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Universidade Paulista – UNIP
Medicina Veterinária
Disciplina de Anatomia Descritiva das Vísceras dos Animais Domésticos
Aula proferida pelo Prof. MSc. Marcelo Fernandes de Souza Castro
Transcrição da Profa. MSc. Ana Paula Grabner
Glândulas endócrinas
As glândulas endócrinas são caracterizadas por liberarem os hormônios que elas produzem
diretamente nos vasos sangüíneos ou nos vasos linfáticos, podendo ainda, libera-los no tecido
intercelular; e por não possuírem ductos para a liberação de suas secreções. Além disso, as
glândulas endócrinas possuem uma rica vascularização, que é responsável por coletar os hormônios
produzidos e dar-lhes o devido destino. Sua constituição é dada por células epitelióides, e não
apresentam uma fixação ampla junto às estruturas corpóreas adjacentes (a hipófise, por exemplo,
apesar de bem protegida pelas estruturas adjacentes, não se fixa firmemente a elas).
Além das características morfológicas citadas para este tipo de glândula, uma característica
funcional típica é o controle das secreções por feedback negativo, isto é, o excesso de seus produtos
no meio faz com que cesse a produção dos hormônios.
Tecidos endócrinos:
Existem três tipos de tecidos envolvidos na formação das glândulas dos organismos
animais:
Primário: é encontrado nas glândulas endócrinas propriamente ditas, isto é, aquelas que
possuem como função exclusiva a produção e a liberação de hormônios. São elas a hipófise,
epífise, tireóide, paratireóides, e adrenais (chamadas supra-renais em humanos, devido à sua
localização sobre os rins, diferentemente dos animais, onde se encontram situadas mais
medialmente).
Secundário: é encontrado em órgãos mistos, que combinam funções endócrinas a outras
importantes funções associadas. São eles o pâncreas, os ovários, os testículos e a placenta.
Terciário: Encontrado em órgão ou glândulas onde a produção de hormônios é mínima,
quando comparada à função total do órgão. São eles o coração, o fígado, o timo, o estômago, os
intestinos e os rins.
Hipófise (pituitária):
A hipófise é a principal glândula endócrina do corpo dos vertebrados, e possui ligação direta
com o hipotálamo, tanto anatômica quanto funcionalmente. Localiza-se na sela turcica, um
conjunto formado pela dura máter (meninge mais externa e espessa), que a recobre, e pela fossa
hipofisária, uma cavidade onde está alojada.
Possui duas regiões distintas, com origens embrionárias e funções diferentes: a adenohipófise, mais rostral, que se origina do epitélio do céu da boca do embrião, e a nuro-hipófise,
caudal, que se origina junto com o sistema nervoso no ectoderma. Em algumas espécies de
amimais, existe uma depressão entre a adeno-hipófise e a neuro-hipófise, denominada fenda
hipofisária. Esta fenda tem contato com a parte intermédia da adeno-hipófise, região da glândula
com grande importância.
Ao redor da hipófise existe um seio venoso, que tem a função de transportar os hormônios
por ela liberados. Estes hormônios chegam à corrente sangüínea (seio venoso) devido a um sistema
porta hipofisário, que consiste na entrada de uma veia no interior da glândula e sua posterior
capilarização; sucessivas anastomoses fazem com que uma única veia saia da hipófise, já
transportando os hormônios.
Epífise (corpo pineal):
A epífise possui o formato de uma pinha invertida (seu nome pineal faz referência a esta
forma), e localiza-se na face dorsal do tálamo, entre os hemisférios cerebrais e o cerebelo. Tem a
função de controle do ciclo estral de acordo com o fotoperíodo (diferenças naturais de
luminosidade de acordo com o período do ano).
Glândula tireóide:
A tireóide (nome referente à forma de escudo que apresenta no organismo humano) é uma
glândula par, dividida em lobos direito e esquerdo. Localiza-se lateralmente à traquéia, logo caudal
às cartilagens da laringe, certas vezes chegando a sobrepor-se às mesmas. Em suínos (bem como no
homem), possui um lobo intermédio, localizado ventralmente à traquéia. Nos eqüinos e ruminantes,
uma pequena faixa do próprio tecido glandular faz ligação entre os lobos direito e esquerdo, e
recebe o nome de ístmo da tireóide.
Glândulas paratireóides:
As paratireóides surgem na lateral da tireóide, estão deslocadas em sentido cranial, e se
apresentam em dois pares. Há animais onde o par interno situa-se na bifurcação da artéria carótida;
nos suínos adultos é descrito um único par.
Glândulas adrenais:
As glândulas adrenais são pares, localizadas contra o teto do abdome, e craniomedialmente
ao rim correspondente, de onde se origina seu nome. Apesar disso, encontram-se mais estritamente
ligadas aos principais vasos abdominais (a aorta à esquerda e a veia cava caudal à direita),
aderindo-se a eles quando os rins deslocam-se de suas posições habituais (por exemplo nos
ruminantes, onde o rim esquerdo encontra-se deslocado para o antímero direito).
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