AVALIAÇÃO DE MICROALGAS NA ADUBAÇÃO DE MUDAS DE RÚCULA (Eruca sativa, MILLER) Daiéli Ferreira das CHAGAS, Fatima Rosângela de Souza SARAIVA, Isabel Cristina MÜLLER (Aluna de Iniciação Científica – Curso Técnico em Agropecuária; Laboratorista IFC – Campus Rio do Sul; Orientadora IFCCampus Rio do Sul). Introdução As algas fazem parte do Filo Protoctista e podem ser unicelulares ou pluricelulares. Vivem na água doce ou salgada ou em ambientes terrestres úmidos. Fazem fotossíntese e possuem cloroplastos com clorofilas e outros pigmentos. Não podem ser consideradas plantas, pois não apresentam embriões independentes do organismo materno para sua nutrição. As algas vivem no mar, em água doce e salgada ou em terra firme, sobre superfícies úmidas. (Linhares, et al., 2014). A humanidade tem utilizado algas há muito tempo. Elas já foram muito usadas como fertilizantes em seu estado natural, dada a grande quantidade de potássio e de cálcio que contêm. Ainda hoje o sargaço, depois de seco é moído, misturado ao solo, atuando como adubo muito rico. Elas também são utilizadas em diferentes atividades industriais. De algumas feofíceas são extraídos alginatos utilizados como espessantes na produção de sorvete, sabonetes e cremes dentais. (Santos; et al., 2010) As microalgas são utilizadas como fertilizantes devido à sua grande quantidade de potássio e de cálcio (Santos; et al., 2010). O objetivo deste trabalho é verificar se microalgas de água doce são um bom fertilizante para a rúcula em comparação com outros fertilizantes. Material e Métodos As microalgas foram coletadas no açude do setor da Agri1, do Instituto Federal Catarinense campus Rio Do Sul. Esta coleta foi feita ao meio-dia, de um dia de sol. A coleta foi realizada ao meio-dia, pois neste horário as microalgas estão na superfície da água realizando a fotossíntese. As algas foram coletadas na superfície da água com três garrafas PET. Após a coleta, a água contendo as microalgas foi levada para o laboratório de Genética, onde elas foram colocadas em 03 (três) garrafas PET cortadas ao meio, estas garrafas foram colocadas na frente de uma janela para que recebessem iluminação. Foram colocados aeradores nas garrafas para oxigenar a água. Amostras de água foram fixadas em lugol acético e analisadas em microscópio óptico em aumento de 400 X para confirmar a presença de microalgas nas amostras. Após quatro dias as rúculas foram plantadas em garrafas PET. As garrafas foram cortadas transversalmente e foram feitos buracos pequenos no fundo das garrafas para que a água da irrigação não ficasse armazenada. Três a cinco sementes de rúcula da variedade Feltrin foram colocadas em cada garrafa. Os fertilizantes utilizados foram: adubo químico da marca Coxilha Ultra, composto e o fertilizante de microalgas. O quarto grupo de plantas não recebeu fertilizante (grupo controle). Foram realizadas quatro repetições de cada tratamento, totalizando dezesseis garrafas. O adubo químico foi produzido através da mistura de grânulos de alta qualidade e possui micronutrientes totalmente solúveis, revestido todos os grânulos de NPK. O composto consiste de uma mistura de vários tipos de substâncias como esterco, ossos, cascas de frutas, entre outros. O grupo tratado com as microalgas recebeu 140 ml do fertilizante com o auxílio de um béquer. Este procedimento foi repetido a cada sete dias durante seis semanas. Após este período, as plantas folham colhidas e foram avaliados os seguintes parâmetros: peso total, comprimento do caule, número de folhas por planta, comprimento da raiz, peso da raiz e peso das folhas. Resultados e discussão Na Figura 1A, é possível observar os resultados para Peso Total das rúculas. No peso total da rúcula o tratamento se destacou foi o fertilizante químico com 9,36 g, seguido da microalga com 2,99 g, natural com 1,48 g e composto com 0,095 g. Na figura 1B, é possível observar os resultados para o Número de Folhas. No número de folhas o tratamento se destacou foi o fertilizante químico com 11,2 folhas/planta, em segundo vem as microalgas com 6,5 folhas por planta, em terceiro o natural com 5,9 folhas/planta, seguido do composto com 4,8 folhas/planta. Na figura 2A, é possível observar o resultado para o Peso das Folhas. No peso das folhas o tratamento se destacou foi o fertilizante químico com 3,95 g, em segundo microalgas com 1,7 g, natural com 0,06 g e composto não foi possível realizar a pesagem pois seu desenvolvimento não foi bom. Na figura 2B, é possível observar o resultado para o Peso das Raízes. No peso da raiz o tratamento que se destacou foi o substrato (natural) com 8,48 g, em segundo o fertilizante químico com 3,22 g, microalgas com 1,06 g e composto não foi possível realizar a pesagem pois seu desenvolvimento não foi bom. A B Figura 1: A) Peso total das plantas (gramas). B) Número de folhas por planta. Na figura 3A, é possível observar os resultados para o Comprimento do Caule. No comprimento do caule o que se destacou foi o substrato (natural) com 2,2 cm, em segundo o fertilizante químico com 1,91 cm, microalgas com 1,75 cm e composto com 0,95 cm. Na figura 3B, é possível observar os resultados para o comprimento da raiz. No comprimento da raiz o que se destacou foi o fertilizante químico com 21,75 cm, em segundo foi a microalga com 19,8 cm, composto com 2,3 cm e natural não foi possível identificar, pois suas raízes foram pouco desenvolvidas. Quase em todos os experimentos o fertilizante químico teve o melhor resultado, o que já era esperado devido à sua grande quantidade de nutrientes. Também obteve ótimo resultado o fertilizante de microalgas, isto se deve à grande quantidade de potássio e de cálcio que ele contém e que fornece para as plantas. Segundo Scmitz et al. (2012), subprodutos de algas utilizadas na produção de biodiesel podem ser utilizados como fertilizantes. A B Figura 2: A) Peso total (gramas). B) Peso total das Raízes (gramas). B A Figura 3: A) Comprimento do caule (cm). B) Comprimento da raiz (cm). Amostras de água foram analisadas em microscópio óptico (Figura 4) para a confirmação da presença das microalgas. A identificação dos principais grupos de microalgas presentes nas amostras está em andamento. Figura 4:Visualização das microalgas em microscópio óptico. Aumento: 400 X. O composto não obteve resultados muito bons, isto pode se explicar pelo fato de que é um fertilizante forte, em alguns casos como peso da raiz e peso das folhas ele provavelmente queimou as plantas. Para ter evitado este tipo de problema o composto poderia ter sido misturado um pouco mais com o solo ou o substrato. O tratamento Natural teve o pior desenvolvimento, neste caso não havia nutrientes suficientes no substrato para o desenvolvimento das plantas, resultado que já era esperado. Conclusão O fertilizante químico como mencionado anteriormente, teve um desenvolvimento bom, resultado que já era esperado devido à sua composição. O composto não deveria ter sido utilizado puro, mas diluído. As plantas fertilizadas com as microalgas tiveram um desenvolvimento ótimo e podem ser recomendadas para os agricultores, pois são um fertilizante de baixo custo. Como perspectiva para a continuação deste trabalho, vamos realizar a identificação das espécies de microalgas presentes na água. Referências LINHARES, S.; GEWANDSNADJER, F. Biologia hoje. 2° edição, Ática. São Paulo, 2014. SANTOS, F. et al. Biologia 2º ano. SM, São Paulo, 2010. SCHMITZ, R.; DAL MAGRO, C.; COLLA, M.R. Aplicações ambientais de microalgas. Revista CIATEC, vol. 4 (1), p. 48-60, 2012.