CICLO DE RELAÇÕES PATÓGENO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
FITOPATOLOGIA II
CICLO DE RELAÇÕES
PATÓGENO-HOSPEDEIRO
Profª. Renata Canuto de Pinho
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
O desenvolvimento de doenças infecciosas é
caracterizado pela ocorrência de eventos sucessivos e
ordenados, que se repetem ao longo do tempo.
Cinco processos básicos
• Sobrevivência
• Disseminação
• Infecção
• Colonização
• Reprodução
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Algumas definições importantes
Inóculo: conjunto de estruturas do patógeno capazes de
causar infecção (conídios, ascósporos, micélio, etc.)
Fonte de inóculo: representa o local onde o inóculo é
produzido, ou o local onde se encontra antes da infecção.
Inóculo primário: é o inóculo responsável pelo início do
ciclo primário das relações patógeno-hospedeiro, ou seja,
é o inóculo que inicia a doença em cada ciclo da cultura.
Inóculo secundário: é o inóculo responsável pelos ciclos
secundários da doença, ou seja, é o inóculo produzido
geralmente sobre o hospedeiro durante o ciclo da cultura.
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro
Sobrevivência
Ciclo primário
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro doente
Sobrevivência
Ciclo primário
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Sobrevivência do inóculo
Fase que garante a perpetuação do inóculo do patógeno
quando em condições adversas (ausência do hospedeiro
e/ou condições climáticas desfavoráveis)
• Estruturas especializadas de resistência: teliósporos,
ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos
• Atividades saprofíticas: sobrevivem em restos de cultura
• Plantas hospedeiras (próprio hospedeiro e hospedeiro
alternativo)
• Vetores (insetos, nematóides e fungos)
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Sobrevivência: Estruturas especializadas de resistência
Teliósporos – ferrugens e carvões
Ferrugem da goiabeira
Carvão do milho
Puccinia psidii
Ustilago maydis
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Sobrevivência: Ascocarpos
Sarna da Macieira (Venturia inaequalis)
•Folhas infectadas caem ao chão
(outono)
•Formação do corpo de frutificação
(dura todo inverno)
•Liberação dos ascósporos na
primavera (brotos novos)
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Sobrevivência: Oósporos
Gêneros: Pythium e Phytophthora
Oósporo
•Estruturas que suportam altas e baixas
temperaturas e baixa umidade
Tombamento em soja - Pythium sp.
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Sobrevivência: Escleródios
Principais gêneros: Sclerotium, Sclerotinia, Macrophomina, Verticillium,
Rhizoctonia, Botrytis
Escleródio
•Agregado compacto de hifas
formando massas arredondadas
ou de formato irregular
Mofo branco em feijoeiro
Sclerotinia sclerotiorum
Feijoeiro
Macrophomina phaseolina
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Sobrevivência: Clamidósporos
Fusarium spp.
•Célula com citoplasma condensado
(acúmulo de reservas) e parede mais
espessa
clamidósporos
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Estruturas de sobrevivência de nematoides
Meloidogyne sp.
•Dormência dos ovos em condições
desfavoráveis
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Estruturas de sobrevivência de nematoides
Soja
Heterodera glycines
•Formação de cisto do próprio corpo da fêmea com os ovos dentro
(Heterodera e Globodera)
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Sobrevivência: Atividades saprofíticas
Patógenos que podem sobreviver em restos de cultura
•Causadores de podridões de órgãos de reserva (Rhizopus,
Pectobacterium)
•Causadores de podridões radiculares (Pythium, Phytophthora,
Fusarium e Rizhoctonia)
•Causadores de manchas foliares (Alternaria, Xanthomonas e
Pseudomonas)
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Sobrevivência: Atividades saprofíticas
Alface
Tomate
Pectobacterium carotovora
Rhizopus stolonifer
Pinta Preta doTomateiro
Alternaria solani
Murcha do algodoeiro
Fusarium oxysporum f.sp.
vasinfectum
Murcha bacteriana do pimentão
Roseira
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Ralstonia solanacearum Agrobacterium tumefaciens
Sobrevivência: Plantas hospedeiras
Parasitas obrigatórios (não sobrevivem sem o hospedeiro)
Ferrugens, oídios e míldios; algumas bactérias
doente
sadia
Café - Hemileia vastatrix
Raquitismo da soqueira da cana-de-açúcar
Leifsonia xyli subsp. xyli
•Hospedeiros alternativos: Huanglongbing (bactéria) coloniza a planta hornamental
murta (Murraya spp.)
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Sobrevivência: Sementes
•Pode estar associado à semente na superfície (infestadas) ou no seu interior
(infectadas)
Neergaard (1997)
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Sobrevivência: Vetores
Insetos
Protozoários
Fungo
Nematoides
Pulgão
Polymyxa
Olpidium
Xiphinema
Cigarrinha
Spongospora
Tripes
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro doente
Sobrevivência
Ciclo primário
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Disseminação
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Disseminação
Liberação: remoção do patógeno do local onde foi produzido.
Pode ser Ativa ou Passiva
Dispersão: transporte do patógeno a partir de sua liberação.
Pode ser pelo ar, água, insetos e homem.
Deposição: implica no assentamento do patógeno sobre uma
determinada superfície.
Pode ser por sedimentação, impacto, turbulência e chuva.
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Disseminação: Liberação ativa
Mecanismo de ejeção : Venturia inaequalis
Zoósporos - movimento flagelar: Pythium, Phytophthora
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Disseminação: Liberação ativa
Gibberella zeae (milho)
Phytophthora
(Fusarium graminearum)
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Disseminação: Liberação passiva
Por impacto: vento ou chuva
Por respingos: chuva
Pelo vento: fungos pulverulentos
Respingos de
água
Vento
Vento e chuva
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Disseminação: Liberação passiva
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Disseminação: Dispersão
Pode ocorrer a curtas ou longas distâncias
Os principais agentes de disseminação ou dispersão são:
(a) ar, (b) água, (c) homens, (d) insetos
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Deposição
Os mecanismos de deposição de esporos incluem:
• sedimentação (ar calmo)
• impacto (esporo transportado pelo ar e adere a uma superfície)
• turbulência (ventos de velocidades variadas)
• deposição pela chuva
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro doente
Sobrevivência
Ciclo primário
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Infecção
É o início da patogênese – Patógeno inicia seu ataque e hospedeiro se defende
Início: penetração; Fim: estabelecimento das relações parasitárias estáveis
Mecanismos de pré-penetração
Tatismo: movimento de zoósporos, bactérias e nematóides de forma não
casual – atração química por exsudatos das plantas (quimiotatismo);
Tropismo: crescimento direcionado a um estímulo - atração química por
exsudatos das plantas (quimiotropismo); cargas elétricas (eletrotropismo);
topografia (topotropismo); água (hidrotropismo) e luz (fototropismo).
Infecção
Mecanismos de pré-penetração
Movimento direcionado - tatismo (movimentação direcionada)
Dois grupos de zoósporos de míldio da
videira (Plasmopara viticola) junto a dois
estômatos. (Agrios, 2005)
Pseudomonas
syringae
que
causa
mancha bacteriana são vistas ao redor de 34
um estômato de folha de cereja
Infecção
Mecanismos de pré-penetração
Tropismo (Crescimento direcionado)
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Infecção
Mecanismos de penetração - fungos
Penetração direta: vencer barreiras intactas do hospedeiro:
•Parte aérea: cutícula (cutina e cera) e epiderme
•Raiz e ramos lenhosos: periderme
Força mecânica e
cutinases
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Infecção
Mecanismos de penetração - fungos
Aberturas naturais
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Infecção
Mecanismos de penetração- fungos
Ferimentos
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Infecção - Bactérias
Mecanismos de penetração
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Infecção - Nematoides
Mecanismos de penetração
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro doente
Sobrevivência
Ciclo primário
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Colonização
A colonização é a expressão da fase parasítica do agente patogênico,
representada pela retirada de nutrientes do hospedeiro.
Início: estabelecimento de relações parasitárias estáveis; Fim: reprodução
do patógeno
Relação nutricional:
Biotróficos: as fontes de nutrientes são tecidos vivos de seu hospedeiro.
•Todos os vírus, viróides e fitoplasmas; algumas bactérias; todas o fungos
causadores de ferrugens, carvões, oídios e míldios
Hemibiotróficos: iniciam a infecção como biotróficos, mas colonizam o
hospedeiro como necrotróficos.
•Fungos do gênero Colletrotrichum
Necrotróficos: as fontes nutricionais são tecidos mortos.
•Bactérias como Pectobacterium, fungos como Sclerotinia, Penicillium,
Aspergillus e Rhizopus
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Colonização
Fungos biotróficos: formação de
haustório
Fungos necrotróficos: destruição do tecido
por enzimas e toxinas
Oídio
Fungos hemibiotróficos: formação de vesícula (parecido com haustório).
Posteriormente ocorre a formação de hifas secundárias (destruição do
tecido – enzimas e toxinas)
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Distribuição do patógeno no hospedeiro
Sistêmica e Localizada
Ferrugens (localizada)
Necrotróficos
(invade tecido
de forma
irregular)
Vascular (sistêmica)
Vírus (sistêmica)
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Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro doente
Sobrevivência
Ciclo primário
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Reprodução
• Produção do inóculo: Pode ocorrer tanto na superfície como no interior do
hospedeiro
•Pode ser sexuada ou assexuada
Fatores que influenciam a reprodução
• Umidade relativa do ar
• Molhamento foliar
• Temperatura
• Luz
• Estado nutricional do hospedeiro
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Reprodução
REQUEIMA DO TOMATEIRO - Phytophthora infestans
Produção de esporângios em ambiente  91 – 100% de UR 18 – 22 ºC
OÍDIO DA VIDEIRA - Uncinula necator
Condições favoráveis para a doença: clima seco
(Amorim et al., 2011) 47
Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Ciclo de relações patógeno-hospedeiro
Infecção
Disseminação
Colonização
Ciclo
secundário
Reprodução
Hospedeiro doente
Sobrevivência
Ciclo primário
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Referência Bibliográfica
Capítulo 4: Ciclo das Relações Patógeno hospedeiro pag. 59-99
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