Boletim Climatológico Mensal

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Boletim
Climatológico
Mensal
Portugal Continental
Fevereiro de 2013
CONTEÚDOS
Resumo
Situação Sinóptica
2
Temperatura do Ar
Precipitação
Radiação
Neve
3
5
8
8
Tabela – Resumo
mensal
9
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Figura 1 - Imagem RGB Massa de ar do satélite Meteosat 10 no dia 27/02/2013 às
18:00 UTC, fonte EUMETRAIN.
Esta situação meteorológica deu origem a ocorrência de queda de neve em cotas
superiores a 300m.
BOLETIM CLIMATOLÓGICO MENSAL – fevereiro de 2013
Resumo
O mês de fevereiro de 2013 em Portugal Continental caracterizou-se por valores médios da
quantidade de precipitação e da temperatura média do ar inferiores ao valor normal 1971-2000.
O valor médio da quantidade de precipitação em fevereiro foi de 63.7 mm, com um desvio de –36.4 mm
em relação ao valor normal. O mês classificou-se como muito seco a seco em todo o território.
O valor médio da temperatura média em fevereiro, 8.85 °C, foi inferior ao valor normal com uma
anomalia de -1.22 °C. Os valores médios da temperatura mínima e máxima do ar foram inferiores aos
valores normais, com anomalias de -1.53 °C e -0.92 °C respetivamente.
De referir que, entre os dias 24 e 28 de fevereiro, a ação conjunta de um anticiclone de bloqueio
localizado sobre as ilhas Britânicas que se estendia em crista pelo Atlântico nordeste e uma vasta região
depressionária centrada no Mediterrâneo ocidental, originou tempo frio no Continente, verificando-se
uma descida acentuada dos valores da temperatura do ar.
Durante este período ocorreu uma onda de frio em Alcobaça (6 dias), Mértola (6 dias) e Alcácer do Sal (7
dias).
No dia 11 uma massa de ar pós frontal frio e nos dias 27 e 28 o cavamento de um núcleo de baixas
pressões na Península Ibérica, originou forte queda de neve nas regiões do Norte e Centro em cotas
superiores a 300/400 m.
VALORES EXTREMOS – FEVEREIRO 2013
Menor valor da temperatura mínima
- 6.0 °C em Carrazeda de Ansiães, dia 26
Maior valor da Temperatura máxima
21.5 °C em Évora/Cidade, dia 16
Maior valor da quantidade de precipitação em 24h
35.9 mm em Luzim, dia 11
Maior valor da intensidade máxima do vento (rajada)
120.6 km/h na Guarda, dia 11
Fevereiro 2013 - Desvios em relação à média
Temperatura média do ar
Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.
Precipitação total
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BOLETIM CLIMATOLÓGICO MENSAL – fevereiro de 2013
SITUAÇÃO SINÓPTICA
Tabela 1 - Resumo Sinóptico Mensal
Dias
Regime Tempo
1a9
Passagem de superfícies frontais de atividade em geral fraca.
10 a 13 e 16 a 20
Passagem de superfícies frontais de atividade moderada a forte.
14 a 15 e 24 a 26
Crista anticiclónica.
21 a 23 e 27 a 28
Cavamento de região depressionária na Península Ibérica.
Entre os dias 1 e 9 de fevereiro, devido à passagem de ondulações frontais de fraca atividade, o céu
esteve em geral pouco nublado apresentando-se temporariamente muito nublado em especial nas
regiões do Norte e do Centro com ocorrência de precipitação fraca, exceto no dia 1 em que
ocorreram períodos de chuva forte nas regiões do Norte e do Centro. O vento predominou do
quadrante norte fraco a moderado tendo, no entanto, soprado forte a muito forte em especial no
litoral Norte e nas terras altas do Norte Centro com rajadas de 90 a 100 km/h nos dias 1, 2, 6 e 9.
Verificaram-se neblinas e nevoeiros persistentes, em especial no inicio da década, nas regiões do Sul
e gelo e/ou geada em alguns locais das regiões do Norte e Centro no fim deste período.
No dia 10, a aproximação e passagem de uma superfície frontal fria de atividade moderada a forte
originou períodos de chuva, passando a regime de aguaceiros por vezes sob a forma de granizo nas
regiões do Norte e sob a forma de neve para altitudes superiores a 400-600m. Na região Norte o
vento soprou do quadrante Oeste fraco a moderado, tendo soprado forte a muito forte nas terras
altas do Norte e Centro com rajadas da ordem dos 100/120 km/h.
No dia 11 uma massa de ar pós frontal frio originou queda de neve no interior das regiões Norte e
Centro em cotas superiores a 400 m e ocorrência de aguaceiros por vezes de granizo no litoral Norte.
Neste mesmo dia e nos dias 12 e 13 o vento foi de noroeste fraco a moderado, temporariamente
forte no litoral oeste e terras altas.
Nos dias 14 e 15 uma crista anticiclónica condicionou o estado do tempo originando céu em geral
pouco nublado, neblinas e nevoeiros que persistiram em alguns locais até ao inicio da tarde,
verificou-se a formação de gelo e/ou geada no interior Norte e Centro e no dia 14 a temperatura
mínima registou uma descida acentuada.
A partir de dia 16, a aproximação e passagem, de superfícies frontais de atividade moderada a forte
originaram, entre os dias 17 e 19, períodos de chuva por vezes forte nas regiões do Norte, no dia 17
e, no litoral Oeste, nos dias 18 e 19. No dia 20 a temperatura mínima registou uma descida e
verificou-se queda de neve na serra da Estrela.
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BOLETIM CLIMATOLÓGICO MENSAL – fevereiro de 2013
Entre os dias 21 e 23, a situação meteorológica foi condicionada pela passagem de uma depressão
com trajeto NW-SE pelo território do continente e por perturbações frontais a ela associadas. Nestes
dias ocorreram períodos de chuva por vezes forte e/ou aguaceiros pontualmente fortes e por vezes
sob a forma de granizo e acompanhados de trovoada. O vento foi fraco a moderado do quadrante sul
rodando para o quadrante oeste no dia 22 tornando-se temporariamente forte nas terras altas e nas
regiões do Sul e litoral Centro.
No dia 23 o vento soprou forte com rajadas da ordem dos 100 km/h no litoral oeste a sul de Sines.
Nos restantes dias do mês, predominou a ação conjunta de um anticiclone de bloqueio localizado
sobre as ilhas Britânicas que se estendia em crista pelo Atlântico nordeste, e de uma vasta região
depressionária centrada no Mediterrâneo ocidental.
Da circulação conjunta destes dois centros de ação resultou, entre os dias 24 e 26, céu pouco
nublado ou limpo, vento do quadrante leste em geral fraco e tempo frio. A temperatura registou, em
todo o território do continente, uma descida acentuada no dia 24. Verificaram-se temperaturas
mínimas abaixo de 0 °C em vários locais das regiões Norte e Centro e inferiores a 5°C em vários locais
das restantes regiões.
Nos dias 27 e 28, com o cavamento de um núcleo de baixas pressões na Península Ibérica embebido
na região depressionária acima referida, ocorreram aguaceiros que foram de neve nas regiões Norte
e Centro acima dos 300 m, no dia 27 estendendo-se à região de Portalegre no dia 28.
TEMPERATURA DO AR
Na Figura 2 apresenta-se a distribuição espacial dos valores médios da temperatura média do ar e
das anomalias da temperatura média, máxima e mínima.
Os valores médios mensais da temperatura média do ar variaram entre 2.2 °C em Penhas Douradas e
12.1 °C em Faro e os desvios em relação à normal variaram entre -1.6 °C em Sines/Cabo e -0.1 °C em
Vila Real/Cidade. Os desvios da temperatura máxima variaram entre -1.8 °C em Cabril e +0.4 °C em
Monção e da temperatura mínima entre -2.4 °C em Pegões e +0.5 °C em Montijo.
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BOLETIM CLIMATOLÓGICO MENSAL – fevereiro de 2013
Figura 2 - Distribuição espacial dos valores médios da temperatura do ar: temperatura média e anomalias (em
cima); anomalias da temperatura mínima e máxima (em baixo)
Tempo Frio
Entre os dias 24 e 28 de fevereiro verificou-se uma descida acentuada dos valores da temperatura do
ar, em particular da mínima, com valores inferiores a 0°C, em vários locais das regiões Norte e
Centro. Durante este período ocorreu uma onda de frio em Alcobaça (6 dias), Mértola (6 dias) e
Alcácer do Sal (7 dias).
Na Figura 8 apresentam-se para 4 locais do interior Norte e Centro os valores diários da temperatura
mínima do ar e percentil 10 (calculado no período 1971-2000), onde se podem observar, nos dias 24
a 26, as noites frias.
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Figura 3 - Valores diários da temperatura mínima em fevereiro e respectivo percentil 10
PRECIPITAÇÃO
Na Figura 4 apresenta-se a distribuição espacial dos valores da quantidade de precipitação em
fevereiro. Os totais mensais de precipitação foram inferiores ao valor normal em quase todo o
território e variaram entre 21.5 mm em Évora/Cidade e 136.9 mm em Vila Nova de Cerveira.
Figura 4 – Distribuição espacial da precipitação total e respetiva percentagem em relação à média
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Número de dias
O número de dias com precipitação igual ou superior a 1
mm (Figura 5) variou entre 4 dias em Mértola, Neves
Corvo e Loulé e 14 dias em Vila Nova de Cerveira e foram
inferiores ou próximos ao valor normal em todo o
território.
Figura 5 - Número de dias com precipitação ≥ 1 mm no mês de
fevereiro 2013
Precipitação acumulada no ano hidrológico (desde Outubro de 2012)
Os valores da quantidade de precipitação acumulada no período de 1 de outubro 2012 a 28 de
fevereiro de 2013, são mais elevados na região do Minho e variam entre 284 mm em Mirandela e
1392 mm em Cabril.
Em termos de percentagem, em relação ao valor médio no período, a quantidade de precipitação é
superior a 100% em grande parte do território (Figura 6).
Figura 6 - Precipitação acumulada desde 1 de outubro 2012 e percentagem em relação à média
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Índice de Seca – PDSI
Em 28 de fevereiro de 2013 e segundo o índice meteorológico de seca PDSI1 (Tabela 2 e Figura 7),
verifica-se o surgimento das classes normal e seca fraca, devido aos baixos valores de precipitação
que ocorreram durante o mês.
Tabela 2 – Classes do índice PDSI - Percentagem do território afetado
Classes PDSI
28 fevereiro 2013
chuva severa
chuva moderada
chuva fraca
normal
fraca
moderada
severa
extrema
1
3
59
29
8
0
0
0
Figura 7 – Distribuição espacial do índice de seca
meteorológica em 28 de fevereiro de 2013.
1
PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de
precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detectar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os
em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).
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RADIAÇÃO
Na figura 8 apresenta-se a distribuição espacial dos valores da
radiação solar global mensal em fevereiro de 2013. Verificase que os menores valores de radiação ocorreram na região
do Norte e parte do Centro e os maiores valores no Algarve.
Figura 8 – Distribuição espacial dos valores da radiação solar global
2
mensal (MJ/m ) em fevereiro de 2013
NEVE
No dia 11 uma massa de ar pós frontal frio originou queda de neve no interior das regiões Norte e
Centro em cotas superiores a 400 m. Nos dias 27 e 28 o cavamento de um núcleo de baixas pressões
na Península Ibérica originou aguaceiros que foram de neve nas regiões Norte e Centro acima dos
300 m.
Na figura 9 apresenta-se a imagem do satélite MSG correspondente ao Produto de Neve no Solo, que
contabiliza, ao longo do dia (entre o nascer e o pôr do sol) a cada 15 minutos, a persistência com que
um pixel é classificado como neve. Este produto deteta neve no solo em condições de céu limpo.
Figura 9 – Imagem do satélite MSG correspondente ao Produto de neve no solo para os dias 11 de fevereiro (à
esquerda) e 28 de fevereiro (à direita). Fonte: SAF NWC
Tons amarelo a castanho - regiões onde se verificam poucas deteções de neve por dia.Tons azul ciano e branco regiões com maior persistência de observações de neve no solo.
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RESUMO MENSAL
Estação
Meteorológica
TN
TX
TNN
D
TXX
D
RR
RRMAX
D
FFMAX
D
Viana do Castelo(1)
5.0
13.6
-0.3
25
16.1
14
65.1
8.6
18
58.7
27
Braga
3.3
14.2
-2.3
26
18.6
16
118.4
28.8
22
50.0
02
Vila Real/CC
2.9
11.3
-2.3
24
15.6
01
71.5
14.1
23
70.9
11
Bragança
0.9
10.3
-5.2
26
14.9
05
69.0
13.4
27
73.4
07
Porto/P.R
5.5
9.4
-0.2
26
16.4
16
84.4
20.8
18
81.0
11
Aveiro
6.7
10.4
2.5
25
19.4
01
76.5
31.4
23
74.5
11
Viseu
3.2
11.0
-1.0
26
16.8
05
85.7
20.1
23
74.5
11
Guarda
0.7
7.8
-2.7
28
14.1
02
67.6
12.8
23
120.6
11
Coimbra/Bencanta
4.4
13.1
-0.8
24
20.4
01
65.1
18.6
22
47.2
11
Castelo Branco
4.4
13.2
0.6
26
19.0
14
73.2
18.6
23
71.6
06
Alcobaça
4.3
14.8
-0.9
27
19.4
01
60.1
9.9
23
64.1
22
Santarém
5.8
15.0
1.7
27
18.8
22
41.0
7.9
23
54.4
23
Portalegre
4.3
11.6
0.1
28
18.7
01
75.6
12.6
18
73.1
06
Lisboa/I.G
8.6
15.2
5.0
26
18.7
22
69.8
21.7
23
82.0
22
Setúbal
5.9
15.7
0.0
27
19.0
01
59.5
17.7
23
60.1
23
Évora/CC
3.6
14.4
-1.1
27
19.1
01
32.8
11.9
23
76.7
23
Beja
4.9
14.4
1.4
24
19.2
01
41.3
16.0
22
67.0
23
4.0
17.0
-1.0
27
20.0
06
34.3
11.0
23
65.5
24
Portimão
(1)
Falha de observação nos dias 1 e 22 a 24
Legenda
TN
Média da temperatura mínima (Graus Celsius)
TX
Média da temperatura máxima (Graus Celsius)
TNN/D
Temperatura mínima absoluta (Graus Celsius) e dia de ocorrência
TXX/D
Temperatura máxima absoluta (Graus Celsius) e dia de ocorrência
RR
Precipitação total (milímetros)
RRMAX/D Precipitação máxima diária (milímetros) e dia de ocorrência
FFMAX/D Intensidade máxima do vento, rajada (km/h) e dia de ocorrência
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BOLETIM CLIMATOLÓGICO MENSAL – fevereiro de 2013
Notas
- Os valores normais utilizados referem-se ao período 1971-2000.
- Os valores para a temperatura e precipitação referem-se ao dia climatológico, isto é, referem-se ao
período das 09 UTC do dia D-1 às 09 UTC do dia D, com os valores assignados ao dia D
- Horas UTC – Inverno: hora UTC = igual à hora legal
Verão: hora UTC = -1h em relação à hora legal
- Unidades:
Vento: 1 Km/h = 0.28m/s
Precipitação: 1mm = 1 kg/m2
Radiação: 1 J = 1Ws
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