Opções de Design para Circuitos Integrados CMOS

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Sistemas Digitais III
Escola Superior de Tecnologia de Setúbal
Opções de Design para Circuitos Integrados CMOS
Para implementar um circuito integrado (CI) em CMOS é possível escolher entre as
múltiplas possibilidades existentes no mercado. A escolha deve ser feita com base nas
características necessárias para o circuito(complexidade, velocidade, área), no custo de
cada implementação e no tempo disponível para o desenvolvimento.
As soluções seguintes são apresentadas por ordem crescente de custo e de forma
indirecta também por ordem crescente de tempo necessário ao desenvolvimento e
complexidade máxima do CI que pode ser implementado com cada solução.
1-Lógica Programável
O investimento feito no desenvolvimento de qualquer CI é elevado, sendo importante
dividir este custo por um elevado número de cópias do mesmo circuito. Um circuito
“programável” é uma solução que tem potencialmente a possibilidade de ser utilizado
em muitas soluções diferentes.
Na classe dos circuitos de lógica programável podem identificar-se as seguintes grupos:
• Estruturas de lógica programável
• Interligações programáveis
• Arrays de portas reprogramáveis
1.1-Estructuras de lógica programável (PLDs)
Exemplos de PLDs são:
• Programmable read only memory (PROM)
• Programmable array logic (PAL)
• Programmable logic array (PLA)
A semelhança entre estes circuitos reside no facto de todos serem compostos por arrays
de ANDs e ORs e as diferenças estão patentes na tabela1.
Circuito
PROM
PAL
PLA
Array de ANDs
Fixo
Programável
Programável
Array de ORs
programável
fixo
programável
Tabela 1- PROMs, PALs e PLAs.
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Na figura 1 pode ver-se o esquema lógico de uma PROM de três entradas e quatro
saídas.
Figura 1 – Esquema lógico de uma PROM
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Na figura 2 pode ver-se um exemplo de uma PROM usada para implementar um display
de sete segmentos.
Figura 2 – Exemplo de uma PROM.
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Na figura 3 pode ver-se o esquema lógico de um PAL de três entradas e quatro saídas.
Figura 3 – Esquema lógico de um PAL
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Na figura 3 pode ver-se o esquema lógico de um PLA de três entradas e quatro saídas.
Figura 4 – Esquema lógico de um PLA
A arquitectura destas estruturas inclui também outros elementos que não aparecem no
esquema lógico. Na figura 5 pode ver-se uma PAL com detalhe para a estrutura de
Input/Output.
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Figura 5 – Estrutura de uma PAL com detalhe na estrutura de Input/Output
Sobre a forma como são feitas as ligações pode de uma forma simplificada dizer-se que
existem duas gates para o transístor de programação, sendo uma delas designada por
gate flutuante. Para inibir o funcionamento desse transístor a gate flutuante é polarizada
negativamente por forma a mudar o seu nível de threshold para um valor superior às
tensões de operação do circuito, de forma a que o transístor esteja sempre off.
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1.2-Ligações programáveis
1.2.1- Ligações programáveis permanentes
Enquanto nos PLDs o circuito é programável mudando as suas características
(escolhendo a função combinacional a ser implementada), neste tipo de implementação
programa-se o roteamento (as ligações entre os blocos disponíveis). Nesta classe
incluem-se os Field Programmable Gate Arrays (FPGAs) que se baseiam num elemento
base que depende do fabricante.
No caso da Actel o elemento base pode ser visto na figura 6.
Figura 6 – Elemento base da Actel
O circuito PLICE permite implementar todas as funções lógicas de duas ou três entradas
e algumas de quatro entradas. Um latch é implementado com uma destas estruturas,
enquanto um registo necessita de duas.
Figura 7 – Elemento base da QuickLogic
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Na figura 7 pode ver-se o elemento base da QuickLogic.
Dentro do espaço do circuito integrado existem frequentemente zonas destinadas a
diferentes funções. No caso das FPGAs da Actel podemos ver na figura 8 a distribuição
do espaço.
Figura 8 – Arquitectura das FPGAs da Actel
Na figura 9 pode ver-se o circuito associado ao pad de input/output.
Figura 9 – Actel I/O pad
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A programação das ligações é no caso da Actel feita usando um elemento designado por
PLICE (Programmable Low-Inpedance Circuit Element) que consiste essencialmente
numa resistência (>100MΩ) elevada que através da aplicação das tensões de
programação apropriadas é alterada permanentemente para uma resistência de baixo
valor (200-500Ω).
1.2.2- Ligações reprogramáveis
Os circuitos deste tipo são semelhantes aos anteriores, tendo como vantagem o facto de
ser possível reprogramar as ligações.
Em alguns casos o elemento base é dotado de mais funcionalidades do que no tipo
anterior.
1.3- Arrays de portas reprogramáveis
Um dos tipos de arrays de portas programáveis mais comuns é o Sea-of-Gates (SOG)
onde a parte central do CI é composta por um array contínuo de transístores N e P onde
o layout não está completo, mas os transístores já estão formados (as camadas de
difusão e polysilício já estão colocadas), ficando disponível para o cliente as camadas de
metal e os contactos para implementar as funções necessárias.
Figura 10 – Layout do SOG
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Na figura 10 pode ver-se o layout do SOG com detalhe da forma como são
implementados os transístores.
Existem várias vantagens deste tipo de design sobre o layout full-custom sendo de
realçar as seguintes:
• o custo é mais baixo porque a wafer pode ser utilizada para muitos designs
diferentes
• o tempo de design é mais baixo devido às ferramentas automatizadas para
roteamento e teste
• o custo dos testes é mais baixo porque podem ser aplicados processos de teste
comuns
2-Design com Células Standard
É também possível usar como base a lógica ou a função utilizando células existentes em
biblioteca (habitualmente fornecida com o software utilizado). As células de biblioteca
são normalmente criadas para as seguintes classes de circuitos:
• Small Scale Integration (SSI). Exemplos: nand, nor, xor.
• Medium Scale Integration (MSI). Exemplos: codificadores, somadores ,
comparadores.
• Datapath. Exemplos: shifters, alus.
• Memórias. Exemplos: RAM,ROM.
• Blocos ao nível de sistema. Exemplos: multiplicadores, microcontroladores.
O design é feito usando estes blocos pré-implementados.
A vantagem de usar as células standard em relação às possibilidades anteriores é a
possibilidade de obter uma maior densidade (permitindo implementar mais funções),
tendo como principal desvantagem um maior custo de desenvolvimento.
3-Full-custom Design
O design full-custom obriga a desenhar de raiz, ao nível do transístor todo o circuito a
implementar. Tem como vantagem obvia poder aproveitar todo a área existente em
silício, uma vez que não existirão blocos ou lógica que não é utilizada, e ter toda a
liberdade para construir um circuito que corresponda exactamente às necessidades,
tendo como desvantagens o custo de desenvolvimento, o custo de teste e a necessidade
de produzir muitas unidades do mesmo CI para rentabilizar o desenvolvimento.
Entre o full-custom e o design com standard cells existem um nível intermédio,
normalmente designado por semi-custom, que usa no mesmo CI os dois tipos de design
permitindo que o desenho ao nível do transístor só seja usado quando é efectivamente
necessário (por motivos de área, velocidade).
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Bibliografia
Principles of CMOS VLSI Design – A system perspective
Neil Weste, Kamran Eshraghian
Addison Wesley
Modern Digital Design
Richard S. Sandige
McGraw-Hill International Editors
Microelectronics
Jacob Millman, Arvin Gravel
McGraw-Hill International Editors
PLDs
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