______________________________________________________ Faculdade de Tecnologia de Franca – “Dr. Thomaz Novelino” Curso: Tecnologia em GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL (CALÇADOS) – 5º Semestre Gestão Ambiental – AULA 01 – Professor: Tadeu Artur de Melo Júnior – AGOSTO de 2011 Conceitos básicos: Ambiente, sustentabilidade e problemas ambientais (parte I) A palavra ambiente é de origem latina (“AMBIO” = em volta, ao redor, em ambos lados) e literalmente significa o meio físico e biológico responsável pela manutenção da vida em uma determinada área. Segundo a NBR ISO 14001, meio ambiente é a “circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas interrelações”. O ambiente, segundo ODUM e SARMIENTO (1997) pode ser classificado em: A) Ambiente natural (sem interferência humana ou antrópica); B) Ambiente antrópico, sendo este subdividido em: B1 – Adaptado (=”domesticado”) representado por áreas onde atividades humanas como plantios, reflorestamentos e construções de açudes modificaram a paisagem natural; B2 – Fabricado (=”construído”): áreas onde o alto nível de interferência humana no ambiente natural representa novas formas de impacto, tais como construções de cidades, ferrovias, portes, aeroportos e estradas (rodovias). Para outros conceitos de ambiente, verificar as páginas 19 a 22 do livro de AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL escrito por SANCHES (2008) presente na biblioteca. Nossa espécie, Homo sapiens, é a única capaz de transformar radicalmente o ambiente através de ações próprias. Se por um lado, isto representa um passo de transformação por evolução da sociedade, de outro se verifica que essa estratégia garantiu maior adaptabilidade ambiental e permitiu o crescimento populacional e os impactos sobre recursos naturais. Ao longo de sua história na Terra, os seres humanos viveram diferentes ciclos relacionados com a questão ambiental. Mas, de forma marcante, o desenvolvimento de nossa cultura e tecnologia foram elementos chave para a transformação das relações entre homem e ambiente, que atingiram um ponto crítico no período atual onde existe grave crise ambiental. Há cerca de 8000 anos, a humanidade fez a transição de hábito nômade-coletor, quando passa a dominar técnicas de plantio em áreas próximas de recursos hídricos. A fixação de moradas e o sedentarismo geraram nova forma de uso dos solos e espaço, alterando os ambientes nas regiões de entorno das vilas ou vilarejos. Delimitar áreas de plantio, proteger rebanhos e moradores, buscando água e construindo poços e moradias, são fatores relevantes que explicam essa nova interação com o ambiente. Entre os anos 7000 e 1000 a. C. a humanidade passou por período de expansão progressiva em um meio que pode ser considerado como rural, havendo o inicio da urbanização em alguns pontos específicos em nosso planeta, onde foram constatados os primeiros impactos ambientais significativos provocados por nossa espécie. Bibliografia básica: ABNT NBR ISO 14001 (2004). BARBIERI, J. C.. Gestão Ambiental Empresarial. Saraiva, 2008. MOURA, L. A.. Qualidade e Gestão Ambiental. Juarez de Oliveira, 2008. ODUM, E. SARMIENTO, F. Ecologia: El puente entre ciencia y sociedade. Mc Graw Hill, 1997. SÁNCHES, L.E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. Oficina de Textos, 2008. ______________________________________________________ Faculdade de Tecnologia de Franca – “Dr. Thomaz Novelino” Nas regiões da Ásia e África tivemos o progresso de grandes civilizações com explosões populacional e fortes impactos dos recursos naturais localizados em áreas próximas de grandes rios. No Oriente Médio, onde hoje localiza-se o Iraque, houve o desenvolvimento da civilização Mesopotâmia há cerca de 3500 a. C. que pode ser bem representada pela cidade Ur, onde se tem registros históricos de grandes aglomerações e extinções de grandes predadores através de caça. Na região do Vale do Indo-China, cerca de 2000 a. C. tivemos o desenvolvimento de Harappa e Mohenjo-Daro que chegaram a possuir população estimada entre 100-150.000 habitantes. Na África, a partir de 2000 a.C. houve o desenvolvimento da civilização egípcia ao longo do Vale do Rio Nilo, onde a “crescente fértil” favoreceu agricultura. Existem relatos de impactos sobre a forma local, em especial aqueles representantes pelo declínio de hipopótamos caçadores. Entre os anos 1000 a. C. e 1000 d.C. grandes impérios marcaram o desenvolvimento do período de urbanização global. Roma atingiu a marca de 1 milhão de habitantes cerca em 100 a. C. Essa cidade é exemplo de grandes construções e novas técnicas de acesso a recursos naturais, representados pelos aquedutos e fontes, além da tentativa de melhoria das condições sanitárias representados pelos banheiros públicos. Em pelo menos duas situações, existe associação entre declínio de grandes impérios desse período e impactos ambientais. Recentes trabalhos indicam que a civilização Maia, nas cidades de Tikal, e Caracol sofreram brusca redução populacional e evasão de áreas urbanizadas devido a efeitos climáticos adversos e escassez de água acorrida cerca de 500 a. C. Em outra região, Angkhor Wat (Camboja, Ásia) o mesmo efeito foi relacionado com população que ocupava área equivalente a da atual cidade de Nova York (EUA). Entretanto, nesse segundo caso, o principal fator associado a emigração foi a destruição de florestas e recursos naturais locais. Na Idade Média houve aumento das populações na Europa e Ásia, formando aglomerados locais. As grandes epidemias que causaram milhões de mortes na Europa estão associadas com esse incremento populacional, bem como a pequena preocupação com as condições higiênico sanitárias dessa época. O regime feudal impôs a condição de controle de áreas e recursos nas mãos de reis e lordes. Os séculos XVIII e XIX marcam a era moderna de maiores impactos ambientais, inaugurada pela Revolução Industrial. As inovações tecnologias transformam radicalmente o modo de vida de todas as espécies no planeta e levam a Robert Malthus (“Ensaio sobre a população”) teorizar sobre o esgotamentos de recursos naturais associado ao crescimento populacional. Neste período, Ernst Hackel apresenta pela primeira vez o conceito de ECOLOGIA, apontando para a complexa relação de organismos e ambientes. Bibliografia básica: ABNT NBR ISO 14001 (2004). BARBIERI, J. C.. Gestão Ambiental Empresarial. Saraiva, 2008. MOURA, L. A.. Qualidade e Gestão Ambiental. Juarez de Oliveira, 2008. ODUM, E. SARMIENTO, F. Ecologia: El puente entre ciencia y sociedade. Mc Graw Hill, 1997. SÁNCHES, L.E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. Oficina de Textos, 2008.