Séries de Lyman, Balmer, Paschen, etc. e Modelo de Bohr Problemas com a Física Clássica • Fatos que a Física Clássica não podia explicar – Observação de linhas nos espectros atômicos; – A estrutura nuclear do átomo; – A natureza da luz. – Espectro do corpo negro; – Efeito fotoelétrico; Histórico - Issac Newton (1643-1727): Em 1665, demonstrou que a luz branca, como a luz do Sol, ao passar por um prisma se decompõe em luz de diferentes cores, formando um espectro como o arco-íris. - William Hyde Wollaston (1766-1828): Em 1802, observou que passando a luz por uma fenda, e depois por um prisma, apareciam algumas linhas escuras no espectro, que ele interpretou como o limite das cores. - Joseph von Fraunhofer (1787-1826): Até 1826, esse fabricante de instrumentos de vidro, já havia contado 574 linhas escuras no espectro solar, chamadas depois de linhas de Fraunhofer. Histórico - Em 1856, Robert Wilhelm Bunsen (1811-1899) inventou o bico de gás (conhecido hoje como bico de Bunsen), cuja chama apresentava uma característica incolor. Quando um elemento químico era colocado sobre a chama, a chama adquiria uma certa coloração - Nesse mesmo ano, Gustav Robert Kirchhoff sugeriu que as cores seriam melhor identificas se passadas através de um prisma. Kirchhoff e Bunsen descobrem que cada elemento apresenta uma série de linhas diferentes. Oxigênio, Vermelho Sódio, Amarelo Hidrogênio, Verde Ferro, Azul Cálcio, Violeta Espectro da radiação eletromagnética (Revisão) Lâmpada Tela Fenda Espelho Prisma Tela Emissão atômica - Cada átomo, quando submetido à altas temperaturas ou a uma descarga elétrica, emite radiação eletromagnética em freqüências características ou cada átomo apresenta um espectro característico Fenda Tela Tubo de descarga de gás preenchido com H2 Prisma Tela Emissão atômica - Cada átomo, quando submetido à altas temperaturas ou a uma descarga elétrica, emite radiação eletromagnética em freqüências características ou cada átomo apresenta um espectro característico Fenda Tela Tubo de descarga de gás preenchido com Na Prisma Tela Emissão atômica Lâmpada Tela Fenda Espelho Prisma Gás Frio, por exemplo, H2 Tela 1) Um corpo opaco quente, sólido, líquido ou gasoso, emite um espectro contínuo. 2) Um gás transparente produz um espectro de linhas de emissão. O número e a posição das linhas depende dos elementos químicos presentes no gás. 3) Se um espectro contínuo passar por um gás à temperatura mais baixa, o gás frio provoca o aparecimento de linhas escuras na tela. O número e a posição destas linhas depende também dos elementos químicos presentes no gás. Emissão atômica - O espectro atômico é característico dos átomos envolvidos. Dessa forma, é razoável suspeitar que o espectro atômico depende da distribuição eletrônica do átomo. - Cientistas buscavam encontrar um padrão nos comprimento de onda (ou freqüência) das linhas atômicas no espectro do hidrogênio. Espectro de emissão do átomo de hidrogênio na região do visível e ultravioleta próximo. A letra Hx representa a posição da radiação. Balmer (1885) - Mostrou que a freqüência da radiação emitida pelo átomo de hidrogênio na região do visível / ultravioleta-próximo depende de 1/n2. 4 f 8,2202 x10 1 2 Hz n 14 Gráfico da freqüência da radiação emitida pelo átomo de hidrogênio contra 1/n2 (n = 3,4,5,..). Balmer (1885) 4 f 8,2202 x10 1 2 Hz n 14 1 1 1 109680 2 2 cm 2 n 1 (Número de onda) 1 Séries de Lyman (1906) e Paschen (1908) - Entretanto, existem outras linhas no espectro do átomo de hidrogênio em outras regiões (Ultravioleta e Infravermelho) - Outras séries descobertas: Séries de Bracket (1922), Pfund (1924) e Humphreys (>1924). Johannes Rydberg (1888) - Generalizou a fórmula de Balmer para levar em consideração todas as linhas observadas no espectro do hidrogênio pelos outros pesquisadores. 1 1 109680 2 2 cm 1 n 2 1 1 1 1 109680 2 2 cm n1 n2 1 1 1 1 RH 2 2 cm n1 n2 1 Balmer (n2 > n1) RH, constante de Rydberg, 109,680 cm-1. Experiência de Frank-Hertz: Linhas espectrais, evidências a favor da existência de “subníveis” Johannes Rydberg (1888) 1 1 1 RH 2 2 cm n1 n2 1 Nome n1 n2 Região do espectro eletromagnético Lyman 1 n = 2,3,4,… Ultravioleta Balmer 2 n = 3,4,5,… Visível Paschen 3 n = 4,5,6,… Infravermelho Bracket 4 n = 5,6,7,… Infravermelho Pfund 5 n = 6,7,8,… Infravermelho Humphreys 6 n = 7,8,9,… Infravermelho Lei de Mosley (Prêmio Nobel em Química, 1915) - Roentgen (1895): Descoberta do Raio-X. - Mosley (1913): Descobre relação entre o número atômico (Z) e o inverso do comprimento de onda (Raio-X emitido de átomos). 1 1 RH 2 2 R( Z ) 2 n n f i 1 ni e nf são números quânticos. é uma constante que depende da linha espectral. - Mediu mais de 38 elementos - Eliminou inconsistência na Tabela periódica de Mendeleev (por exemplo, Argônio Z = 18 ao invés de Z = 19). Papel importante na - Previu a existência de 92 elementos do H ao U. consolidação e aceitação do modelo de Bohr Problemas com a Física Clássica • Fatos que a Física Clássica não podia explicar – Espectro do corpo negro; – Efeito fotoelétrico; – Observação de linhas nos espectros atômicos; – A estrutura nuclear do átomo; – A natureza da luz. Modelo atômico de Rutherford • Voltemos a experiência de Rutherford • Experimento onde analizou-se a existência do núcleo atômico. • O núcleo era muito massivo e sua massa muito maior do que a massa eletrônica. • Isto foi observado por meio do espalhamento de partículas α, que basicamente são átomos de He com dois prótons e dois nêutrons sem elétrons na eletrosfera. Inconsistência com a teoria eletromagnética • Elétrons em órbita circular deveriam irradiar continuamente ondas eletromagnéticas até cair no núcleo. • Colapso atômico. • A física clássica não conseguia explicar este fenômeno • Era necessário uma nova teoria. • Modelo atômico de Bohr. Modelo Atômico de Bohr (1913) • Foi desenvolvido visando explicar os elétrons orbitando em torno do núcleo. • Pode-se fazer uma analogia macroscópica com o movimento dos planetas em torno do sol. • Também para o sistema solar não há colapso dos planetas, ou seja, eles não caem dentro do Sol. • Diferença básica: movimento de corpos celestes é regido pela mecânica clássica, e o movimento dos elétrons em torno do núcleo é regido pela mecânica quântica. Niels Bohr (1885-1962) Modelo Atômico de Bohr Postulados de Bohr – – – A teoria clássica da radiação não vale para sistemas de dimensões atômicas. Os elétrons estariam confinados em órbitas estáveis, não radiantes, chamadas estados estacionários. Quando um elétron se transfere de um estado estacionário para outro ele emite ou absorve uma quantidade de energia (fóton). Postulados de Bohr • • • • 1-) O elétron move-se em torno do núcleo atômico sob a influência da força eletrostática (Coulombiana) entre o elétron e o núcleo. 2-) Ao contrário das infinitas órbitas do regime clássico, só é possível o elétron mover-se em órbitas no qual o momento angular orbital L é um múltiplo inteiro da constante de Planck dividido por 2π 3-) Um elétron em uma órbita definida não radia energia eletromagnética. Então a energia total E permanece constante 4-) Radiação eletromagnética é emitida se um elétron movendo-se inicialmente em uma órbita de energia Ei se move para uma órbirta de energia Ef . A energia do fóton emitido é dada por: Energia para os estados estacionários do átomo de hidrogênio 1-) Cenário: movimento do elétron em torno do núcleo. e – carga elétrica elementar v- velocidade do elétron r – raio da órbita Z – número atômico ε0 - permissividade elétrica no vácuo 2-) Temos a força que mantém o elétron ‘ligado’ ao núcleo que é a força eletrostática e força que mantém o movimento em uma órbita circular que é a força centrípeta. Para manter-se a condição de estabilidade orbital Força eletrostática = força centrípeta. Energia para os estados estacionários do átomo de hidrogênio 3-) O momento angular clássico 4-) Considerando o momento quantizado = momento angular clássico, pode-se determinar a velocidade do elétron na órbita, a qual dependerá do valor de n. 5-) Da equação de igualdade entre a força centrípeta e a força elétrica, temos que Energia para os estados estacionários do átomo de hidrogênio • Pode-se então obter o raio da órbita do elétron em torno do núcleo • Fazendo o cálculo para a primeira órbita eletrônica do átomo de hidrogênio (estado fundamental), Z = 1 e n = 1 raio de Bohr Energia para os estados estacionários do átomo de hidrogênio • A energia total é dada pela soma da energia cinética + energia potencial (eletrostática) • A energia cinética é dada por: • A energia potencial eletrostática é dada por: Energia para os estados estacionários do átomo de hidrogênio • A energia total é dada por: • Usando • Temos finalmente que A quantização no momento angular orbital do elétron implica na quantização de sua energia total Níveis de energia do átomo de hidrogênio • Pode-se a partir a equação para os níveis de energia um diagrama e energias para o átomo de hidrogênio Frequência da radiação emitida • Voltando a equação de energia para o átomo de hidrogênio • Temos pelo quarto postulado de Bohr Frequência de emissão do fóton quando o elétron transita de um estado de maior para outro de menor energia Aspectos principais do modelo de Bohr 1-) As previsões essenciais do modelo de Bohr estão contidas nas equações de energia e do número de onda. 2-) O estado normal de um átomo é quando o elétron tem menor energia ou n=1 (estado fundamental). 3-) Em uma descarga elétrica, ou algum outro processo, o átomo recebe energia devido a colisões, etc. O elétron deve sofrer uma transição para um estado de maior energia, ou estado excitado n>1. 4-) Obedecendo a lei natural dos sistemas físicos, o átomo tenderá a voltar ao seu estado de menor energia (estado fundamental). 5-) Em um grande número de processos de excitação e desexcitação, todas as possíveis transições ocorrem sendo emitido o espectro completo. Considerações sobre o modelo de Bohr • Sucesso na descrição das linhas espectroscópicas do átomo de hidrogênio. • Raio da órbita do hidrogênio 0,53 Ǻ, concorda com o valor previsto para o diâmetro da molécula de hidrogênio 2,2 Ǻ. • Falhas da teoria de Bohr, não conseguia explicar as intensidades relativas das linhas espectrais, não conseguia explicar as linhas espectrais de átomos mais complexos. • Dificuldades começaram a ser superadas na década de 20 do século passado com de Broglie, Schroedinger, Heisenberg, Pauli, Dirac e vários outros cientistas. Bibliografia - Moore, W.J., Physical Chemistry, 4ª Edição, Longmans, página 469, 1962. - Typler, P.A., Física Moderna, Guanabara Dois, 1981. - Russel, J.B., Química Geral, 2a Edição, Volume 1, Makron Bools, 1994. - White, D.P., Química a Ciência Central, Pearson Education, 9ª Edição, 2005. -Eisberg, R., Resnick, R., Física Quântica, Editora Campus, 1ª Edição, 1979 -Eisberg, R., Fundamentals of Modern Physics, John Wiley & Sons,1ª Edição, 1961.