geopolitica-no-pos-segunda-guerra-mundial-semana-04

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GEOPOLÍTICA NO PÓS
SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL
Professor:
Djalma
Geografia
SÉRIE: 3º ANO e CURSO
DATA: 27 / 09/ 2016
TEMA - GEOPOLÍTICA NO PÓS SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL
O pós-guerra e o início da bipolaridade
A corrida armamentista foi uma espécie de “pinguepongue do medo”, em que cada ação do inimigo, interpretada
como ofensiva, levava a uma reação defensiva, considerado pelo
bloco oposto como agressiva, o que provocava uma atitude de
salvaguarda, também tida, pelo outro lado, como hostil.
Essa lógica do pânico colocou o mundo à beira do caos,
num iminente conflito nuclear. A partir de 1946 a imprensa
passou a usar a expressão “Guerra Fria” em oposição a uma
eventual “Guerra Quente Nuclear”.
O que impediu a “guerra absoluta” entre as duas
superpotências e manteve a “paz relativa” ao longo das décadas
da Guerra Fria foi esse equilíbrio do terror. Moscou e
Washington sabiam que um ataque ao inimigo implicaria na
destruição mútua. Na terminologia geoestratégica e geopolítica
americana surge a expressão MAD – Mutual Assured
Destruction (Destruição Mútua Assegurada).
Mapa 01 – O planisfério da bipolaridade mundial
2ªfase –
Coexistência
Pacífica
1957/1963
3ª fase – “détente”
(distensão) anos
70
4ª fase –
Fim da Guerra
Fria anos 80
Truman; o Plano Marshall; o bloqueio
de Berlim; a criação da OTAN Organização do Tratado do Atlântico
Norte; a Revolução na China; a
Guerra da Coréia; a corrida
armamentista; a morte de Stalin
(1953).
Criação do Pacto de Varsóvia; os
mísseis intercontinentais e os satélites
artificiais; a visita de Krutschev aos
EUA; a proposta da Conferência de
Cúpula em Paris; o episódio U-2 e a
crise dos mísseis em Cuba.
os acordos SALT (Tratado de
Limitação das Armas Estratégicas);
as Guerras de Libertação Nacional
(Vietnã,
Moçambique,
Angola,
Etiópia, dentre outras); invasão
soviética do Afeganistão (1979).
ascensão de Reagan e Andropov;
iniciativa de Defesa Estratégica
(“Guerra nas Estrelas”); ascensão de
Gorbatchev (Glasnost e Perestroika);
acordo START (conversações sobre a
redução das armas estratégicas);
colapso do império soviético.
Doutrina Truman e o Plano Marshall
Fonte: Baseado no Atlas of European History – The Times
Essa expressão foi decorrente de hipóteses científicas
levantadas a partir do que ocorreria se houvesse uma guerra
nuclear. A destruição de grande parte da vida terrestre; as marcas
deixadas pela radiação em várias gerações de sobreviventes; os
problemas relativos à reconstrução; enfim, tudo isso gerou
verdadeiro pânico no mundo, estampado no que se convencionou
chamar de “Inverno Nuclear”.
Etapas da Guerra Fria
Conferência de lalta - criação das
1ªfase - Guerra
zonas de influência ocidental e
Fria explícita de
soviética; Conferência de Potsdam - a
1946/1957
divisão da Alemanha; a Doutrina
O rápido processo de comunização das nações da
Europa Oriental que estavam sob a dominação do exército
soviético, o crescimento dos Partidos Comunistas em alguns
países ocidentais (particularmente Itália e França), a continuação
das guerrilhas esquerdistas na Grécia e Turquia e uma crescente
e cada vez mais agressiva propaganda ideológica patrocinada
pela URSS, colocaram em pânico os governos e a opinião
pública ocidentais.
Os EUA que, de início, acharam encerrados seus
compromissos na Europa, em 1947, para fazer face aos
soviéticos, firmam sua primeira filosofia geopolítica da Guerra
Fria: a Doutrina Truman.
Esta foi anunciada pelo presidente norte-americano
Harry Truman quando, num discurso proferido no Congresso,
pediu recursos financeiros para ajudar a Grécia e a Turquia a
aniquilar as guerrilhas comunistas. Na oportunidade, Truman
deixou claro que os EUA dariam total apoio aos “povos livres”
que estavam lutando contra qualquer tentativa de sujeição por
minorias armadas ou pressões externas.
Em termos amplos, a Doutrina Truman explicitava que
os EUA não permitiriam que a URSS levasse a cabo uma política
expansionista para além dos limites fixados em lalta. Nascia,
dessa maneira, a política de contenção que, do ponto de vista
geoestratégico, implicava uma total dependência americana em
relação às armas nucleares.
De fato, os EUA, que haviam destruído boa parte de
seus equipamentos militares convencionais e, confiantes no seu
monopólio nuclear, pois na época só eles possuíam bombas
atômicas, firmaram o preceito de que qualquer agressão soviética
seria respondida com artefatos nucleares.
Essa decisão deixou Washington até certo ponto
impotente, já que pelo poder destrutivo das bombas atômicas
uma pergunta se fazia pertinente: qual deveria ser a intensidade
de uma atitude soviética para ser enfrentada com armas tão
letais? Somente na década de 60 se imporia o princípio da
resposta flexível, ou seja, a reação ocidental teria de ser
adequada ao perfil e intensidade da agressão.
A Europa Ocidental estava economicamente destruída
pela Segunda Guerra Mundial e enorme era a miséria nela
reinante. Indústrias falidas, serviços públicos inoperantes,
carência de bens de consumo e massas desempregadas
formavam um excelente momento para a expansão dos
movimentos políticos radicais de esquerda.
Em decorrência dessa situação, a Doutrina Truman
sofreu um desdobramento econômico e, como conseqüência, foi
concebido o Plano Marshall. Fazia-se necessário edificar um
dique econômico-financeiro para evitar que a pobreza européia
favorecesse o expansionismo soviético.
Sua denominação oficial, quando aprovado pelo
Congresso Americano em 1948, era Ato de Assistência Externa
para Auxiliar a Recuperação Européia, embora popularmente
conhecido pelo nome de seu idealizador, o Secretário de Estado
Geral George Catlett Marshall.
O plano sugeria que as nações européias explicitassem
suas necessidades e demandas para a superação da crise
econômica, a fim de tornar mais eficiente a ajuda econômicofinanceira que seria fornecida por doações diretas e empréstimos
americanos. Para a administração do plano foi criada a
Organização de Cooperação Econômica Européia, formada
pelos EUA, Canadá e 18 nações européias, incluindo somente a
zona ocidental da Alemanha, já que a URSS, que rejeitara a
proposta americana, pressionou seus aliados da Europa centrooriental a fazer o mesmo.
Fornecendo, aproximadamente, US$ 13,5 bilhões, entre
1948 e 1951, o Plano Marshall restaurou a produção industrial e
agrícola da Europa Ocidental, estimulando também o comércio
internacional. Na década de 50, a implementação do plano foi
confiada ao Programa de Segurança Mútua (EUA e Europa
Ocidental), que manteve suas operações até 1956.
A Guerra Fria
A corrida nuclear
Uma das conseqüências da Guerra Fria foi a corrida nuclear.
Ao explodir sua primeira bomba atômica, em 1949, os
soviéticos iniciaram a corrida nuclear. Para manter sua
hegemonia atômica, os Estados Unidos testaram bombas
nucleares de potência bem maior do que as que foram
lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Em 1952, no atol de
Biquíni, no Pacífico, explodiram a primeira bomba de
hidrogênio. Três anos depois, foi a vez dê a União Soviética
explodir sua bomba.
no pós-Segunda Guerra Mundial. Caracterizou-se por ser uma
época de intensa guerra econômica, diplomática e tecnológica
pela conquista de zonas de influência, sem que as duas
superpotências entrassem em choque direto.
Essa disputa dividiu o mundo em dois blocos, com
sistemas econômicos e políticos antagônicos: o "bloco
ocidental", capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o "bloco
comunista", encabeçado pela União Soviética. Entre as
conseqüências, estão a corrida armamentista – com bombas
atômicas, arsenais, mísseis – e espacial (foguetes e satélites),
espionagem e intenso uso da propaganda. A corrida
armamentista, que se estendeu por 40 anos, colocou o mundo
diversas vezes sob a ameaça de uma guerra nuclear.
O antagonismo entre os Estados Unidos e a União
Soviética começou com a ascensão de Harry Truman à
presidência dos Estados Unidos, em abril de 1945, por causa da
morte de Franklin Roosevelt. Para ele, era dever das nações
democráticas lutar contra o comunismo, que destruía a liberdade
individual do ser humano.
Truman acreditava que deveria prevalecer a vontade da
maioria, que as instituições deveriam estar a serviço do povo, o
voto deveria ser livre e o governo representativo da vontade
popular. Afirmava que o comunismo, baseado na vontade de
uma minoria, era imposto à força a uma maioria, por meio do
terror, da opressão e do controle dos meios de comunicação e
resultava na supressão das liberdades individuais. A doutrina e a
política de Truman visavam apoiar os povos livres que
resistissem à tentativa de domínio por minorias armadas ou por
pressão externa.
O "efeito dominó"
Em 12 de março de 1947, Harry Truman, presidente dos
Estados Unidos, fez um importante discurso no Congresso
Nacional. Afirmou que o seu governo apoiaria todos os países
livres que desejassem resistir às tentativas de dominação. Era
uma clara advertência à União Soviética, que se esforçava
para ampliar seu domínio e sua área de influência. Surgia a
"Doutrina Truman" e com ela o "efeito dominó". Ou seja, era
preciso evitar a expansão do comunismo. Se algum país fosse
por ele dominado, inevitavelmente as nações vizinhas teriam
o mesmo destino.
Em março de 1946, na Universidade de Fulton, nos
Estados Unidos, o ex-primeiro-ministro britânico, Winston
Churchill, fez um violento discurso contra a União Soviética e
usou, pela primeira vez, a expressão "Cortina de ferro" ao criticar
o sistema soviético. A Guerra Fria já era uma realidade.
Stalin não podia responder às provocações, pois
precisava resolver os problemas de reconstrução de seu país e,
apesar de possuir numerosas divisões militares muito bem
armadas, não possuía armas nucleares. Decidiu, então, pela sua
construção, seja por meio de pesquisa científica, seja por meio
de espionagem.
Em 1949, para surpresa do mundo, a União Soviética
conseguiu explodir a sua primeira bomba atômica. A partir daí,
as superpotências estavam em igualdade de condições militares,
mas o mundo começava a se sentir ameaçado de destruição por
causa da possibilidade de um conflito nuclear.
Reconstrução da Europa ocidental
Dá-se o nome de Guerra Fria ao período de disputa pela
preponderância mundial entre Estados Unidos e União Soviética
2
Para evitar a expansão do comunismo e com o apoio da
Doutrina Truman, os Estados Unidos decidiram participar
vigorosamente da reconstrução de diversos países da Europa
ocidental, devastados pela guerra. Surgia, em 1948, o Plano
Marshall, assinado pelo presidente Truman.
Entre 1948 e 1952, os norte-americanos concederam
uma ajuda no montante de US$ 17 bilhões aos europeus, na
forma de créditos. Os países mais favorecidos foram a GrãBretanha (US$ 3,2 bilhões), a França (US$ 2,7 bilhões), a Itália
(US$ 1,5 bilhão) e a Alemanha Ocidental (US$ 1,4 bilhão). Se o
Plano Marshall acelerou a reconstrução da Europa ocidental, ele
também beneficiou os americanos, pois os créditos concedidos
permitiam o financiamento das exportações dos Estados Unidos
para o mercado europeu.
Bipolarização
A divisão da Alemanha é o símbolo dessa nova ordem
mundial. Após dividirem o território alemão, Estados Unidos e
União Soviética acabaram por envolver o mundo numa
rivalidade crescente entre países capitalistas e países
socialistas. Rivalidade que seria a principal marca das relações
internacionais por décadas e que se caracterizaria por uma
bipolarização.
Mal terminava a guerra e os ex-aliados abandonavam o
espírito de cooperação internacional. A crença de que os
soviéticos estavam empenhados num diabólico plano secreto
para dominar o mundo foi logo divulgada.
Já no início de 1946 o ex-primeiro-ministro britânico
Winston Churchill, em discurso, acusava Joseph Stálin de ser
responsável pela divisão da Europa ao meio. Foi quando utilizou
pela primeira vez a expressão Cortina de Ferro, para designar
a tirania estabelecida pelo líder comunista nos países do Leste
europeu. Churchill convocava os Estados Unidos a assumirem a
liderança contra o expansionismo soviético.
Principais doutrinas socioeconômicas da Guerra Fria
Capitalismo: Sistema econômico e social baseado na
propriedade privada dos meios de produção, no trabalho
assalariado, na livre-concorrência entre empresas, na busca do
lucro e na não-interferência do Estado na esfera econômica.
Historicamente, esse sistema de organização da economia e
da sociedade apareceu na Idade Moderna, na Europa, e
consolidou-se com a Revolução Industrial dos séculos XVIII
e XIX.
Socialismo: Sistema econômico e social que foi
proposto por alguns pensadores do século XIX, com destaque
para o alemão Karl Marx. Para Marx, o socialismo deveria
preparar o caminho rumo ao comunismo. Durante o século
XX, a URSS e depois inúmeros países declararam-se
socialistas, identificando esse sistema com a estatização dos
meios de produção e o controle da economia pelo Estado.
Comunismo: Sistema econômico e social baseado na
propriedade coletiva dos meios de produção, no igualitarismo
social e na organização da produção visando as necessidades
gerais.
Assim, os Estados Unidos tomavam a frente do bloco
dos países capitalistas, que contava com fortes aliados entre os
Estados da Europa Ocidental (principalmente Inglaterra, França
e Itália), além do Canadá e do Japão.
A União Soviética, por sua vez, tomava a frente do
bloco dos países socialistas e contava com o apoio dos novos
Estados que surgiram na Europa Oriental, com o fim da
guerra:Tchecoslováquia,
Polônia,
Hungria,
Iugoslávia,
Romênia, Bulgária, Albânia.
Reconstrução da Europa
Em 1945 a Europa exibia as marcas da destruição. Após
seis anos de guerra, milhões de mortos, parques industriais e
regiões agrícolas arrasados, desemprego, dívidas, economia
instável e graves problemas sociais.
Por outro lado, os Estados Unidos, que se beneficiaram
com a guerra, estavam em condições de financiar a recuperação
dos países destruídos pelo conflito.
Em março de 1947, o presidente dos- EUA, Harry
Truman, alarmado com a ameaça da expansão soviética em
pontos estratégicos como Turquia e Grécia, localizados na
península Balcânica, proclamou uma política de apoio aos países
que estariam sob ameaça de dominação soviética. Essa política
ficou conhecida como Doutrina Truman. Rapidamente Grécia
e Turquia foram beneficiadas com apoio militar e econômico dos
Estados Unidos e passaram a integrar o bloco de países
capitalistas.
Em junho do mesmo ano, o secretário de Estado norteamericano George Marshall anunciou um plano de ajuda
econômica a toda a Europa Ocidental e também aos países do
Leste europeu. Procurava, com isso, desestimular movimentos
socialistas nos países capitalistas e reintegrar os países
socialistas ao sistema capitalista.
A forte entrada de capitais dos Estados Unidos, através
do Plano Marshall, forçou Stálin a intensificar seu controle sobre
sua faixa de segurança no Leste europeu. Em 1947 promoveu a
criação do Kominform, organismo destinado a unificar a ação
dos partidos comunistas e dos governos do Leste sob seu
controle. Criou também o Comecom, um conselho voltado para
o desenvolvimento e cooperação econômica do bloco socialista.
Mas a fase mais tensa da Guerra Fria ocorreu no período
de 1948 a 1953, com o bloqueio de Berlim e a Guerra da Coréia.
Bloqueio de Berlim
O Plano Marshall inviabilizou o projeto de integração
da Alemanha que havia sido discutido na Conferência de
Postdam.Tornava-se impossível uma administração conjunta.
Assim, Estados Unidos, França e Inglaterra decidiram unir todo
o setor ocidental, planejando a formação de um governo
independente e pró-capitalista.
Diante desse revigoramento da Alemanha Ocidental,
devido aos investimentos maciços do Plano Marshall e à
unificação administrativa, a União Soviética revidou tentando
isolar a cidade de Berlim, que ficava encravada na zona
soviética. Como a rede rodoviária estava sob o controle
soviético, Stálin decretou o bloqueio dos setores ocidentais de
Berlim, barrando a passagem de caminhões e trens que
abasteciam a cidade vindos da zona oriental da Alemanha.
O Ocidente contornou a situação utilizando um
"corredor aéreo" que funcionava 24 horas por dia e conseguiu
garantir o abastecimento de Berlim Ocidental.
Como conseqüência da crise, em 1949 foi anunciada a
criação, no lado oeste, da República Federal da Alemanha
(RFA), cuja capital seria a cidade de Bonn. Do lado soviético foi
criada a República Democrática Alemã (RDA), tendo Berlim
Oriental como capital.
Nos anos seguintes Berlim Ocidental tornou-se uma
espécie de vitrine do mundo capitalista. Trabalhadores
3
qualificados, intelectuais e muitos jovens do lado oriental fugiam
para lá. A propaganda capitalista soube explorar essas fugas
como prova de que o sistema capitalista era muito melhor. Além
das fugas, o contrabando de mercadorias e a freqüente
penetração de espiões ocidentais no Leste europeu, através de
Berlim Oriental, foram fatores decisivos para uma nova medida
dos soviéticos.
Em 1961, Moscou determinou a construção de um muro
de 45 quilômetros de extensão e 3 metros de altura, defendido
por minas explosivas e cercas de arame farpado. O Muro de
Berlim constituiu-se em principal símbolo da Guerra Fria. A
Alemanha, assim, se tornou a expressão maior da divisão
política, ideológica, econômica e militar do mundo.
Uma guerra entre os "grandes" parecia ser inevitável.
No entanto, em 1949, os russos recuaram. O transporte terrestre
foi restabelecido e o abastecimento de Berlim Ocidental se
normalizou. Como resultado, consolidou-se a divisão dos dois
territórios alemães, o ocidental sob ocupação dos três Aliados e
o oriental, sob domínio soviético.
A evolução dos acontecimentos levou à divisão formal
do território alemão. Nesse ano eram fundadas a República
Federal Alemã (Alemanha Ocidental), com capital em Bonn, e a
República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental), cuja
capital era Berlim Oriental.
Durante alguns anos, o antagonismo amainou. A partir
de 1958 ele voltou com mais força. Três anos depois, era
construído o Muro de Berlim, isolando novamente Berlim
Ocidental. O muro foi o maior símbolo da Guerra Fria.
Mapa 02 – Muro de Berlim
O "macartismo"
Nos primeiros anos da Guerra Fria, houve uma verdadeira
histeria coletiva nos Estados Unidos. Políticos oportunistas se
aproveitaram da conjuntura para chamar a atenção. O mais
famoso entre os congressistas norte-americanos foi o senador
Joseph MacCarthy. Membro de uma comissão senatorial que
examinava as atividades antiamericanas, ele desencadeou
uma violenta campanha anticomunista, uma verdadeira "caça
às bruxas". Por meio de acusações e delações anônimas, cerca
de 6 milhões de pessoas foram vítimas de perseguição,
demissão, colocação na "lista negra" ou detenção. Entre os
atingidos, havia cientistas, escritores e artistas. A delação
campeava no país.
Nas relações entre os dois blocos, passou a predominar
uma lógica maniqueísta, do tipo: "tudo que vem do outro lado é
mau". Essa visão do mundo perdurou durante quase toda a
segunda metade do século XX, período no qual as duas áreas de
influência viveram em permanente confronto o ideológico,
militar e político. Todas as táticas eram permitidas, menos o
conflito direto entre as superpotências nucleares.
O historiador Eric Hobsbawm definiu assim a expressão
Guerra Fria:
“A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a
humanidade mergulhou no que se pode encarar,
razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora
uma guerra muito peculiar. Pois, como observou o grande
filósofo Thomas Hobbes, a guerra consiste não só na Batalha,
ou no Ato de lutar: mas num período do tempo em que a
vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida.
A Guerra Fria entre os EUA e URSS, que dominou o cenário
internacional na segunda metade do breve século XX, foi sem
dúvida um desses períodos. Gerações inteiras se criaram à
sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se
firmemente, podiam estourar a qualquer momento e devastar
a humanidade.”
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX:
1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
O antagonismo dos blocos
Se havia a consolidação de um Bloco Ocidental,
formado pelos países europeus capitalistas e liderado pelos
Estados Unidos, havia também a formação de um Bloco
Oriental. Dele faziam parte os países europeus orientais, nos
quais houve a implantação do modelo soviético. Esses países,
sob hegemonia soviética, passaram a ser conhecidos como
"satélites de Moscou", pois tinham sua existência controlada pela
União Soviética. Em 1949, do Bloco Ocidental se originou uma
aliança militar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(Otan), liderada pelos norte-americanos e da qual também
faziam parte o Canadá, a Grécia e a Turquia. Em resposta, a
União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, formado por ela e
seus satélites (Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Bulgária,
Romênia e a Alemanha Oriental).
Uma cortina e uma doutrina
Em 1946, Winston Churchill, ex-primeiro-ministro
britânico e um dos estadistas presentes em Yalta, empregou
publicamente pela primeira vez a expressão cortina de ferro. A
expressão designava o domínio soviético sob boa parte da
Europa Oriental. Traduzindo essa declaração retórica em uma
guinada política, o presidente Harry Truman, dos Estados
Unidos, anunciou que Washington iria "dar apoio às pessoas
livres que estão resistindo a tentativas de subjugações por
minorias armadas ou pressões externas". Tais palavras
significavam que os EUA passariam a atuar, em escala mundial,
como um pólo anti-soviético, de modo a conter a expansão do
bloco liderado por Moscou. A decisão presidencial levou à
Doutrina Truman, formulada em março de 1947, que serviu de
orientação para mapear a política externa do país. A doutrina
estabelecia que o comunismo deveria ser combatido a qualquer
custo. Apoiados nesse princípio, os norte-americanos deram
início à elaboração de uma política de grande alcance, que
consolidava o choque ideológico entre as duas potências.
Ainda em 1947, um arrojado programa econômico de
investimentos e de recuperação, cuja principal meta era atender
4
aos países arrasados pela Guerra Mundial, foi lançado pelo
governo norte-americano. Proposto pelo secretário de Estado
americano, George Marshall, o programa ficou conhecido como
Plano Marshall.
Concebido para concebido para recuperar a economia
comercial das regiões fortemente abaladas pela guerra e, mais
ainda, para consolidar uma economia tipicamente capitalista na
Europa Ocidental, o Plano Marshall concedeu aos países
beneficiados empréstimos e auxílios diversos a juros irrisórios,
contribuindo efetivamente para a reconstrução européia. O plano
atraiu para os Estados Unidos a simpatia, até mesmo, de países
sob influência soviética. Aliás, o programa também previa ajuda
à URSS e aos Estados da Europa Oriental, mas desconfianças
recíprocas já associadas à formação dos blocos antagônicos
impediram que isso acontecesse. Desse modo, a URSS e seus
aliados ficaram à margem do Plano Marshall. Em 1949, os
soviéticos lançaram seu próprio programa de ajuda econômica
para o Leste europeu. Denominado Conselho para Mútua
Assistência Econômica, o plano ficou conhecido como
Comecon.
comando. Esse evento assinalou o encerramento da fase ativa da
guerra.
A estabilização do front perdurou até o início de 1953.
Então, a morte de Stalin abriu caminho para a conclusão do
Armistício de Panmunjon, que produziu um cessar-fogo
permanente. A ausência de um tratado de paz transformou o front
do paralelo 38 numa fronteira instável, compartilhada por
Estados tecnicamente em guerra.
Mapa 03 - Coréia bipartidária
O "cordão sanitário" na Ásia
A Doutrina Truman foi formulada, originalmente, como
resposta aos problemas postos pelo "expansionismo soviético"
na Europa. Contudo, a Revolução Chinesa e a Guerra da Coréia
(1950-53)
evidenciaram a fragilidade da situação geopolítica da
Ásia. Esses eventos provocaram uma reformulação da estratégia
da contenção, que passou a englobar o espaço asiático.
A tomada do poder em Pequim pelos comunistas
liderados por Mao Tsé-tung, em setembro de 1949, repercutiu
sobre a península coreana. A Coréia tinha sido anexada pelo
Japão em 1910. Depois da derrota japonesa, em 1945, foi
dividida, provisoriamente, numa zona de ocupação soviética, ao
norte, e numa zona de ocupação americana, separadas pelo
paralelo 38. O agravamento das tensões entre as superpotências
inviabilizou as eleições projetadas para reunificar o país e, em
1948, a Coréia foi bipartida em estados rivais.
A guerra estalou em junho de 1950, com a penetração,
através do paralelo 38, de tropas norte-coreanas decididas a
reunificar o país. Aparentemente, a Coréia do Norte tinha o
beneplácito de Moscou e Pequim, que não acreditavam numa
intervenção americana. Mas, sob o impacto da Revolução
Chinesa, Truman estava decidido a barrar a expansão do
comunismo na Ásia.
Aproveitando o boicote soviético ao Conselho de
Segurança, provocado pelo não-reconhecimento ocidental do
regime comunista na China, Washington fez aprovar a
intervenção de forças da ONU no conflito coreano. As tropas
americanas e aliadas, sob a bandeira da ONU e o comando do
general Douglas MacArthur, desembarcaram na península e
empreenderam uma funda contra-ofensiva em território nortecoreano, até as proximidades da fronteira chinesa.
A irrupção das forças armadas chinesas na guerra,
apresentadas oficialmente como destacamentos de voluntários,
modificou radicalmente a situação militar. A retirada das tropas
de MacArthur conduziu, em dezembro, o front de volta ao
paralelo 38. Em abril de 1951, as proposições do general, cada
vez mais insistentes, de bombardeios aéreos à China foram
definitivamente rejeitadas e MacArthur perdeu o seu posto de
Adaptado de: R. Natkiel. Atlas of 20b century warfare. New York: Gallery
Books, 1982.
LEITURA COMPLEMENTAR
Bretton Woods e a ordem econômica mundial
“A partir de 1941, os Estados Unidos e o Reino
Unido começaram a montar as bases de uma nova ordem
internacional [.. .].
Em nome dos seus respectivos governos, um
economista inglês de renome, John Maynard Keynes, e
um alto funcionário do Tesouro americano, Harry White,
começaram a difundir o seu projeto de reforma monetária
internacional. Ambos pregavam o retorno à estabilidade
das trocas e à convertibilidade das moedas, e
preconizavam a criação de organizações internacionais
para assegurar a multilateralidade das trocas, a
cooperação monetária e o controle das circulações
internacionais de capitais. Quanto ao resto, os dois
planos estavam em oposição.
Londres desejava reaquecer a atividade econômica do país
e dos outros estados europeus, esgotados pela guerra. O
Reino Unido preconizava a criação de um banco
supranacional que emitisse uma moeda (o 'bancor') em
função das necessidades reais do comércio internacional
corrente; a instauração de um sistema de financiamento
que fornecesse liquidez internacional aos países
deficitários; mecanismos de ajuste que levariam os países
que tivessem excedentes a reduzir os seus excedentes
comerciais e financeiros.
Para Washington, a prioridade era reaquecer as
trocas mundiais, restabelecer o livre comércio e
assegurar a estabilidade do Sistema Monetário
Internacional. O plano Keynes parecia expansionista
5
demais e portador de inflação, intervencionista demais e
favorável demais aos países deficitários.
Os Estados Unidos preconizavam, ao contrário,
rigorosas políticas de estabilização, o retorno ao padrãoouro sob a forma de um 'padrão-dólar, a implantação de
um Sistema Monetário Internacional sem direito de
extração incondicional de liquidez, com mudanças de
paridade admitidas somente a título excepcional e
transitório.
Durante todo o ano de 1943, buscou-se um
compromisso entre os dois planos. Quando a Conferência
Monetária e Financeira das Nações Unidas ocorre em
Bretton Woods, em 12 de julho de 1943, o plano White
já havia prevalecido sobre o plano Keynes. Os Estados
Unidos detinham, então, dois terços das reservas
mundiais de ouro, forneciam aos países europeus
armamentos e financiavam o seu esforço de guerra, tendo
o Reino Unido, portanto, de curvar-se a isso.”
08. Os Estados Unidos eram o principal pólo ou centro
político-militar e econômico do sistema capitalista.
16. O Japão e a Europa Ocidental eram áreas satelizadas
pela superpotência capitalista.
03 - (UEPB)
Em relação à Guerra Fria, que teve como marco inicial o fim
da II Guerra Mundial e o seu término simbolizado pela
queda do Muro de Berlim, pode-se afirmar:
I.
A Guerra Fria foi um confronto nuclear direto entre os
Estados Unidos e a União Soviética.
II. Os países latino-americanos foram diretamente
afetados por esse confronto ideológico, com a
implantação de ditaduras militares, cuja finalidade era
evitar a expansão do comunismo nesses países.
III. Países como a Coréia e o Vietnã tiveram seus territórios
divididos por sangrentas guerras que separaram
capitalistas e comunistas, alinhados respectivamente
aos Estados Unidos ou à ex-União Soviética.
IV. Em países do Terceiro Mundo, guerras, violações dos
direitos humanos através de torturas e mortes, além do
cerceamento de liberdades, foram justificadas em nome
da democracia e do combate ao comunismo.
O mundo hoje, 1995/1996: anuário econômico e geopolítico mundial. São
Paulo: Ensaio, 1996.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS E DE APROFUNDAMENTO
01 - (UEG GO)
Desde o pós-guerra foram utilizadas várias formas para a
regionalização do planeta, considerando-se para tanto
questões militaristas, ideológicas e geopolíticas. Hoje, a
divisão é basicamente de ordem socioeconômica,
estabelecendo-se o conflito Norte versus Sul. A esse
respeito, é CORRETO afirmar:
a)
O conflito das civilizações, substituindo os
enfrentamentos ideológicos da Guerra Fria, se enquadra
dentro da divisão Norte versus Sul, aproximando etnias
e culturas.
b) É cada vez menor a distância entre países desenvolvidos
e subdesenvolvidos em função da atual fase
informacional como resultado da Revolução TécnicoCientífica.
c) Mesmo após o fim do socialismo, pode-se considerar a
regionalização do mundo em primeiro, segundo e
terceiro mundos, respectivamente países capitalistas
desenvolvidos e subdesenvolvidos e países socialistas.
d) A fronteira entre Norte versus Sul não é representado
pelo Equador, e, portanto, essa designação não tem,
caráter
geográfico.
O
aprofundamento
das
desigualdades sociais ou o abismo entre ricos e pobres
ocorre, praticamente, em todos os países.
02 - (UEPG PR)
De 1945 a 1990 o mundo bipolar dividia-se em Mundo
Capitalista e Mundo Socialista. Sobre esse período, assinale
o que for correto.
01. A China era o pólo principal ou centro político-militar
e econômico do sistema socialista.
02. A União Soviética era o principal pólo ou centro
político-militar e econômico do mundo socialista.
04. A América Latina, a África, o Oriente Médio e o Mundo
Indiano eram considerados periferias do capitalismo
internacional.
Estão corretas APENAS as proposições:
a) II e IV
b) I, III e IV
c) II, III e IV
d) I e III
e) I, II e IV
04 - (UNIPAR PR)
Após o término da bipolaridade, característica do período da
Guerra Fria, os conflitos internacionais armados:
a) aumentaram, devido à retomada de antigas diferenças
étnicas e religiosas entre povos.
b) diminuíram, devido ao surgimento de outros pólos de
poder no mundo.
c) diminuíram, devido à derrota do socialismo soviético.
d) aumentaram, devido à inegável supremacia militar dos
Estados Unidos no mundo.
e) aumentaram, devido ao crescimento de países que
detêm armas nucleares.
05 - (UNCISAL AL)
Há meio século iniciava-se a conquista do espaço com o
lançamento do 1.º satélite artificial – Sputnik 1 – pela extinta
URSS.
Observe a tirinha e leia o texto.
NÍQUEL NÁUSEA – FERNANDO GONSALES
6
02.
03.
04.
05.
(Folha de S.Paulo, 08.10.2007)
“Há muitos motivos para crer que o espaço mudou pouco no
último meio século, apesar de as coisas estarem diferentes
aqui na Terra. (...)
Hoje, a Guerra Fria não existe mais, mas o clima no espaço
ainda está longe de refletir o ambiente de interação
globalizada que mudou a economia, a política e a ciência em
terra firme”(...)
(Folha de S.Paulo, 30.09.2007. Adaptado)
Considerando os fatos e as conseqüências, pode-se inferir
que
I.
a corrida espacial representava o período da
bipolarização mundial: URSS comandando o mundo
socialista e os EUA liderando o capitalista.
II. além do Sputnik 1, a extinta URSS lançou o Sputnik 2,
tendo a bordo a cadelinha Laika, enquanto os EUA
lançam o seu satélite, o Explorer 1, alguns meses
depois.
III. hoje, a tecnologia de lançamento de satélite é
compartilhada por quase todos os países, pois o
interessante é manter ao alcance a tecnologia,
diferentemente do que ocorria durante a Guerra Fria.
IV. com o fim da Guerra Fria, a “paz espacial” não selou de
vez: hoje outros países tentam conquistar o espaço,
como a China, e o Brasil, com o desenvolvimento da
VLS (Veículo Lançador de Satélite).
07 - (UFRN)
Após a Segunda Guerra Mundial, diante do confronto entre
socialismo e capitalismo, o território passou, mais uma vez,
a ser objeto fundamental de disputa política. Isso contribuiu
para um novo desenho geográfico que propiciou
a) a revolução cubana, motivada pelos movimentos
nacionalistas emergentes no continente americano.
b) a formação de alianças militares, como o Plano
Marshall e o Pacto de Varsóvia, para agregar países do
mundo ocidental.
c) a descolonização afro-asiática, que, mesmo garantindo
a autonomia política aos países, não impediu a
constituição de uma nova forma de imperialismo.
d) a Guerra do Vietnã, que se deu em virtude de
movimentos étnicos e culturais no continente asiático.
08 - (UFPA)
“O colonialismo e a divisão internacional da produção
ditada pelo capitalismo desestruturam as formas originais de
produção agrícola na Ásia, África e América Latina. A
agricultura de produtos alimentares de subsistência foi
substituída pela agricultura comercial de exportação. Isso
para atender, fundamentalmente, aos interesses das
metrópoles. Para as colônias delineou-se, entre outras
coisas, o espectro da fome.”
(ADAS, Melhem. A fome, crise ou escândalo? Col Polêmica.
Editora Moderna. São Paulo, 2004. Pág.85)
Com base no que diz o texto sobre desestruturação das
formas originais de produção agrícola na Asia, África e
América Latina e com base nos seus conhecimentos sobre a
dinâmica da produção do espaço agrário mundial hoje, é
correto afirmar:
a) Essa desestruturação está relacionada ao fato de que os
colonizadores europeus se apropriaram das terras e dos
recursos naturais dos colonizados, impondo-lhes, nos
moldes do capitalismo comercial, uma estrutura
produtiva agrária marcada pela Divisão Internacional
do Trabalho – DIT, como colônias agrícolas voltadas à
produção de alimentos destinados às metrópoles.
b) As raízes desta desestruturação estão relacionadas aos
fatores étnicos e religiosos locais de cada país ou região,
que marcam, até hoje, uma dinâmica agrária fortemente
fragilizada e improdutiva no combate à fome,
decorrentes dos constantes conflitos tribais.
c) Hoje, são visíveis as contradições socioeconômicas
nesses continentes, decorrentes dessa desestruturação.
E elas estão relacionadas não só a fatores externos,
Está correto o que se afirma em
a)
b)
c)
d)
e)
exploração de suas reservas de petróleo e de minerais
metálicos.
A Europa Oriental obteve o mais expressivo
desenvolvimento econômico e os melhores indicadores
sociais do continente.
Os Estados Unidos ampliaram sua influência na
América Latina, apoiando ditaduras militares, e
consolidaram seu poder bélico.
A economia brasileira, vulnerável às crises do mercado
externo, registrou a mais grave depressão econômica de
sua história.
A Europa Ocidental, apoiada pelos norte-americanos,
eliminou a miséria pessoal e os conflitos étnicos e
alcançou um desenvolvimento caracterizado pela
homogeneidade.
I, II, III e IV.
I, II e IV, apenas.
II, III e IV, apenas.
I e IV, apenas.
II e III, apenas.
06 - (UESC BA)
A geografia mundial tomou novos contornos políticos,
econômicos e territoriais durante a Guerra Fria.
Em relação a esse contexto, é correto afirmar:
01. Cuba se destacou como uma grande potência da
América Latina, apoiada pela URSS, graças à
7
como o neo-colonialismo, mas também a fatores
internos, como as grandes oligarquias rurais de origem
étnica e religiosa, que controlam o comércio dos
produtos agrícolas.
d) Essa desestruturação foi necessária em virtude da baixa
produtividade desse modelo agrícola caracterizado pelo
uso de técnicas rudimentares no plantio, o que tornou
necessária sua substituição por um modelo implantado
pelo colonizador europeu, mais eficaz no combate à
fome.
e) A causa principal dessa desestruturação está na antiga
inserção desses continentes no capitalismo industrial,
que, dentro da Divisão Internacional do Trabalho –
DIT, os coloca como grandes exportadores de produtos
agrícolas, que usam novas tecnologias para o mercado
mundial e local, visando, acima de tudo, ao combate à
fome.
09 - (UFG GO)
A dinâmica atual das fronteiras políticas entre aos países, o
surgimento de novos Estados e a reorganização de antigas
nações resultam em novas formações territoriais e requerem,
para sua compreensão, o domínio de fatos e conceitos, tais
como:
01. os chamados mercados supranacionais ou a formação
de blocos econômicos, como a CEE (Comunidade
Econômica Européia), surgiram da nova divisão
internacional do trabalho;
02. a CEI (Comunidade dos Estados independentes) não
constitui um país, como é o Brasil, uma vez que cada
Estado conserva a sua soberania política;
04. o termo nação expressa a estrutura cultural, a etnia,
valores morais e religiosos de um povo;
08. um país, pode conter várias nações diferentes, como é o
caso da Iugoslávia, Rússia, África do Sul, da mesma
forma que uma nação (árabes, bascos, sérvios, etc.)
pode estar dividida em vários países;
16. o termo Estado expressa uma entidade políticoadministrativa, de limites territoriais bem definidos;
32. as fronteiras entre os países são definidas por fatores de
ordem natural, como o contorno dos rios e cadeias de
montanhas.
(Angeli. Folha de S.Paulo, 20/04/2002)
Considerando seus conhecimentos sobre geopolítica
mundial, analise as afirmações que seguem, à luz da crítica
apresentada na charge.
00. Elaborado pela ONU, em 1947, o plano de partilha da
Palestina, entre árabes e judeus, causou grande
insatisfação aos povos turcos, levando-os à guerra.
01. A força armada da Croácia impõe a paz, a qualquer
custo, no território da Bósnia-Herzegovina.
02. A repressão do governo espanhol contra ativistas
bascos do Grupo ETA que reivindicam a
independência.
03. A repressão militar dos países europeus contra os
conflitos étnicos na África que disputam o poder.
04. A guerra entre Israel e Palestina e a forma opressiva de
como o primeiro ministro vem conduzindo o conflito.
11 - (PUC RJ)
Desde a década de 1970, as transformações ocorridas na
estrutura produtiva dos países mais industrializados vêm
alterando a dinâmica social e econômica mundiais. Sobre
essas alterações analise as afirmativas a seguir:
I.
II.
III.
IV.
V.
os países centrais estabelecem barreiras rigorosas aos
fluxos migratórios procedentes dos países periféricos;
as indústrias de ponta substituem cada vez mais o aço e
o cobre pelos chamados novos materiais;
os processos produtivos robotizados utilizam
equipamentos de propósitos múltiplos e versáteis;
as mudanças na organização do trabalho vão
substituindo as práticas do modelo fordista/taylorista;
os agrupamentos de países em blocos econômicos
diluem os controles territoriais dos Estados nacionais.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I,II e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II, IV e V estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
10 - (UFS SE)
Observe a charge a seguir.
12 - (MACK SP)
8
Em 1944, foram lançados os fundamentos da “economia do
dólar”, ou seja, a transformação do dólar na moeda do
mundo. Foi organizado um padrão monetário baseado na
equivalência entre o dólar e o ouro.
Essa estratégia econômica ficou conhecida como:
a) Acordo Geral de Tarifas e Comércio.
b) Plano Marshall.
c) Conferência de Bretton-Woods.
d) Plano Colombo.
e) Tratado de Maastrich.
13 - (UEM PR)
A ONU (Organização das Nações Unidas) desenvolve
importantes ações no mundo todo, por meio dos organismos
que a compõem. Assinale a(s) alternativa(s) que,
corretamente, correspondem aos órgãos da ONU e
respectivas funções.
01. FMI (Fundo Monetário Internacional): empréstimos a
países em dificuldades com sua balança de pagamentos.
02. BIRD (Banco Internacional de Recursos ao
Desenvolvimento Florestal): preservação do meio
ambiente, proteção à flora e à fauna.
04. FAO (Organização das Nações Unidas para
Alimentação
e
Agricultura):
incentivo
ao
desenvolvimento agrícola.
08. OMS (Organização Mundial de Saúde): melhoria dos
serviços de saúde pública.
16. OMC (Organização Mundial do Café): proteção ao
comércio, industrialização e consumo do café.
14 - (UNICAMP SP)
As organizações internacionais podem ser classificadas de
diversas maneiras. É possível dividi-las, segundo suas
finalidades, em gerais e específicas. As primeiras
apresentam funções normalmente políticas, como é o caso
da Organização das Nações Unidas (ONU). As organizações
específi cas podem apresentar objetivos diversos, por
exemplo: econômicos, como o Fundo Monetário
Internacional, ou sociais, como a Organização Internacional
do Trabalho. Podem ser divididas, também, segundo seu
alcance territorial, em universais, como é o caso da ONU,
ou regionais, como a Organização dos Estados Americanos
(OEA). Ainda de acordo com seus objetivos, elas podem ser
divididas em organizações internacionais de cooperação,
caso da Organização Mundial do Comércio (OMC), ou
organizações de integração regional, como a Comunidade
Andina e o Mercosul.
(Adaptado de Eduardo Felipe P. Matias, A humanidade e
suas fronteiras: do Estado soberano à sociedade global.
São Paulo: Paz e Terra, 2005, p.260.)
a)
Na estrutura organizacional da ONU, há o Conselho de
Segurança, que é formado por 15 membros, sendo 5
com assento permanente com direito a veto: EUA,
Rússia, França, Reino Unido e China. Qual é a razão de
serem esses países os membros permanentes?
b) Com relação à atuação da OMC, tem havido uma
diminuição
nas
práticas
de
protecionismo,
principalmente por parte dos países hegemônicos?
Justifique sua resposta.
c) Dentre as organizações de integração regional,
destaque-se o Mercosul. Explique um dos principais
êxitos e um dos principais entraves econômicos ou
políticos dessa organização regional.
15 - (UFG GO)
Criada em 1945, com a atribuição de mediar conflitos
mundiais, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem
sido avaliada pela sua participação recente no confronto
entre Estados Unidos e Iraque porque suas resoluções
a) ampliaram a defesa dos direitos humanos no Oriente
Médio.
b) destituíram o líder iraquiano do comando político do
país.
c) foram desrespeitadas pelas nações defensoras da
invasão do Iraque.
d) provocaram mudanças na composição dos países
membros do Conselho de Segurança.
e) restringiram as imigrações da população de outros
países para os Estados Unidos.
GABARITO:
1) Gab: D
2) Gab: 14
3) Gab: C
4) Gab: A
5) Gab: B
6) Gab: 03
7) Gab: C
8) Gab: A
9) Gab: VVVVVF
10) Gab: FFFFV
11) Gab: E
12) Gab: C
13) Gab: 13
14) Gab:
a) A justificativa é que é uma herança da 2ª. Guerra
Mundial, quando esses países saíram vitoriosos no
conflito.
b) A OMC foi instituída em 1995 para regular o comércio
internacional por meio de princípios, acordos, regras,
normas
e
procedimentos.
Com
a
sua
institucionalização, esperava-se que houvesse uma
diminuição ou mesmo o desaparecimento das práticas
protecionistas. Mas, mesmo integrando a OMC, os
países hegemônicos como os EUA, os da UE, e Japão
impõem medidas protecionistas como a adoção de
tarifas aduaneiras, subsídios, cotas, barreiras sanitárias,
etc. Nota-se que, recentemente, tem havido um aumento
de pressão política e de denúncias feitas por parte dos
países emergentes contra essas práticas, resultando em
algumas vitórias nas negociações.
9
c)
Alguns êxitos: aumento das trocas comerciais entre os
países membros; valorização dos produtos dos países
membros; favorecimento dos países membros como
parceiros comerciais; certo fortalecimento do bloco em
seu conjunto frente ao comércio internacional (relativo
aumento da influência); ampliação do mercado
consumidor para os países membros.
Alguns entraves: dificuldade em se estabelecer uma
tarifa comum; crises econômicas freqüentes e certa
instabilidade política em alguns países; aumento de
dificuldades para os países membros em fazer acordos
bilaterais com países não membros; divergências
políticas entre os membros; diferentes pesos das
economias (heterogeneidade); concorrência entre os
países em relação alguns produtos; necessidade de um
maior fortalecimento para ampliação da visibilidade
internacional.
15) Gab: C
10
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