do DEU, frustrados diante do
fracassado levante de 1931 fundaram uma organização denominada ABC. Esta
organização tinha uma estrutura que atuava através de células, procurava levar a
diante a luta contra o regime através de ações terrorista. Em dezembro de 1932,
os trabalhadores da indústria açucareira – o setor mais combativo dos
trabalhadores cubanos – organizaram-se em um sindicato nacional – Sindicato
Nacional dos Obreros de la Industria Azucarera (SINOIA) e ainda fazendo parte
da enorme massa da classe operária cubana existia uma organização colateral a
Confederacion Nacional Obrera de Cuba – CNOC – e uma parte do movimento
do DEU se dividiu e formou a Ala Izquierda Estudantil. Guiteras através do
manifesto - al pueblo de Cuba – reivindicava a constituição de um governo
provisório, conclamando o povo a um movimento armado contra os lacaios da
oligarquia.
 A intervenção dos EUA
O governo de Machado não conseguia conter a onda revolucionária. Isso causou
uma profunda preocupação no departamento de Estado dos Estados Unidos, o
presidente Roosevelt preocupado com os investimentos estadunidenses em
Cuba, nomeou Benjamim Summer Welles como embaixador. O embaixador
pretendia a qualquer custo evitar em Cuba, a emergência de um movimento
insurrecional de conseqüências imprevisíveis. Ocorreram reuniões de mediação
na sede da embaixada dos Estados Unidos, participaram das assembléias
representantes do governo e grupos oposicionistas ligados aos velhos caudilhos
e do ABC. No interior do ABC, instalou-se uma crise política que levou ao seu
fracionamento, quando setores contrários à mediação cindiram-se. Dando
origem ao ABC radical. Os demais grupos oposicionistas o Partido Comunista
de Cuba, CNOC, SINOIA, Ala Izquierda Estudantil, e o DEU se recusaram a
participar.
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 A queda do regime machadista
Nem mesmo a mão de ferro do General Gerardo Machado pôde conter a
agitação social. O ditador renunciou depois da forte pressão popular,
principalmente, com a greve de agosto em 1933. Trabalhadores em todas as
cidades do país deflagraram uma onda de greves. O próprio exército que havia
apoiado o regime de Machado começou a exigir sua renúncia. Protegido por
Washington, Gerardo Machado fugiu numa aeronave para Nassau.
 O gobierno de los cien dias
Os EUA constituíram através de uma mediação do embaixador Welles e instalou
o governo provisório com o “presidente” Carlos Manuel Céspedes. De imediato,
Guiteras coloca-se na oposição a Céspedes, defendendo a continuidade da luta
pelo estabelecimento de um governo revolucionário no país. O governo
provisório encabeçado por Céspedes provocou nas massas populares um
sentimento de revolta que se estendeu ao movimento operário dos trabalhadores
açucareiros, ao movimento do DEU e na instituição o do exército.
 A formação do “gobierno de los cien dias”
O governo provisório que foi criado pelos setores da direita da oposição, sob a
mediação do embaixador norte americano foi deposto. Um grande levantamento
das classes e soldados do exército junto com o DEU e outros grupos
oposicionistas levaram ao poder um governo provisório presidido por Ramon
Grau San Martin.
 A ascensão de Fulgencio Batista
Fulgencio Batista tornou-se coronel e chefe do Estado-Maior do exército,
representando claramente a ala direita do governo de Grau San Martin. Os EUA
reconheceram em Fulgencio Batista um elemento dúctil para suas manobras. Em
1934, Batista desfechou um golpe militar e se tornou o novo presidente. A partir
disso, Batista passou a nomear os chefes de Estado conforme a conveniência sua
e dos EUA. No inicio de 1935, o exército não era plenamente de Batista,
Guiteras sente, assim, que o momento era propicio para o inicio de uma
insurreição armada. No entanto, o movimento grevista de 1935 fracassou e
acabou resultando em centenas de assassinatos e milhares de prisões. Deletado,
Guiteras acabou sendo morto pelas forças repressivas do governo de Fulgencio
Batista quando fugia para o México procurando organizar planos para a luta
revolucionária da unidade Joven Cuba. Fulgencio Batista promoveu um governo
de muita violência e corrupção e foi considerado o homem forte – strong man –
em Cuba para garantir os interesses estadunidenses. O ditador cubano foi
deposto em janeiro de 1959 pelos revolucionários de Fidel Castro.
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