GETH Newsletter Volume 06 Número 19 27 de junho de 2008 Avaliação de Risco em Câncer de Mama GETH Newsletter é uma publicação semanal distribuída aos sócios do Grupo de Estudos de Maria Isabel W Achatz Departamento de Oncogenética Hospital A.C. Camargo Tumores Hereditários Sede R José Getúlio, 579 cjs 42/43 Aclimação São Paulo - SP CEP 01503-001 O objetivo da avaliação de risco em câncer de mama é personalizar as estratégias de seguimento das mulheres, com o objetivo de aumentar a sobrevida em mulheres de alto risco e reduzir o custo e complicações no grupo de mulheres de baixo risco. A história familiar é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento do câncer de mama, e os riscos absoluto e relativo são influenciados pelo número de E-mail [email protected] Site http://www.geth.org.br familiares afetados, idade ao diagnóstico, dentre outros fatores. Após a descoberta dos genes de susceptibilidade ao câncer de mama (BRCA1 e BRCA2) em 1994, diversos modelos de predição de risco foram desenvolvidos com o objetivo de indicar o risco de um indivíduo ter mutação germinativa e/ou desenvolver Editores Erika Maria Monteiro Santos Ligia Petrolini de Oliveira câncer de mama baseado em características pessoais e de história familiar. Como mencionado em newsletter anterior, os modelos de predição de risco de câncer apresentam diversas aplicações: estabelecer critérios para estudos de intervenção e rastreamento; auxiliar na elaboração de índice risco-benefício; estimar o custo de Diretoria uma doença na população; identificar indivíduos de alto risco; estabelecer estratégias Presidente de intervenção; facilitar o processo decisório (no contexto do aconselhamento Benedito Mauro Rossi Vice-Presidente genético). Os modelos de predição podem ser divididos em duas categorias: modelos Erika Maria Monteiro Santos empíricos e modelos genéticos. Os modelos empíricos estimam a probabilidade do Diretor Científico teste genético em identificar a mutação (BRCA1 e BRCA2). Estes modelos não Gilles Landman consideram riscos genéticos (tais como penetrância, freqüência do alelo mutado na Secretário Geral população, e método de herança), e geralmente, a partir da história familiar, e com o Fábio de Oliveira Ferreira emprego da regressão logística realizam a predição do risco. Dentre os exemplos deste Primeira Secretária tipo de modelo estão os modelos do National Cancer Institute, Myriad e University Ligia Petrolini de Oliveira of Pennsylvania. Estes modelos são de fácil utilização, entretanto foram desenvolvidos Tesoureiro em população com características muito definidas, e portanto, as recomendações são Wilson Toshihiko Nakagawa aplicáveis em indivíduos com as mesmas características da população na qual o modelo Avaliação de Risco em Câncer de Mama foi desenvolvido. De outra forma, os modelos genéticos são baseados nos efeitos de determinadas características – número de genes de susceptibilidade envolvidos, freqüência do alelo na população, risco de câncer de acordo com os modificadores (obesidade, densidade mamária), exposições, subtipos histológicos, biomarcadores, dentre outros.Também foi recomendado que os modelos fossem capazes de estimar e considerar o risco para outros tumores; e que os dados sejam obtidos de grupos com diversidade étnica. alelos. Estes modelos utilizam a análise do heredograma, Abaixo estão os links para algumas das ferramentas de e, portanto, baseiam-se nos relacionamentos na família. avaliação de risco citadas. Algumas são disponíveis online, Uma das vantagens desta abordagem é a possibilidade de outras devem ser instaladas: cálculo independente da estrutura familiar. Entretanto, a sua • BOADICEA (Breast and Ovarian Analysis acurácia depende da exatidão das informações. Além disso, o of Disease Incidence and Carrier Estimation risco é aproximado em razão do desconhecimento de todos Algorithm) os genes de susceptibilidade. Exemplos destes modelos são o modelo da Yale University, BRCAPRO, Tyrer-Cuzick http://www.srl.cam.ac.uk/genepi/boadicea/boadicea_bwa.html (IBIS), e o BOADICEA (Breast and Ovarian Analysis of • Disease Incidence and Carrier Estimation Algorithm). http://astor.som.jhmi.edu/BayesMendel/brcapro.html Todos os modelos apresentam limitações, e, portanto não há um modelo que seja o melhor. Famílias com poucos indivíduos, casos de adoção, e falta de informação sobre a história familiar reduzem a utilidade de todos os modelos. • BRCAPRO Gail (Breast Cancer Risk Assessment Tool) http://www.cancer.gov/bcrisktool/about-tool.aspx • Tyrer-Cuzick (IBIS Breast Cancer Risk Evaluation Tool) Muitos modelos consideram informação apenas do lado materno, ou apenas sobre familiares de primeiro grau, [email protected] ou ainda apenas sobre a ocorrência de câncer de mama, • desconsiderando a história familiar de câncer de ovário, próstata, ou pâncreas, por exemplo. É recomendado que estes modelos devam ser validados para a utilização. A utilidade de um modelo é determinada pela capacidade do modelo funcionar na prática, portanto, o modelo deve ser validado para uso. Em um workshop patrocinado pelo National Cancer Insitute várias recomendações foram sugeridas. Dentre elas a revisão dos modelos existentes, e o desenvolvimento de novos modelos que incorporem fatores de risco University of Pennsylvania – Penn Model https://www.afcri.upenn.edu:8022/itacc/penn2/index.asp Bibliografia Domcheck SM, Antoniou A. Cancer risk models: translating family history into clinical management. Ann Intern Med 2007;147;515-517. Freedman AN, Seminara D, Gail MH, Hartge P, Colditz GA, Ballard-Barbash R, Pfeiffer RM. Cancer risk prediction models: a workshop on development, evaluation and application. J Natl Cancer Inst 2005;97:715-23. GETH Newsletter 2008 Volume 06 Número 19