Profilaxia de raiva humana - Medical Suite

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Profilaxia de raiva humana
Profilaxia de raiva humana
01 de Janeiro de 2016
Raiva humana: Epidemiologia
Raiva humana: Epidemiologia
•
•
Mundo:
Endêmica na maioria dos países da África e Ásia (principalmente na Índia)
Á
Á (
Í
)
– 40% dos casos em crianças entre 5 a 14 anos (predomínio sexo masculino)
•
98% das mortes humanas: pós‐exposição a cães infectados
– 55%: Ásia
55%: Ásia
– 44%: África
•
•
Brasil:
1990 a 2005: 558 casos de raiva humana
–
–
–
–
–
•
Região Nordeste: 54% dos casos
Região Norte: 19%
Região Sudeste: 17%
Região Sudeste: 17%
Região Centro‐Oeste: 10%
Região Sul: < 1%
2015: 1 caso de raiva humana em Corumbá (MS) – acidente com cão
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Raiva humana
• Zoonose viral (família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus)
causadora de encefalite aguda
• Reservatórios: ciclo urbano (cães e gatos), ciclo silvestre
(morcego, lobo, raposa, gato do mato, macacos, etc)
• Letalidade: 100%
• PI:
PI 2 semanas a 3 meses do
d contato (média
( édi de
d 45 dias)
di )
• Modo de transmissão: inoculação do vírus presente na saliva
do animal infectado, principalmente, pela mordedura. Há
relatos de transmissão inter‐humana (transplante de córnea e
outros órgãos).
ó ã )
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Raiva humana: definição de caso
Todo paciente com quadro clínico sugestivo de encefalite rábica, com antecedente ou Todo
paciente com quadro clínico sugestivo de encefalite rábica com antecedente ou
não de exposição à infecção pelo vírus da raiva.
Quadro clínico
•
A) Pródromo: mal‐estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento (duração: 2 a 4 dias)
alterações de comportamento (duração: 2 a 4 dias)
•
B) Fase neurológica (2 formas clássicas)
– Fase furiosa: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões Espasmos dos músculos da
musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido (hidrofobia), apresentando concomitantemente sialorréia intensa, disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia)
– FFase paralítica (parestesia, dor e prurido no sítio da mordedura, evoluindo com paralisia lí i (
i d
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muscular flácida precoce). Em geral, a sensibilidade é preservada. A febre também é marcante, geralmente elevada e intermitente. O quadro de paralisia leva a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária, obstipação intestinal, embora se observem espasmos musculares (especialmente, laringe e faringe), não se observa claramente a hid f bi
hidrofobia e a consciência é preservada na maioria dos casos. Além disso, disautonomia
iê i é
d
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Alé di
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(bradicardia, bradiarritmia, taquicardia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão arterial) e insuficiência respiratória são as principais causas de morte, podendo ocorrer nas duas formas. Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
Raiva humana: diagnóstico diferencial
Raiva humana: diagnóstico diferencial
• Doenças infecciosas
– Outras encefalites virais, especialmente as causadas por outros rabdovírus e arbovírus; enteroviroses; tétano; pasteureloses por mordedura de gato e de cão; infecção por vírus B (Herpesvirus
í
(
simiae) por mordedura de )
macaco; botulismo; febre por mordida de rato (SODÓKU); febre por arranhadura de gato (linforreticulose benigna de inoculação); e tularemia
inoculação); e tularemia
• Doenças não infecciosas
– Síndrome de Guillain‐Barré; encefalomielite difusa aguda (ADEM); intoxicações; quadros psiquiátricos, encefalite pós‐vacinal
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Diagnóstico laboratorial
Diagnóstico laboratorial
• Ante
Ante‐mortem
mortem (identificação do antígeno rábico)
(identificação do antígeno rábico)
– Imunofluorescência direta em impressão de córnea ((Cornea test), raspado de mucosa lingual (swab), )
p
g (
)
tecido bulbar de foliculo piloso em biópsia de pele da região cervical
– RT‐PCR ou semi‐nested RT‐PCR (saliva, folículo piloso, líquor)
– Pesquisa de anticorpos séricos em indivíduos não Pesquisa de anticorpos séricos em indivíduos não
vacinados previamente ou no líquor (mesmo em vacinados))
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Lembre-se:
Suspeita de raiva humana é de notificação compulsória
Como notificar?
1º) Preencher a ficha de notificação na suspeita ou caso confirmado (disponível na intranet)
2º) Comunicar o SCIH: por e-mail: [email protected] ou grupo 90; em horário comercial: ramais 72616, 72646, 72647 e 72680; fora do horário comercial no celular: (11) 97283-3587
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/nive/pdf/DNC14_MS_PORTARIA1271.pdf
Profilaxia pós‐exposição: atendimento antirrábico humano
p
p ç
•
Classificação por tipo de exposição:
– Contato indireto
– Acidente Leve
– Acidente Grave
•
Classificação por condições do animal agressor:
–
–
–
Cão ou gato sem suspeita de raiva no momento da agressão
Cão o u gato clinicamente suspeito de raiva no momento da agressão
g
p
g
Cão ou gato raivoso, desaparecido ou morto; animais silvestres (inclusive os domiciliados) e animais domésticos de interesse econômico ou de produção
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Lembre-se:
Atendimento antirrábico humano é de notificação compulsória
Como notificar?
1º) Preencher a ficha de notificação na suspeita ou caso confirmado (disponível na intranet)
2º) Comunicar o SCIH: por e-mail: [email protected] ou grupo 90; em horário comercial: ramais 72616, 72646, 72647 e 72680; fora do horário comercial no celular: (11) 97283-3587
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/nive/pdf/DNC14_MS_PORTARIA1271.pdf
Tipo de Exposição
Condições do animal agressor
Cão ou gato sem suspeita de raiva no momento da agressão
Contato direto



Acidentes leves:


Ferimentos superficiais, pouco extensos, 
geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos e polpas digitais e 
planta dos pés); podem acontecer em decorrência d
de mordeduras ou d d
arranhaduras causadas por unha ou dente

Lambedura de pele com lesões superficiais

Acidentes Graves
Acidentes Graves

Ferimentos na cabeça, face, 
pescoço, mãos, polpas 
digitais e/ou planta do pé

Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em 
qualquer região do corpo

Lambedura de mucosas


Lambedura de pele onde já existe lesão grave

Ferimento profundo causado por unha de d
h d
animal
Cão ou gato clinicamente suspeito de raiva no momento da agressão
Cão ou gato raivoso, desaparecido ou morto.
Animais silvestres5 (inclusive os domiciliados)
Animais domésticos de interesse econômico ou de produção
Lavar com água e sabão
Não tratar

Lavar com água e sabão
Lavar com água e sabão
Observar o animal durante 10 dias após exposição1
Se o animal permanecer sadio no
Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso
Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, administrar 5 doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14 e 28)


Lavar com água e sabão

Iniciar esquema profilático com 2 (duas) 
doses, uma no dia 0 e outra no dia 3
Observar o animal durante 10 dias após
Observar o animal durante 10 dias após exposição1
Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender o esquema profilático e encerrar o caso
Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar 5 doses de
tornar raivoso, completar 5 doses de vacina. Aplicar uma dose entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28.
Lavar com água e sabão
Iniciar imediatamente esquema profilático com 5 doses da vacina (dias 0 3 7 14 e 28)
0, 3, 7, 14 e 28)
Lavar com água e sabão
Lavar
com água e sabão
Observar o animal durante 10 dias após exposição1,2
Iniciar esquema profilático com 2 (duas) doses, uma no dia 0 e outra no dia 3
Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso
Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar continuidade ao esquema profilático, administrando soro3,4 e completando o esquema até 5 doses de vacina. Aplicar uma dose entre o 7º e o 10º dia e uma dose nos dias 14 e 28.


Lavar com água e sabão
Lavar
com água e sabão

Iniciar imediatamente esquema 
profilático com soro3 e 5 doses da vacina (dias 0, 3, 7, 14 e 28)
Observar o animal durante 10 dias após exposição
Se a suspeita de raiva for descartada após 10º dia de observação, suspender o esquema profilático e encerrar o caso
Lavar com água e sabão
Lavar
com água e sabão
Iniciar imediatamente esquema profilático com soro3 e 5 doses da vacina (dias 0, 3, 7, 14 e 28)






Lavar com água e sabão
Referências da tabela no slide seguinte: 1, 2, 3, 4, 5
Referências 1. É necessário orientar o paciente para que ele procure novamente o Pronto Atendimento do Hospital
Albert Einstein onde foi inicialmente atendido (UPA Morumbi,
Morumbi UPA Perdizes,
Perdizes UPA Ibirapuera,
Ibirapuera UPA
Alphaville) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessárias
novas intervenções de forma rápida, com a aplicação do soro ou prosseguimento do esquema de
vacinação.
2. É preciso
2
i avaliar,
li sempre, os hábitos
hábit do
d cão
ã e gato
t e os cuidados
id d recebidos.
bid Podem
P d
ser dispensados
di
d
do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão ou gato que, com certeza, não tem risco de
contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do domicílio (exclusivamente); não
tenham contato com outros animais desconhecido; que somente saem à rua acompanhados dos seus
donos e que não circulem em área com a presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar esquema de
profilaxia indicado.
indicado Se o animal for procedente de área de raiva controlada não é necessário iniciar o
esquema profilático. Manter o animal sob observação e só iniciar o esquema profilático indicado (soro +
vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso.
3. O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de entrada. Quando não for possível infiltrar toda a dose,
aplicar o máximo possível e a quantidade restante,
restante a menor possível,
possível aplicar pela via intramuscular,
intramuscular
podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local anatômico diferente do que aplicou a
vacina. Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose do soro a ser infiltrada pode ser
diluída o menos possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. No HIAE, não
temos disponível o soro ou imunoglobulina, portanto, se o paciente tiver condições de alta, deve ser
encaminhado para os locais de referência. Caso não tenha condições de alta, a farmácia fará a
solicitação para os locais de referência.
4. Nos casos em que se conhece só tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico ou quando o
mesmo não se encontra disponível no momento, aplicar a dose de soro recomendada antes da
aplicação da 3
3ª dose da vacina de cultivo celular.
celular Após esse prazo,
prazo o soro não é mais necessário.
necessário
5. Nas agressões por morcegos, deve‐se indicar soro – vacinação, independentemente da gravidade da
lesão, ou indicar conduta de reexposição.
No Hospital, não temos o soro antirrábico ou imunoglobulina humana antirrábica. Portanto,
indicar os locais abaixo para atendimento do paciente, caso tenha condições de alta. Se não
tiver condições de alta, a Farmácia fará o contato para buscar o medicamento.
Observações na profilaxia pós‐exposição
Observações na profilaxia pós
exposição
•
Gestação, amamentação e imunodeficiências não são contraindicações
para profilaxia após exposição.
exposição
•
Se possível, não suture o ferimento. Entretanto, se for necessária a sutura, g
recomenda‐se infiltrar a área com soro. Posologia do soro‐antirrábico de origem equina: 40UI/kg de peso ou imunoglobulina humana antirrábica: 20 UI/kg de peso
•
Sempre lavar a lesão com água e sabão
•
No caso de aplicar a vacina, pode ser feita via subcutânea ou
g gglútea
intramuscular,, evitando a região
•
No caso de animal morto, o Centro de Zoonoses de São Paulo (Rua Santa
Eulália, 86 – Santana – São Paulo – telefone: (11) 3397‐8900 ‐ email:
zoonoses@prefeitura sp gov br) recebi o animal durante 24 horas por dia.
[email protected])
dia
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Raiva: profilaxia da pré‐exposição
Raiva: profilaxia da pré
exposição
•
A profilaxia pré‐exposição deve ser indicada para pessoas com risco de exposição
ao vírus:
–
–
–
–
–
–
–
Médicos veterinários,,
Biólogos
Auxiliares das clínicas veterinárias
Laboratórios veterinários
Tosadores
Auxiliares e demais funcionários de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva
Pessoas que capturam animais, realizam vacinação ou pessoas que manipulam animais
silvestres e/ou exóticos
*Turistas
Turistas que viajam para áreas de raiva não controlada devem ser avaliados
individualmente.
•
•
Vacinação com 3 doses (0 – 7 – 28 dias)
C t l sorológico
Controle
ló i após
ó o 10º dia
di da
d última
últi
d
dose
•
O HIAE faz a profilaxia pré‐exposição no Centro de Imunização (NÃO FAZER NA UPA)
Ministério da Saúde. Protocolo para tratamento de raiva humana no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde. 2009; 18(4): 385‐94
WHO. Rabies. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/
CDC. Rabies. Disponível em: http://www.cdc.gov/rabies/index.html
Raiva: profilaxia da pré‐exposição
Locais de referência para o tratamento pré‐exposição
Locais de referência para o tratamento pré
exposição à raiva
à raiva
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