Drogas comuns que não podem ser usadas nos pacientes com câncer porque aumentam a proliferação mitótica e ou diminuem a apoptose José de Felippe Junior “ Os médicos em geral deveriam saber mais sobre os graves efeitos colaterais de algumas drogas” JFJ Atualmente a maioria dos pacientes portadores da doença crônica denominada câncer são tratados com as técnicas mais avançadas de cirurgia, os mais modernos aparelhos de radioterapia e os quimioterápicos mais eficazes e de última geração. Entretanto, muitos médicos se esquecem que existem medicamentos comuns que facilitam a proliferação celular, dificultam a apoptose, favorecem a angiogênese tumoral e impedem a diferenciação celular das células transformadas. Tais medicamentos são habitualmente prescritos para aliviar sintomas ou simplesmente como suplementos vitamínicos ou fitoterápicos, erroneamente considerados como inócuos. Muito medicamentos usados na medicina interna podem aumentar a proliferação celular neoplásica e ou diminuir a apoptose o que vai aumentar o volume tumoral. Precisamos estar alertas para não utilizar tais medicamentos. Já escrevemos sobre os bloqueadores de cálcio amplamente utilizados pelos cardiologistas e clínicos, excelentes como antihipertensivos ou antianginoso, porém ao custo de aumentar em 5 a 6 vezes o risco dos mais variados tipos de câncer. O uso dos diuréticos deve ser acompanhado pela reposição de magnésio, além do potássio, sob o risco de aumentar o risco e a mortalidade do câncer colo-retal e renal. Nos diabéticos o emprego da insulina aumenta e o da metformina diminui o risco de câncer. A morfina aumentando a geração do fator nuclear NF-kappaB aumenta a proliferação e diminui a apoptose nas células neoplásicas. Nós médicos clínicos devemos estar atentos para não prejudicar a evolução dos pacientes com câncer prescrevendo medicamentos que facilitam a proliferação celular neoplásica, impedem a apoptose, facilitam a angiogênese tumoral ou impeçam a diferenciação das células transformadas. A ansiedade aumenta o número de metástases e os ansiolíticos diminuem. O diazepam pode ser antiproliferativo no adenocarcinoma colo-retal e câncer de mama. Na verdade, os benzodiazepínicos, diazepam (Valiun, Ansiliv, Somaplus), lorazepan (Lorax), clordiazepóxido (Librium), Clobazam (Frizium, Urbanil), medazepam, nitrazepam, e oxazepam não aumentam o risco de câncer. Entretanto, o clonazepan (Rivotril, Clonotril) está associado ao maior risco de câncer quando usado a longo prazo. Agora um problema, comparando os benzodiazepínicos com ansiolíticos não benzodiazepínicos observa-se significante aumento de 98% para tumor cerebral, 25% para tumor colo-retal, e 10% para o tumor de pulmão. Um excelente ansiolítico não benzodiazepínico é a buspirona (Buspar, Ansitec, Brozepax, Buspanil) tranquiliza sem provocar sono. Outro seria a cloxazolam (Olcadil , Elum). Existem os ansiolíticos naturais para os casos mais brandos, como a valeriana, passiflora e o famoso chá de camomila. Este último inibe o NF-kappaB, fator promotor da proliferação e antiapoptótico. Quanto aos antidepressivos. É muito comum recebermos pacientes tomando amitriptilina (Amitryl, Tryptanol, etc.) para aumentar o limiar da dor, entretanto, este antidepressivo aumenta a proliferação mitótica e impede a apoptose das células neoplásicas. Em seu lugar podemos usar a imipramina (Tofranil, Elepsin, Depramina, Imipra, etc.). A imipramina, além de aumentar o limiar da dor reduz a proliferação celular via inibição da via PI3K/Akt/mTOR e induz autofagia por ex. das células do glioma humano. Antidepressivo muito utilizado e tido como inócuo é a fluoxetina (Prozac, Daforin), porém, ela pode provocar aumento do crescimento tumoral de células do fibrosarcoma humano e do melanoma B16f10 por se ligar a receptores histamínicos reguladores do crescimento tumoral. Entretanto, a fluoxetina suprime o crescimento do câncer de colon induzido pela hidrazina e inibe linfomas ativando os linfócitos T. A sertralina, clomipramina e trazodona diminuem a atividade do IFN-gama e ativam o IL-10 polarizando o sistema imune para M2/Th2, proliferativo. A clomipramina (Anafranil) inibidor da recaptação da norepinefrina e da serotonina, é capaz de provocar autofagia do estroma peri-tumoral e ser um bom coadjuvante no tratamento de vários tipos câncer, apesar de polarizar sistema imune para M2/Th2 Antidepressivo muito eficaz é o bromidrato de citalopram. Ele inibe os complexos I e II da cadeia mitocondrial e aumenta a geração de radicais livres, mas não inibe o complexo IV e assim não interfere na produção de ATP e ainda ativa a citratosintase, que aumenta o oxaloacetato, que inibe a DHL-A, o que inibe o ciclo celular proliferativo via glicólise anaeróbia. O citalopram ativa o canal Kv1.5, bloqueador da entrada de K+ no intracelular e, portanto, é apoptótico. O citalopram suprime o crescimento do câncer de colon induzido pela hidrazina. O problema do citalopram é que possui bromo na molécula, que pode reduzir a função da glândula tiroide. A maioria dos antidepressivos e estabilizadores do humor inibem a cadeia de elétrons da mitocôndria, complexos I e IV o que diminui a eficácia da fosforilação oxidativa e aumenta a proliferação celular. Inibem a atividade do complexo I e portanto aumentam a geração de radicais livres: amitriptilina, imipramina, citalopram, desipramina, mirtazapina, valproato e olanzapina. Inibem a atividade do complexo II, amitriptilina, imipramina, citalopram e venlafaxina. É importante saber que todas as drogas acima inibem o complexo IV exceto o citalopram e a moclobemida. O aumento da atividade da citrato-sintase, antiproliferativo, foi observado com o citalopram, a tianeptina e a olanzapina. O risco de câncer de mama pode aumentar com o uso de sertralina ou paroxetina, antidepressivos muito utilizados nas mulheres. Entretanto, não seria a própria depressão que provocaria este aumento de risco? Outra hipótese: a pessoa contaminada com alguma substância tóxica (pesticida, agrotóxico, chumbo, etc...) apresenta depressão ingere antidepressivos e o verdadeiro culpado do câncer e da depressão fica escondido e não diagnosticado. Paroxetina, fluoxetina, clomipramina, mas não a imipramina e a mianserina provocam apoptose em duas linhagens de glioma humano, com ativação do c-Jun, via liberação de citocromo-c e ativação da caspase-3. Atenção não use paroxetina junto com o tamoxifeno, pois diminui os efeitos deste, que já são tão pequenos; diminui o risco de câncer de mama em 0,9% no período de 5 anos. A prednisona e o triantereno ativam o fator induzível pela hipóxia – HIF-1 e podem aumentar a proliferação tumoral. Não podemos usar molibdênio nas pacientes com câncer de mama, porque ele aumenta a proliferação celular. A sinvastatina e outras estatinas ativam a delta-5-desaturase aumentam a síntese de ácido araquidônico que aumenta a inflamação e a proliferação celular. Pacientes com câncer de próstata tratados com hormonioterapia têm maior risco de apresentarem síndrome metabólica, diabetes e morrerem de infarto do miocárdio. Aspirina a longo prazo aumenta o risco de câncer de pâncreas. A crisina, inibidor de aromatase, inibe também e de modo não competitivo o ATP, ao lado de ser mutagênica e, assim não podemos utilizá-la. Ela é um flavonoide natural, 5,7-dihidroxiflavona, presente em muitas plantas e in vitro possui propriedade contra vária linhagens de células neoplásicas. Entretanto, in vivo os resultados foram desapontadores. Devemos minimizar o emprego de drogas que polarizam o sistema imune para M2/Th2 explanadas neste livro nos capítulos 108 e 109. Entretanto, não podemos prescindir da curcumina e genisteína duas polarizadoras do M2/Th2. Atenção para as seguintes contraindicações: I- Contraindicadas as substâncias que diminuem a fluidez da membrana celular. Elas aumentam a resistência das células neoplásicas à hipertermia e ao ataque do sistema imune. 1- Ácidos graxos saturados: carne de porco, carne vermelha, banha de porco 2- Ácidos graxos trans: margarinas, maionese de supermercado, pois, diminuem a incorporação de ômega-3 na membrana celular 3- Ácidos graxos monoinsaturados: não exagerar no azeite de oliva (rico em ácido oleico que estimula a proliferação) 4- Colesterol 5- Esfingomielina 6- Álcool etílico. O consumo moderado ou social aumenta a incorporação de colesterol nas membranas, ativando o crescimento tumoral e as metástases II- Contraindicadas as substâncias e os procedimentos que ativam o NF-kappaB. Eles provocam o aumento da proliferação celular neoplásica, o aumento da angiogênese tumoral e fazem cessar a apoptose, permitindo a sobrevivência das células e o aumento do volume tumoral. 12345- Manutenção do estado redox intracelular: redutor Agentes antioxidantes em geral Metais tóxicos Manganês –importante manter normal, nunca levado Vitamina K3 em doses baixas 6- Astrágalos 7- Estresse físico: radiação ultravioleta, Raio X, Raios gama, cigarro 8- Taxol 9- Haloperidol 10- Quimioterapia de repetição (longo prazo) 11- Radioterapia 12- Infecções: bactérias, fungos, vírus (gripe, HIV, etc.), endotoxina. Tratar prontamente as infecções 13- Lesões ambientais internas: hipóxia, isquemia e pH ácido. 14- Mediadores fisiológicos: excesso de produção de insulina (carboidratos refinados ou de elevado índice glicêmico), angiotensina II, PAF. III- Contraindicadas as substâncias doadoras de radical metila ou que aumentam a metilação do DNA. A metilação do DNA nas ilhas CpG, diminui ou abole a expressão de genes supressores de tumor e provoca o silêncio destes genes promovendo o aumento da proliferação celular e a inibição da apoptose. 1- S-adenosilmetionina. É doador de radical metila e inibe a demetilação do DNA. 2- Não permitir deficiência de ácido fólico. A baixa ingestão de folato se associa em estudos animais e epidemiológicos à metilação aberrante da região promotora do DNA, que é agravada pela ingestão de álcool. Fonte de ácido fólico: folhas verdes 3- Não permitir deficiência de Vitamina B12. Provoca efeitos semelhantes à depleção de ácido fólico. 4- Carne vermelha, carne de porco. São ricos em radicais metila 5- Álcool, facilita a metilação IV-Contraindicadas as seguintes substâncias ou medicamentos Qualquer fórmula com efeito antioxidante Vitamina E na forma de acetato de tocoferol: antioxidante potente NAC (N acetilcisteína): Não ingerir qualquer xarope, tablete ou medicamento que contenha, fluimucil ou N-Acetilcisteína, Fluimucil. 4- Ferro de qualquer tipo e por qualquer via de administração: ativa a mitose 5- Cobre, manganês, glutamina, cisteína, cistina, metionina, GSH, glutationa, SAMe. 6- Immunocal 7- AAS, aspirina e salicilatos: Apesar de inibirem o NF-kappaB, impedem a citotoxicidade do selênio 8- Indometacina: igual item 8 9- Antinflamatórios não hormonais de qualquer tipo: igual item 8 10- Corticosteroides, corticoides, cortisol, Meticorten, Calcort, Diprospan, Solucortef ou qualquer medicamento que contenha corticosteroide. Diminuem as defesas imunológicas e impedem a citotoxicidade do selênio. Uso somente a curto prazo, pois deslocam o sistema imune para M2/Th2. 11- Diuréticos: furosemida clorana, higroton, natrilix (uso permitido somente a curto prazo): não esqueça de repor Mg++ e K+. 12- Diazepan, Valium, Dienpax, Rivotril e similares 13- Bloqueadores dos canais de cálcio: geralmente usados para hipertensão arterial ou angina pectoris: Adalat, Verapamil, Balcor, nifedipina, Amlodipina, etc . Dificultam o processo de apoptose. 123- 14- Paracetamol, acetaminofeno por provocar lesão hepática. Muitos pacientes oncológicos recebem Tylex, Tylenol para dor. Podemos usar com segurança; tramal, codeína, ibuprofeno, lisador, etc.. Drogas que possuem atividade antineoplásica, porém, suas indicações são bem diferentes abcdef- ghij- Antihelmínticos benzimidazois: albendazole, mebendazole, flubendazole, Antihipertensivos: doxazosin, propranolol, Antipsicóticos: clorpromazina, clomipramina, Antidiabéticos: metformina, pioglitazona. Antiasmáticos inibidores da fosfodiesterase por aumentar AMP-cíclico e induzir diferenciação celular: teofilina, aminofilina Antiarrítmico - amiodarona: ativa o receptor da morte Fas e provoca apoptose. Ela aumenta a concentração de angiotensina II e o mRNA do angiotensinogênio em células do tumor de pulmão A549 o que diminui a proliferação celular, induz a apoptose e propicia a diferenciação celular. Digitálicos: digitoxina, digoxina Tramadol: inibe a proliferação e invasão de células do câncer de mama via receptor alfa-2 adrenérgico Yoimbina: inibe o crescimento de células do câncer de pâncreas por induzir apoptose , via inibição alfa-2 adrenérgica Norepinefrina: atenua a expressão do CXCR4 e diminui a inva~]ao do câncer de mama MDA-MB-231 Bharat B. Aggarwal, Ph.D. Director of Cytokine Research Laboratory, Department of Experimental Therapeutics, The University of Texas , M.D. Anderson Cancer Center, Houston, Texas, U.S.A. no 10th International Conference on Mechanisms of Anti-mutagenesis and Anti-carcinogenesis International Conference on Nutrigenomics September 26-29, 2010; Guarujá, SP, Brazil, nos colocou a seguinte questão: Se alguém inventar uma pílula que corte o risco de câncer pela metade, você tomaria? Estava se referindo ao tamoxifeno, às razões científicas para não o utilizar. 1- Entre 1000 mulheres espera-se que 19 desenvolvam câncer de mama nos próximos 5 anos, mas, se estas mulheres tomarem tamoxifeno, 9 delas se livrarão do câncer. Proteção 9 em 1000 ou 0,9% . 2- Espera-se que o Tamoxifeno cause 21 casos adicionais de câncer endometrial. 3- Trombose acontece em mais 21 mulheres, catarata em mais 31 mulheres e problemas sexuais em mais 12. 4- Mais da metade das 1000 mulheres vão desenvolver naturalmente sintomas hormonais como calores da menopausa, corrimento vaginal, ciclos menstruais irregulares. O Tamoxifeno provocará estes mesmos sintomas em 120 mulheres adicionais, sem estarem em menopausa. 5- Raloxifene, também reduz a incidência de câncer de mama e fala-se em menos efeitos colaterais. Embora os dados ainda não foram publicados, os efeitos colaterais são os mesmos do Tamoxifeno. O Dr. Tufi Dippe Jr. traduziu artigo “Diagnóstico de câncer aumenta o risco de morte cardiovascular ou suicídio” escrito pelo Dr. Fang, médico do Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia, cuja fonte foi o The New England Journal of Medicine. O diagnóstico de câncer é uma experiência traumática que pode acarretar consequências adversas à saúde, as quais podem ultrapassar os efeitos próprios da doença ou do seu tratamento. Um grande estudo demonstrou que pacientes que recentemente receberam um diagnóstico de câncer tinham um risco aumentado de morte por suicídios ou doenças cardiovasculares. Pesquisadores suecos avaliaram 6.073.240 indivíduos para examinar as associações entre o diagnóstico de câncer e o risco imediato de morte por suicídio ou doenças cardiovasculares no período de 1991 até 2006. Em comparação com pessoas livres de câncer, o risco relativo de suicídio entre pacientes que receberam o diagnóstico de câncer foi 12,6 vezes maior na primeira semana, e 3,1 vezes maior durante o primeiro ano. O risco relativo de morte cardiovascular após o diagnóstico de câncer foi 5,6 e 3,3 vezes maior durante a primeira semana e o primeiro mês, respectivamente. O risco de suicídio e morte cardiovascular diminuiu rapidamente após o primeiro ano do diagnóstico de câncer. O aumento do risco foi particularmente proeminente para os casos de câncer com pior evolução. "Esperamos que os resultados de nosso estudo ajudem a melhorar os cuidados de pacientes recém-diagnosticados de câncer e, eventualmente, diminuir o risco de estresse relacionado com a doença e a morte". Referências no site www.medicinabiomolecular.com.br