10h30min Doenças do Lenho - Lucas Garrido

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Doenças do Tronco
da Videira
Lucas da R, Garrido
Fitopatologia
Problema
Grapevine Trunk Disease – GTDs
Encontrado na maioria dos países vitivinícolas do mundo;
Perdas econômicas significativas;
Danos – redução da longevidade e produtividade;
Declínio e morte de videiras;
Ocorre tanto em plantas jovens como adultas;
Desconhecimento da importância e gravidade pela maioria
dos produtores e técnicos;
Maior importância para outras doenças, deixando para
segundo plano;
Uma vez detectada espera-se um “controle simples”.
(Garrido et al., 2015)
Declínio e Morte de Videiras
Fusariose
Pé-preto
Escoriose
Eutipiose
Complexo da Esca
Morte ou podridão-descendente
Causa
Pelo menos três doenças principais: eutipiose, esca e morte
ou podridão-descendente;
Declínio progressivo com duração de 3 a 4 anos;
Agente causal: fungos colonizadores do xilema;
Infecções constantes pelos ferimentos;
Baixa adoção da proteção dos ferimentos;
Aumento da incidência com a mecanização de vinhedos;
Material vegetativo contaminado;
Eutipiose
Complexo da Esca
Morte ou podridão-descendente
Eutipiose – Eutypa dieback
Baixo vigor;
Brotações pouco desenvolvidas;
Internódios curtos;
Folhas pequenas, cloróticas e com necroses entre as
nervuras;
Morte de ramos;
Podridão interna em forma de V ou não;
Cancros sobre a casca;
Declínio e morte de plantas;
Sintomas confundem com morte ou podridão
descendente
Eutipiose – Eutypa dieback
Fotos: Bertsch et al., 2013
Foto: O`Gorman et al., 2011
Eutipiose – Eutypa dieback
Eutypa lata
Eutypa leptoplaca
Eutypa laevata
Eutypella cryptovalsoidea
Eutypella microtheca
Eutypella vitis
Eutypella sp. 1
Eutypella sp. 2
Eutypella sp. 3
Eutypella sp. 4
Cryptosphaeria lygniota
Cryptosphaeria pullmanensis
Cryptovalsa ampelina
Cryptovalsa rabenhorstii
Diatrype brunneospora
Diatrype oregonensis
Diatrype stigma
Diatrype whitmanensis
Diatrypaceae sp.
Diatrypella verrucaeformis
Diatrypella vulgaris
21 fungal species
Eutipiose
Complexo da Esca
Morte ou podridão-descendente
Complexo da Doença da Esca
Cinco síndromes:
Estrias-marrons-do-lenho: estrias pretas nos vasos
condutores do xilema e necroses escuras ou marrons
circundando os vasos, sem sintomas nas raízes;
Doença de Petri: redução do desenvolvimento da planta,
clorose de folhas, perdas na produção e redução do vigor;
Esca-jovem: manchas ente as nervuras e bordos da folha,
estrias cloróticas/necróticas entremeadas por faixas verdes;
Esca e Esca-verdadeira – apoplexia, morte dos ramos com
o secamento das folhas e cachos;
Complexo da Doença da Esca
Mudanças:
Esca jovem  Doença-das-estrias-foliares-da-videira
(Grapevine leaf stripe disease – GLSD)
Complexo Phaeotraqueomicótico (Estrias-marrons-do-lenho,
doença de Petri e GLSD)
(Bruez et al., 2013; Lecomte et al., 2012; Surico, 2009; Mugnai et al., 1999).
Alterações significativas na fotossíntese;
Danos as organelas;
Redução da quantidade de amido no tronco;
Redução na assimilação do CO2;
Redução na síntese de carboidratos;
Redução na exportação para drenos;
Fotos: C. Rego
Fotos: C. Rego
Foto:Sidoti et al., 2000
Fotos: R. Gava
400x
1000x
Foto: Bertsch et al., 2013
Foto: R. Gava
Fotos: R. Gava
Complexo da Doença da Esca
Phaeomoniella chlamydospora
Phaeoacremonium aleophilum
Phaeoacremonium angustius
Phaeoacremonium argentiniense
Phaeoacremonium armeniacum
Phaeoacremonium australiense
Phaeoacremonium austroafricanum
Phaeoacremonium cinereum
Phaeoacremonium croatiense
Phaeoacremonium globosum
Fomitiporia mediterranea
Stereum hirsutum
E. lata
Phaeoacremonium hispanicum
Phaeoacremonium hungaricum
Phaeoacremonium iranianum
Phaeoacremonium mortoniae
Phaeoacremonium occidentale
Phaeoacremonium scolyti
Phaeoacremonium sicilianum
Phaeoacremonium tuscanum
Phaeoacremonium viticola
19 espécies + 3 espécies
Eutipiose
Complexo da Esca
Morte ou podridão-descendente
Morte ou Podridão-descendente
Conhecida também por Botryosphaeria dieback e Black dead
arm; Botryosphaeria canker
Necroses nas gemas;
Atrofiamento do crescimento;
Internódios curtos;
Cultivares brancas: folhas amareladas a alaranjadas;
Cultivares tintas: folhas avermelhadas;
Necroses entre as nervuras;
Morte de ramos;
Secamento do tronco;
Presença de cancros na casca;
Estrias marrons no lenho e podridões iniciais na forma de V;
Foto: R. Gava
Fotos: R. Gava
Morte ou Podridão-descendente
Botryosphaeria dothidea
Diplodia corticola
Diplodia mutila
Diplodia seriata
Dothiorella sp.
Dothiorella americana
Lasiodiplodia crassispora
Lasiodiplodia missouriana
Lasiodiplodia theobromae
Lasiodiplodia viticola
Neofusicoccum australe
Neofusicoccum luteum
Neofusicoccum macroclavatum
Neofusicoccum mediterraneum
Neofusicoccum parvum
Neofusicoccum ribis
Neofusicoccum viticlavatum
Neofusicoccum vitifusiforme
Phaeobotryosphaeria porosa
Spencermartinsia viticola
20 espécies
Identificação e Caracterização de
Espécies
1) Características morfológicas;
2) Sequenciamento do DNA de isolados
• rDNA (ITS), β-tubulina and EF1a genes para gerar
sequência de dados
3) Identificação
• pesquisa de sequências utilizando bases de dados
Genbank
• Análise filogenética das sequências de DNA de isolados e
culturas típicas
Processo Patogênico
Enzimas e
Fitotoxinas
Redução do
acúmulo de água
na folha
Morte dos
vasos
condutores
Degradação dos
cloroplastos
Lise do
citoplasma
Acúmulo de ácido
abscísico
Ruptura da
endomembranas
Degradação do
lenho
Redução do
amido e da
hemicelulose
Morte da planta
Epidemiologia
Modo de infecção similar;
Sobrevivência dos patógenos no lenho das plantas;
Produção de corpos de frutificação durante períodos de alta UR;
Esporos disseminados pela chuva / vento;
Períodos chuvosos – esporos liberados até 36 h;
Temperatura de 6 a 30 oC;
Inóculo presente durante o ano inteiro;
Infecção ocorre em tecidos não lignificados (poda);
Ferimentos da poda suscetíveis até 7 semanas (Gubler et al.,
2005), dependendo da temperatura – 14 dias T médias a altas e
4 a 6 semanas T baixas (Sosnowski et al., 2009);
Ferramentas contaminadas, insetos ou deposição passiva;
Podridão-descendente
Eutipiose
Esca
Processo de Produção de Mudas
câmaras de
fria
Tesouras
Água
(tanques de
hidratação )
Máquinas
de enxertia
e canivetes
Parafina
Meio de
estratificação e
câmara de
forçagem
X
(Gramaje and Armengol, 2011;
Garrido et. al, )
Podridão-descedente
Doença de Petri
Eutipiose
Controle
Utilizar material de vegetativo de boa qualidade.
Monitorar e controlar as doenças do tronco nas plantas
matrizes;
Utilizar desinfestantes / fungicidas no tanque de hidratação;
Sanitização da câmara-fria e câmara de forçagem;;
Diagnóstico laboratorial de amostras aleatórias de mudas
antes do plantio;
Tratamento com fungicida e ou agente de controle biológico
antes do plantio;
As podas de plantas com sintomas devem ser realizadas em
último lugar no vinhedo;
Controle
As tesouras e outras feramentas de corte e enxertia devem
ser desinfectadas, com frequência, com hipoclorito de sódio;
Arrancar e queimar todas as plantas mortas ou bastante
atacadas com sintomas de declínio, bem como os restos
culturais contaminados;
A replantio imediato não é recomendável. O pousio ou
rotação de cultura contribuem para a regeneração do solo e
redução de inóculo na área
Controle
Pulverização com enxofre no período de dormência;
Aplicação de ácido bórico 5% + latéx;
Aplicação de pasta a base de cobre;
Aplicação de fungicidas a base de difeconazole, piraclostrobin +
metiram, tebuconazole, tiofanato metílico, procimidone, ou mancozeb;
Aplicação de Trichoderma spp, Bacillus subtilis, Fusarium lateritium,
Erwinia herbicola, Cladosporium herbarum, Aureobasidium pullulans e
Rhodotorula rubra;
Poda dupla;
Evitar o estresse de plantas;
(Bester et al., 2007; Amponsah et al., 2012, Gramaje & Armengol, 2011;
Rolshausen et al., 2010; Garrido et al., 2008, 2015)
Figura – Incidência de Phaeoacremonium angustius nos tecidos de esporões
tratados com diferentes produtos. Tratamentos seguidos pelas mesmas letras não
diferem significativamente pela DMS 5% Garrido et al., 2015)
Conclusão
As doenças do tronco da videira são doenças importantes e
não devem ser deixadas para segundo plano;
Campanhas de divulgação devem ser realizadas para maior
esclarecimento dos técnicos e produtores;
A qualidade fitossanitária do material vegetativo devem ser
sempre a melhor possível;
Consórcios de pesquisa devem ser estimulados dentro e entre
países;
Obrigado
Gracias
Thank you
Lucas da R. Garrido
Fitopatologia
Embrapa Uva e Vinho
Telefone: 0xx54 3455 8033
E-mail: [email protected]
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