Ciclóstomos, Peixes Cartilaginosos e Peixes Ósseos

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Ciclóstomos, Peixes Cartilaginosos e Peixes Ósseos
1. Ciclóstomos
A classe Cyclostomata (cyklos, circular, e stoma, boca) inclui poucos
representantes, entre eles as lampreias, encontradas em ambiente marinho e de
água doce, e as feiticeiras, exclusivamente marinhas. Possuem boca circular e
desprovida de mandíbula, o que explica a designação de agnatas (gnathos,
mandíbula).
A lampreia tem corpo cilíndrico. As nadadeiras são pequenas, mas isso não
restringe seus movimentos natatórios, executados por ondulações do corpo. A boca
é semelhante a um funil, com dentes e língua. Apresenta, lateralmente no corpo,
sete pares de fendas branquiais, por onde sai a água que banha as brânquias,
órgãos respiratórios.
A epiderme é lisa e desprovida de escamas. A notocorda persiste nos adultos, mas
o encéfalo é recoberto por uma caixa craniana; há uma rudimentar coluna
vertebral, com arcos costais. Essas estruturas de sustentação têm constituição
cartilaginosa, e não óssea.
Como os peixes, as lampreias possuem o sistema da linha lateral, série de
pequenos orifícios dispostos em linha, na região lateral do corpo. Por eles, a água
entra em contato com uma grande quantidade de células sensoriais ciliadas. Por
meio desse sistema, o animal é capaz de perceber vibrações e alterações de
pressão, na água.
A maioria das lampreias é ectoparasita. Fixam-se em peixes através da boca
afunilada, e abrem orifícios na pele com a língua denteada. São hematófagas
(alimentam-se de sangue).
As lampreias são dióicas, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto.
Há passagem por um estágio larval chamado amocete. Essas larvas são
semelhantes aos anfioxos, desprovidas de olhos e de dentes.
As feiticeiras não são ectoparasitas, mas necrófagas, pois se alimentam de
animais mortos, como peixes.
2. Peixes Cartilaginosos
O nome Chondrychthyes (do grego chondros, cartilagem, e ichthyos, peixe)
reflete a característica distintiva mais marcante desses animais: o esqueleto
formado por tecido cartilaginoso, e não por tecido ósseo. São os tubarões, as
quimeras e as raias.
A maioria dos representantes é marinha, embora haja alguns de água doce. Como
aquisição em relação aos ciclóstomos, possuem mandíbula, nadadeiras pares e
mais desenvolvidas e um esqueleto melhor estruturado. O corpo é recoberto por
escamas.
Os tubarões machos possuem um par de nadadeiras ventrais com modificações
chamadas clásperes. São estruturas empregadas na cópula, deposição dos
espermatozóides no interior do corpo das fêmeas. A cauda é heterocerca, ou seja, a
porção superior é bem diferente da porção inferior.
A boca ocupa posição ventral; os olhos não são
recobertos por pálpebras; há cinco (ou mais) fendas
branquiais. Podem ser encontrados alguns depósitos
de sais de cálcio no esqueleto cartilaginoso.
Os condríctes não possuem estruturas de flutuação,
como a bexiga natatória.
Como são mais densos
que a água, nadam
constantemente para não
afundarem. O fígado é
muito rico em óleo, o que
auxilia a manter a
densidade corporal não
muito superior à da água.
O intestino dos tubarões é
curto, mas a área
disponível para a
absorção de nutrientes é ampliada pela presença de uma prega helicoidal no seu
interior, a válvula espiral.
Os peixes cartilaginosos são dióicos, sua fecundação é interna e o desenvolvimento
é direto. Algumas espécies são ovíparas (eliminam os ovos, chocados fora do
corpo) e outras ovovivíparas (os ovos são chocados no interior do corpo da
fêmea). Há casos de tubarões vivíparos, cujos embriões desenvolvem-se no corpo
materno e se alimentam de substâncias que retiram do sangue da fêmea.
Seus embriões contam apenas com um anexo embrionário, o saco vitelínico. Nos
alevinos de algumas espécies, essa estrutura ainda pode ser observada, como uma
bolsa aderida ao abdome.
3. Peixes Ósseos
Os peixes da classe Osteichthyes (do grego osteos, osso, e ichthyos, peixe)
possuem esqueleto ósseo. Ocupam ambientes de água doce ou marinhos. As
escamas que recobrem o corpo dos osteíctes são de origem dérmica,
diferentemente das escamas dos condríctes, de origem epidérmica.
Acima do estômago, os osteíctes apresentam uma bolsa esbranquiçada cheia de
gás, chamada bexiga natatória. Trata-se de um órgão de equilíbrio hidrostático,
ou seja, que auxilia na manutenção do peixe em certa profundidade. Ajustando o
volume de gás presente na bexiga natatória, o peixe é capaz de manter-se em
flutuação neutra em diferentes profundidades.
A boca desses peixes é anterior, e as câmaras branquiais são cobertas por placas
ósseas móveis, os opérculos. Graças aos movimentos sincronizados de abertura e
fechamento da boca e dos opérculos, o peixe estabelece um contínuo fluxo de
água, entrando pela boca e saindo pela abertura
lateral do opérculo. Isso garante a renovação da
água em contato com as estruturas respiratórias
branquiais, com a chegada de oxigênio e a
eliminação do gás carbônico.
Nos peixes dipnóicos, a membrana da bexiga
natatória é vascularizada e permite a realização de
trocas gasosas entre o ar presente no interior e o
sangue. Esses "peixes pulmonados" podem resistir
a longos períodos de seca, quando permanecem
entocados em buracos no fundo lamacento dos
rios. A pirambóia, encontrada no Brasil, é um
exemplo de peixe dipnóico.
O sistema lateral está presente, e a sua função é a
mesma anteriormente descrita para os ciclóstomos.
Os osteíctes são dióicos, mas há casos de reversão sexual, quando um animal
muda de sexo em determinada fase da vida. A fecundação geralmente é externa, e
o desenvolvimento é direto. O saco vitelínico é o único anexo embrionário presente
em seus embriões.
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