Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e síndrome de

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Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e
síndrome de Guillain-Barré
Orientações provisórias
7 de Abril de 2016
WHO/ZIKV/SUR/16.2 Rev.1
1. Introdução
doentes sem história de viagens durante o período de
incubação ou que viajaram exclusivamente para zonas não
afectadas durante o período de incubação. Este documento
não apresenta orientações para a investigação laboratorial
[1], nem para a vigilância dos vectores [2]. As orientações
sobre este e outros tópicos relacionados com o vírus Zika
são fornecidas em documentos separados, que podem ser
acedidos em http://www.who.int/csr/resources
/publications/zika.
1.1 Antecedentes
O presente documento apresenta recomendações
provisórias da OMS para a vigilância do vírus Zika e
eventuais complicações associadas. O documento toma em
consideração a declaração de 1 de Fevereiro de 2016 da
Directora-Geral da OMS sobre uma Emergência de Saúde
Pública de Dimensão Internacional, no que diz respeito à
concentração de casos de microcefalia e distúrbios
neurológicos potencialmente associados ao vírus Zika.
Há quatro contextos classificados, de acordo com o risco
de ocorrência de complicações graves ou sequelas
associadas à infecção pelo vírus Zika e que são os seguintes:
A transmissão do vírus Zika é, sobretudo, feita através de
vectores, principalmente através dos mosquitos Aedes. O
vírus também pode ser encontrado em vários fluidos
corporais, tendo sido igualmente relatada transmissão por
via sexual. O Aedes aegypti, o principal vector, encontra-se
em climas tropicais e subtropicais e adapta-se bem a zonas
urbanas, vivendo dentro e em torno das habitações
humanas. As zonas afectadas pelo vírus Zika são zonas
também afectadas pela dengue e chikungunya, que são
igualmente transmitidas pelos mosquitos Aedes. A doença
do vírus Zika é, normalmente, ligeira, com sinais e sintomas
não específicos: febre, erupções cutâneas, conjuntivite e
dores musculares e articulares.
No entanto, os recentes surtos no Brasil e na Polinésia
Francesa têm sido associados a relatos de um aumento
anormal de microcefalia entre os recém-nascidos, assim
como a um maior número de casos da síndrome de
Guillain-Barré e outros problemas neurológicos. Com base
num conjunto crescente de investigações preliminares,
existe agora consenso científico de que o vírus Zika é a
causa da microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré
Notificações recentes de casos sugerem que poderá haver
uma relação entre o Zika e outras anomalias neurológicas,
nomeadamente a mielite (inflamação da espinal medula) e
anomalias cerebrais, na ausência de microcefalia. Continua
a ser feita a avaliação das evidências destas condições, assim
como da microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré.
Este documento apresenta recomendações provisórias para
a vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e
síndrome de Guillain-Barré, em quatro contextos diferentes,
descrevendo também os requisitos para a notificação à
OMS. Transmissão refere-se à transmissão através dos
vectores, salvo outra especificação. Infecção autóctone é
considerada uma infecção adquirida no país, i.e.. entre os
1.
Países que tiveram um surto de vírus Zika, sem
evidências de circulação no passado e com transmissão
contínua por vectores. São designados por “Países
com transmissão epidémica do vírus Zika”.
2.
Países com evidência de transmissão do vírus Zika no
passado, com ou sem transmissão contínua. Este grupo
inclui países onde a transmissão parece ocorrer, ou
ocorreu, em níveis baixos, e países que tiveram uma
epidemia no passado. São designados por “Países
com possível transmissão endémica do vírus
Zika”.
3.
Países com mosquitos-vectores competentes, mas
onde a transmissão pelo vector do vírus Zika nunca foi
documentada. Estes países estão em risco de
introdução do vírus e circulação através da transmissão
pelo vector. São designados por “Países em risco de
transmissão do vírus Zika”.
4.
Países sem vectores competentes, com base nos actuais
conhecimentos e distribuição conhecida dos vectores.
Estes países correm o risco de importação de casos
com potencial para a continuação da transmissão por
vias diferentes dos mosquitos-vectores, e sem risco ou
com baixo risco de transmissão por vectores. São
designados por “Países sem risco ou com baixo
risco de transmissão do vírus Zika por mosquitosvectores”.
1.2 Público-alvo
Este documento destina-se a ser usado por autoridades de
saúde pública e decisores políticos responsáveis pela
vigilância e controlo das doenças transmissíveis, para
orientar as estratégias nacionais de vigilância e de
notificação no contexto do vírus Zika.
1
Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
2. Vigilância da infecção pelo vírus Zika
2.1 Países com transmissão epidémica do vírus Zika
2.2 Países com possível transmissão endémica do vírus
Zika
Nos países que têm epidemias, o sistema de vigilância
deverá ser reforçado, para:
Os países onde existem evidências de transmissão do vírus
Zika no passado, com ou sem evidências de transmissão
actual, devem:
- monitorizar a distribuição geográfica e a propagação e
tendência temporal da infecção;
- Monitorizar a distribuição geográfica e a tendência
temporal da transmissão endémica;
- caracterizar a apresentação da doença;
- identificar complicações graves em todos os grupos
etários;
- Detectar os padrões de mudança da transmissão do
vírus Zika (por exemplo, aumento da incidência ou
mais vasta distribuição geográfica) ou da epidemiologia
da doença (mudança nos grupos etários afectados ou na
gravidade da doença);
- identificar e investigar possíveis vias de transmissão
diferentes dos vectores; e
- visar medidas de contenção e de controlo dos vectores.
A análise retrospectiva do sangue armazenado, urina e
outras amostras poderá ser considerada, para determinar o
momento em que o vírus foi introduzido. Podem usar-se
inquéritos serológicos para estimar a proporção de
indivíduos afectados na população.
- identificar complicações graves em todos os grupos
etários;
- identificar e investigar possíveis vias de transmissão
diferentes dos vectores; e
- sempre que viável e quando for apropriado, investigar a
extensão da circulação anterior.
Depois de ficar estabelecida a transmissão autóctone numa
determinada zona, as decisões sobre a necessidade de
confirmação laboratorial de todos os casos suspeitos de
vírus Zika deverão basear-se nos recursos disponíveis. A
confirmação laboratorial pode ser reservada para detectar a
circulação do vírus em novas zonas, investigar os casos
graves, casos com complicações e casos com resultados
graves (e.g. mulheres grávidas). Conforme as capacidades
disponíveis, apenas uma fracção das amostras pode ser
testada, para fins de vigilância da saúde pública.
Outras actividades de controlo dos vectores, tais como a
realização de vigilância entomológica dos mosquitos Aedes,
priorizando os locais de proliferação e monitorizando a
resistência aos insecticidas devem ser implementadas de
acordo com as orientações da OMS [2,3].
Requisitos de notificação
 No caso de se voltar a encontrar o vírus Zika em
qualquer parte do país (depois de terminado um surto
anterior), o primeiro caso autóctone confirmado deve
ser notificado nas 24 horas seguintes à confirmação.
 Qualquer caso de infecção pelo vírus Zika com
apresentações clínicas atípicas, segundo a definição de
casos da OMS [4], casos infectados através de
transmissão diferente do mosquito ou outros casos que
possam fornecer novas informações para orientar a
avaliação de riscos, a nível nacional ou mundial
(notificação semanal).
 Resultados de qualquer análise retrospectiva conduzida
em amostras armazenadas, logo que os resultados
ficarem disponíveis.
 Resultados de inquéritos de seroprevalência, logo que
ficarem disponíveis.
 Todos os casos importados em zonas sem transmissão
endémica corrente, originários de um pais/território
onde a transmissão autóctone NÃO tenha sido
anteriormente documentada, nas 24 horas seguintes à
confirmação.
Outras actividades de controlo dos vectores, tais como a
condução da vigilância entomológica dos mosquitos Aedes,
priorizando os locais de proliferação e monitorizando a
resistência aos insecticidas, devem ser implementadas de
acordo com as orientações da OMS [2,3].
Deve ser feita uma breve descrição da estratégia de
vigilância e de testagem (tipo de sistema de vigilância, quem
está ser testado, se todas ou apenas uma fracção das
amostras estão a ser testadas, etc.) , para permitir uma
interpretação correcta dos dados da vigilância.
Requisitos de notificação
 Número de casos suspeitos ou confirmados de
infecção pelo vírus Zika, por semana, e zona geográfica
(por nível administrativo aplicável) (notificação
semanal).
 Todos os casos de infecção pelo vírus Zika, com
apresentações clínicas atípicas, de acordo com a
definição de casos da OMS [4], casos infectados via
transmissão por não vectores ou outros casos que
sejam capazes de fornecer novas informações para
orientar a avaliação nacional ou mundial dos riscos
(notificação semanal).
2
Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
2.3 Países em risco de transmissão do vírus Zika
2.4 Países sem risco ou com baixo risco de transmissão
do vírus Zika
Nos países onde estiverem presentes vectores competentes,
mas onde o vírus Zika nunca tenha sido documentado, a
vigilância deve destinar-se a:
Nos países em que pareça não existirem condições para a
transmissão do vírus Zika, em particular a presença de
vectores competentes, a vigilância deverá concentrar-se em:
- detectar casos importados da doença do vírus Zika;
- detectar o início da transmissão autóctone;
- Detectar casos importados de vírus Zika cases; e
- detectar exemplos de modos de transmissão do vírus
Zika diferentes do vector; e
- Detectar exemplos de modos de transmissão diferentes
dos vectores.
- sempre que for viável e apropriado, investigar se o vírus
Zika esteve presente no passado e o nível de
intensidade da circulação durante introduções
anteriores.
Requisitos de notificação
 Todos os casos importados, originários de um
país/território onde a transmissão autóctone NÃO
tenha sido anteriormente documentada, nas 24 horas
seguintes à confirmação.
 Qualquer caso de infecção pelo vírus Zika com
apresentações clínicas atípicas, segundo a definição de
casos da OMS [4], casos infectados através de
transmissão diferente do vector ou outros casos que
possam fornecer novas informações para orientar a
avaliação de riscos, a nível nacional ou mundial
(notificação semanal).
Outras actividades de controlo dos vectores, tais como a
realização de vigilância entomológica dos mosquitos Aedes,
dando prioridade aos locais de proliferação e à
monitorização da resistência aos insecticidas, deverão ser
implementadas, de acordo com as orientações da OMS
[2,3].
Requisitos de notificação
 Primeiro caso autóctone confirmado, nas 24 horas
seguintes à confirmação.
 Todos os casos importados confirmados, originários de
um país/território onde a transmissão autóctone NÃO
tenha sido anteriormente documentada, nas 24 horas
seguintes à confirmação.
 Qualquer caso de infecção pelo vírus Zika com
apresentações clínicas atípicas, segundo a definição de
casos da OMS [4], casos infectados através de
transmissão diferente do vector ou outros casos que
possam fornecer novas informações para orientar a
avaliação de riscos, a nível nacional ou mundial
(notificação semanal)
 Resultados de qualquer análise retrospectiva conduzida
em amostras armazenadas, logo que os resultados
ficarem disponíveis.
Quando a transmissão autóctone ocorrer num país sem
evidências de transmissão anterior, o país deverá seguir as
recomendações de vigilância apresentadas na secção 2.1
para os países com transmissão epidémica do vírus Zika.
Se as evidências de circulação no passado forem
identificadas através de estudos de amostras armazenadas,
o país deve seguir as recomendações apresentadas na
secção 2.2 para os países com possível transmissão
endémica do vírus Zika.
3
Vigilância do vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
3. Vigilância da microcefalia e outras anomalias cerebrais congénitas
3.1 Países com transmissão epidémica do vírus Zika
3.2 Países com possível transmissão endémica do vírus
Zika
Os principais objectivos da vigilância da microcefalia e
outras anomalias cerebrais congénitas são:
O países onde o vírus Zika tenha sido documentado no
passado, com ou sem transmissão contínua, devem:
- Estabelecer uma base histórica (antes do surto) e
monitorizar a incidência, tendências temporais e
distribuição geográfica da microcefalia mortes infantis a
ela associadas;
- estabelecer uma base histórica e monitorizar a
incidência, tendências temporais e distribuição
geográfica da microcefalia e óbitos ou abortos
espontâneos a ela associados;
- detectar e investigar todos os novos casos de
microcefalia [5] para determinar a provável etiologia e
se existe ou não uma história de infecção pelo vírus
Zika;
- detectar e investigar todos os novos casos de
microcefalia [5];
- se possível, estabelecer uma base histórica de nadosmortos e anomalias cerebrais congénitas e monitorizar
as tendências;
- se possível, estabelecer uma base histórica (antes do
surto) de nados-mortos e abortos espontâneos e
anomalias cerebrais congénitas e monitorizar as
tendências;
- investigar qualquer aumento observado da incidência
de casos de microcefalia, outras anomalias cerebrais
congénitas e nados-mortos; e
- investigar qualquer aumento, em comparação com o
ponto de partida, da incidência de casos de microcefalia,
outras anomalias cerebrais congénitas e nados-mortos;
e
- identificar e registar mulheres grávidas com indicação
clínica de infecção pelo vírus Zika, para se investigar e
fazer o seguimento, de acordo com as orientações da
OMS. [6,7]
- identificar e registar mulheres grávidas com sinais e
sintomas clínicos de infecção pelo vírus Zika, para se
investigar e fazer o seguimento, de acordo com as
orientações da OMS [6,7].
Devem ser realizadas as seguintes actividades de vigilância.
- Analisar as fontes de informação existentes (registos,
dados hospitalares, publicações científicas, etc.) para
estabelecer a base/história da incidência da microcefalia.
Se for viável, essa base deve ser estabelecida a partir de
dados de vários anos.
Devem ser realizadas as seguintes actividades de vigilância.
- Analisar as fontes de informação existentes (registos,
dados hospitalares, publicações científicas, etc.) para
estabelecer a base/história da incidência da microcefalia.
Se for viável, essa base deve ser estabelecida a partir de
dados históricos de vários anos.
Requisitos de notificação
 Primeiro caso de microcefalia associado ao vírus Zika,
nas 24 horas seguintes ao diagnóstico.
 Aumento da incidência da microcefalia e a melhor base
estimada possível, logo que esteja disponível.
 Aumento da incidência de nascimentos mortos e
anomalias cerebrais congénitas, e a melhor base
estimada possível, logo que esteja disponível.
 Todos os casos de microcefalia, para os quais haja
indicação de infecção pelo vírus Zika, quer durante a
gravidez, quer no recém-nascido ou bebé, juntamente
com os resultados da investigação e o diagnóstico
diferencial estabelecido (notificação mensal).
 Número de mulheres grávidas com infecção
confirmada pelo vírus Zika que estão a ser
acompanhadas (notificação mensal).
- Sempre que for apropriado e viável, conduzir estudos
de observação analítica (estudos de coortes ou de
casos-controlo, etc.).
Requisitos de notificação
 Primeiro caso de microcefalia associado ao vírus Zika,
nas 24 horas seguintes ao diagnóstico.
 Aumento da incidência da microcefalia e a melhor base
estimada possível, logo que esteja disponível.
 Aumento da incidência de nascimentos mortos e
anomalias cerebrais congénitas, e a melhor base
estimada possível, logo que esteja disponível.
 Todos os casos de microcefalia, para os quais haja
indicação de infecção pelo vírus Zika, quer durante a
gravidez, quer no recém-nascido ou bebé, juntamente
com os resultados da investigação e o diagnóstico
diferencial estabelecido (notificação mensal).
 Número de mulheres grávidas com infecção
confirmada pelo vírus Zika que estão a ser
acompanhadas (notificação mensal).
4
Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
3.3 Países em risco de transmissão do vírus Zika
3.4 Países sem risco ou com baixo risco de transmissão
do vírus Zika
Nestes países, o principal objectivo da vigilância deverá ser:
Nestes países, o principal objectivo da vigilância deve ser:
- identificar e registar as mulheres grávidas
potencialmente expostas ao vírus Zika, para investigar e
fazer o seguimento, de acordo com as orientações da
OMS [6,7];
- identificar e registar mulheres grávidas potencialmente
expostas ao vírus Zika, com o fim de investigar e fazer
um seguimento de acordo com as orientações da OMS
[6,7]; e
- identificar e investigar os casos de microcefalia [5] e
outras anomalias cerebrais congénitas nos fetos de
mulheres grávidas ou nos bebés, durante a gravidez ou
depois do parto; e
- identificar e investigar casos de microcefalia [5] e outras
anomalias cerebrais congénitas nos fetos de mulheres
grávidas ou nos bebés, durante a gravidez ou depois do
parto.
- se possível, estabelecer um ponto de referência e
monitorizar a incidência e tendências da microcefalia e
mortes a ela associadas, nados-mortos e anomalias
cerebrais congénitas.
Requisitos de notificação
 Número de mulheres grávidas potencialmente expostas
com acompanhamento (actualização mensal).
 Todos os casos de microcefalia e outras anomalias
cerebrais congénitas com indicações de associação com
o vírus Zika, nas 24 horas seguintes ao diagnóstico..
Devem ser realizadas as seguintes actividades de vigilância.
- Análise das fontes de informação existentes (registos,
dados hospitalares, publicações científicas, etc.), para
estabelecer uma base de avaliação/incidência histórica
da microcefalia. Se for viável, a base de avaliação deve
assentar em dados de vários anos.
Requisitos de notificação
 O número de mulheres grávidas potencialmente
expostas ao vírus Zika em acompanhamento
(actualização mensal).
 Todos os casos de microcefalia e outras anomalias
cerebrais congénitas com indicações de associação com
o vírus Zika, nas 24 horas seguintes ao diagnóstico.
5
Vigilância do vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
4. Vigilância da síndrome de Guillain-Barré (GBS)
4.1 Países com transmissão epidémica do vírus Zika
4.2 Países com possível transmissão endémica do vírus
Zika
Nos países com circulação documentada do vírus Zika, os
principais objectivos da vigilância são:
Nos países com possível transmissão endémica do vírus
Zika, os principais objectivos da vigilância são:
- se possível, estabelecer uma base histórica de GBS;
- monitorizar a incidência e tendências da GBS;
- se possível, estabelecer uma base histórica para a GBS;
- se possível, detectar e investigar todos os novos casos
ou concentrações de GBS [8];
- monitorizar a incidência e as tendências da GBS;
- se possível, detectar e investigar todos os novos casos
ou concentrações de GBS [8];
- investigar qualquer aumento da incidência de casos de
GBS; e
- investigar qualquer aumento da incidência de casos de
GBS; e
- se possível, detectar e investigar outras doenças
neurológicas possivelmente associadas à infecção pelo
vírus Zika, como a meningoencefalite ou mielite.
- se possível, detectar e investigar outras doenças
neurológicas possivelmente associadas à infecção pelo
vírus Zika, tais como a meningoencefalite ou mielite.
Devem ser realizadas as seguintes actividades de vigilância.
Devem ser realizadas as seguintes actividades de vigilância.
- Análise das fontes de informação existentes (registos,
dados hospitalares, publicações científicas, etc.), para
estabelecer a base de incidência da GBS.
- Análise das fontes de informação existentes (registos,
dados hospitalares, publicações científicas, etc.), para
estabelecer a base de incidência da GBS.
- Análise de dados da vigilância da paralisia flácida aguda
(PFA), a partir dos quais se possa estimar as tendências
da GBS, tendo presente a diferença etária entre a
vigilância da PFA (<15y) e a ocorrência da GBS (mais
frequente nos adultos).
- Análise de dados da vigilância da paralisia flácida aguda
(PFA), a partir dos quais se possa estimar as tendências
da GBS, tendo presente a diferença etária entre a
vigilância da PFA (<15y) e a ocorrência da GBS (mais
frequente nos adultos).
- Sempre que apropriado, e se os recursos o permitirem,
conduzir estudos observacionais analíticos (estudos de
coorte ou casos-controlo, etc.).
- Sempre que apropriado, e se os recursos o permitirem,
conduzir estudos observacionais analíticos (estudos de
coorte ou casos-controlo, etc.).
Requisitos de notificação
 Um aumento da incidência da GBS e a melhor base de
avaliação estimada possível, assim que essa informação
estiver disponível.
 O primeiro caso de GBS, com indicação de associação
com o vírus Zika, nas 24 horas seguintes ao
diagnóstico.
 Depois disso, todos os casos e morte por GBS que
tenham indicações de associação ao vírus Zika,
juntamente cm os resultados pormenorizados da
investigação de cada caso (base mensal).
 Qualquer condição neurológica, diferente da GBS,
como a meningoencefalite ou a mielite, que possa estar
assocada à infecção pelo vírus Zika e possa fornecer
nova informação para orientar a avaliação de riscos a
nível regional ou mundial, nas 24 horas seguintes ao
diagnóstico.
Requisitos de notificação
 Um aumento da incidência da GBS e a melhor base de
avaliação estimada possível, assim que essa informação
estiver disponível.
 O primeiro caso de GBS, com indicação de associação
com o vírus Zika, nas 24 horas seguintes ao
diagnóstico.
 Depois disso, todos os casos e morte por GBS que
tenham indicações de associação ao vírus Zika,
juntamente cm os resultados pormenorizados da
investigação de cada caso (base mensal).
 Qualquer condição neurológica, diferente da GBS,
como a meningoencefalite ou a mielite, que possa estar
assocada à infecção pelo vírus Zika e possa fornecer
nova informação para orientar a avaliação de riscos a
nível regional ou mundial, nas 24 horas seguintes ao
diagnóstico.
6
Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
4.3 Países em risco de transmissão do vírus Zika
4.4 Países sem risco ou com baixo risco de transmissão
do vírus Zika
Nestes países, o principal objectivo da vigilância deve ser:
Nestes países, o principal objectivo da vigilância deve ser:
- identificar e investigar casos de GBS [8] em viajantes
que regressem de uma zona com transmissão do vírus
Zika;
- identificar e investigar casos de GBS [8] em viajantes
que regressem de uma zona com transmissão do vírus
Zika.
- se possível, estabelecer uma base histórica para a GBS;
e
- monitorizar a incidência e as tendências da GBS e
investigar qualquer aumento da incidência dos casos
notificados de GBS.
Requisito de notificação
 Todos os casos de GBS com indicação de associação
com o vírus Zika, nas 24 horas seguintes ao
diagnóstico.
Devem ser realizadas as seguintes actividades de vigilância.
- Análise das fontes de informação existentes (registos,
dados hospitalares, publicações científicas, etc.), para
estabelecer a base de incidência da GBS.
- Análise de dados da vigilância da paralisia flácida aguda
(PFA), a partir dos quais se possa estimar as tendências
da GBS, tendo presente a diferença etária entre a
vigilância da PFA (<15y) e a ocorrência da GBS (mais
frequente nos adultos).
Requisito de notificação
 Todos os casos de GBS com indicação de associação
com o vírus Zika, nas 24 horas seguintes ao
diagnóstico.
7
Vigilância do vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
5. Actividades de vigilância
Tabela 1 resume as actividades de vigilância cuja implementação os países poderão considerar para alcançarem os seus
objectivos [9].
Tabela 1. Actividades de vigilância no contexto do vírus Zika
Países com transmissão
epidémica do vírus Zika
Países com possível
transmissão endémica do
vírus Zika
Países em risco de
transmissão do vírus Zika
Países sem risco de
transmissão do vírus Zika
através do mosquito
Vigilância baseada em
indicadores*
X
X
X
X
Vigilância baseada em
eventos†
X
X
X
X
Análise retrospectiva de
amostras armazenadas
(X)
X
X
Inquéritos de
seroprevalência
(X)
X
(X) indica actividades que poderão ser realizadas, se houver recursos
*Vigilância baseada em indicadores é aquela em que se recolhem os números de casos suspeitos ou confirmados, juntamente com a incidência e o risco,
através da vigilância em todo o país ou da vigilância sentinela, e inclui a vigilância baseada em laboratórios, a vigilância da síndrome e a vigilância da doença
por arbovírus.
†Vigilância
baseada em eventos é aquela em que a informação ad hoc não estruturada relativa a eventos sanitários é recolhida, monitorizada, avaliada e
interpretada, para detectar riscos agudos para a saúde humana.
6. Elaboração das orientações
Argentina); Laura Rodrigues (London School of Hygiene
and Tropical Medicine, UK); Martha Lucia Ospina
(Instituto Nacional de Salud, Colombia); John Topping
(Public Health Agency Canada).
6.1 Agradecimentos
Este documento foi elaborado por um grupo de elaboração
de orientações constituído por funcionários da OMS dos
Departamentos de Capacidades Mundiais, Alerta e
Resposta (Stephane Hugonnet, Philippe Barboza), Doenças
Pandémicas e Epidémicas (Erika Garcia, William Perea),
Saúde Materna, Neonatal, Infantil e dos Adolescentes
(Anthony Costello, Nigel Rollins), Saúde Reprodutiva e
Investigação (A. Metin Gülmezoglu, Clara Menendez),
Saúde Mental e Abuso de Substâncias (Tarun Dua),
Estratégia, Política e Informação (Christopher Dye) e
Escritórios Regionais da OMS: AMRO (Maria Almiron),
EMRO (Abdinasir Abubakar), EURO (Colleen Acosta,
Joao Pires), SEARO (Bardan Rana) e WPRO (Takuya
Yamagishi).
6.2 Métodos de elaboração das orientações
Um grupo de elaboração de orientações de funcionários da
OMS elaborou uma primeira versão destas orientações
provisórias, a qual foi enviada a um grupo de peritos
externos, para se obter feedback, o qual era constituído por
parceiros da GOARN e peritos individuais com experiência
na área das doenças infecciosas, vigilância e detecção e
resposta aos surtos. As recomendações contidas no
presente documento foram elaboradas com os contributos
e reacções deste grupo e através de auscultação das
opiniões de peritos.
6.3 Declaração de interesses
Foi consultado um grupo de peritos externos para rever
estas orientações, o qual forneceu significativos contributos.
Esse grupo era constituído por parceiros de resposta da
Rede Mundial de Alerta e Resposta aos Surtos (GOARN) e
foram recebidos contributos das seguintes pessoas:
Christopher Gregory (US Centers for Disease Control and
Prevention); Angie Rose (The University of the West Indies,
Caribbean Regional Zika Task Force); Delia Enria
(Instituto National de Enfermedades Virales Humanas,
Todos os colaboradores externos preencheram um
formulário-padrão da OMS para Declaração de Interesses
(DI). Esses formulários foram analisados por funcionários
da OMS e tratados de acordo com as orientações da OMS
numa base casuística. Não foram identificados conflitos de
interesses que obstassem à participação de nenhum dos
colaboradores externos no processo de elaboração das
orientações.
8
Vigilância da infecção pelo vírus Zika, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré
6.4 Data da revisão
5. World Health Organization. Assessment of infants with
microcefalia in the context of vírus Zika. Geneva, March 2016.
Disponível em http://www.who.int/csr/resources
/publications/zika/assessment-infants
Estas recomendações foram produzidas em circunstâncias
de emergência e permanecerão válidas até Outubro de 2016,
a menos que sejam revistas mais cedo. O Departamento de
Capacidades Mundiais, Alerta e Resposta da OMS em
Genebra será responsável por rever as presentes
orientações nessa altura e por actualizá-las conforme achar
mais apropriado.
6. World Health Organization. Pregnancy management in the
context of vírus Zika. Geneva, March 2016. Disponível em
http://www.who.int/csr/resources/publications/zika/pregna
ncy-management
7. World Health Organization. Psychosocial support for
mulheres grávidas and for families with microcefalia and other
neurological complications in the context of vírus Zika.
Geneva, February 2016. Disponível em http://www.who.int
/csr/resources/publications/zika/psychosocial-support/en/
7. References
1. World Health Organization. Laboratory testing for infecção
pelo vírus Zika. Geneva, March 2016. Disponível em
http://www.who.int/csr/resources/publications/zika/labora
tory-testing
8. World Health Organization. Identification and management
of Guillain-Barré syndrome in the context of vírus Zika.
Geneva, February 2016. Disponível em http://www.who.int
/csr/resources/publications/zika/guillain-barresyndrome/en/
2. World Health Organization. Entomological surveillance for
Aedes spp. in the context of vírus Zika. Geneva, March 2016.
Disponível em http://www.who.int/csr/resources
/publications/zika/aedes-entomological-surveillance
9. World Health Organization. Early detection, assessment and
response to acute public health events: Implementation of
Early Warning and Response with a focus on Event-Based
Surveillance. Geneva, 2015. Disponível em http://www.who
.int/ihr/publications/WHO_HSE_GCR_LYO_2014.4
3. World Health Organization. Monitoring and managing
insecticide resistance in Aedes mosquito populations. Geneva,
March 2016. Disponível em http://www.who.int/csr
/resources/publications/zika/insecticide-resistance
4. World Health Organization. Case definition for vírus Zika.
Geneva, February 2016. Disponível em http://www.who.int
/csr/disease/zika/case-definition
© Organização Mundial da Saúde 2016.
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