Estudos clínicos com Helixor (Viscum album L.) para o tratamento

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Revisão
Arte Médica Ampliada Ano XXXI n.1 Outono 2011
Estudos clínicos com Helixor (Viscum album L.)
para o tratamento do câncer
Dietrich Schlodder, médico antroposófico
Nilo E. Gardin, médico antroposófico e homeopata
Endereço para correspondência: [email protected]
Resumo: Os autores sumarizam estudos clínicos realizados com Helixor (Viscum album)
em pacientes com câncer, ressaltando seu efeito positivo na sobrevida, qualidade de vida
e redução dos efeitos adversos da quimioterapia e radioterapia antineoplásica. Preferencialmente estudos prospectivos e randomizados foram citados. As particularidades desse
medicamento antroposófico são resumidamente apresentadas.
Palavras-chave: Viscum album, Helixor, câncer, medicamento antroposófico.
Introdução
Viscum album é um medicamento antroposófico usado
para o câncer, estados pré-cancerosos, doenças crônicas multissistêmicas (doença de Crohn, doenças articulares), e hepatite C (Gardin & Schleier, 2009). Sua via
de administração é geralmente subcutânea. Helixor é
uma das apresentações injetáveis de Viscum album, registrado na Alemanha, Áustria, Suíça, Luxemburgo, Suécia, Lituânia, Letônia, Finlândia, China, Coreia, Rússia,
Chile e Peru. Recentemente, o Helixor começou a ser
usado no Brasil, o que estimulou essa revisão.
Na Alemanha 58,4% dos pacientes com câncer
usam terapias complementares, e destes, 61,6% usam
Viscum album – de acordo com estudo multicêntrico transversal feito em diversos hospitais (Weis et al.,
1998). Nesse país, Helixor é o terceiro medicamento
citostático mais prescrito ambulatorialmente (Schwabe & Paffrath, 2007).
Particularidades do Helixor
Helixor é o extrato aquoso fresco padronizado não fermentado de Viscum album (ex herba recens), formado
pela mistura de extratos do verão e do inverno, produzido a partir das recomendações de Rudolf Steiner
(GA 314, 1924).
São quatro épocas de colheita do Viscum: época do
Natal (durante o inverno no Hemisfério Norte), durante
sua florada (também no inverno), no meio do verão (época de São João) e na época de Micael (final do verão, iní14
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cio do outono). Do total do extrato, ¾ são provenientes
do inverno e ¼ do verão, pois o extrato de inverno tem
maiores concentrações de lectinas, o que confere maior
efeito citotóxico antitumoral ao preparado.
A proporção de frutos no extrato é constante.
Em seu processo de produção, o extrato do verão
goteja verticalmente no extrato do inverno que gira
horizontalmente, num fluxo laminar helicoidal – o que
também foi orientado por Rudolf Steiner.
Existem três tipos de Helixor, de acordo com a árvore hospedeira de onde o Viscum foi colhido: Helixor
A (Abietis ou abeto), Helixor M (Mali ou macieira) e
Helixor P (Pini ou pinheiro). Suas apresentações variam de 0,01 mg a 100 mg por ampola (1 mL), com
caixas de posologia única ou combinada em doses
progressivas.
Como é uma premissa para um medicamento verdadeiramente antroposófico, existe uma atitude mental apropriada das pessoas envolvidas no processo de
produção do Helixor, o que diz respeito à meditação e
leitura de versos antroposóficos selecionados. Os passos de sua produção são realizados em dias especiais,
de acordo com suas condições de luz e calor – conforme calendário proposto por Steiner e desenvolvido
por Maria Thun.
A posologia é adaptada individualmente de acordo
com a necessidade e a reação do paciente. O efeito
adequado do Viscum album, proposto por Steiner, seria o de “envolver o tumor com um manto de calor”.
Uma atenção especial também deve ser dada à capacidade do paciente em desenvolver febre, o que também tem a ver com sua organização calórica.
Ano XXXI — No 1 — Outono/2011
Viscum album
Estudos clínicos
Diversos estudos clínicos foram feitos com Helixor.
Aqui resumimos os principais, divididos por seus objetivos primários.
Estudos de eficácia em combinação
com quimioterapia
A eficácia do Helixor em combinação com quimioterapia foi examinada em quatro estudos clínicos.
Em estudo prospectivo e randomizado (Douwes et
al., 1986), os pacientes com câncer colorretal metastático tratados com 5-fluorouracil (5-FU) e ácido folínico que receberam adicionalmente Helixor, houve
aumento na sobrevida quando comparados àqueles
que receberam somente quimioterapia. A diferença,
porém, não foi estatisticamente significante.
Em estudo prospectivo e randomizado (Douwes et
al., 1988), os pacientes com câncer colorretal tratados
com 5-FU e ácido folínico que receberam adicionalmente Helixor (N=20) tiveram aumento significante na
sobrevida quando comparados àqueles que receberam
somente quimioterapia (N=20) (Fig. 1).
Figura 1. Sobrevida (Kaplan-Meier) dos pacientes com
câncer colorretal com e sem Helixor.
Helixorgruppe: grupo Helixor; Kontrollgruppe: grupo
controle; Monate: meses; Ueberlebensrate in Prozent:
taxa de sobrevida em porcentagem.
Pacientes com leucemia mieloide crônica (N=30)
tiveram prolongamento da mediana de sobrevida pelo
acréscimo de Helixor ao Bussulfano (55,7 meses contra 30 meses do grupo controle histórico com fatores
prognósticos comparáveis, tratado apenas com Bussulfano) (Gutsch, 1982).
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A eficácia do tratamento adjuvante com Helixor
em linfoma e leucemia crônica foi analisado em estudo retrospectivo com 700 pacientes (Stumpf et al.,
2000): o tratamento adicional com Viscum album resultou em aumento de sobrevida mediana (11,4 anos
versus 8,6 anos para os pacientes sem Viscum) porém
sem significância estatística. Além disso, os pacientes
relataram melhora na qualidade de vida. A objeção teórica sobre impactos não favoráveis do uso do Viscum
em neoplasias malignas do sistema linfático e hematopoiético é refutada por esse estudo.
Redução dos efeitos adversos
à quimioterapia
Não apenas a eficácia, mas também a tolerância à
quimioterapia pode ser melhorada com a terapia concomitante com Viscum album.
Gutsch e Kühne (1986) conduziram em estudo piloto prospectivo randomizado com 44 pacientes com
câncer de ovário inoperável, carcinoma de células escamosas do pulmão ou câncer de cabeça e pescoço,
que foram tratados com quimioterapia agressiva (ifosdamida, cisplatina) combinada com radioterapia. O tratamento adjuvante com Helixor resultou em melhora
significante da qualidade de vida medida pelo índice
de Karnofsky (P<0,001), assim como menos náuseas
(P=0,005), vômitos (P=0,08) e dor relacionada ao câncer (P=0,04). A recuperação da leucopoiese foi mais rápida no grupo Helixor (P=0,003), o que contribuiu para
que esses pacientes recebessem a dose total planejada
de quimioterapia e obtivessem melhores taxas de remissão (78,2%) que o grupo controle (61,9%).
Um estudo multicêntrico, randomizado e prospectivo de Piao et al. (2004) avaliou a influência do
tratamento complementar com Helixor na qualidade
de vida em pacientes com câncer de mama (N=68),
ovário (N=71) e pulmão não pequenas células (N=94).
Houve melhora significantemente no grupo Helixor
em comparação com o grupo controle (P<0,05) usando os índices de Karnofsky, FLIC (functional living index-cancer) e o Índice da Medicina Tradicional Chinesa. Adicionalmente houve menos eventos adversos no
grupo Helixor que no grupo controle, ou seja, houve
melhor tolerância à quimioterapia.
Em estudo piloto prospectivo, randomizado e duplo cego (Auerbach et al., 2005), mulheres (N=23) com
câncer de mama estádio I ou II operadas foram tratadas com seis ciclos de quimioterapia adjuvante (CMF:
ciclofosfamida, metotrexate e 5-FU). As pacientes que
receberam adicionalmente Helixor tiveram atividade
significativamente mais alta de células natural killer em
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relação àquelas que receberam placebo (P=0,0005), o
que pode indicar redução nos efeitos imunossupressores da quimioterapia. Ao mesmo tempo, este estudo
mostrou que o desenho duplo cego nem sempre é adequado à avaliação da eficácia do Viscum album, pois
tanto pacientes quanto investigadores notam a típica
reação inflamatória que ocorre no local da aplicação
da injeção subcutânea desse medicamento.
Tröger et al. (2008) conduziram estudo prospectivo
randomizado fase III que incluiu 89 pacientes com câncer
de mama no pós-operatório. O grupo que recebeu Viscum album (Helixor ou outra apresentação) juntamente
com a quimioterapia (CAF: ciclofosfamida, doxorrubicina
e 5-FU) teve significativamente menos dor, náuseas, vômitos, insônia e diarreia em relação ao grupo controle.
Estudos sobre o uso de Helixor como
terapia adjuvante após o tratamento
oncológico convencional
Estudo multicêntrico, prospectivo e controlado (Gutsch
et al., 1988) envolveu 643 pacientes após mastectomia
radical para câncer de mama. As pacientes foram divididas em três grupos: as que receberam tratamento com
Helixor (N=192), com quimioterapia (CMF +/- Oncovin)
(N=177), e o grupo controle sem esses medicamentos
(N=274). Cada ciclo de Helixor era de 30 mg três vezes
por semana por 5 semanas, via subcutânea. No 1º ano
de tratamento, eram feitos dez ciclos. Gradativamente
se reduzia o número de ciclos até que no 5º ano eram
feitos quatro a cinco ciclos e no 6º ano zero a quatro
ciclos. Os resultados se visualizam na Figura 2.
Figura 2. Sobrevida (Kaplan-Meier) dos pacientes após
mastectomia. Significância estatística: *Grupo CMF(O)
versus controle: P=0,025. **Grupo Helixor versus controle: P=0,048.
5-Jahres Rate: taxa aos 5 anos. Kontrolle: grupo controle. Monate: meses. Überlebensrate: taxa de sobrevida.
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Arte Med. Ampl.
Em um estudo farmacoepidemiológico de coorte
com 741 pacientes com câncer de mama após o término do tratamento adjuvante (quimio ou radioterapia),
o uso de Helixor reduziu significantemente a frequência de queixas relacionadas ao tratamento convencional – especialmente dor, fadiga, mucosite –, quando
comparado ao grupo controle (P<0,001) (Beuth et al.,
2008) (Fig. 3).
Figura 3. Porcentagem de reações adversas e queixas
no pós-tratamento convencional ao câncer de mama.
Para pleurodese
Em dois estudos, a eficácia de instilação intrapleural de
altas doses de Helixor para derrame pleural maligno foi
testada, com intuito de se promover a pleurodese.
Em estudo prospectivo com 20 pacientes consecutivos hospitalizados com derrame pleural maligno (por
câncer de mama ou broncogênico), Helixor foi testado como agente para pleurodese (Stumpf & Schietzel,
1994). Onze de 18 pacientes avaliáveis apresentaram
pleurodese e em dois pacientes houve resposta parcial. O tratamento foi bem tolerado (1,2% de efeitos
adversos, classificados como grau I da Organização
Mundial de Saúde). A diminuição do volume do derrame pleural e das células malignas no líquido foi significantemente dependente da frequência e da dose
de instilação do Helixor (P<0,001). A dose inicial de
Helixor usada para instilação pleural foi de 100 mg
(diluídos em soro fisiológico para um volume de 10
mL), com acréscimo de mais 100 mg a cada nova instilação, chegando ao máximo de 1000 mg. Em média
foram feitas 7,1 instilações por paciente.
Kim et al. (1999) conduziram estudo prospectivo
e randomizado com trinta pacientes com derrame
pleural maligno. A instilação de Helixor resultou em
maior taxa de resposta completa de pleurodese em
comparação com a terapia padrão com doxiciclina
(81% versus 40%), maior taxa de resposta global (91%
versus 66,6%, P<0,05) e em menos efeitos adversos
(P<0,05).
Ano XXXI — No 1 — Outono/2011
Viscum album
Redução do tumor com uso intratumoral
A experiência com o uso de Helixor intratumoral (ou
intralesional) tem crescido ultimamente. Helixor M,
em doses escalonadas de 100 a 2500 mg, foi usado
em tumor de fígado (N=27, sendo 21 pacientes com
metástases de câncer colorretal e 6 com carcinoma
hepatocelular), por injeção intratumoral guiada por ultrassonografia, uma a três vezes por semana (Matthes,
1997). Cinco pacientes com carcinoma hepatocelular
(82%) responderam favoravelmente à terapia: dois pacientes com redução maior que 75%, dois acima de
50% e um paciente acima de 25% do diâmetro inicial
dos tumores. Essa resposta foi combinada com significativa redução nos níveis séricos de alfa-fetoproteína.
Dos pacientes com metástases de câncer colorretal,
onze (52%) tiveram resposta favorável: um apresentou
redução no tamanho dos tumores de mais de 75%,
quatro pacientes acima de 50% e seis acima de 25%
do diâmetro inicial dos tumores. Em média foram sete
injeções com doses crescentes.
Em estudo piloto, Matthes e colaboradores
(2005) utilizaram injeção intratumoral de Helixor guiada por ultrassonografia endoscópica para 12 pacientes
com carcinoma de pâncreas inoperável nos dias 1, 3,
5, 8, 10 e 12, e depois uma vez a cada três semanas,
em doses progressivas. Um paciente entrou em remissão completa, seis
em remissão parcial (redução do tumor > 50%), quatro
permaneceram com doença estável e um apresentou
progressão da doença. A sobrevida global aos 12 meses foi de 58%. Não houve toxicidade maior. Em sete
pacientes houve febre >38,5o C duas a oito horas após
a aplicação do Helixor intraltumoral. A qualidade de
vida (SF 36) aumentou em 83%.
Revisões sistemáticas
Em revisões sistemáticas que avaliaram estudos clínicos sobre a terapia com Viscum album (Kienle & Kiene, 2003; Kienle et al., 2006; Kienle & Kiene, 2007),
foram considerados válidos oito estudos com Helixor
que mostraram aumento na sobrevida (Boie & Gutsch,
1980; Boie et al., 1981; Douwes et al., 1986; Douwes
et al., 1988; Gutsch, 1982; Gutsch & Kühne, 1986;
Auerbach et al., 2005; Gutsch et al., 1988) e cinco
estudos que mostraram melhora na qualidade de vida
(Boie & Gutsch, 1980; Boie et al., 1981; Piao et al.,
2004; Auerbach et al., 2005; Lange et al., 1985).
A base de dados Cochrane efetuou revisão sobre
Viscum album como tratamento complementar para o
câncer (Horneber et al., 2008). Houve benefício em
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14 de 16 estudos randomizados investigando o impacto desse medicamento na qualidade de vida, e em seis
de 13 estudos investigando sobrevida. Em geral, os
estudos mostraram boa tolerabilidade do tratamento
com Viscum e poucos efeitos adversos. Nesta análise,
quatro estudos incluídos com Helixor foram considerados de alto perfil (Douwes et al., 1986; Piao et al.,
2004; Auerbach et al., 2005; Lange et al., 1985
Outros estudos
Diversos outros estudos clínicos retrospectivos não
foram citados neste artigo, devido ao seu peso menor em termos de nível de evidência – ainda que
sejam válidos.
Declaração de conflito de interesses
Dietrich Schlodder é colaborador da Helixor há 30 anos.
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