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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA MESORREGIÃO NOROESTE
PARANENSE E AS ESPACIALIDADES EM ESVAZIAMENTO
DEMOGRÁFICO
CINTIA SILVIA CARVALHO1
ÂNGELA MARIA ENDLICH2
Resumo:
Sabemos que o contingente demográfico das cidades brasileiras apresenta demasiada variação de
acordo com as condições socioeconômicas e políticas de cada localidade, que influenciam na
permanência ou evasão populacional. O presente estudo busca apresentar a dinâmica demográfica
dos municípios pertencentes à Mesorregião Noroeste do Paraná, com destaque para as pequenas
cidades, e a influência na caracterização na formação urbana regional. Pertencente á área em estudo
concentra-se um grande número de pequenas cidades, sendo núcleos formados não mais que 50 mil
habitantes que vivenciaram o fenômeno de perdas populacionais. Portanto, faz-se necessário a
abordagem das peculiaridades dessa dinâmica demográfica, por meio de dados censitário, associada
à contextualizada do processo histórico desta região, e suas diversidades quanto às condições
socioeconômicas.
Palavras-chave: Dinâmica demográfica; Pequenas cidades; Produção socioespacial.
Abstract:
We know the demographics of Brazilian cities has too much variation according to the socioeconomic
and political conditions of each locality, that influence the permanence or population evasion. This
study aims to present the demographic dynamics of the municipalities belonging to Mesoregion
Paraná Northwest, especially the small towns, and the influence in characterizing the regional urban
training. Belonging to the study area concentrates a large number of small towns, and nuclei formed
no more than 50 thousand people who experienced the phenomenon of population losses. So the
approach of the peculiarities of this demographic dynamic it is necessary, through census data,
combined with contextualized the historical process of this region, and their diversity in terms of
socioeconomic conditions.
Key-words: Population dynamics; Small towns; Sociospatial production.
1 –Introdução
O presente trabalho visa contemplar a análise da produção socioespacial da
mesorregião Noroeste paranaense e as dinâmicas demográficos dos municípios que
formam a região, assim como suas respectivas características socioeconômicas,
1
- Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá. E-mail de
contato: [email protected]
2
- Docente do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá.
E-mail de contato: [email protected]
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com destaque para as pequenas cidades, que nela predominam e estão
contextualizadas demograficamente como áreas de declínio demográfico.
A Mesorregião Noroeste Paranaense está localizada no Terceiro Planalto
Paranaense e que corresponde a cerca de 12,4% do território estadual (Figura 1).
Esta região faz fronteira ao norte com o Estado de São Paulo, a oeste com o Estado
do Mato Grosso do Sul, ao sul com a mesorregião Oeste, a sudeste com a
mesorregião Centro-Ocidental e a leste com a mesorregião Norte Central. É
constituída por 61 municípios, dos quais se destacam como cidades de médio porte
Umuarama, Paranavaí e Cianorte em função de suas dimensões populacionais e
níveis de polarização.
Pertencente a uma região mais ampla que compreende o setentrião
paranaense a mesorregião em estudo, apresenta concentração de pequenas
cidades, aqui consideradas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
(IBGE), como sendo núcleos com população inferior a 50 mil habitantes. Em estudos
realizados na ampla área do Noroeste do Estado, Endlich (2006) demonstra que o
número de pequenas cidades é grande:
A presença das pequenas cidades pode ser facilmente comprovada ao se
percorrer a região. A cada dez, vinte ou trinta quilômetros encontra-se um
pequeno centro urbano, silencioso, aparentemente pacato, quase todos
bem arborizados. Os menores possuem, em geral, uma longa avenida
(muitas vezes a própria rodovia), em torno da qual as ruas se prolongam por
dois ou três quarteirões, de um lado e de outro, avistando-se facilmente o
limite entre as áreas consideradas como urbana e rural (ENDLICH, 2006, p.
51).
No total a mesorregião abrange uma área de 2.481.601,5 hectares (Figura 1)
(IPARDES, 2004). É subdividida em três microrregiões, tendo as cidades de
Umuarama, Paranavaí e Cianorte como pólos centrais. Estas exercem papeis
específicos de sediar vários serviços públicos, além de deterem a diversidade de
atividades comerciais. A população dos municípios ao redor busca nestas cidades,
recursos públicos e demais produtos não encontrados em sua região.
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É expressiva a formação da rede urbana da área em estudo, por pequenas
cidades. Cerca de 20 municípios possuem até 5 mil habitantes. Sobre a constituição
das pequenas localidades inseridas na rede urbana, destaca Corrêa (2006, p.263)
que esta inserção se deve ao processo de globalização, com manifestações
variadas, em razão de suas demandas e contradições, e por intermédio de diversos
agentes, não apenas pela ação específica das grandes corporações, que resulta na
criação destes novos núcleos urbanos em áreas que passam a integrar o espaço
globalizado.
Por essa razão, buscamos analisar a dinâmica demográfica por meio da
sistematização dos dados populacionais deste a década de 1980 até 2010 destes
pequenos centros, e o processo de perdas demográficas que vem se acentuando
em algumas cidades.
2 –Dinâmicas Demográficas e o Contexto das Pequenas Cidades
Segundo o censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística a população brasileira totaliza 190.755.799 de habitantes, com previsão
para superar os 205 milhões em 2015. Porém, mesmo com o grande crescimento
mencionado, Damiani (2002, p.36) aponta que os índices populacionais nos países
subdesenvolvidos, ainda que elevado, tem sofrido um decréscimo. Nos anos 60 já
se excediam a 3%, e em 1988, atingia a 2,1%. E a nível global, essa taxa equivalia a
1,7%, sendo 0,5% para os países subdesenvolvidos.
Na área em estudo, que envolve os habitantes da mesorregião Noroeste, as
cidades apresentam de maneira geral, variação do número de população nos
últimos anos. O que se destaca na região é o grande contingente de pequenas
cidades formadas por um número de população, em sua maioria, inferior a 20 mil
habitantes.
Mesmo correspondendo a uma grande área de extensões territoriais e de
número de municípios, os índices de perdas populacionais na mesorregião
estudada, não é um fenômeno recente. Até a década de 1970, período que a
colonização da região contava com a participação de várias famílias vindas de
outros estados, os índices demonstraram rápido crescimento populacional. Nesse
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período, a mesorregião Noroeste chegou a cerca de 963 mil habitantes, tendo maior
distribuição da população no meio rural. Contudo os solos do tipo arenito Caiuá,
sofreram um rápido processo de erosão e de esgotamento devido às intensas
atividades ligadas às práticas agrícolas da etapa precedente (IPARDES, 2004).
De acordo com Haracenko et al (2014) os solos da região Noroeste
provenientes da formação do Arenito Caiuá, não possuíam a mesma fertilidade na
qual a região Norte se destacava, formada pelo basalto. Por essa razão, a CMNPCompanhia Melhoramentos Norte do Paraná - não atuou fortemente na
comercialização destas terras. Apenas alguns anos depois, o modelo utilizado pela
CMNP utilizado na venda de terras do Norte do estado, passou a servir de divisão
em lotes para demais companhias interessadas e continuou a ser empregado no
Noroeste por outras empresas que ali atuaram.
Após a década de 1970, as taxas diminuíram, e boa parte da população
migraram. Os destinos foram variados – novas fronteiras agrícolas brasileiras,
grandes e médios centros urbanos, mas também as sedes municipais na região, que
como demonstramos ainda que em processo de perda de população total, essas
sedes de modo geral cresceram demograficamente, promovendo a urbanização
regional. Em 1980 até 1991 esta realidade ainda é vista em vários municípios do
Noroeste, que registraram elevadas perdas de população (Figura 1).
Figura 1: Mesorregião Noroeste paranaense. Taxa de crescimento demográfico dos
municípios. 1980 a 1991. Fonte: IBGE, 2015.
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Neste período, os municípios que apresentaram crescimento demográfico
foram Santa Cruz de Monte Castelo, Cianorte, Paranacity, Cidade Gaúcha, Jussara,
São Carlos do Ivaí, Nova Londrina, Jardim Olinda, Paranavaí, Itaúna do Sul, Nova
Aliança do Ivaí, Paraíso do Norte, Paranapoema, Querência do Norte, Mirador e
Amaporã. Ademais, 35 municípios sofreram a perda de habitantes3.
Nas décadas seguintes os processos de migrações do campo para a cidade,
assim como para os pólos urbanos maiores demonstraram continuidade, ainda que
com tendências de arrefecimento dos ritmos. Os municípios mais populosos –
Umuarama, Paranavaí e Cianorte – vêm sustentando seu papel de destaque na
região e, em 2000, concentravam cerca de 35% da população total e 41% da
urbana. Entretanto, destes, apenas Cianorte, no decênio 1991-2000, cresceu a uma
taxa superior à média do Estado (IPARDES, 2004).
Neste período podemos identificar a mudança na estrutura demográfica da
mesorregião. Vários municípios começam a registrar índices positivos de
crescimentos, em contrapartida aos dados apresentados no período de 1970 a 1991
em que predominaram as de baixas taxas. A partir da década de 1991, apenas o
município de Pérola obteve índice inferior a - 3,55% (Figura 2).
Figura 2: Mesorregião Noroeste paranaense. Taxa de crescimento demográfico dos municípios. 1991
a 2000.
3
Os demais municípios pertencentes à mesorregião Noroeste que não foram mencionados nesta reflexão, ainda
não estavam emancipados neste período, e por essa razão, não possuíam dados populacionais.
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Fonte: IBGE, 2015.
O maior agrupamento de municípios, dentro das classificações apresentadas
na Figura 2, foram os que registram perda de habitantes entre -3,45% até -0,06%.
Cerca de trinta e cinco municípios. Contudo, neste período, o município de Amaporã
e São Carlos do Ivaí obteve taxas superiores a 1, 95% de crescimento demográfico
(Amaporã 2,04% e São Carlos do Ivaí, 2,08%).
Os destaques de crescimento no número de habitantes também são vistos
nas cidades sedes das microrregiões, em Paranavaí, Cianorte e Umuarama. Por
meio dos censos demográficos e as contagens de população realizadas pelo IBGE
de 1991 até 2010, conforme Tabela 1, expressam o aumento progressivo de
habitantes.
ANO
PARANAVAÍ
UMUARAMA
CIANORTE
1991
71.052
100.249
49.846
2000
75.750
90.690
57.401
2010
81.590
100.676
69.958
Tabela 1: Microrregiões do Noroeste Paranaense.Crescimento demográfico dos municípios, 2010.
Fonte: Censos demográficos IBGE (1991, 2000 e 2010).
Estas cidades desenvolveram papéis específicos de centralidades de serviços
públicos e privados, que no decorrer dos anos e pelo desenvolvimento das vias
rodoviárias e acesso ao transporte, facilitaram a mobilidade populacional dos
pequenos municípios a estas cidades, na busca pela grande oferta de produtos e
serviços disponíveis nos centros maiores.
Neste cenário, as pequenas cidades sofrem com o processo de perda de
centralidade além do declínio demográfico em que parte da população local, passa
a buscar em centros maiores os serviços não encontrados, fomentando ainda mais a
mobilidade e perda de habitantes. Conforme discorre Endlich (2007) as inovações
criadas em grandes centros, alcançam as pequenas cidades, de maneira mais lenta,
sendo estes locais onde predominam permanências por mais tempo, devido o
conjunto de serviços e elementos que compõem o novo perfil do comercio, não
acompanhar estas inovações nos pequenos centros. Nas cidades brasileiras, esta
diferença é mais profunda em conseqüência das já mencionadas e enormes
diferenças na distribuição da renda. ―Observam-se alguns estabelecimentos de
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capital local, como pequenos ou médios supermercados, boutiques, lojas de
presentes e utilidades de R$ 1,99 misturadas a outras de perfil antigo, com aspecto
de armazéns ou vendas‖ (ENDLICH, 2007, p. 166). Além disso, destaca a autora
que no ramo de serviços, da mesma maneira, no Brasil a instalação destes não
tiveram bons resultados como nos países considerados desenvolvidos:
(...) tem sido freqüente o fechamento de 121 agências bancárias, mostrando
que não há nestas localidades uma parcela da sociedade com poder
aquisitivo suficiente para manter essas atividades. Isso foi agravado com o
processo de privatização e ‗saneamento‘ dos bancos (ENDLICH, 2007, p.
166).
Para Corrêa (1999) a globalização atua na reformulação da atuação das
pequenas cidades no atual cenário. As pequenas cidades perdem a centralidade,
acompanhadas do surgimento de novas funções, agora consideradas como nãocentrais, muitas vezes ligadas diretamente à produção. ―Essa refuncionalização
deriva de uma combinação de manifestações da globalização em que alterações na
circulação em geral e no processo produtivo da hinterlândia da pequena cidade
desempenham papéis primordiais‖ (CORRÊA, 1999, p. 48).
Dentre
os
61
municípios
da
mesorregião
Noroeste
paranaense,
principalmente os de pequeno porte, apresentaram redução no número de
habitantes, evidenciando o esvaziamento demográfico destas espacialidades. Por
meio da análise dos dados demográficos, percebe-se a diminuição contínua, ou
estagnação da população de alguns municípios. As causas deste fenômeno são
diversas, e algumas já citadas de início.
Contudo, conforme a Figura 3 é notável o crescimento demográfico neste
período em alguns municípios:
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Figura 3: Mesorregião Noroeste paranaense. Taxa de crescimento demográfico dos municípios 2000
a 2010.
Fonte: IBGE, 2015.
O período de 2000 a 2010 as taxas voltaram a crescer. Muitos municípios,
que nos anos anteriores se enquadraram nas classificações negativas, tiveram
registro positivo no ultimo censo como no caso de Cruzeiro do Oeste, Indianópolis e
São Manoel do Paraná. Os maiores índices registrados foram de Umuarama,
Tapejara, Santa Mônica, Paranacity, Cidade Gaúcha, Amaporã, Paranapoema,
Paraíso do Norte, Douradina e Cianorte.
Novamente, as cidades pólos das microrregiões se destacam no crescimento
elevado de população, contudo, municípios próximos a estes centros regionais
também tiveram aumento em suas taxas, em virtude da relação estabelecida entre
as mesmas. Além disso, a instalação de indústrias voltadas à produção açucareira
também proporcionou a movimentação populacional nestas cidades, como o
exemplo de Tapejara, que com a instalação da Usina Santa Teresinha em 1989,
passa a crescer rapidamente a partir de 1991, atingindo elevado índice em 2010.
Outros municípios citados, também atraíram população devido a concentração
industrial e produções em prol da cana de açúcar que geraram novas oportunidades
de emprego, movimentando a economia local. Contudo, mesmo com o crescimento
demográfico de grande parte destes municípios, vinte e seis tiveram o a indicação
de perda de habitantes. Assim como Mariluz, em que entre um período e outro, o
número de população sofre variação, muitos outros municípios da região, tiveram
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essa dinâmica populacional, apresentando ora crescimento populacional, ora
diminuição deste número. Conforme a Tabela 2, estes municípios se destacaram
pela progressiva perda de população e obtiveram destaque no último censo
realizado em 2010:
Taxa de
Taxa de crescimento
Município
crescimento (%)
Município
(%)
Itaúna do Sul
-1,93% Mirador
-0,69%
Brasilândia do Sul
-1,74% Maria Helena
-0,68%
Alto Paraíso
-1,52% Alto Piquiri
-0,54%
Esperança Nova
-1,46% Sto. Ant. do Caiuá
-0,53%
Icaraíma
-1,18% Sta.C. de M.Castelo
-0,51%
Francisco Alves
-1,13% Cruzeiro do Sul
-0,45%
Diamante do Norte
-0,95% Sta. Isabel do Ivaí
-0,42%
Iporã
-0,89% Tuneiras do Oeste
-0,35%
S. Pedro do Paraná
-0,89%
S. João do Caiuá
-0,30%
S. J. do Patrocínio
-0,83%
Guaporema
-0,11%
Cafezal do Sul
-0,77%
N. Londrina
-0,08%
Jardim Olinda
-0,75% Porto Rico
-0,07%
Xambrê
-0,75% Mariluz
-0,06%
Tapira
-0,71%
Tabela 2: Mesorregião Noroeste paranaense. Diminuição Populacional, 2010.
Fonte: Censos demográficos IBGE (1991, 2000 e 2010).
O fato é que estas pequenas cidades apresentadas na Tabela 2, não atingem
mais que 15 mil habitantes por município. Estes núcleos urbanos têm acentuado o
decréscimo populacional, e estão inseridos numa rede urbana, com muitas outras
cidades. Municípios, com população inferior a 20 mil habitantes, considerados de
pequeno porte, constituem a grande maioria dos municípios pertencentes à
mesorregião Noroeste do estado, apresentando em alguns casos, o baixo
crescimento demográfico nos últimos anos, e até mesmo a perda de habitantes.
Com relação à ocupação das áreas destas cidades com perda de habitantes,
nota-se ainda a concentração nas áreas urbanas. Em um período de perdas
demográficas, o rural perde ainda mais habitantes do que o espaço urbano.
Contudo, mesmo em meio a uma evolução do espaço urbano com
concentração de habitantes nessas áreas, o crescimento total de população nos
municípios apresentados indica ainda a persistência do declínio demográfico. As
baixas taxas de crescimento, com até 1,4% predominam na extensa faixa ocupada
pela mesorregião, acentuando o baixo ou nulo índice de habitantes ocupando esta
área. Dentre os vários agravantes relacionados a esta perda de habitantes aos
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municípios de pequeno porte, está relacionado à dificuldade na obtenção de
recursos públicos, uma vez que dificulta os repasses de verbas governamentais para
provimento de equipamentos urbanos, em virtude do baixo número populacional.
Em toda a mesorregião Noroeste, a dinâmica da população nos espaços
urbanos e rurais encontra-se bem dispersos, conforme pode ser visto na Figura 6.
Os dados avaliados referem-se ao contingente populacional registrado pelo IBGE
nos últimos censos, de 2000 e 2010. Os espaços urbanos ocupados tiveram grande
percentual de desenvolvimento em relação à ocupação rural. Este último teve
crescimento apenas em cinco municípios da região, não atingindo 30% no total.
3- Procedimentos Metodológicos
Para o presente trabalho coletamos dados secundários para análise da
dinâmica populacional da Mesorregião Noroeste Paranaense. Nesta análise,
priorizamos os dados demográficos do período de 1970 – 2010. A coleta de dados
junto aos órgãos competentes contribuiu para a sistematização de informações
populacionais. Assim, tivemos como fonte Sidra - Sistema IBGE de Recuperação
Automática, IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística, Ipardes - Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, para a coleta dos dados
referentes a dinâmica populacional e condições socioeconômicas dos municípios da
região em estudo. Além disso, utilizamos dados de desenvolvimento humano, IDHMÍndice de Desenvolvimento Humano Municipal, tendo como fonte o Atlas de
desenvolvimento Humano no Brasil, dentre outros.
Para o mapeamento dessas informações, utilizamos o software Arc Giz para a
elaboração das representações, em que distribuímos por município da mesorregião
Noroeste paranaense, as taxas de crescimento demográfico. A fim de caracterizar
os anos estabelecidos, foram necessários quatro mapas, uma vez que calculamos
as taxas entre um período e outro (1970-1980; 1980-1990; 1990-2000; 2000-2010).
Para o cálculo dos dados referente à demografia e a distribuição dos
intervalos, nos baseamos em procedimentos metodológicos utilizados por Endlich
(2006). Assim, buscamos estabelecer os intervalos entre os maiores espaços entre
as taxas obtidas. Foram necessários cinco intervalos, sendo três positivos e três
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negativos, em virtude das baixas taxas de crescimento demográfico principalmente
no período de 1970 a 2000. Assim, obtivemos os seguintes intervalos:
-6,05 I—I -4,35
0,03 I—I 0,30
-4,30 I—I -3,55
0,40 I—I 1,70
-3,45 I—I -0,06
1,95 I—I 2,20
Estes intervalos foram padronizados em todos os mapas, e inseridos
conforme a exigência dos índices. O comportamento da dinâmica dos municípios
que compõem a região em estudo, contribui para a seleção dos municípios para o
desenvolvimento da coleta de dados e visitas de campo, na etapa seguinte. Além
dos dados demográficos, utilizamos dados que auxiliam na compreensão das
condições socioeconômicas da mesorregião em estudo, base também, para a
seleção dos municípios em que realizamos a coleta de dados.
4- Considerações finais
Por meio da contextualização realizada e dos índices apresentados, notamos
que mesmo com essa grande dinâmica populacional sinalizada, ainda existem
pequenas cidades que compõem a extensa área em estudo. E algumas dessas
cidades registram índices negativos de crescimento demográfico desde 1991, se
repetindo nos demais anos.
Esse declínio demográfico se reflete nas condições sociais destas áreas, e
influencia na própria organização e distribuição de recursos públicos disponibilizados
a população local, uma vez que em virtude da diminuição da demanda, muitos
serviços são encerrados, ou com maior dificuldade de acesso. Além disso, alguns
serviços passaram a ser centralizados em cidades maiores, como no caso das
microrregiões citadas que exercem função de cidade pólo para os núcleos urbanos
localizados ao redor.
Por essa razão, a mesorregião Noroeste apresenta o fenômeno de perda
populacional, exigindo a necessária intervenção do poder público, fim de colaborar
com a disponibilidade de recursos aqueles que ainda residem nestas áreas.
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