24/08/2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA Morfologia e Citologia Bacteriana Professora: Vânia Lúcia da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora - Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia. Disciplina: MICROBIOLOGIA GERAL E APLICADA Curso: Enfermagem Hora 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 09 às 12 Local Sala 09A --Sala 09A --Sala 09A 13/09 - 3ª feira 09 às 12 Sala 09A 21/09 - 4ª feira 13 às 15 Dia 23/08 - 3ª feira 24/08 - 4ª feira 30/08 - 3ª feira 31/08 - 4ª feira 06/09 - 3ª feira 07/09 - 4ª feira 14/09 - 4ª feira 20/09 - 3ª feira 27/09 - 3ª feira 28/09 - 4ª feira 04/10 - 3ª feira 05/10 - 4ª feira 11/10 – 3ª feira 12/10 - 4ª feira 18/10 - 3ª feira 19/10 - 4ª feira 25/10 - 3ª feira 26/10 - 4ª feira 01/11- 3ª feira 02/11 - 4ª feira 08/11 - 3ª feira 16/11 - 4ª feira 22/11 - 3ª feira 23/11 - 4ª feira 29/11 - 3ª feira 30/11 - 4ª feira 06/12 - 3ª feira 07/12 - 4ª feira 13/12 - 3ª feira 14/12 - 4ª feira 20/12 - 3ª feira 23/12 - 6ª feira 13 às 15 09 às 12 09 às 12 --Sala 09A Salas 03B e 05B Sala 09ª Salas 03B e 05B Sala 09ª Salas 03B e 05B Sala 09A 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 09 às 12 Sala 09A Sala 03B Sala 09A Sala 03B Sala 09A 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 09 às 12 10 às 12 Sala 09A Sala 03B Sala 09A Sala 03B Sala 09A 09 às 12 13 às 15 09 às 12 13 às 15 Sala 09A Sala 09A Sala 09A Sala 04A Professores: André, Analice, Márcio Rosângela, Vânia, Cláudio - Local: ICH antigo (salas 09A, 03B e 05B). Professor coordenador da disciplina: Rosângela Abreu Monteiro de Barros PROGRAMAÇÃO –2º SEMESTRE LETIVO DE 2016 Assunto Introdução à microbiologia - Morfologia e Citologia Bacteriana NÃO HAVERÁ LABORATÓRIO Fisiologia e genética bacteriana NÃO HAVERÁ LABORATÓRIO Patogênese e relação bactéria hospedeiro FERIADO Controle de população bacteriana: agentes físicos, desinfetantes, biocidas e antibióticos S: Neisseria, Haemophilus e Bordetella Gram positivos de relevância em saúde humana Professor Vânia Vânia Vânia Vânia Vânia / Cláudio Cláudio S: Bactérias de estrutura atípica – Micobactérias e Nocárdia Vânia / Cláudio S: Bactérias de estrutura e atípica – Bactérias espiraladas Vânia/ Cláudio S: Bactérias de estrutura atípica – Clamídias, Riquétsias, Micoplasma, Ureaplasma Vânia/ Cláudio Gram negativos de relevância em saúde humana Infecções relacionadas ao serviço de saúde (IRAS) 1º TVC FERIADO Introdução à virologia e multiplicação viral / ED Antivirais e vacinas Patogenia e resposta do hospedeiro às infecções virais Agentes de viroses respiratórias e entéricas Herpesvírus e Papilomavírus humano Agentes de hepatites virais FERIADO Agentes de viroses multissistêmicas e Arbovírus Vírus da imunodeficiência humana (HIV) Características gerais dos fungos e morfologia, citologia e reprodução dos fungos 2 º TVC Classificação e terapia antifúngica NÃO HAVERÁ LABORATÓRIO Introdução à micologia médica /Epidemiologia das micoses NÃO HAVERÁ LABORATÓRIO Agentes de micoses superficiais/Agentes de micoses profundas NÃO HAVERÁ LABORATÓRIO 3 º TVC 2a CHAMADA Cláudio Cláudio Vânia Analice André Analice André Analice Analice André Rosângela André Rosângela Márcio Márcio Márcio A definir 1 24/08/2016 Aproveitamento mínimo: 60% Freqüência mínima: 75%. 1º TVC: 25pts; 2º TVC: 30pts; 3º TVC: 30 pts; Seminários: 15 pts. Bibliografia TRABULSI, L.R. Microbiologia, 5ª Ed., Atheneu, 2008. MURRAY, PATRICK R.; PFALLER, MICHAEL A.; ROSENTHAL, KEN S.Microbiologia Médica. 5 ed. Ed. Elsevier, 2006. TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R. & CASE, C.L. Microbiologia, 6ª edição, Editora Artmed, Porto Alegre, 2003. SANTOS, ROMANOS & WIGG. Introdução à virologia humana, Ed.Guanabara-Koogan, 2002. JAWETZ, E.; MELNICK, J.L. & ADELBERG, E. Microbiologia Médica. 22ª Ed. McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2001. Microbiologia 2 24/08/2016 Definição e origem • Derivada: mikros (pequeno), bios (vida) e logos (ciência) → ciência que estuda a vida microscópica. • São considerados os ancestrais de todas as outras formas de vida Aspectos Históricos da Microbiologia Era uma vez... ... a vontade do Homem em conhecer a vida que o rodeia, sobretudo aquilo que não é visível. • Até o século XVII, o avanço da microbiologia foi prejudicado pela falta de equipamentos apropriados para observar os micróbios. • 1665: Robert Hooke - relatou que as menores unidades vivas eram “pequenas caixas”, ou “células”. • Teoria celular 3 24/08/2016 • 1673 -1723: Anton van Leeuwenhoek - foi o primeiro a observar micro-organismos vivos através de lentes de aumento com resolução de 300 a 500 vezes. • Observou e descreveu os microrganismos ("animálculos“) • Fez desenhos detalhados de “animálculos” de água da chuva, de suas próprias fezes e de material raspado de seus dentes – Sociedade Real de Londres • “eu posso julgar por mim mesmo (apesar de limpar a minha boca, como já disse), que todas as pessoas que vivem na Holanda não são tantas quanto os animais vivos que eu carrego em minha própria boca hoje” • Leeuwenhoek é considerado o fundador da microbiologia 4 24/08/2016 O progresso da Microbiologia ficou vinculado ao desenvolvimento de instrumentos e técnicas pertinentes ao seu estudo, tais como microscópios com maior poder de resolução e técnicas de cultivo e coloração de estruturas celulares. A Microbiologia como Ciência começa a ter um verdadeiro avanço a partir de meados do século XIX, com o desenvolvimento de microscópios de alta qualidade juntamente com o aperfeiçoamento de técnicas de esterilização e cultivo de microrganismos. A idade de ouro da microbiologia • 1857 a 1914 - Avanços rápidos - Pasteur e Robert Koch 5 24/08/2016 Sec. XIX: Estabelecimento da Microbiologia como uma Ciência • Descoberta de agentes de muitas doenças; papel da imunidade na prevenção e na cura das doenças; • Atividades químicas de micro-organismos; • Aperfeiçoamento das técnicas de microscopia e cultivo de microrganismos; • Desenvolvimento de vacinas e técnicas cirúrgicas. Fermentação e pasteurização • Grupo de mercadores franceses pediu a Pasteur que descobrisse porque o vinho e a cerveja azedavam. • Desenvolvimento de um método que impedisse a deterioração dessas bebidas. • Naquele tempo, muitos cientistas acreditavam que o ar convertia os açúcares desses fluidos em álcool. 6 24/08/2016 • Micro-organismos chamados de leveduras convertiam os açúcares em álcool na ausência de ar → fermentação • O azedamento e a deterioração são causados por microorganismos diferentes. Na presença de ar, as bactérias transformam o álcool da bebida em vinagre (ácido acético). • A solução de Pasteur para o problema da deterioração foi o aquecimento da cerveja e do vinho o suficiente para matar a maioria das bactérias que causavam o estrago. Pasteurização Demonstração da relação entre a deterioração de alimentos e os micro-organismos foi a etapa mais importante para o estabelecimento da relação entre doenças e micro-organismos. No final da década de 1870, Koch interessou-se pelo carbúnculo. Analisando sangue de vítimas do carbúnculo ao microscópio, observou a presença de uma bactéria de grandes dimensões. Desenvolvendo técnicas microbiológicas, Koch conseguiu isolar a bactéria. Animais sadios inoculados com a bactéria purificada apresentavam os sintomas clássicos do carbúnculo. A partir do sangue destes animais, Koch re-isolou mesma bactéria. Ele repetiu o experimento, sempre re-isolando a bactéria dos animais experimentalmente infectados até que tivesse certeza que tinha encontrado o agente da doença. Koch também descobriu os agentes etiológicos da cólera e da tuberculose, as bactérias Vibrio cholerae e Mycobacterium tuberculosis, respectivamente. A bactéria M. tuberculosis é ainda hoje denominada bacilo de Koch. Seus estudos, combinados com os de Pasteur, estabeleceram a Teoria do Germe da Doença. 7 24/08/2016 Em 1877, Koch formulou um conjunto de postulados os quais afirmava deveriam ser adotados para que se aceitasse uma relação entre um micro-organismo em particular e uma doença. Ignaz Philipp Semmelweis - médico húngaro eternizado como "salvador das mães“ – Hospital Geral de Viena 1847: redução na incidência de febre puerperal pela prática da anti-sepsia das mãos. Os médicos matavam 3x mais que as parteiras naquela região. 8 24/08/2016 Florence Nightingale – 1854 - Guerra da Crimeia (Conflito nos Bálcãs envolvendo o Império Russo e, uma coligação integrada pelo UK, França, Itália, Império Turco-Otomano e o Império Austríaco) Alta mortalidade entre os soldados Britânicos. Associação entre higiene e diminuição da mortalidade – sanitarismo E nos anos seguintes ... • Nova fase na história da Microbiologia - interesses estavam em estudar as causas das doenças e associá-las a micro-organismos • Microscópios foram se tornando mais acessíveis e descobertas novas formas de corar os micro-organismos com objetivos de torna-los visíveis. 9 24/08/2016 Meio ambiente Energia Indústria de alimentos Agentes causadores de doenças Micro-organismos Indústria farmacêutica Biotecnologia Indústria química Agricultura Recuperação ambiental biorremediação (Flavobacter) 10 24/08/2016 A célula bacteriana Morfologia Bacteriana As bactérias de importância médica são caracterizadas morfologicamente por: Tamanho Forma Arranjo 11 24/08/2016 Tamanho Variam de 0,3 por 0,8 μm até 10 por 25 μm. As espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1,0 μm por 2 a 5 μm. Forma • Esférica: Cocos Grupo homogêneo em relação ao tamanho, sendo células menores (0,8 a 1,0 μm). • Cilíndrica: Bacilos Forma de bastão, podendo ser longos ou delgados, pequenos ou grossos, extremidade reta, ou arredondada. • Espiralada =>Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos. =>Espiroquetas:: são flexíveis e locomovemse provavelmente às custas de contrações do citoplasma 12 24/08/2016 Formas de transição Cocobacilos: bacilos muito curtos. Ex.: Prevotella Vibriões: espirilos muito curtos, assumindo formas de vírgula. Ex.: Vibrio cholerae Formas de estrela e retangulares 13 24/08/2016 Cocos Arranjo Diplococos: cocos agrupados aos pares. Ex: Neisseria Tétrades: agrupados de 4 cocos Sarcina: 8 cocos em forma cúbica Estreptococos: cocos agrupados em cadeia. Ex: Streptococcus Estafilococos: cocos em arranjos irregulares. Ex: Staphylococos Bacilos Arranjo (d) Paliçada: agrupados lado a lado 14 24/08/2016 A célula bacteriana Cápsula Estruturas externas à parede celular Polímero viscoso e gelationoso situado externamente à parede celular, composto de polissacarídeo e/ou polipeptídeo. • Proteção da célula bacteriana contra desidratação. • Aderência – auxiliam na ligação da bactéria à superfícies bióticas ou abióticas. • Proteção - resistência à fagocitose pelas células de defesa do corpo (fator de virulência). => bactérias encapsuladas são mais VIRULENTAS do que as não encapsuladas. 15 24/08/2016 Cápsula Flagelos Locomoção: movimento rotatório Formam longos filamentos que partem do corpo da bactéria e se estendem externamente à parede celular. Ancorado na superfície da célula Proteína flagelina 16 24/08/2016 Flagelos Flagelos 17 24/08/2016 Fímbrias/pili Natureza protéica (pilina) Mais curtos que os flagelos Aderência Pili F – transferência de material genético durante a conjugação Pilus associado a conjugação Parede celular Bactéria Bactérias sem parede celular • Micoplasmas • Ureaplasmas Bactérias com parede celular Parede celular típica Gram + Gram - • Maioria das bactérias de importância médica Parede celular atípica • • • • Micobactérias Espiralados Clamidias Riquétsias 18 24/08/2016 Parede celular Confere célula. rigidez estrutural à Proteção contra lise osmótica. Sítio receptor para proteínas e outras moléculas que interagem com a bactéria. Constituída de peptidioglicano Parede celular 19 24/08/2016 Parede celular de Gram positiva Várias camadas de peptidioglicano (cerca de 90% da parede) Ácido teicoico (polissacarídeo ácido com resíduo de glicerol fosfato ou ribitol fosfato). Parede celular de Gram negativa Poucas camadas de peptidioglicano (cerca de 10%) Membrana externa - Lipopolissacaríedo (LPS) - Proteínas: porinas, lipoproteínas Espaço periplasmático – entre a membrana externa e membrana citoplasmática 20 24/08/2016 Parede celular de Gram negativa Lipopolissacarideo Membrana externa Espaço periplasmático lipoproteínas e Peptideoglicano Membrana citoplasmática Citoplasma •Internamente => camada de fosfolipídeos e lipoproteína, ancorada ao peptidioglicano. • Externamente => lipopolissacarídeo (LPS) Estrutura do LPS 3 componentes ligados covalentemente: lipídeo A, polissacarídeo cerne e polissacarídeo O. ENDOTOXINA Diarreia, vômitos, febre e choque potencialmente fatal 21 24/08/2016 Coloração de Gram Coloração de Gram 22 24/08/2016 Parede celular atípica Alta concentração de ácido micólico (60%) Parede celular de Mycobacterium 23 24/08/2016 Coloração álcool-ácido resistente Estruturas internas à parede celular Membrana citoplasmática Estrutura fina (8 nm) e fluida Composição química proteínas + Total ou parcialmente imersas na bicamada bicamada lipídica Fosfolipídeos Ácidos graxos Glicerol fosfato Comp. hidrofóbicos hidrofílicos 24 24/08/2016 Membrana citoplasmática Membrana citoplasmática Funções: Barreira de permeabilidade da célula que separa o citoplasma do ambiente Transporte de substâncias Processos de obtenção de energia: respiração => MESOSSOMOS 25 24/08/2016 Componentes citoplasmáticos Citoplasma Água, compostos de baixo peso molecular, macromoléculas, íons inorgânicos. Sítio de reações químicas Nucleóide Cromossomo bacteriano, DNA circular, dupla hélice, contém informações necessárias à sobrevivência da célula, capacidade de replicação Plasmídeos Moléculas de DNA, circular Menores que cromossomo, também podem se replicar Genes não essenciais mas podem conferir vantagens seletivas 26 24/08/2016 Grânulos de reserva ou inclusões Grânulos de glicogênio, amido, lipídeos, polifosfato, óxido de ferro (magnetossomos) Ribossomos Síntese proteica 27 24/08/2016 Esporos Bacterianos - Endósporos • Estruturas altamente quantidade de água. diferenciadas • Atuam como estrutura ambientais desfavoráveis. de e possuem sobrevivência - pouca condições Ciclo de vida de uma bactéria formadora de endósporos. Esporos Bacterianos - Endósporos Algumas bactérias Gram positivas (Bacillus e Clostridium) Resistentes ao calor, desidratação, valores extremos de pH, radiação Baixa atividade metabólica Forma de sobrevivência e não de reprodução 28 24/08/2016 29