pro.neo.051 - abordagem da vacinação do recém-nascido

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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento:
PROTOCOLO
Título do Documento:
Abordagem da vacinação dos recém-nascidos de mãe
soropositiva para o Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV) adquirida
I.
AUTORES
•
Nerci de Sá Cavalcante Ciarlini
PRO.NEO.051 Página 1/7
Emissão: 30/01/2017
Revisão Nº: -
II. INTRODUÇÃO
O calendário deve ser adaptado às circunstâncias operacionais e epidemiológicas quando
necessárias. É aplicado em sua totalidade às crianças comprovadamente infectadas pelo HIV;
As crianças expostas verticalmente ao HIV devem receber as vacinas indicadas nesta tabela
até 18 meses de idade. Após essa idade e, se descartado HIV, deverá seguir o esquema básico vacinal
da criança, do Ministério da Saúde/PNI, à exceção de algumas vacinas, como a varicela (deve ser
aplicada nas crianças susceptíveis não infectadas, para a proteção de seus contatos domiciliares com
imunodeficiência) e a pólio inativada, que deve ser utilizada nas crianças que convivem com pessoas
imunodeficientes.
Tendo em vista a possibilidade de serem indicadas cinco vacinas injetáveis aos 12 meses de
vida, estas vacinas podem ser programadas para serem escalonadas, dando sempre um mês de
intervalo entre as de vírus vivos injetáveis; considerar a epidemiologia de cada infecção e facilidades
operacionais para priorizar quais vacinas aplicar em cada etapa.
Em virtude do risco de administração de vacinas não indicadas para crianças infectadas pelo
HIV, contraindica-se vacinação desta faixa etária em campanhas.
» Vacina BCG - BCG
Vacina com bactéria viva atenuada.
- Deve-se administrar ao nascimento ou o mais precocemente possível;
- Criança que chega ao serviço, ainda não vacinada, poderá receber BCG se assintomática e sem
sinais de imunodepressão;
- Não se indica a revacinação.
» Vacina hepatite B (recombinante) – hepatite B
Vacina recombinante (material genético do vírus, produzida por engenharia genética).
- Deve ser administrada a primeira dose ao nascer, preferencialmente nas primeiras 12 horas;
- Se a mãe for HbsAg positiva: Aplicar simultaneamente, em local diferente da vacina, a imunoglobulina
humana hiperimune contra hepatite B ou até o 7º dia de vida;
- Conforme as normas vigentes do PNI, o esquema deve seguir com vacina combinada pentavalente
(contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B), aplicada aos 2, 4 e 6
meses de idade;
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Revisão Nº: -
- Aplicar uma dose aos 15 meses com vacina pentavalente (DTP /Hib/Hep B);
- Dosar anti–Hbs das crianças comprovadamente infectadas pelo HIV, 30 a 60 dias após a última dose;
- Caso anti-HBs <10UI, repetir esquema com 0, 1, 2 e 6 meses, usando dose dobrada de HepB
monovalente;
- Se a criança ou adolescente não foi ainda vacinado ou se tem esquema incompleto: a vacina deve
ser iniciada ou completar o esquema vacinal, de acordo com doses que faltarem.
» Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e haemophilus
influenzae B (conjugada) - penta
Vacina de toxóides purificados de difteria e tétano, organismos inativados de pertussis, partículas
purificadas de antígeno de Hepatite B e subunidades bacterianas de polissacarídeos capsulares de
Haemophilus influenzae b (Hib).
- Vacina pentavalente, utilizar de acordo com o esquema básico de rotina do PNI.
» Vacina Haemophilus influenza B – Hib
- Vacina com polissacarídeo da bactéria conjugado à proteína.
- Pode ser aplicada combinada com a DTP e hepatite B (DTP/Hep B/ Hib: Pentavalente) ou isolada.
Nas crianças que não receberam a 4ª dose de pentavalente deve-se indicar uma quarta dose da Hib a
partir dos 12 meses de idade;
- Nas crianças maiores de 1 ano, quando não vacinadas no 1º ano de vida ou com esquema incompleto,
aplicar duas doses com intervalo de dois meses entre elas.
» Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - vip
Vacina com vírus inativado.
- Deve-se utilizar a vacina inativada (VIP), três doses com intervalo de dois meses, iniciando aos dois
meses de idade. São necessários dois reforços: um aos 15 meses de idade e outro reforço entre 4 a 6
anos de idade.
» Vacina rotavírus humano g1p1[8] (atenuada) - rotavírus
Vacina com vírus vivo atenuado.
- A 1ª dose deve ser aplicada entre 6 e 14 semanas de idade, podendo se estender até 15 semanas;
2ª dose entre 14 e 24 semanas, com tolerância até 32 semanas. Após esta idade não deve ser mais
aplicada;
- Crianças expostas e infectadas pelo HIV podem receber a vacina.
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Revisão Nº: -
» Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada) e vacina pneumocócica 23-valente
(polissacarídica)
Vacina com polissacarídeo da bactéria conjugado à proteína.
- Indicada para todas as crianças de dois meses até 5 anos de idade. Devem receber 3 doses no
primeiro ano de vida, intervalo de dois meses entre as doses e uma dose aos 12 meses de idade;
- Crianças entre 7 e 11 meses de idade, ainda não vacinadas: deverão receber duas doses da vacina
conjugada com 2 meses de intervalo entre elas e uma dose adicional entre 12 a 15 meses de idade;
- Crianças que iniciam vacinação entre 12 a 59 meses de idade: devem receber duas doses com
intervalo de dois meses entre elas.
» Vacina pneumocócica 23-valente polissacarídica – Pneumo 23
Vacina com polissacarídeo da bactéria.
- Indicada para crianças de dois anos ou mais de idade, comprovadamente infectadas pelo HIV;
- As crianças maiores de dois anos devem receber duas doses da vacina polissacarídica, independente
de terem recebido a vacina conjugada. Para a primeira dose, deve-se respeitar o intervalo de 2 meses
após a última dose de Pneumo 10. Aplicar uma segunda dose de Pneumo 23, após 5 anos da primeira
dose;
- Não se deve aplicar mais de duas doses da Pneumo 23;
- Crianças > 5 anos de idade e adolescentes não vacinados previamente contra pneumococo devem
receber apenas a vacina Pneumo 23.
» Vacina meningocócica C – meningo C
Vacina com polissacarídeo da bactéria conjugado à proteína.
- Aplicada aos 3 e 5 meses e um reforço após 12 meses de idade;
- A partir de 12 meses de idade, para os não vacinados anteriormente ou com esquema incompleto,
estão indicadas duas doses com intervalo de 8 semanas entre elas;
- Aplicar uma dose após 5 anos da última.
» Vacina contra influenza - influenza
Vacina fragmentada com vírus inativado.
- Aplicar a partir dos 6 meses de idade. Crianças com menos de 9 anos de idade, ao receberem a
vacina pela primeira vez, requerem duas doses com intervalo de 4 a 6 semanas. Utiliza-se 0,25ml até
35-meses de idade e 0,5 ml após esta idade;
- Vacinar, em dose única, anualmente, devido às mudanças das características dos vírus influenza
decorrentes da diversidade antigênica e genômica a cada ano.
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Revisão Nº: -
» Vacina sarampo, caxumba, rubéola – tríplice viral
Vacina com vírus vivo atenuado
- Para as crianças expostas ao HIV ou infectadas assintomáticas, a vacina deve ser aplicada aos 12
meses de idade, indicando-se uma dose adicional aos 15 meses, respeitando-se o intervalo mínimo de
4 semanas;
- Em casos de crianças cuja infecção pelo HIV for excluída, pode-se utilizar a vacina tetraviral
(sarampo/caxumba/rubéola/varicela) para a dose de 15 meses;
- Não deve ser administrada nas crianças com imunodepressão grave (LT-CD4+ <15% em ≤ 5 anos e
nos > 5 anos com LT-CD4+ <200 cels/mcL, por pelo menos 6 meses) ou sintomatologia grave
(Categoria C).
» Vacina varicela (atenuada) - varicela
Vacina com vírus vivo atenuado.
- Deve ser aplicada aos 12 meses de idade para crianças e adolescentes suscetíveis e infectados pelo
HIV, nas categorias clinicas N, A e B com LT-CD4+ acima de 15%. Recomenda-se uma segunda dose,
com intervalo de três meses;
- Independente da classificação clínica e imunológica deve-se considerar a vacinação em casos em
que a crianças esteja com ausência de imunossupressão grave, ou seja, com LT-CD4+ <15% em ≤ 5
anos e nos > 5 anos com LT-CD4+ <200 cels/mcL.
» Vacina adsorvida hepatite A - hepatite A
Vacina com vírus inativado.
- Indicada para crianças e adolescentes a partir de 12 meses de idade, em duas doses com intervalo
de 6 a 12 meses.
» Vacina adsorvida difteria e tétano adulto - dt
Vacina com toxóide tetânico e diftérico purificado.
- A vacina dT deve ser utilizada para completar o esquema de 3 doses ou iniciar esquema para crianças
de 7 anos de idade ou mais, não vacinados previamente com DTP ou com esquema incompleto. Doses
de reforço indicadas a cada 10 anos.
» Vacina febre amarela (atenuada) – febre amarela
Vacina com vírus vivo atenuado.
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Revisão Nº: -
- Deve ser aplicada aos 9 meses de idade, levando-se em consideração as restrições mencionadas
abaixo;
- Atenção: A eficácia e segurança da vacina contra febre amarela para os pacientes portadores do HIV
não são estabelecidas. Portanto, para ser recomendada é necessário levar em consideração a
condição imunológica do paciente e a situação epidemiológica local, conforme orientação do Ministério
da Saúde.
» Alteração imunológica Área com recomendação de vacina
Ausente: Indicar vacinação
Moderada: Oferecer vacinação
Grave: Não vacinar
Recomendações para vacinação contra febre amarela em adolescentes (13 e mais anos de idade)
infectados pelo HIV, de acordo com o número de LT-CD4+ em área com recomendação de vacina.
Contagem de LT-CD4+ em células/mm3 Área com recomendação de vacina
> 350 Indicar vacinação
200 a 349 Oferecer vacinação
<200 Não vacinar
- Em relação à contagem de LT-CD4+, levar em consideração os dois últimos exames, de preferência
os realizados no último ano, sendo o último exame realizado no máximo há três meses, e que o paciente
não tenha manifestação clínica de imunodeficiência, com ou sem uso de terapia antirretroviral. Para <
13 anos, valorizar preferencialmente o percentual de LT-CD4+, por representar melhor a situação
imunológica da criança.
- Orientar aos pacientes ou a seus responsáveis, sobre o risco/benefício de receber a imunização contra
febre amarela, levando-se em consideração, a possibilidade de eventos adversos e de não resposta à
vacina.
III. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. AIDSinfo. Recommendation for use of antiretroviral drugs in pregnant HIV-1-infected
women for maternal health and interventions to reduce perinatal HIV transmission in the
United States. 2014. Disponível em: http://aidsinfo.nih.gov/guidelines em 26/01/2015.
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2014.
Disponível
em:
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Revisão Nº: -
http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2014/55939/08_05_2014_protocol
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3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST e
AIDS e Hepatites virais. Nota técnica Nº 388/2012 CQV/D-DST-AIDS-HV/SVS/MS. Disponível
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4. CAPPARELLI, EV; MIROCHNICK, M; DANKER, WM; BLANCHARD, S; MOFENSON, L;
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Tipo do Documento:
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soropositiva para o Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV) adquirida
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Emissão: 30/01/2017
Revisão Nº: -
13. VOLMINK, J; SIEGFRIED, NL; VAN DER MERWE, L; BROCKLEHURST, P. Antiretrovirals
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DOI:10.1002/14651858.CD003510.pub2.
2007,
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Disponível
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http://www.cochrane.org/reviews/en/ab003510.html.
7
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