- A Embrapa

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Tecnologia Agroindustrial, da
Biomassa e Química Verde
Frederico Ozanan Machado Durães
Tecnologia carreia negócios que são suportados por inovação competitiva (incremental
e disruptiva). A integração de diferentes tecnologias e a busca de novos usos para a
biomassa tem conferido maior complexidade à classificação tipificada e usos de
matérias-primas orgânicas. Esta caracterização e adequação de disponibilidade e
logística, aliadas à densidade energética e à eficiência de processos de produção e de
conversão de biomassa em alimentos, energia, fibras, fármacos, polímeros e substratos
são impulsionadoras de uma moderna, crescente e desafiadora engenharia biológica e
industrial para novos produtos, materiais, moléculas e artefatos.
Biomassa é energia transformada e a produtividade primária é produto da fotossíntese
(processo de conversão de energia eletromagnética em química, via organismos
clorofilados). O aproveitamento da energia da biomassa é uma plataforma complexa e é
dependente da matéria-prima com densidade de energia e eficiência dos processos de
conversão energética. Portanto, matérias-primas de base orgânica, com qualidade e em
disponibilidade competitiva, eficiência de processos de conversão e aproveitamento de
resíduos/coprodutos, associados à governança de ordenamento territorial, infraestrutura
e logística, marco legal e ação empreendedora constituem os fatores críticos para o
negócio público-privado da energia de biomassa.
A contribuição da biomassa para a sustentabilidade da matriz energética brasileira e
mundial é uma questão estratégica para os países e regiões; porquanto, associa recursos
naturais, inteligência e parcerias. Fundamentalmente, é uma oportunidade para o
desenvolvimento da "agricultura de alimentos" conjugado com a "agricultura de
energia". E, os resultados e impactos estão na capacidade de integrar a visão agrícola e
industrial dos negócios de base tecnológica.
Biocombustíveis, sobretudo etanol e biodiesel, são produzidos em larga escala porque a
energia de biomassa baseia-se em alguns princípios fundamentais quanto à fonte
primária ou secundária de energia, matérias-primas de qualidade e disponibilidade,
eficiência de processos de conversão, infraestrutura e logística, e uma crescente
percepção coletiva e individual de "mudança de matriz energética" – de fóssil para
renovável, incluindo de biomassa. E, aliadas às amplas oportunidades de
desenvolvimento científico-tecnológico de rotas e de processos de conversão da
biomassa, reforçam uma estratégia pautada na segurança energética renovável, agenda
ambiental e economia verde, fundamentada, comparativa e competitivamente, nos
conceitos de química verde e de biorrefinaria. Trata-se de uma vertente importante para
a agricultura brasileira do futuro. Isto implica em novas visões e aplicações do conceito
da lei de conservação da massa (Lei de Lavoisier).
Estudos de cenários, iniciativas e perspectivas futuras, bem como o desenvolvimento
tecnológico para o setor de agroenergia apontam fortes sinais e tendências, destacandose:
a) A demanda global por terras bioprodutivas deverá aumentar. Primeiro, pode-se
esperar um aumento da demanda por alimentos e para produtos de origem animal na
dieta como conseqüência da população e de crescimento da renda. Segundo, analistas de
energia afirmam que o uso da biomassa para fins energéticos pode aumentar
substancialmente, como um resultado de políticas para reduzir as emissões crescentes de
CO2. Terceiro, uma maior demanda por fibras e parques naturais também pode ser
esperada. A crescente competição por terras e insumos modernos entre alimentos e
bioenergia é uma questão mundial.
b) O uso intensivo de energia renovável é uma das opções para estabilizar a
concentração de CO2 atmosférico em níveis de 350 a 550 ppm.
c) O futuro das energias renováveis depende decisivamente do forte apoio dos governos.
De forma pragmática, a expansão das fontes renováveis de energia terá uma influência
decisiva na capacidade em conduzir o planeta para um caminho energético mais seguro,
confiável e sustentável.
d) Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma (Lei de conservação
de massa - Lavoisier). Assim, o mundo moderno, competitivo, redescobre e discute as
oportunidades e ameaças sobre os novos modos de produção, e coloca na pauta das
crises, confrontos ou negócios a bandeira ou lema que traduz o "produzir e distribuir
alimentos constituem processos complexos e dependentes de energia", e inclui as
oportunidades da energia renovável de biomassa.
Nas temáticas segurança alimentar e nutricional, biomassa para energia e energia de
biomassa, e química verde, a Embrapa amplia o compromisso de contribuir, de forma
compartilhada, em reconhecer o Brasil como player competitivo, gerar e adaptar
conhecimento técnico-científico para os negócios competitivos de base tecnológica e
criar elementos e arranjos para integrar processos, instituições e segmentos da sociedade
à economia de mercado, bem como dar suporte às políticas públicas para o setor de
agroenergia.
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