Geografia - Clima e formações vegetais

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Geografia - Clima e formações vegetais
O MEIO NATURAL
Clima e formações vegetais
1. Estado do tempo e clima
O que é a atmosfera?
A atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra e permite a manutenção de vida no
nosso planeta. Permite a regulação da temperatura na superfície terrestre e a protecção da
radiação nociva.
Composição da atmosfera:
Azoto (78%)
Oxigénio (21%)
Vapor de água, dióxido de carbono, poeiras, polén, gases raros (1%)
Tabela
Estrutura da atmosfera
Qual a diferença entre estado do tempo e clima?
O estado do tempo varia de lugar para lugar e está dependente do conjunto das condições
atmosféricas, que ocorrem num determinado momento e num determinado lugar. Quando
falas que faz calor ou frio, ou vai chover, ou qual a intensidade do vento, estás a falar de
estado do tempo.
As condições atmosféricas que caracterizam o estado do tempo são:
Temperatura;
Precipitação;
Humidade;
Vento;
Nebulosidade;
Pressão atmosférica.
Por outro lado, ao conjunto dos estados do tempo mais frequentes, observados e registados
durante 30 anos, denomina-se clima.
Quais são os elementos e os factores climáticos?
Para estudares o clima de uma dada região deves considerar os diferentes elementos
climáticos. Os principais elementos climáticos são a temperatura e precipitação. Estes
elementos variam no tempo e no espaço, devido aos factores climáticos:
Latitude;
Relevo;
Proximidade ou afastamento do mar;
Correntes marítimas.
2.Temperatura: distribuição e variação
A temperatura e a latitude
Como
varia
a
distribuição
da
temperatura
de
lugar
para
lugar?
A temperatura do ar varia ao longo do dia e do ano, num mesmo lugar, mas também varia
de lugar para lugar. A variação da temperatura depende, essencialmente, de dois factores:
Inclinação dos raios solares – quanto maior for a inclinação dos raios solares, maior é
superfície aquecida e mais baixa é a temperatura.
Espessura da atmosfera – a espessura da atmosfera atravessada pelos raios solares é
tanto mais quanto maior for a inclinação dos raios solares. Quanto maior é a
inclinação, maior é o trajecto percorrido pelos raios solares, logo a energia dispersase e a temperatura diminui.
A variação diurna da temperatura, ao longo de 24 horas, deve-se ao movimento de rotação
da Terra:
Ao nascer do Sol os raios solares incidem de forma oblíqua (Fig.1 – A), e a espessura
de atmosfera por eles atravessada é maior. A temperatura do ar é relativamente
baixa, porque a energia solar espalha-se por uma área maior (A1).
Quando chegamos ao meio-dia, a radiação emitida pelo sol incide directamente sobre
superfície, já que a inclinação dos raios solares é menor (Fig.1 B) e atravessa uma
espessura de atmosfera mais pequena. A temperatura é mais elevada, mas não é a
máxima diária.
Ao pôr-do-sol, os raios solares voltam a estar oblíquos (Fig.1 – C), sendo, mais uma
vez, grande a espessura de atmosfera atravessada pelos raios solares e a superfície
aquecida volta a ser maior (C1). Desta forma, a temperatura volta a baixar.
Ao longo da noite, a ausência de radiação solar juntamente com a libertação de
energia calorífica da Terra para o espaço, a temperatura vai baixando gradualmente.
No entanto, quando há presença de nuvens no céu, durante os períodos da noite,
existe uma manutenção das temperaturas, não se perdendo toda a energia
acumulada durante o período diurno.
Figura
Movimento aparente do sol
A1 – Superfície aquecida ao princípio da manhã
B1 – Superfície aquecida ao meio-dia
C1 – Superfície aquecida ao fim da tarde
A variação anual da temperatura tem como principal explicação o movimento de translação
da Terra. Os raios solares não incidem da mesma forma na superfície terrestre, devido à
inclinação do eixo da Terra em relação à sua órbita.
Figura
Movimento de translação da Terra
Como podes observar na figura 2, devido à forma arredondada da Terra, os raios solares
atingem a superfície terrestre com diferentes graus de inclinação.
Entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, a inclinação dos raios solares é menor do que
nas regiões polares. Por isso, entre os trópicos, a energia dos raios solares é distribuída por
uma superfície menor do que nas regiões polares:
Na região intertropical (entre o trópico de Câncer e o trópico de Capricórnio), há
uma maior concentração da energia os raios solares e, por consequência, um maior
aquecimento;
Nas regiões polares, a menor concentração da energia dos raios solares provoca um
menor aquecimento.
Desta forma, podes concluir que quanto maior é o valor da latitude, menor é o aquecimento
da superfície terrestre, ou seja, a temperatura diminui à medida que a latitude aumenta.
A temperatura e o relevo
A temperatura diminui com o aumento da latitude e o mesmo acontece com a altitude, ou
seja, à medida que vai aumentando a altitude vai diminuindo a temperatura. A temperatura
baixa 6,5°C por cada mil metros – gradiente térmico. Esta situação acontece porque diminui
a capacidade de absorção da radiação solar e da radiação terrestre, em virtude da
diminuição da quantidade de vapor de água e dióxido de carbono, entre outros.
Contudo, também a orientação das vertentes pode fazer varia a temperatura:
As vertentes expostas a Sul no hemisfério Norte e expostas a Norte no hemisfério Sul
são vertentes soalheiras – temperatura elevada;
Vertentes expostas a Norte no hemisfério Norte expostas a Sul no hemisfério Sul são
vertentes umbrias – temperaturas baixas.
As montanhas podem ter, uma orientação em relação à linha de costa:
Concordantes – montanhas paralelas à linha de costa, constituem uma barreira à
passagem de ventos húmidos vindo do oceano;
Discordantes – montanhas perpendiculares ou oblíquas à linha de costa, permitindo a
penetração dos ventos húmidos nas regiões do interior, amenizando a temperatura.
A temperatura e a proximidade/ afastamento do mar
A proximidade ou afastamento de um lugar em relação ao mar explica as diferenças de
temperatura entre o litoral e o interior. De facto, a água tem um papel de regulador térmico,
diminuindo o efeito das diferenças de temperatura – temperaturas muito elevadas e
temperaturas muito baixas. Nas áreas próximas do litoral é menor a amplitude térmica,
sendo que não são muito elevadas no Verão nem muito baixas no inverno. Por outro lado, as
regiões afastadas do mar registam maiores amplitudes térmicas anuais, ou seja, o Verão é
muito quente e o inverno é muito frio.
De facto, estas as amplitudes térmicas explicam-se com base na capacidade calorífica dos
continentes e dos oceanos. Os continentes ganham e perdem muito facilmente o calor que
recebem durante o dia, ao passo que os oceanos aquecem menos e de forma mais lenta.
A temperatura e as correntes marítimas
As características das correntes marítimas – quentes ou frias – influenciam a temperatura e
a humidade das regiões junto ao litoral. Desta forma, nas regiões influenciadas por uma
corrente marítima fria, as temperaturas são muito mais baixas no Inverno, enquanto nas
regiões banhadas por uma corrente quente, as temperaturas são sempre amenas, mesmo no
Inverno.
As correntes quentes contribuem para moderar as temperaturas dos lugares
localizados junto à costa são mais amenas no Inverno. A corrente quente do Golfo
do México desloca-se para o Noroeste da Europa, permitindo que os Invernos sejam
mais amenos.
As correntes frias contribuem para um maior arrefecimento do ar no Inverno e
temperaturas mais amenas no Verão.
3. A precipitação: distribuição e variação
Como e por que é que ocorre precipitação?
A precipitação está associada à existência de nuvens, no entanto, nem sempre ocorre. Para
que ocorra precipitação é necessário que as gotículas em suspensão que formam as nuvens
originem gotas de água maiores e com um peso que lhes permita vencer a gravidade e
atingir o solo.
Mas para ocorrer precipitação é necessário que exista a subida do ar. Deste facto, o ar ao
subir, vai expandir-se e arrefecer, até atingir o ponto de saturação, a partir deste momento
o ar pode condensar, formando nuvens, que por sua vez podem levar à ocorrência de
precipitação.
Tipos de precipitação
A subida do ar pode acontecer através de quatro processos diferentes, originando quatro
tipos de precipitação:
Orográficas – subida do ar ao longo das vertentes montanhas;
Convergente – subida do ar devido à convergência dos ventos numa determinada
zona;
Convectiva – subida do ar, causada pelo seu aquecimento, após ter contactado com
uma superfície mais quente. Ao aquecer, torna-se mais leve e sobe;
Frontal – subida do ar devido ao contacto de duas massas de ar diferente.
A precipitação, como a temperatura é influenciada pela latitude, altitude, afastamento e
proximidade do mar e das correntes marítimas, o que explica a sua desigual distribuição à
superfície da Terra.
A Precipitação, a latitude e a pressão atmosférica
A circulação do ar na atmosfera influência a pressão atmosférica, que por sua vez influência
o estado do tempo. O ar desloca-se sempre das altas para as baixas pressões, o que origina
a convergência e a subida do ar nas áreas de baixas pressões, e divergência e descida do ar
nos centros de altas pressões.
Altas pressões polares (no hemisfério norte e hemisfério sul);
Baixas pressões subpolares (no hemisfério norte e hemisfério sul);
Altas pressões subtropicais (no hemisfério norte e hemisfério sul);
Baixas pressões equatoriais.
A distribuição dos principais centros de pressão atmosférica em latitude influencia a
distribuição da precipitação mundial.
Mapa
Distribuição da precipitação anual e dos centros de pressão atmosférica em
latitude
Os centros de baixas pressões estão associados a céu muito nublado e ao mau tempo
– contribuem para o aumento da precipitação.
Os centros de altas pressões estão associados a céu limpo e a tempo seco –
contribuem para a diminuição da precipitação.
Tabela
O movimento do ar, nos centros de baixas e de altas pressões, no hemisfério norte.
Assim, podemos verificar:
Nas regiões equatoriais, onde há elevadas temperaturas, o ar sobe, formando
centros de baixas pressões que originam precipitação muito abundante.
Próximo dos trópicos, o ar desce, originando altas pressões, que são responsáveis
pelo tempo seco predominante nessas latitudes.
Nas latitudes médias, dá-se a convergência do ar tropical com o ar polar,
formando-se as baixas pressões que explicam a ocorrência de precipitação
abundante.
Nos pólos, onde há baixas temperaturas, formam-se altas pressões e, por isso, há
baixos valores de precipitação.
A precipitação e o relevo
A precipitação é influenciada pela altitude e pela sua exposição em relação à linha de costa.
De facto, a precipitação é mais elevada em áreas de maior altitude e nas áreas montanhosas
concordante. As áreas de montanhas concordantes são paralelas à linha de costa e são
fortemente influenciadas pelos ventos húmidos.
As montanhas podem ter vertentes barlavento, que estão expostas aos ventos húmidos e
vertentes sotavento, que estão abrigadas dos ventos húmidos. Nas vertentes barlavento é
maior a precipitação do que nas vertentes sotavento, que normalmente são muito secas.
A precipitação e a proximidade/ afastamento do mar
As áreas próximas do mar são influenciadas pelos ventos húmidos marítimos registando
valores elevados de precipitação, à medida que os ventos marítimos vão avançando para o
interior do território, perdem humidade e o seu efeito amenizador da temperatura. Assim,
verifica-se um contraste litoral/interior.
A precipitação e as correntes marítimas
4. Os climas e as formações vegetais
Os principais climas do mundo
A conjugação dos factores climáticos origina três grandes tipos de clima – quentes,
temperados e frios.
Como se distribuem os climas no mundo?
Os climas distribuem-se em três zonas climáticas:
Zona Quente ou Intertropical – temperaturas médias mensais e anuais elevadas e
pouca variação anual;
Zona Temperada do Norte e do Sul – temperaturas médias anuais moderadas e com
variação das temperaturas médias mensais ao longo do ano;
Zona Fria do Norte e do Sul – temperaturas médias anuais negativas e um grande
contraste nas temperaturas médias mensais.
Mapa
Distribuição dos climas
Mapa
Distribuição dos biomas
Tabela
Classificação climática e as formações vegetais associadas
O clima e as formações vegetais Portugal
Portugal tem características climáticas das regiões de clima temperado mediterrâneo, mas
apresenta grandes contrastes regionais. Assim, podemos distinguir várias regiões climáticas:
Região mediterrânica – Sul de Portugal Continental e Região Autónoma da Madeira;
Região atlântica – Litoral Norte e Região Autónoma dos Açores;
Região continental do norte – Interior Norte;
Região de influência da altitude – Áreas de montanhas de maior altitude.
Mapas
Distribuição
do
Distribuição da vegetação em Portugal
clima
em
Portugal
As características climáticas reflectem-se no tipo de vegetação. Desta forma, podemos
encontrar em Portugal continental, espécies diferentes, consoante os traços climáticos
dominantes:
Floresta caducifólia;
Floresta mediterrânea;
Maquis;
Garrigues.
Nas regiões Autónomas, a vegetação natural também apresenta características
predominantemente mediterrânicas. Devido à influência do oceano, que modera as
temperaturas e gera grande humidade, ainda se preserva a floresta laurisilva, que em
tempos remotos, cobriu uma boa parte da Europa do Sul.
Esquemas síntese
Clima e formações vegetais
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