CARACTERÍSTICAS DA AMAZÔNIA para identificação de vetores de desenvolvimento • PERFIL AMBIENTAL Localização A Amazônia é um território único pela variedade indescritível de sua flora e fauna. Estende-se por nove países da América do Sul, dos quais o Brasil fica com a maior parte, 63,4% do total. É delimitada ao norte e ao sul, respectivamente, pelos maciços das Guianas e do Brasil Central; a oeste, pela Cordilheira dos Andes. Abriga o sistema fluvial mais extenso e de maior massa líquida da Terra, sendo coberta pela maior floresta pluvial tropical. O Amazonas drena mais de 7 milhões de quilômetros quadrados de terras e é, por larga margem, o rio de maior massa líquida, com uma vazão anual média de 200.000 metros cúbicos por segundo. Essa região corresponde a 1/20 da superfície da Terra, a 2/5 da América do Sul, 1/5 da disponibilidade mundial de água doce, 1/3 das reservas mundiais de florestas latifoliadas, e somente 3,5 milésimos da população mundial, com uma densidade de 2 hab./Km2. Biodiversidade Estado atual do conhecimento sobre a biodiversidade amazônica (INPA) Em nenhum lugar do mundo existem mais espécies de animais e de plantas do que na Amazônia, tanto em termos de espécies habitando a região como um todo (diversidade gama), como coexistindo em um mesmo ponto (diversidade alfa). Entretanto, apesar da Amazônia ser a região de maior biodiversidade do planeta, apenas uma fração dessa biodiversidade é conhecida. Portanto, além da necessidade de mais inventários biológicos, um considerável esforço de amostragem também é necessário para se identificar os padrões e os processos ecológicos e biogeográficos. A riqueza da flora compreende aproximadamente 30.000 espécies, cerca de 10% das plantas de todo o planeta. São cerca de 5.000 espécies de árvores (maiores que 15cm de diâmetro), enquanto na América do Norte existem cerca de 650 espécies de árvores. A diversidade de árvores varia entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare, enquanto na América do Norte varia entre 4 a 25 Os artrópodos (insetos, aranhas, escorpiões, lacraias e centopéias, etc.) constituem a maior parte das espécies de animais existentes no planeta. Na Amazônia, estes animais diversificaram-se de forma explosiva, sendo a copa de árvores das florestas tropicais o centro da sua maior diversificação. Apesar de dominar a Floresta Amazônica em termos de número de espécies, número de indivíduos e biomassa animal, e da sua importância para o bom funcionamento dos ecossistemas, estima-se que mais de 70% das espécies amazônicas ainda não possuem nomes científicos e, considerando o ritmo atual de trabalhos de levantamento e taxonomia, tal situação permanecerá por muito tempo. Atualmente são conhecidas 7.500 espécies de borboletas no mundo, sendo 1.800 na Amazônia. Para as formigas, que contribuem com quase um terço da biomassa animal das copas de árvores na Floresta Amazônica, a estimativa é de mais de 3.000 espécies. Com relação às abelhas, há no mundo mais de 30.000 espécies descritas sendo de 2.500 a 3.000 na Amazônia. Genética... Fábrica de informação genética A Amazônia é reserva mundial de diversidade biológica e cultural. Concentra a maioria das florestas tropicais brasileiras. Dos pouco mais de 6 milhões de quilômetros quadrados que se estima ser hoje a área total da floresta amazônica na América do Sul, nada menos do que 60% estão em território brasileiro. A Amazônia possui grande importância para a estabilidade ambiental do planeta. Nela estão fixadas mais de uma centena de trilhões de toneladas de carbono. Sua massa vegetal libera cerca de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera via evapotranspiração e seus rios descarregam cerca de 20% de toda a água doce despejada nos oceanos pelos rios existentes no globo terrestre. A Amazônia na era das biotecnologias e da engenharia genética, tem nesse campo, potencial enorme. O Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica (MMA 1998) afirma que a diversidade biológica tem importância decisiva no plano econômico, e o setor da agroindústria, por exemplo, que se beneficia diretamente do patrimônio genético, responde por cerca de 40% do PIB nacional. O crescente mercado mundial de produtos biotecnológicos, por sua vez, movimenta entre 470 bilhões e 780 bilhões de dólares por ano, e o seu crescimento depende de princípios ativos e códigos genéticos existentes na natureza. Os laboratórios mais avançados que a ciência já desenvolveu agregam suas pesquisas ao outro extremo: os conhecimentos das populações tradicionais, que permitem a identificação dos princípios ativos escondidos na complexidade dos ecossistemas tropicais. Porém, Ameaças de degradação avançam em ritmo acelerado. Os dados oficiais, elaborados pelo Inpe, sobre o desmatamento na região mostram que ele é extremamente alto e está crescendo. Já foram eliminados cerca de 570 mil km2 de florestas na região, uma área equivalente à superfície da França, e a média anual dos últimos sete anos é da ordem de 17,6 mil quilômetros quadrados. Mantida esta taxa, em pouco mais de 30 anos será dobrada a área que levou 500 anos para ser eliminada. A situação, no entanto, pode ser mais grave. Os levantamentos oficiais identificam apenas áreas onde a floresta foi completamente retirada, por meio das práticas conhecidas como corte raso. As degradações provocadas por atividades madeireiras e queimadas não são contabilizadas. Se computarmos os 11.730 km2 de florestas queimadas no incêndio de Roraima em 1998, mais os 15 mil km2 que se estima sejam a área impactada pela extração seletiva de madeiras nobres a cada ano na região, o total da área de floresta degradada no ano de 1998 pularia dos 17.383 km2 computados pelo Inpe, para 44.113 km2, ou seja, mais do que o dobro. Por outro lado, a expansão da soja sobre áreas de cerrados e florestas na Amazônia pode constituir séria ameaça se não forem adotadas medidas de ordenamento ambiental. No período de 1997 e 2000, a produção dessa leguminosa no estado de Rondônia saltou de 4,5 mil toneladas para 45 mil toneladas, um crescimento de 900%. Espécies... No que diz respeito à biodiversidade, os números do Brasil também impressionam. O país conta com a maior riqueza de animais e vegetais do mundo: entre 10 a 20% de 1,5 milhão de espécies já catalogadas. São cerca de 55 mil espécies de plantas com sementes (aproximadamente 22% do total mundial), 502 espécies de mamíferos, 1.677 de aves, 600 de anfíbios e 2.657 de peixes. Respectivamente 10,8%, 17,2%, 15,0% e 10,7% das espécies existentes no planeta. Ecossistemas... A Amazônia é constituída pelos seguintes ecossistemas: Floresta ombrófila densa (a chamada Floresta Amazônica); Floresta ombrófila aberta; Floresta estacional decidual e semidecidual; Campinarana; Formações pioneiras; Refúgios montanos; Savanas amazônicas; Matas de terra firme; Matas de várzea; Matas de igapós; Flora e Fauna. Estes ecossistemas estão distribuídos em 23 eco-regiões, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Inclui também zonas de transição com os biomas vizinhos, cerrado, caatinga e pantanal. Recursos Naturais Recursos Climáticos... A sazonalidade na bacia amazônica é marcada pela pluviosidade e pela alteração do nível dos rios, que pode chegar a mais de 12 metros em algumas regiões. A precipitação na bacia não é homogênea, tanto em relação ao período do ano quanto às diferentes localidades na Amazônia. Na parte meridional do estuário do rio Amazonas, encontra-se uma zona com maior abundância de chuvas, onde a precipitação atinge mais de 2.600mm; muita mais chuva cai no noroeste da Amazônia, onde as precipitações anuais alcançam mais de 3.600mm. Entre essas faixas ocorrem zonas nas quais as precipitações em certos anos ficam abaixo dos 2.000mm. Notam-se ainda diferenças maiores ou menores entre o período chuvoso e o de estiagem. Na região de Santarém, nas imediações do rio Tapajós, por exemplo, pode ocorrer em certos anos que durante cerca de quatro semanas seguidas, agosto a setembro, não chova nada. Já no noroeste da Amazônia as diferenças podem ser bem diminutas entre as épocas mais e menos chuvosas. A temperatura média anual fica entre 26 e 27 graus Celsius, com diferenças sazonais de apenas + ou - 1 grau,em que o período da estiagem é mais quente que o das chuvas. No decorrer do dia, entretanto, a amplitude térmica pode ultrapassar 10oC. A umidade relativa do ar é sempre muita elevada, podendo alcançar 100% de saturação durante a noite. Recursos Hídricos... Os rios da Amazônia podem ser separados em três tipos: rios de água preta, rios de água branca e rios de água clara. Os rios de água branca são aqueles cujas cabeceiras encontram-se próximas aos sedimentos andinos, sendo caracterizados por apresentarem um elevado teor de argila em suspensão, visibilidade de 0,1 a 0,5 metros e pH 6,5 a 7,0. São rios de água branca os rios Amazonas, Branco, Madeira, Juruá e Purus. Esses rios formam em suas margens uma planície de aluviões recentes, as várzeas. Os rios de água clara são aqueles que se originam no Planalto Brasileiro ou no Planalto Guianense. Carreiam uma quantidade muito pequena de partículas em suspensão, podem apresentar uma visibilidade superior a 4 metros e o pH de 4,0 a 7,0. São rios de água clara os rios Xingu, Tapajós e Tocantins. Os rios de água preta são aqueles originados nos sedimentos arenosos terciários da Amazônia Central. Este tipo de rio caracteriza-se pela água marrom transparente com visibilidade entre 1,5 a 2,5 metros e apresenta um pH entre 3,5 e 4,0 devido à elevada quantidade de ácidos húmicos e fúlvicos em suspensão, que adquirem ao inundar a vegetação. O exemplo mais típico é o rio Negro. Recursos Minerais... Recursos de Madeiras... A Amazônia não é homogênea. Ao contrário, ela é formada por um mosaico de hábitats bastante distintos. A diversidade de hábitats inclui as florestas de transição, as matas secas e matas semidecíduas; matas de bambu (Guadua spp.), campinaranas, enclaves de cerrado, buritizais, florestas inundáveis (igapó e várzea), e a floresta de terra firme. Florestas de terra-firme As florestas de terra-firme caracterizam-se por ocorrer em áreas não sujeitas a inundações. Apresentam uma grande variedade de fisionomias (florestas densas, florestas semi-abertas com babaçu, florestas secas com palmeiras, florestas secas com cipós, florestas secas com cipós e palmeiras, etc.). O tipo predominante apresenta árvores altas (mais de 25 m de altura), copa fechada, muitas lianas, sub-bosque aberto e elevada biomassa. O conjunto das florestas de terra-firme representa cerca de 80% da vegetação da região. Florestas de áreas inundadas: a várzea e o igapó Cerca de 15% da Amazônia é ocupada pelos rios ou inundada em caráter permanente ou sazonal. A constatações de que o nível de fertilidade dos rios refletia na vegetação, levou a maioria dos botânicos a adotar o critério "cor dos rios" para separar as florestas inundadas em várzea e igapó. Assim, são denominadas de florestas de várzea as florestas sujeitas a inundação pelos rios de água branca, e florestas de igapó, as florestas inundadas por rios de água clara ou preta. A floresta de várzea é caracterizada pela maior riqueza em nutrientes. Enquanto o igapó é caracterizado pela acidez e pobreza de nutrientes. Buritizais Nas margens dos rios amazônicos e em certas áreas que possuem drenagem insuficiente, é comum encontrar buritizais, isto é, florestas compostas quase que exclusivamente por buritis (Mauritia flexuosa). Manguezais Manguezais são florestas costeiras adaptadas à água com elevado teor de salinidade e as variações das marés. Os manguezais ocorrem em toda a costa Atlântica. As três principais espécies de árvores dos manguezais amazônicos são: Rhizophora mangle, Aviccennia tomentosa e A. germinans. As duas últimas penetram no estuário amazônico até próximo à Floresta Nacional de Caxiuanã. Outras espécies ocorrem associadas, como Laguncularia racemosa. Recursos de Vegetação... As savanas amazônicas Além da vegetação florestal, ocorrem na Amazônia enclaves de vegetação de savana. Essa vegetação pode em geral ser classificada em campos de terrafirme, de origem terciária ou quaternária, e campos inundáveis, que podem ser campos marginais de várzeas ou campos interioranos. Campinaranas ou Caatingas amazônicas As caatingas amazônicas ou caatingas de areia branca cobrem cerca de 30.000 quilômetros de área, na região do rio Negro. Em geral ocorrem sob a forma de manchas isoladas espalhadas no conjunto da mata tropical de terrafirme. Apesar de sofrerem inundações periódicas, suas plantas tendem a apresentar características de esclerofilia. Recursos Animais... O número de espécies de peixes na América do Sul ainda é desconhecido, sendo sua maior diversidade centralizada na Amazônia. Estima-se que o número de espécies de peixes para toda a bacia seja maior que 1300, quantidade superior a que é encontrada nas demais bacias do mundo. O estado atual de conhecimento da ictiofauna da América do Sul se equipara ao dos Estados Unidos e Canadá de um século atrás e pelo menos 40% das espécies ainda não foram descritas, o que elevaria o número de espécies de peixes para além de 1.800. Apenas no rio Negro já foram registradas 450 espécies. Em toda a Europa, as espécies de água doce não passam de 200. Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encontrado para a Amazônia brasileira. Esta cifra eqüivale a aproximadamente 4% das 4.000 espécies que se pressupõe existir no mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil. A riqueza de espécies de anfíbios é altamente subestimada. A grande maioria dos estudos concentra-se em regiões ao longo das margens dos principais afluentes do rio Amazonas ou em localidades mais bem servidas pela malha rodoviária. Foram encontradas 29 localidades inventariadas para anfíbios na Amazônia brasileira. Deste total, apenas 13 apresentaram mais de 2 meses de duração. Isso significa que a Amazônia é um grande vazio em termos do conhecimento sobre os anfíbios e muito ainda há que ser feito. O número total de espécies de répteis no mundo é estimado em 6.000, sendo próximo de 240 espécies o número de espécies identificadas para a Amazônia brasileira, muitas das quais restritas à Amazônia ou a parte dela. Mais da metade dessas espécies são de cobras, e o segundo maior grupo é o dos lagartos. Embora já se tenha uma visão geral das espécies que compõem a fauna de répteis da Amazônia, certamente ainda existem espécies não descritas pela ciência. Além disso, o nível de informação em termos da distribuição das espécies, informações sobre o ambiente onde vivem, aspectos de reprodução e outros ligados à biologia do animal, assim como sobre a relação filogenética (de parentesco) entre as espécies é ainda baixo. As aves constituem um dos grupos mais bem estudados entre os vertebrados, com número de espécies estimado em 9.700 no mundo. Na Amazônia, há mais de 1000 espécies, das quais 283 possuem distribuição restrita ou são muito raras. A Amazônia é a terra dos grandes Cracidae (mutuns), Tinamidae (inhambus), Psittacidae (araras, papagaios, periquitos), Ramphastidae (tucanos e araçaris) e muitos Passeriformes como por exemplo, os Formicariidae, Pipridae e Cotingidae. O número total de mamíferos existentes no mundo é estimado em 4.650. Na Amazônia, são registradas atualmente 311 espécies. Os quirópteros e os roedores são os grupos com maior número de espécies. Mesmo sendo o grupo de mamíferos mais bem conhecido da Amazônia, nos últimos anos várias espécies de primatas tem sido descobertas, inclusive o sagüi-anão-da-coroapreta, e o sauim-de-cara-branca, Callithrix saterei. • PERFIL CIENTÍFICO-TECNOLÓGICO Ciências...biologia e farmacologia Pesquisas... Doenças tropicais,... Lincados à Coordenação de Pesquisa do INPA (Instituto Nacional de Pesquisa ...) • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • COAD - Administração COAE - Ações Estratégicas COCP - Capacitação COPE - Geral de Pesquisa COXT - Extensão CPAQ - Aquacultura CPBA - Biologia Aquática CPBO - Botânica CPCA - Ciências Agronômicas CPCRH - Clima e Recursos Hídricos CPCS - Ciências da Saúde CPEC - Ecologia CPEN - Entomologia CPPF - Produtos Florestais CPPN - Produtos Naturais CPST - Sivicultura Tropical CPTA - Tecnologia de Alimentos COAD - Administração COAE - Ações Estratégicas COCP - Capacitação COPE - Geral de Pesquisa COXT - Extensão CPAQ - Aquacultura CPBA - Biologia Aquática CPBO - Botânica CPCA - Ciências Agronômicas CPCRH - Clima e Recursos Hídricos CPCS - Ciências da Saúde CPEC - Ecologia • • • • • CPEN - Entomologia CPPF - Produtos Florestais CPPN - Produtos Naturais CPST - Sivicultura Tropical CPTA - Tecnologia de Alimentos Projetos de Pesquisa vinculados ao INPA: AGROECO - Impacto Ambient. e Capac. de Suporte LBA - Biosfera-Atmosfera na Amazônia PDBFF - Proj. Dinâmica Biol. de Frag. Florestais PELD - Pesquisas Ecológicas de Longa Duração Pimentas de Roraima Programa PPbio Projeto Biotupé Projeto CTPetro Projeto Gavião-real Projeto Geoma Projeto Madeiras da Amazônia Projeto Pirada Projeto Sementes do Brasil Pupunha-Net SIGLAB TEAM Projeto Povos Indígena e Recursos Comuns ZEE-DAS Componente Biodiversidade Laboratório de Genética Animal Além dos projetos e programas multiinstitucionais e internacionais: vide arquivo em PDF Tecnologias... De plantio, de pesca, aqüicultura, mapeamento satélite... Instituições de C&T... EMBRAPA, INPA, FUCAPI, Centro de Biotecnologia da Amazônia, Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos... • PERFIL SOCIAL População... Amazônia Legal, construção geopolítica estabelecida, em 1966, para fins de planejamento regional, possui uma extensão de 5.109.812 Km², correspondente a cerca de 60% do território nacional, e abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão a oeste do meridiano 44º. Em que pese sua grande extensão territorial, o efetivo demográfico da Região é de 21.056.532 habitantes, ou seja, 12,4% da população nacional, o que lhe confere a menor densidade demográfica do País – 4,14hab/km². Etnias Além da riqueza natural, abriga uma fantástica diversidade cultural. Lá vivem cerca de 170 povos indígenas, com uma população aproximada de 180 mil indivíduos, 357 comunidades remanescentes de antigos quilombos e milhares de comunidades de seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, babaçueiras, entre outras. Processos migratórios Historicamente, a dinâmica demográfica da Amazônia esteve sempre condicionada aos períodos de prosperidade e decadência por ela experimentado, que eram acompanhados de fluxos e refluxos de população, fruto de sua frágil base econômica de natureza extrativista. A partir de 1970, contudo, com a implementação, na Amazônia, de um conjunto de políticas de desenvolvimento, imprime-se uma nova configuração ao seu processo de ocupação econômica e demográfica. Nesse sentido, o padrão de povoamento regional, tradicionalmente fundamentado na circulação fluvial, sofreu alterações estruturais substantivas, nas três últimas décadas, como decorrência do processo de ocupação econômica verificado. As rodovias atraíram o povoamento para a terra firme e para novas áreas, abrindo grandes clareiras na floresta e, sob o influxo da nova circulação, a Amazônia se urbanizou e se industrializou, embora com sérios problemas sociais e ambientais. A várzea e a terra firme, elementos históricos de organização da vida regional, embora esmaecidos, permanecem como pano de fundo. Duas características marcantes devem ser ressaltadas em relação à ocupação do espaço regional: a) o padrão linear Na Amazônia, a integração terrestre e fluvial do território tendeu a formar eixos de transporte e infra-estrutura, ao longo e em torno dos quais se concentram investimentos públicos e privados. Esses eixos acabam definindo um macrozoneamento da Região e neles se concentram a população, os migrantes e os núcleos urbanos, verificando-se forte pressão sobre o meio ambiente. Tal macrozoneamento também conforma grandes espaços entre os eixos, domínio de terras indígenas, Unidades de Conservação e populações extrativistas e ribeirinhas isoladas; e b) o grande arco de povoamento O adensamento de estradas no leste do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso e Rondônia compõem um grande arco de povoamento. Essa faixa acompanha a borda da floresta, justamente onde se implantaram as estradas e se situa o cerne da economia regional, à exceção da Zona Franca de Manaus e alguns projetos minerais. Culturas Lendas Diversas são as lendas sobre a Amazônia. A lenda do Eldorado e do lago Parima, que supostamente estaria ligada à fonte da juventude, provavelmente refere-se à existência real do lago Amaçu, que tinha uma pequena ilha coberta de xisto micáceo, material que produz forte brilho ao ser iluminado pelo Sol e que produzia a ilusão de riquezas aos europeus. Sotaques A Amazônia brasileira apresenta, de forma geral, dois sotaques: um tradicional e outro trazido pelos migrantes advindos principalmente em decorrência das grandes rodovias construídas a partir de 1960. tradicional: forte presença do português europeu misturado a palavras e pronúncias das línguas indígenas tradicionais, formando expressões onde o s e o r são pronunciados de forma semelhante aos s e r do Rio de Janeiro; presença marcante dos verbos conjugados em concordância na segunda pessoa, i.e., tu fizeste, já almoçaste?, já abriste o presente que mandaram para ti? Está presente em quase toda a Amazônia, inclusive nas duas metrópoles (Belém e Manaus) e nas regiões onde a degradação ambiental não é muito acentuada. sotaque dos migrantes: está presente principalmente no chamado Arco do Desmatamento (região em formato de meia-lua que vai do Oeste do Maranhão, passando por Tocantins, Sul do Pará, Mato Grosso até Rondônia), constitui-se como uma miscelânia de sotaques, principalmente de maranhense, mineiro, gaúcho, goiano e outros de várias regiões brasileiras. Têm como marca o s pronunciado de forma semelhante ao s de São Paulo e diferencia-se do sotaque tradicional por soar de uma maneira mais caipira. Este fantástico patrimônio socioambiental brasileiro chegou ao ano 2000 com suas características originais relativamente bem preservadas. Na Amazônia da era da cibernética, ainda é possível contabilizar pelo menos 50 grupos indígenas arredios e sem contato regular com o mundo exterior. Sociedade Relação urbano-rural-silvicola Infra-estrutura • PERFIL ECONÔMICO Cadeias Produtivas (agregadoras de valor) Industria Florestal Integrada Ecoturismo Piscicultura Fruticultura Madeira e Mobiliário Aqüicultura Pesca extrativa Grãos Apicultura Mandiocultura Pecuária de Corte e Leite Mineração Biodiesel Perfil das empresas (firma & organização) Valor Circulante Tradicionais Agregação de Valor • REGULAÇÃO Legislação Lei de Zoneamento Sócio-Econômico-Ambiental Legislação sobre a criação da Amazônia Legal Em 1953, através da Lei 1.806, de 06.01.1953,(criação da SPVEA), foram incorporados à Amazônia Brasileira, o Estado do Maranhão (oeste do meridiano 44º), o Estado de Goiás (norte do paralelo 13º de latitude sul atualmente Estado de Tocantins) e Mato Grosso ( norte do paralelo 16º latitude Sul). Com esse dispositivo legal (Lei1.806 de 06.01.1953) a Amazônia Brasileira passou a ser chamada de Amazônia Legal, fruto de um conceito político e não de um imperativo geográfico. Foi a necessidade do governo de planejar e promover o desenvolvimento da região. Em 1966, pela Lei 5.173 de 27.10.1966 (extinção da SPVEA e criação da SUDAM) o conceito de Amazônia Legal é reinventado para fins de planejamento. Assim pelo artigo 45 da Lei complementar nº 31, de 11.10.1977, a Amazônia Legal tem seus limites ainda mais estendidos. Com a Constituição Federal de 05.10.1988, é criado o Estado do Tocantins e os territórios federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados Federados (Disposições Transitórias art. 13 e 14). LEI Nº 1.806 DE 06.01.1953 Art.2º A Amazônia brasileira, para efeito de planejamento econômico e execução do plano definido nesta lei, abrange a região compreendida pelos Estados do Pará e do Amazonas, pelos territórios federais do Acre, Amapá, Guaporé e Rio Branco, e ainda, a parte do Estado de Mato Grosso a norte do paralelo 16º, a do Estado de Goiás a norte do paralelo 13º e do Maranhão a oeste do meridiano de 44º. LEI Nº 5.173 DE 27.10.1966 Art. 2º A Amazônia para efeitos desta lei, abrange a região compreendida pelos Estados do Acre, Pará e Amazonas, pelos Territórios Federais do Amapá, Roraima e Rondônia, e ainda pelas áreas do Estado de Mato Grosso a norte do paralelo 16º, do Estado de Goiás a norte do paralelo 13º e do Estado do Maranhão a oeste do meridiano de 44º. LEI COMPLEMENTAR Nº 31 DE 11.10.1977 Art. 45 A Amazônia, a que se refere o artigo 2º da lei nº 5.173, de 27 de outubro de 1966, compreenderá também toda a área do Estado de Mato Grosso. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 05.10.1988 ( DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS) Art. 13 É criado o Estado do Tocantins, pelo desmembramento da área descrita neste artigo, dando-se sua instalação no quadragésimo sexto dia após a eleição prevista no § 3º, mas não antes de 1º de janeiro de 1989. Art. 14 Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados federados, mantidos seus atuais limites geográficos. ESTADOS QUE COMPÕE A AMAZÔNIA LEGAL: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão (oeste do meridiano de 44º). AMAZÔNIA OCIDENTAL DECRETO-LEI Nº 291 DE 28.02.1967 Art. 1º § 4 Para fins deste Decreto-Lei, a Amazônia Ocidental é constituída pela área abrangida pelos Estados do Amazonas, Acre e territórios de Rondônia e Roraima. DECRETO-LEI Nº 356 DE 15.08.1968 Art. 1º § 1 A Amazônia Ocidental é constituída pela área abrangida pelos Estados do Amazonas e Acre e os territórios federais do Rondônia e Roraima, consoante o estabelecido no § 4 do artigo 1º do Decreto-lei nº 291, de 28.02.1967. ESTADOS QUE COMPÕE A AMAZÔNIA OCIDENTAL Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima AMAZÔNIA ORIENTAL ESTADOS QUE COMPÕE A AMAZÔNIA ORIENTAL: Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. AMAZÔNIA CONTINENTAL PAISES QUE COMPÕE A AMAZÔNIA CONTINENTAL: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Republica da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Normas Regulação pública e privada Papel do Governo • Incentivos Financeiros Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA O que é o FDA? É um Fundo de natureza contábil, criado pela Medida Provisória n 2.157-5, de 24/08/2001, regulamentado pelo Decreto nº 4.254, de 31/05/2002, e gerido pela Agência de Desenvolvimento da Amazônia ADA. Qual a finalidade deste Fundo? Tem por finalidade assegurar recursos para a realização de investimentos privados na Amazônia, impulsionando o desenvolvimento da Região. Qual a destinação destes recursos? Implantação, ampliação, modernização e diversificação de empreendimentos privados localizados na Amazônia Legal, de acordo com as diretrizes e prioridades editadas pelo Ministério da Integração Nacional. Se após o conhecimento das regras do Regulamento do FDA houver interesse em pleitear os recursos do Fundo, o interessado (empresário) deverá entrar em contato com profissional qualificado e devidamente registrado em seu Conselho Profissional para que seja feita e apresentada à ADA uma carta consulta nos moldes da aprovada por esta Agência. Aspectos Principais Diretrizes e Prioridades do FDA Legislação Roteiro Apresentação de Carta Consulta (ANEXO I DA RES. Nº06 de 04/11/08) Roteiro para Apresentação de Projeto (ANEXO I DA RES. Nº 15 de 07/11/2005) Norma para Operacionalização do FDA (RES. Nº 30 de 30/05/2006) Relatórios do FDA Parecer de Análise do Projeto do FDA Tramitação das Cartas Consulta e Projetos ADF - Atestado de Disponibilidade Financeira RGF - Relatório de Gestão do Fundo MDF - Mapa de Previsão de Desembolso Financeira RDC - Previsão de Receitas, das Despesas, das Disponibilidades e dos Comprometimentos Resoluções e Despachos da Diretoria Colegiada • Incentivos Fiscais Redução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - RIRPJ O que é a redução do IR? Incentivo à produção, que beneficiará as pessoas jurídicas com projetos de implantação, ampliação, diversificação ou modernização total ou parcial, enquadrados em setores da economia considerados pelo Decreto 4.212/2002 prioritários para o desenvolvimento regional e que estejam situados na área de atuação da ADA. Esse benefício consiste na redução de 75% no imposto de renda devido, calculado com base no lucro da exploração. Se você ficou interessado, veja como proceder Acesse o site www.sudam.gov.br , no link Incentivos, Fiscais, Legislação administrados pela ADA. Nesse link você vai encontrar um resumo dos benefícios administrados pela ADA e toda a legislação que regula esses benefícios. Leia com atenção o Decreto nr. 4.212, de 26/04/2002, a Portaria nº 2091-A de 28/12/2007 . Se a sua empresa atende os requisitos legais e tem sua atividade enquadrada entre aquelas consideradas prioritárias para o desenvolvimento regional (Decreto nr. 4.212/2002), você poderá requerer o benefício. Como requerer o benefício? Apresente à ADA um projeto técnico-econômico elaborado por profissional competente, devidamente registrado no conselho de classe. Esse projeto deverá estar de acordo com o ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE INCENTIVOS FISCAIS, anexo à Portaria nº 2091-A de 28/12/2007 e instruído com toda a documentação constante da lista anexa ao roteiro. Projeto de Isenção Fiscal da Amazônia Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM Estatísticas Operacionais - 2003 Formalidades para Importação de Bens Doados Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ IOF LEGISLAÇÃO Placas ALGUMAS CONCLUSÕES SOBRE ENTRAVES E GARGALOS: AMBIENTAL Desmatamento Ausência de um novo modelo de alternativas tecnológicas e organizacionais para incorporar o meio-ambiente Não entendimento que do potencial econômico da biodiversidade preservada Mundo desconhecido Dependência de pesquisas e conhecimento Baixa apropriação da riqueza natural Falta de tecnologia para maior aproveitamento Descontinuidade das ações de pesquisas científicas no sentido de gerar novas tecnologias Falta de iniciativa e incentivo Exploração simples (uso irracional) ao invés de aproveitamento econômico Uso inadequado da biodiversidade CIENTÍFICO-TECNOLÓGICO: Descontinuidade das ações de pesquisas científicas no sentido de gerar novas tecnologias Dificuldade de acesso a resultados de pesquisa Volume de pesquisa está aquém Casos isolados de pesquisa de fronteira Ausência de massa crítica suficiente Visão subjetiva (falta de interesse) da ciência e tecnologia Falta de iniciativa e incentivo Bio-pirataria Ausência de competências para a C&T (pesquisador e estudantes) Falta de infra-estrutura de C&T Ausência de efetiva divulgação dos resultados de pesquisa “5 vezes menos pesquisadores do que a média nacional” Falta competência para transformar conhecimento de C&T em Tecnologia SOCIAL: A probabilidade de “nascer” um pesquisador em estados da Amazônia é muito menor do que no Sul-Sudeste Dificuldade de adaptação (e fixação) Falta de laços e raízes Cultura aventureira, imediatista, ... Reduzidos centros urbanos Distância dos grandes centros Diferente padrão de qualidade de vida Relações de trabalho frágeis Relações sociais fragmentadas (bairrismo) Dependência do Poder Público Ausência de uma cultura tradicional local/regional Desconhecimento das culturas locais de uso da biodiversidade ECONÔMICO: Firmas com perfil tradicional (familiar) de organização e de valor essencialmente circulante Firmas de base tecnológica são praticamente inexistentes Ênfase na organização em detrimento da ênfase na firma Ausência de fluxos organizados (cadeias produtivas) para dinamização da atividade econômica Ausência de base científico-tecnológica local para sustentar atividades econômicas Pouca agregação local de valor em produtos com potencial Falta de escala para produtos amazônicos já reconhecidos e aceitos no mercado Ausência de processos produtivos adequados à especificidade dos produtos amazônicos Muitos produtos não são reconhecidos pelos mercados Dificuldade de manutenção da qualidade dos produtos naturais em função de deficiências na infra-estrutura logística (embalagem, armazenamento e transporte). Baixo aproveitamento do potencial mercadológico de produtos amazônicos REGULAÇÃO: Dicotomia entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental Excesso de leis, normas e regulamentações Conflito de competências Incoerência e radicalismo das políticas públicas Fragilidade de marcos regulatórios Defasagem entre o que se conhece e o que se quer regular Ineficiência dos órgãos fiscalizadores Ausência de política industrial Desconhecimento de informação legal por parte dos organismos competentes Dificuldade na obtenção de licenças para pesquisa Diferentes visões e interesses por parte dos atores relevantes Falta de esclarecimento sobre as possibilidades de uso da biodiversidade Baixo nível de aproveitamento de linhas de financiamento para C&T&I