BSGPXII010202 - Sociedade Geológica de Portugal

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NOVOS ELEMENTOS PARA O CONHECIMENTO
DO COMPLEXO BASÁLTICO DOS
ARREDORES DE LISBOA
POR
JOSÉ BRAK-LAMY
NATURALl STA DO MUSEU NACIONAL
DE H ISTÓRIA NATURAL
Destina-se este trabalho a apresentar os resultados de
alguns estudos que realizei sobre rochas pertencentes ao complexo basáltico de Lisboa-Mafra, principalmente do ponto de
vista da composição química.
As rochas foram colhidas em regiões periféricas de Lisboa, uma vez que, sobre a mais próxima da cidade, haviam
já sido pu blicados por PEREIRA DE SOUSA (1931) alguns resultados analíticos .de Raoult, e, mais recentemente, outros, em mais
avultado número, efectuados por AMILCAR DE JESUS (1952).
Entre as regiões do referido complexo eruptivo que,
num espaço limitado, oferecem exemplo mais típico de diferenciação, figura a da Falagueira (Amadora), motivo que me
levou a dedicar-lhe maior nl).mero de estudos ópticos e químicos. Além desta região, figuram, ainda: a de Carnaxide e
Queijas, a oeste de Lisboa, próxima do limite da grande
mancha do complexo basáltico; a de Aroil (Almargem do
Bispo), na parte setentrional da mancha basáltica, a WNW
do importante afloramento traquítico de Montemor (Caneças),
região esta de que já efectuara algumas análises aqui reproduzidas (BRAK-LAMv, 1945); a de Colares, a NW do maciço
granito-sienítico da Serra de Sintra, tam bém referida noutros trabalhos (TORRE DE ASSUNÇÃO & BRAK-LAMV, 1952); a
de Sintra e, finalmente, a região de Mafra de que se reproduzem as análises existentes.
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A partir de todas as análises químicas, calculei as respectivas normas e parâmetros magmáticos, quer das que são
publicadas de novo (publicam-se aqui oito análises inéditas),
quer das já existentes, por ter verificado que havia algumas
imprecisões nos cálculos destas últimas.
A região da Falagueira (Amadora)
Antes de iniciar as descrições das várias rochas estudadas, darei, resumidamente, algumas notas relativas à observação de campo feita na região da Falagueira.
No reconhecimento desta região, tomei como base a
Carta Geológica de Lisboa, editada em 1940 pelos Serviços
Geológicos de Portugal.
As observações que efectuei mostram a necessidade de
introduzir, na carta referida, algumas rectificações, quer no
que se refere aos limites dos afloramentos eruptivos, quer
na descriminação das respectivas legendas.
Os limites da zona sobre que incidiram os estudos de
que dou sumária notícia neste trabalho são, aproximamente,
os seguintes:
A norte, uma linha de elevações culminada pelos
moinhos da Serra do Marco e pelo Casal do Castelo; a leste,
o vale que passa na Quinta da Brandoa, a norte de Alfornelos; a sul, a zona setentrional da Amadora e a Estação Experimental de Avicultura; o limite ocidental é fixado por
uma linha de direcção N - S q ue passa cerca de 250 m a W
dos Moinhos do Penedo.
A série de elevações sobre que assentam os moinhos do
Penedo (cota 205 m), Os da Falagueira (co~asvisinhas de 150 m)
e da Serra do Marco (cota 178 m), dispostas em crescente
muito aberto, côncavo para o norte, corresponde a um extenso
afloramento de rochas de composição teralítica (luscladito e
luscladito dolerítico).
Na sua maior parte, esta mancha é formada por rochas
de grão fino; todavia, na Falagueira observa-se a passagem,
. mais ou menos brusca, a unia, fácies de grão grosseiro, que
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constitui uma pequena mancha alongada, sobre a qual assenta
uma parte' das casas daquela povoação.
A fácies mais grosseira da rocha, em tempos estudada
pelo Prof. TORRE DE ASSUNÇÃO (1937), foi colhida na povoação da Falagueira,segundo informação verbal dada por
aquele Professor, que já então a designara como «rocha teralítica, análoga aos luscladitos de Mafra ».
Os estudos que efectuei, quer ópticos, quer químicos
conduziram-me, como se verá, a considerar os vários especimes da rocha como luscladitos.
A amostragem que serviu de base ao estudo químico
dos exemplares mais grosseiros que observei é, no entanto,
de grão mais fino que a utilizada pelo Prof. Assunção e foi
colhida noutra pequena mancha do diferenciado fanerítico,
situada mais para leste.
O papel geomorfológico desempenhado por esta massa
eruptiva de natureza teralítica está nitidamente marcado na
região, visto corresponder a relevos.
É difícil encontrar exactamente a linha limitante do
contorno da mancha de luscladito, não só por virtude de os
terrenos estarem ocupados por culturas, como ainda por não
se observarem limites nítidos em relação ao basanitóide
adjacente.
As rocj:las da Falagueira mostram disj unção em paralelipípedos e elipsoidal. Próximo do depósito de água da Amadora, observa-se o primeiro tipo de disj uncção; os tipos
simultâneamente paralelipipédico e elipsoidal podem ver-se
no caminho para os moinhos de S. Braz, e na mancha mais
ocidental do luscladito.
No caminho que, da Falagueira de Cima, conduz à pedreira de S. Braz, encontra-se, bem visível, uma formação de
tufo basáltico, cor de vinho, com estratificação muito perfeita. A direcção das camadas é sensivelmente E - W, mergulhando 60° pára sul; a espessura é cerca de 18 m. A formação do tufo volta a aparecer junto ao depósito de água
da Amadora, quase imediatamente a sul .do moinho do Penedo situado mais a nascente. A sua inclinação é grande, para
sul; a direcção não sofreu grande desvio relativamente à
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do tufo anteriormente citado e volta a sobrepor-se· lhe o lus·
cladito dolerítico.
Os moinhos da Galega estão edificados sobre um pequeno morro traquiandesítico. Este afloramento tem contorno fechado e é circundado por basanitóide que se situa
entre o traquiandesito e o luscladito dolerítico.
Isto leva a supor que o traq uiandesito corresponda,
talvez, a um «neck », representando mais um diferenciado do
magma basáltico original.
Neste pequeno afloramento, vê-se disjuncção elipsoidal,
merecendo especial menção a ocorrência de veios siliciosos
entre as fracturas da rocha e mesmo no interior da sua própria massa.
As variedades coloidais de sílica estão representad~s,
sendo fácil colher bons exemplares de opala·ágata leitosa,
com epigenia de cristais pequenos de quartzo e, aindl, esférulas de sílica fibro-radiada, possivelmente representativas,
em grande, dos esferulitos de ~ quártzina» q ue identifiquei
microscopicamente em lâminas da mesma rocha.
A leste deste afloramento passa a falha de A-da-Beja,
marcada na carta geológica de Lisboa, cujos efeitos estão patentes numa pedreira de calcários cretácicos que, semelhantemente ao que sucede na pedreira de S. Braz, forma uma
peq uena cúpula.
.
O basalto produziu leve metamorfismo no calCário, provocando cristalização superfici<tl e enriquecimento de ferro.
Toda a região estud'lda deve ter sofrido o efeito de for- .
tes esforços tectónicos, além de períodos de erosão. que dificultam a reconstituição da posição inicial das várias formações.
Para terminar a descrição sumária da região da Falagueira, vejamos qual a moldura geral em que se enquadra o
afloramento luscladítico.
Para norte do extremo ocidental do afloramento, encontra-se o basanitóide compacto, exceptuando as proximidades a SW do Casal de S. Braz, em que se sobrepõe aos calcários turonianos que, íunto de uma mãi-de-água do aqueduto
das Aguas-Livres, têm direcção pràticamente E- W e mer-
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gulham 28° para norte, já sobre um flanco do anticlinal de
S. Braz.
O manto basáltico prossegue para E, até ser detido pela
f~lha
de A-da-Beja, onde se encontra uma pequena janela
cretácica que é a parte meridional da faixa que, a leste do
Casal do Castelo, mostra disposição aI).ticlinal.
Toda a região situada a norte e a leste da Serra do
Marco é ocupada pelo mesmo basanitóide, umas vezes compacto e com fenocristais de augite (corresponde ao basani~
tóide da análise n.o 12), outras menos compacto e olivínico
{corresponde à análise n.o 10).
Destes basanitóides darei, mais adiante, a respectiva
descrição.
Nas proximidades da mancha de luscladito, predomina
'o basanitóide da análise n.o 12.
As elevações situadas ao norte da região estudada, que
têm o aspecto de anfiteatro a destacar-se do panorama de
contornos suaves do manto basáltico, são devidas a terrenos
mesozóicos, (cenomanianos e turonianos) que ocorrem nos
moinhos da Serra e no Casal do Castelo, devendo-se esta
última elevação à presença de uma cúpula calcária, análoga
;às que vulgarmente se observam na Serra de Monsanto, por
.exemplo, e em tantos outros afloramentos cretácicos.
Deste estu<;lo resulta a conclusão de que não existe o
filão marcado como teschenito na carta geológica de Lisboa,
·na região da Falagueira.
CIiOf'fAT (190I) fez alusão à rvcha, designando-a, realmente, por teschenito; no entanto, aq uele geólogo refere a
possibilidade de existência da mesma rocha no flanco da colina do Penedo, sendo muito interessante citar esta passagem
do seu artigo:
«A decomposição da rocha, nos pontos de contact'J ou
. de passagem entre o tesch~nito e o basalto, não me permite
afirmar que não é um filão, mas o exame atento deixou-me a
impressão de que se trata de interestratificação com passagem
entre as duas rochas.
Esta tendência à formação de teschenito não teria exis-
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tido senão esporàdicamente, pois que, em vão, procurei vol·
tar a encontrar esta rocha ao norte da abóbada cretácica.
Esta ausência deporia em favor de um filão, mas é possível que a espessura do complexo basáltico a N da abóbada
seja mais fraca q ue a das camadas de basalto inferiores ao
teschenito; ela não pode, portanto, ser tomada em consideração.
Resulta, do que precede, que o teschenito da Falagueira
é incontestàvelmente terciário. Se se tratasse de interestratificação, seria eocénico, ainda que ele possa ser um pouco
. mais recente, se se tratar de um filão, o que é menos provável».
Vê-se, assim, com que reserva Choffat considerava a
rocha da Falagueira como um filão. Entretanto, aquele autor
não teve o ensejo de estudar senão a fácies grosseira da rocha, nem o de se aperceber que as rochas circunvisinhas não
eram, na sua totalidade, basaltos.
A ocorrência de massas ou de veios de rochas granulares ou doleríticas, no seio de basaltos, já foi referida por LACROIX (I928) que, por analogia do processo de formação com
o dos pegmatitos nas rochas graníticas, designou tais rochas
por pcgmatitóidcs.
A formação de pegmatitóldescorresponde, segundo Lacroix, a mudança de fase no decurso da consolidlição do
magma, mas na parte finaL desta, sob a influência de agentes
voláteis concentrados. Trata-se, assim, de um termo final da
consolidação de um resíduo magmático dotado de grande
fluidez, o que aumenta a cristalinidade relativamente à da
lava considerada em conjunto.
Este acréscimo de cristalinidade é bem traduzido, nas
rochas que estudei, peja extrema perfeição euédrica de alguns
minerais.
A aparição de zeólitos nalgu mas das. rochas q ue seguidamente descreverei é também citada por Lacroix, nos numerosos pegmatitóides que observou, e atribuída a um enriquecimento, em água, do resíduo magmático. Entretanto, nem
sempre estes zeólitos deixam de ser secundários nos exemplares que vi; todavia, é bem possível que, nalgumas das
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rochas da Falagueira, a aparição de zeólitos se deva à autopneumatólise destrutiva a que se refere Lacroix.
Passo a dar, seguidamente, as descrições das várias
rochas estudadas, escalonando-as por tipos petrográficos.
Basanitos e basanitóides
Basanito analcítico. Aroil de Baixo, a leste de Almargem do Bispo.
A rocha basáltica desta região mantém, pelo menos do
ponto de vista macroscópico, grande homogeneidade e frescura.
É uma rocha afanítica, melanocrata, de cor negro-acinzentada, muito densa e de aparência compacta. Só com o
auxílio da lupa podem ver-se raros grãos pequenos, correspondentes a piroxema e a olivina .
. A acção magnética é nítida, não se produzindo efervescência visível com o ácido clorídrico.
Microscopia. A pasta, muitíssimo. cerrada e fina, é essencialmente constituída por:
a) Bâstonetes de plagioclase, muito estreitos, alongados e mal geminados, de impossível determinação rigorosa,
mas que, pelos ângulos de extinç~o relativamente ao alongamento, deve corresponder a um tipo muito básico, próximo
do domínio da bytownite:
b) Piroxena violácea, que forma a maior parte do fundo,
sem que os seus cristais se individualizem;
c) Abundantíssimos grãos de minério negro, opaco,
prateado em luz reflectida; alguns são relativamente grandes
e de perfeita euedria, sendo assim de atribuir à magnetite;
d) Substância intersticial, umas vezes isótropa e incolor, outras vezes de aspecto sujo, de baixas refringência e
.birrefringência, sendo visíveis, nalguns casos, macIas complicadas. Nalgumas secções consegui obter, com grande ampliação, figuras de interferência biáxicas e opticamente negativas,
confirmando a analcite.
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A substância incolor é certamente, vitrea.
As secções de analcite são abundantes, merecendo ainda.
especial referência a presença de zeólitos fibro-radiados.
e) Agulhas de apatite, dispersas.
O mineral quase exclusivo da geração fenocristalina éuma olivina em cristais sempre corroídos pela pasta e, na
maioria dos casos, fortemente alterada em serpentina.
Além da olivina e de ocorrência muito menos comum,existem alguns fenocristais de clinopiroxena violácea, com os
consabidos caracteres das augites titaníferas. Aparece principalmente na pasta, mas também em microfenocristais com
coq.tornos cristalográficos marcados.
Vêem-se raríssimas inclusões pequenas de calcite, que'
não é produto secundário de alteração, mas certamente relacionada com a visinhança dos calcários cretácicos que enquadram a mancha basáltica e através dos quais o magma.
circulou.
O carácter acentuadamente básico da plagioclase está.
de acordo com o que nos fornece a norma (Quadro II), havendo também concordância no que respeita ao material intersticial, traduzido, na norma,' por nefelina.
A ortose, que figura em percentagem notável na norma·
desta e de outras rochas afins, é característica comum aos,
exemplares do complexo b~sáltico que têm sido analisados~
Deve encontrar-se, de facto, distribuída pelos feldspatóides e
pela própria plagioclase.
Também a elevada percentagem do minério da norma é
congruente com o que microscàpicamente se observa, feita a
restrição de que parte da titânia pertence,· sem dúvida, à
piroxena.
A piroxena da norma, predominantemente calco~magne­
siana, é afim da do modo - a augite.
A fórmula magmática obtida para esta rocha (Quadro III)
localiza-a, segundo a sistemática de Lacroix:
Na I,a Divisão '-- Rochas essencialmente feldspáticas, e
na 3. a Subdivisão, posto que q = 6 (7); Família dos Teralitos, pois que os parâmetros se enquadram na fórmula para
tal família indicada p (6-7.2-43-4). O Ramo correspondente é
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o nefelínico (ou ana1cítico), u ma vez que o parâmetro s = 4;
o Tipo é fixado pela presença de piroxena monoclínica e de
oUvi na ; o Grupo é mesocrata.
Finalmente, a Forma de que mais se aproxima é a dos
basanitos nejelínicos, para a qual Lacroix indica os parâme. tros IlI.6.3.4 [2.2.2.2].
Atendendo a que este autor engloba as rochas nefelíoicas e analcíticas e a que, como se viu, a analcite está expressa,
j ustifica· se, também quimicamente, a classificação da rocha
comobasanito analcí#co,
Basanitóide olivínico. Cerca de 250 m a SSE dos moinhos
da Serra do Marco (no seio da mancha, relativamente extensa,
do blsanitóide seguinte).
A rocha é acinzentada, quase negra, um pouco menos
compacta que o basanitóide que a seguir se descreve e rica
de feno cristais de oUvina.
Parece bastante fresca, não dá efervescência com o ácido
clorídrico e tem acentuada acção magnética.
Microscopia - A pasta é microlítica, intersectaI e tem a
seguinte constituição:
a) Bastonetes de plagioclase, com geminação mais perfeita que no basanitóide seguinte, correspondendo a um labrador ácido com cerca de 52 mols °ío de anortite;
b) Cristais de augite titanífera, abundantes;
c) Su bstâocia intersticial, umas vezes vítrea, mais vulgarmente dotada de frácas refringência e birrefringência,
i,mpossível de isolar para observação conoscópica, de natureza muito provàvelmente analcítica;
d) Raros cristais feldspáticos, muito lím pidos, de secção
em losango, com geminação simples que lembra a de Baveno,
sendo de supor que se trate de um feIdspato potássico. Não
é possível, infelizmente, obter figuras de interferência para
diagnóstico mais exactoj mas é de suspeitar que se esteja em
presença da sanidina;
e) Cristais abundantíssimos de minério negro, prateado
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em luz reflectida, quase sempre dotados de euedria e assim
atribuíveis, em grande parte, a magnetite.
À geração fenocristalina pertencem, exclusivamente, cristais de olivina, alguns deles com -notável euedria mas, na
maioria dos casos, um pouco corroídos pela pasta. Encontram-se invariàvelmente alterados em serpentina e clorite,ainda que esta alteração só nalguns cristais seja profunda.
A- observação da norma desta rocha (Quadro III) mostra
não haver discrepâncias acentuadas, relativamente ao modo.
Assim, a notável percentagem de ortose, a que já se
tem feito referência, a propósito de outras rochas, encontra,
além das explicações já emitidas, a de existir feldspato potássico expresso.
A percentagem notável de olivina do modo também concorda com a que nos fornece a norma, bem como a sua natureza predominantemente magnesiana, na norma, e os produtos de alteração observados.
No que respeita o enquadramento da rocha no sistema
de Lacroix, tudo se passa semelhantemente ao que se dirá
para rochas afins, justificando-se, quimicamente, a sua classificação como basanitóide olivinico.
Basanitóide. 500 m a SW dos moinhos da Serra do
Marco. Falagueira (Amadora).
A rocha é cinzenta muito escura, quase negra e afanítica.
Tem textura compacta, apenas se vendo, num ou noutro ponto,
cristais pequenos, negros, de augite, que lhe conferem textura
porfírica quando se observam grandes amostras.
Os exemplares possuem tendência a fracturar-se segundo
planos paralelos em uito próximos. Esta espécie de esfoliação
da rocha é provàvelmente devida a meteorismo, pois que se
acentua mais em exemplares alterados, nos quais existe um
induto ferruginoso cobrindo as superfícies de fractura.
A acção magnética é muito nítida, notando-se fraca
.efervescência pela actuação do ácido clorídrico.
Microscopia. Observa-se textura microlítica muito fina
que, em certos campos, tem tendência fluida!.
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A pasta é formada por bastonetes de plagioclase com geminação lamelar simples, ou com o complexo Karlsbad-albite,
pouco perfeitas, e por abundantíssimos grãos de augite titanifera, muito pequenos, além de muito minério negro parcialmente atribuívefa magnetite, em virtude da idiomorfia de
numerosos cristais que' chegam a ser relativamente grandes.
Nota-se a presença bem marcada de substância intersticial de baixa birrefringência, atribuivel a analcite, não sendo
possível isolá-la, mesmo com a máxima ampliação, para estudo em luz convergente.
A plagioclase corresponde, pelos seus caracteres ópticos, a um labrador com cerca de 48 mols % de ano
Os fenocristais, poqco frequentes, são de augite titanífera, crivados de inclusões de minério negro e corroídos pela
pasta; as dimensões destes fenocristais são notáveis.
Não se observa olivina, ainda que seja de suspeitar a
sua existência inicial. De facto, existem abundantes cristais
pequenos de um mineral transparente, castanho, pleocróico
entre o castanho-amarelado e o amarelo-dourado claro, mostrando ainda, nalgumas secções, tons verde-amarelados. Possui
uma clivagem, bastante nitida, que se revela por traços muito
próximos e normais ao alongamento do mineral, que é sempre
negativo. O ângulo de extinção, relativamente ao alongamento, é quase nulo, mostrando as figuras de interferência
carácter pràticamente uniaxial e sinal óptico positivo; observa-se acentuada dispersão.
Tudo leva a supor que se trate de iddingsite, mineral a
que se associa, nalgumas secções, a serpentina que chega a
formar núcleos desenvolvidos.
Nem sempre o contorno destas secções é nitido, o que
conduz a supor que haiam sofrido corrosão, como ê habitual
suceder nos fenocristais de rochas semelhantes.
A ohs~rvação da norma desta rocha (Quadro II), em que
a olivina figura com composição predominantemente magnesiana, é mais um argumento a favor da suspeição de que a
serpentina e a iddingsite sejam minerais provenientes de
uma olivina.
Considerações, análogas às que foram feitas sobre o ba4
.50
sanito analcitico de Aroíl, podem reproduzir.se para a comparação entre o modo e a norma desta rocha. A natureza
menos básica da plagioclase diagnosticada opticamente re~
flecte-se nos teores de ab. e de ano da norma.
Assim, e por mera via óptica, cabe a esta rocha a designação de basanitóide, apenas pelo facto de a olivina não estar
(ou já não estar) presente;
Na sistemática creada por Lacroix, o enquadramento
faz-se na Divisão das rochas essencialmente feldspáticas, na
3. a Subdivisão e na Família dos Teralitos. O ramo é nefelínico (ou· analcítico), o Tipo com piroxena monoclínica, e o
Grupo é mesocrata.
A fórmula magmática desta rocha (Quadro III) continua
a aproximar-se da que aquele autor indica para os basanitos
III. 6. 3. 4 [2. 2. 2. 2.}e para os basanÍtóides seus heteromorfos.
Vê-se, assim, que os dados químicos confirmam a classificação adoptada.
Rochas teralíticas e afins
Luscladito dolerítico. JuIito dos moinhos da Serra do
Marco, Falagueira (Amadora).
A rocha é melanocrata, de cor cinzenta muito escura,
com granularidade variável de muito fina até fina. Nos
exemplares de maior grão, vê-se que a tonalidade da rocha
resulta da predominância de um mineral negro ·em que, à
lupa, dificilmente se reconhecem ,clivagens, correspondente à
piroxena observada ao microscópio.
Este fundo piroxénico é profusamente salpicado de finos
bastonetes feldspáticos, minúsculos, de cor cinzenta muito
clara, destacando-se ainda numerosas manchas castanho-avermelhadas que, à lupa, se verifica serem devidas a grãos de
olivina alterados em produtos ferruginosos. Na parte central
destas manchas, vê-se bem a cor verde-amarelada do mineral
primário-a olivina- que existe também em grãos aparentemente pouco alterados, dispersos pela rocha.
51
Microscopia - A rocha é de grão fino, possuindo nítida
tendência para a textura intersectaI. A piroxena é o mineral
predominante; quase sempre mostra fracturas, tem clivagens
bem visíveis e observam-se macIas de dois indivíduos e geminação lamelar múltipla. Alguns cristais exibem uma idiomorfia perfeita. Trata-se de uma clinopiroxena castanho-violácea pálida, com pleocroismo geralmente muito fraco; alguns
cristais têm estrutura zonada bem nítida, havendo recorrência
no comportamento óptico das várias zonas, semelhantemente,.
mas em reduzidíssima escala quanto à frequência com que
aparecem, ao que sucede nos exemplares dos luscIaditos cujas
descrições se seguem.
.
Esta clinopiroxena é àpticamente positiva e, pelos seus
restantes caracteres, corresponde a um tipo augítico titanífero. A limpidez deste mineral é manifesta, existindo, porém,
alguns grãos parcialmente transformados, nas orlas principalmente, em pequeníssimas lâminas, estreitas e límpidas, de
biotite. Esta biotite é pouco freq uente e não ocorre isolada,.
parecendo assim um mineral de ori2'em deutérica_
Por entre os aglomerados piroxénicos e tendendo a
entrecruzar-se, abundam cristais alongados de plagioclase,
muito límpida na quase totalidade dos casos, cujos caracteres·
ópticos, nomeadamente os valores dos ângulos de extinção·
em secções da zona simétrica com geminação lamelar e, bem
assim, com a macIa combinada Karlsbad-albite, a caracterizam
como um labrador-bytownite com cerca de 70 mols Ofo de an ..
Merece evidenciar-se, pela sua grande generalização, a
presença de orlas feldspáticas não geminadas, em cristais da
plagioclase.
Tais orlas são estreitas, mas pôde verificar-se, pelo
método de Becke, a sua refringência inferior à do labrador e,
por analogia com alguns cristais de outro feldspato não,
maclado, de sinal óptico negativo (nas orlas, tal determinaçãoé impossível), suponho tratar-se de um feldspato potássico ..
Além disto, a ortoclase encontra· se. figurada em pequenos cristais disseminados, alguns com a macIa de Baveno.·
Vêem-se algumas secções intersticiais de nefelina, quase
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sempre minúsculas, havendo' ainda outros interstícios, frequentes mas de pequenas dimensões, preenchidos por matedaI incolor e isótropo ou quase, atribuível a analciteem
virtude de o seu índice de refracção ser muito baixo.
Tem interesse anotar, relativamente às orlas potássicas,
·a insistência com que tal fenómeno tem sido observado em
várias rochas estudadas, quer do complexo basáltico, quer da
·orla do núcleo sienítico da Serra de Sintra.
Os grãos de olivina são muito abundantes e geralmente
pequenos, mas existem alguns de dimensões notáveis. Quase
sempre estão alterados, principalmente OS menores que, por
'vezes, se encontram fortemente serpentinizados no núcleo,
-com estreitas orlas ferruginosas de alteração onde existe
,hematite e iddingsite. N os grãos maiores há, por vezes, pe.quenas inclusões de apatite.
Estes grãos maiores de oUvi na estão pouco alterados,
'havendo-os muito límpidos, apenas com preenchimento das
fracturas por veios ferruginosos, ao longo dos quais a ser,pentina se dispõe como delicada nervação secundária, visível com forte ampliação.
Estes cristais fornecem boas figuras de interferência, que
.aproveitei para estudo mais minucioso da olivina.
As figuras dadas por secções talhadas normalmente a
um .eixo óptico desde logo permitiam antever um ângulo 2V
elevado, em virtude da fraquíssima curvatura da isógira.
Mesmo assim, foi possível verificar que o sinal óptico é negativo, facto confirmado noutras secções de orientação definida.
Para a determinação correcta de 2V, utilizei secções
-orientadas por figuras de interferência bem centradas, medindo os atrasos com o compensador de Berek.
No quadro anexo, dou os resultados obtidos em três
secções orientadas que conduziram, com flagrante concor-dância, a um ângulo 2V = 84°, correspondendo, assim, 'esta
oUvina a um crisólito com 28 mols % de faiaUte, segundo o
diagrama de WINCHELL (1948).
53
I
Orientaç_ão
das secçoes
I
I
Atrasos medidos
I
Fórmulas empregadas e
valores obtidos
1--------1--------------
..L Ba
etog-Om)=370 mI'- senV=
..L Bo
e(nm - np )=470 mlJ.
• cos V =
..L
Valores de 2V
J--J
ng-n m
=0,669
ng-np
nm-np
ng- np = 0,747
I
Nm
Além dos minerais citados, existem abundantes grãos
de minério negro, opaco, atribuíveis a, magnetite e a ilmenite ..
Pela descrição feita, verifica-se que a rocha é, essencialmente, um teralito.
Lacroix designa os teralitos olivínicos em que a hornblenda está ausente e a biotite ocorre com irequênera;· em
que a ortoclase margina a plagioclase e onde a nefelina, poucoabundante, ocorre intersticialmente, por luscladitos. É o casodesta rocha teralítica, motivo porque adoptei tal designação,
acrescendo o facto de terem já sid.o descritas, sob este nome,
outras rochas do nosso complexo basáltico.
A fórmula paramétrica obtida para a presente rocha
(Quadro III) é quase idêntica à que Lacroix indica para os
mafraítos III-IV .6-7.3.4. [2.2'.2.2].
Trata-se, assim, apenas de heteromorfismo, pois que,
como é sabido, nos mafraítos não há nefelina expressa, estando o componente sódico traduzido pela presença de hornblenda sódica. factos discordantes dos revelados pelo estudo
microscópico da presente rocha.
Ao comparar-se a descrição microscópica com a composição que nos dá a norma, saltam à vista algumas discrepâncias. não parecendo, todavia, difícil encontrar a sua interpretação.
Assim, ao passo que, na norma, a percentagem de·
ortose é fraca, no modo é, sem. dúvida, superior, estando o·
componente potássico de facto distribuído por aquela em
maior escala e absorvendo mais sílica.
54
A existência de mica negra diz-nos que tambémél~
absorverá uma quota parte daquele componente potássico:
A leucite que, excepcionalmente, figura na norma e não.
está expressa (devendo a potassa pertencer à ortose e à bioti te ), resulta certamente da alteração da rocha ter feito variar
() seu teor inicial de sílica, ao que, no fundo, se deverão tais
incongruências.
Os restantes minerais da norma não merecem referência
especial, àparte o alto teor de forsterite que bem explica a
forte serpentinização que afecta a olivina. Além disto, tal
facto está de acordo com a natureza da mesma olivina, a que
cheguei por via óptica, predominantemente forsterítica.
luscladito dolerítíco. Cerca de 250 m a SW dos moinhos da Serra do Marco. Falagueira (Amadora).
A rocha apresenta, em limitada extensão de contorno
fechado, brusca variação de granularidade, tornando-se rela~
tivamente grosseira. Tem cor média cinzento-esverdeada
escura e adquire facies completamente diferente que a aproxima da das rochas de consolidação profunda.
O que mais fere a atenção é a existência de cristais
negros, rectangulares ou com a aparência de agulhas, que ch~­
gam a atingir quase I cm. Coma lupa, vê-se que possuem
clivagens nítidas, correspondendo este mineral à augite titanífera diagnosticada nas lâminas.
Mesmo à vista desarmada se descobre a' presença de
abundante feldspato de cor cinzenta, ocorrendo quer em agulhas, quer em grãos' pequenos .
. A acção magnética dos exemplares é acentuada.
Microscopia - As lâminas desta: rocha mostram, desde
logo, textura grosseira com tendência intersectaI dos cristais
<la plagioclase presente. quando estes têm forma alongada,
'que é o mais vulgar.
Em cristais quase sempre muito maiores que os da piagioclase, ocorre abundantíssima clinopiroxena violácea, geralmente euédrica ou subeuédrica.
Além destes minerais, que constituem a maior parte da
55
rocha, Dotam-se: muito minério negro (magnetite e possível
ilmenite), olivina completamente alterada, nefelina, natrolite,
apatite e algumas lâminas de biotite.
Dou, seguidamente, as características de cada um destes
minerais componentes.
Os cristais plagioclásicos são muito límpidos, nalguns
casos de dimensões notáveis e têm geminações muito perfeitas,
segundo as leis habituais. Quase sempre são zonados, o que
se traduz por uma aparente extinçã.o rolante, devida à gradação contínua da extinção, do núcleo para as margens que,
por sua vez, são orIadas por estreitas faixas, certamente de
feldspato potássico.
O estudo dos ângulos de extinção e do sinal óptico conduziram-me (na região central dos cristais) a um labrador já
próximo da bytowníte, com cerca de 68 mols % de anortite.
Apesar da limpidez quase geral, nalguns cristais vê-se,
raramente, ligeira epigenia de calcite.
Os maiores cristais da rocha são constituídos por clinopiroxena .que é acentuadamente violácea e pleocróica,
opticamente positiva e de ângulo óptico muito moderado,
com forte dispersão que se traduz por uma extinção imperfeita, em tons azul-violáceos. O carácter zonado é frequente,
sendo então as zonas muito nítidas. Trata·se de unia augite
fortemente titanífera, mineral de que se ocupou o Prof. TORRE
OE ASSUNÇÃO (I937), ao estudar uma facies ainda mais gros.
seira desta rocha q ue ocorre em local um pouco afastado mas
na mesma região da Falagueira.
Esta clinopiroxena está inalterada, mas as numerosas
fracturas dos seus cristais são preenchidas pelos produtos de
alteração dos enormes grãos euédricos de minério que constituem inclusões.
Apenas nalguns cristais, vê-se que a titanaugite passa,
nas orlas, a uma piroxena de cor esverdeada, cujos caracteres
levam a supô-la uma aegirina-augite, mas estas orlas são
raras, bastante estreitas e irregulares, impossibilitando perfeita. deter minaçã.o.
Além das inclusões de magnetite' e de ilmenite (vê-se,
nalguns cristais, um fino bordo de alteração em leucoxena),
56
a apatite encontra-se também inclusa, mostrando perfeitas
secções hexagonais, abundantes.
Os numerosos graos de oUvina, por vezes grandes, sãO'
apenas reconhecíveis pela forma das secções euédricas e pela
natureza dos produtos de alteração que é absolutamente total.
Os produtos secundários, que se observaram, são a serpentina, a antigorite e a iddingsite.
A completa alteração deste mineral contrasta com a relativa frescura da rocha, em geral. Sem dúvida que a olivina
inicial era fortemente magnesiana.
A nefelina encontra-se, quer em secções intersticiais,
quer em secções euédricas, rectangulares, fornecendo óptimas
figuras de interferência uniaxiais e de sinal negativo. Apesar
de se mostrar bastante límpida, em torno de algumas secções
de nefelina vêem-se, nalguns campos apenas, agregados fibro-radiados e flabeliformes, quase incolores, de baixa birrefringência, com extinção recta em relação ao alongamento e sem.
estriação transversal, que correspondem a um zeólito, certamente a natrolite.
Também, nalguns casos, se vê substância intersticial,
de aparência suja e com muito baixa birrefringência, possível
analcite.
O minério· é abundante, sendo corrente a existência de
grandes cristais. Uma boa parte deve corresponder à magnetite, mas as estreitas orlas de leucoxena que marginam alguns
cristais, como se disse, denunciam que se trata também de
ilmenite. Nalguns cristais vê-se a associaçllo do minério com
pequenas lâminas de biotite, muito límpidas, mineral este
que é frequente, ainda que pouco abundante. Lembra um
mineral deutérico.
Em alguns grãos cristalinos do minério, vêem·se pequenas inclusões de apatite, de olivina e até de biotite. Só nestas inclusões a olivinase mantém quase inalterada, abrigada
pelo espesso escudo protector do minério.
A apatite está bem representada em magníficos cristais
que mostram, nas lâminas, secções hexagonais perfeitíssimas
e agulhas com a típica estriação transversal.
As car·acterísticas apontadas na descrição que acabo de
57
fazer e considerações análogas às que fii: para os exem pIares
de grão mais fino, precedentemente descritos, levam-me a
dar a designação de [usc/adito à presente rocha.
Já quando estudou a facies- mais grosseira desta rocha,
o Prof. ASSUNÇÃO (1937) a tinha classificado como «teralito
semelhante aos luscladitos de Mafra».
O exame da -norma calculada (Quadro II), a partir da
análise química que realizei, mostra-nos, desde logo, a sua
extraordinária riqueza em titânia, bem explicada pela natureza
fortemente titanífera da piroxena e ainda pela ilmenite presente.
A magnetite está bem representada e desde logo se
traduziu na acção magnética muito intensa.
A percentagem normativa da nefelina não está exagerada, se atendermos à sua existência real e à dos zeólitos.
O teor de ortose explica-se, quer pelas orlas ,encontradas, quer pela presença de biotite.
No que toca à percentagem de olivina da norma, parece estar aqui subestimada relativamente ao modo. A total alteração
desta olivina, ao produzir minerais secundários, terá deixado li~
vre alguma sílica que vem figurar quer na albite, quer na enstathe, elevando a sua percentagem em relação à realidade.
Quanto à fórmula magmática (Quadro III), enquadra-se
perfeitamente esta rocha na que Lacroix indica para os teralitos e sua variedade luscladítica III.6.3-4 [2- 3. 3-2. 1 -3.2-3], o
que confirma a designação atribuída.
Dolerito olivínico e analcítico.
Moinhos do Penedo, ao
N da Amadora.
O môrro onde se situam os moinhos do Penedo é, na
sua parte superior e na vertente para o lado da Amadora,
constituído por uma rocha microgranular, cinzenta muito
escura, dotada de acção magnética bem visível.
Esta rocha é salpicada de manchas arredondadas e
esbranquiçadas correspondentes a pequenas amígdalas zeo:"
líticas.
Com a lupa vêem-se, no fundo negro predominante,
bastonetes ou massas cristalinas branco-acinzentadas, que
58
-correspondem à plagioclase e à substância intersticial encontradas ao microscópio; vêem-se também alguns grãos arredondados, esverdeados, que correspondem à oUvina alterada
.que o microscópio permitiu.observar.
O ácido clorídrico produz uma efervescência levíssima,
apenas visível à lupa.
MicroscoPia--A rocha tem uma granularidade relativamente fina e uma textura intersectaI.
A parte félsica, que forma apenas um pouco mais do que
metade da rocha, é constituída por plagioclase, analcite e
.zeólito fibro·radiado.
A plagioclase, talvez menos abundante do que a analcite
e zeólitos em conjunto, forma bastonetes mais ou menos alongados, geminados polissinteticamente e relativamente límpidos. Apesar da sua geminação nem sempre ser perfeita, o
valor dos ângulos de extinção medidos e o sinal óptico, queé
positivo, caracterizam a plagioclase como um labrador muito
próximo do domínio da bytownite,com cerca de 69 mols %
de ano
Material de aparência geralmente suja, umas vezes isótropo, outras quase isótropo (há secções incolores perfeitamente isótropas), forma a maior parte do fundo félsico. Certamente que, pelos vários caracteres que observei, se está em
presença de analcite, à qual se associam, nalguns campos,
massas de zeólito fibro-radiado, bastante límpido, de birrefringência moderada, com extinção um tanto oblíqua relativamente ao alongamento.
Também se observam extensas amígdalas zeolíticas dando
polarização de agregado.
Quer a ana]cite, quer o zeólito devem ser produtos
secundários.
Não olJservei nefelina.
O mineral máfico predominante e que muito abunda é
umaJitanaugite de tom violáceo relativamente acentuado, que
ocorre quer em cristais pequenos, quer formando os maiores
elementos da rocha. Encontra-se, sempre, bastante límpida.
Nas Illargens de alguns cristais associam-se-Ihe pequenas
lâmina.s d.~.biotite, mineral q ue parece ser primário, dada a
59
sua aparição também frequentemente isolada, em minúsculas
secções sem relação com os outros minerais.
Não existe olivina inalterada e raros são os grãos em
que ainda se vêem, através da profunda alteração em serpentina e clorite, as altas tintas de polarização deste mineral.
Entretanto, deve ter sido muito abundante, a avaliar pela
profusão com que ocorrem os produtos de alteração.
O minério negro} muitas vezes idíomorfo, aparece em
grãos numerosos.
Como mineral acessório, vê-se apatite em raras agulhas
ou em peq uenos grãos.
Está rocha mantém estreitas afinidades com os luscladitos de granularidade variável da região da Falagueira.
É também análoga à rocha estudada da região de Queijas, isto é, essencialmente um do/erito olt"vínico e analcítico.
Compreende-se que Choffat tenha adoptado para a rocha
da Falagueira a designação de teschenito, visto que é um doleritoanalcítico e tem abundante augite purpúrea.
Entretanto, uma vez que fica bem averiguada a predominância de rochas tipicamente luscladíticas de que esta não
será mais do que uma facies de variação, é aconselhável pôr
de parte esta designação que pode originar confusões.
Suponho preferível reservar o nome teschenito para
rochas realmente um tanto afins das presentes, mas em que
se verifica a presença bem marcada de anfíbolas sódicas, facto
este nunca observado naquelas de que estou tratando.
A norma desta rocha (Quadro II) revela-nos uma alta
percentagem de nefelina que parece bem justificada pela abun.
dância de analcite e de zeólito que está realmente presente.
A ortose da norina, característica consabida destas
rochas do nosso complexo basáltico, continua a ter a sua
explicação provável na presença docomponeílte potássico,
quer na plagioclase, quer nos feldspatóides, além de, em ínfima
pàr~e, estar na pouca biotite presente.
Pelo q ue toca às plagioclases, piroxenas e oli vinas, do
modo e di norma, quer qualitativa, quer quantitativamente,
parece não haver incongruência.
60
A riqueza de minério e a pobreza de apatite são também
reflectidas na norma obtida.
No referente à fórmula magmática (Quadro III), as considerações a fazer são análogas às que fiz sobre a rocha de
Queijas, isto é, aproxim~-se da que Lacroix dá para os luscladitos e doleridos analcíticos 111.6.2.4-5 [2-3.2-3.2.2]. ...
A observação do terreno evidencia que esta última rocha se encontra separada daquela cuja facies é tipicamente
luscladítica por uma formação piroclástica de tufo (Fot. 2),
sobre o qual consolidou.
.
Cronologicamente, é este dolerito analcítico mais antigo
do que o luscladito de grão variável que, de E para W, se estende (considerada apenas a região da Falagueira) desde os
moinhos da Serra do Marco até as proximidades dos Moinhos
do Penedo.
Temos, assim, a seguinte sucessão de formações eruptivas na região da Falagueira: dolerito analcítico e olivínico
(afim dos teschenitos), macroscôpicamente caracterizado pela
presença de amígdalas zeolíticas; luscladito e lusclaâito dolerítico; basanitóide.
No meio do tufo, observa-se, no pequeno môrro dos
Moinhos da Galega, o afloramento de traquiandesito que, a seguir, se descreve.
Um pouco mais para o sul destes moinhos, encontra-se~
de novo, um minúsculo afloramento deste traquiandesito, cujo
modo de ocorrência não é fácil verificar.
Junto do tufo basáltico e imediatamente a sul dos moinhos, observa-se uma pequena chaminé com fragmentos de
brecha vulcânica muito alterada.
A rocha que classifiquei como luscladito dolerítico, geralmente portadora de pequenas manchas avermelhadas, foi
assinalada para W da colina do J>.enedo, por vezes ocupando
grandes extensões, em Queijas, já referido, em Valejas e em
Carnaxide, o que dá realmente a noção da relativa vulgaridade de ocorrência de rochas teralíticas no nosso complexo
basáltico.
61
Dolerito olivínico e analcítico.
Queijas (cerca de 800 m
a NW de Linda-a-Pastora).
Esta rocha, que ocupa notável extensão e parece intimamente relacionada com as rochas de composição teralítica
da Falagueira, é melanomesocrata, tendo uma tonalidade
negro-acinzentada.
Não pode considerar-se, com propriedade, uma rocha
afanítica, posto que, mesmo à vista desarmada, se distinguem
minúsculas agulhoas acinzentadas de feldspato e pequenos
grAos de oUvina, dispersos num fundo negro que a lupa permite supor de piroxena.
,
É uma rocha relativamente fresca, lembrando macroscópicamente um dolerito e tendo acção magnética sensível.
MicroscoPia A observação de várias lâminas revela-nos
sempre textura intersecta], muito nítida, que não merece a
designação de ofitica.
Hastes límpidas de plagioc1ase bem geminada, sempre
alongadas e de dimensões variáveis, formam uma trama de
malhas com extensões irregulares, dispondo-se entre elas os
outros minerais formativos.
Apenas em alguns cristais da plagioclase se observa
extinção aparentemente rolante, devida à natureza levemente
~onada do feldspat~
O estudo desta plagioclase conduziu à sua determinação
como um labrador ainda próximo da andesina, com cerca de
50 mols % de ano
O mineral máfico predominante é uma augite titanífera,
quase sempre acentuadamente violácea, cujos cristais mostram, em muitos casos, tendência para a euédria.
Muito abundante ainda, mas nitidamente menos do que
a piroxena, existe olivina em grandes cristais euédricos, com
frequência denotando corrosão sofrida, alterados em serpentin,a, iddingsite e óxidos de ferro. Como habitualmente, esta
oUvina tem ângulo 2V próximo de 90°.
A magnetite abunda (e possivelmente a ilmenite), em
grãos euédricos isolados, ou em grãos pequenos e irregulares,
estes principalmente rodeando os grãos cristalinos da olivina.
62
- Vêem-se algumas agulhas de apatite.
É facto notável, nesta rocha dolerítica, a ocorrênCia de
material intersticial isótropo, ou levemelite birrefringente e
então de aparência suja, relativamente abundante, côm as
características ópticas da analcite.
Acidentalmente, vêem-se raras secções de calcite, material este que não deve ser produto de alteração da rocha,
mas certamente importado dos calcários visinhos.
Estamos, assim, em presença de um do/erito olivínieo e
analcítico, rocha bastante análoga às colhidas na região da
Falagueira.
Embora a nefelina não esteja directamente expressa, é
muito provável que a analcite possa ter derivado dela. Sendo
assim, esta rocha caberia na designação de /useladito atribuída às rochas granulares ou doleríticas, predominantes na
região da Falagueira.
Por outro lado, os exemplares de Queijas também se
aproximam, pela sua composição mineralógica, dos teschenitos
que HOHNEGGE~ (1861) definiu como «variedade de dolerito
analcítico, rico em álcalis, caracterizado pela presença de augite purpúrea idiomorfa, ou de aegirina-augite, contendo geralmente anfíbolas sódicas ».
Tendo observado, principalmente na região da Falagueira, a variabilidade de rochas no que toca à granularidade,
à textura, à própria composição mineralógica; de ponto para
ponto, ficou-me a convicção de que se não justifica uma profusão de nomes.
De facto, tal profusão serviria apenas para complicar a
cartografia geológica destas regiões e para estabelecer indesejáveis confusões.
As rochas em questão são fundamentalmente semelhantes; apenas as condições de consolidação do magma originário
variaram um pouco e os tipos de alteração se diversificaram
também e sempre em pequena escala.
Do ponto de vista químico, a norma calculada não nos
merece reparos de maior, ao confrontá-la com a composição
mineralógica expressa.
A percentagem relativamente elevada de nefelina da
63
norma (Quadro II) reflecte a riqueza real de analcite. Quanto
à piroxena e à oUvina, a norma concorda, tal como se tem
anteriormente visto, com os minerais de facto presentes.
Na sistemática de Lacroix, esta rocha tem estreita analogia com as rochas precedentes, aproximando-se bastante nos
seus parâmetros magmáticos (Quadro III) da fórmula por
aquele autor indicada para os luscladitose doleritos analcíticos IlI.6.2.4-S [2-3.2-3.2.2], o que confirma realmente a
estreita analogia da rocha considerada com os tipos luscladí-·
ticos da Falagueira.
Vê-se que a rocha de Queijas pode mesmo considerar-set
de acordo com Lacroix, um luscladito dolerítico, analcítico ..
Traquiandesitos
Traquiandesito. Moinhos da Galega. Falagueira (Amadora»
Os exemplares colhidos em vários pontos do pequenoafloramento desta rocha, variam, quanto à cor, de mesocratas
(tonalidade cinzento-esverdeada), a mesoleucocratas (cinzento-amarelados ).
A rocha é afaníticae tem textura porfírica devida à.
presença de abundantíssimos fenocristais alongados de feldspato, que atingem 3 mm, e à de outros fenocristais maiores,
de augite, com idiomorfia bem expressa, mais espaçadamente;
distribuidos.
A acção magnética é quase imperceptível.
Merece especial referência o facto de se produzir, pelaacção do ácido clorídrico, uma generalizada efervescência ..
O exame, à lupa, mostra que esta acção é regular, libertando-se contiguamente inúmeras bolhas gasosas.
Microscopia. - O exame de lâminas desta rocha móstra que existe perfeita identidade entre os exemplares.
que, macroscópica mente, exibiam tonalidades diferentes.
Apenas sucede que os de cor menos clara estão mais frescos •.
.
A textura é holocristalina, p.orfírica, coDi nítido arranjo
fluidal dos minerais da pasta.
Esta pasta é essencialmente constituída por micrólitos.
64
de plagioclase, quase sempre bem geminados segundo a lei da
albite, mais raramente com o complexo Karlsbad-albite, correspondentes a uma andesina-labrador com um teor de anortite variável de 40 a 48 mols %.
Além da plagioclase, muitas vezes com carácter zonado,
pràticamente inalterada (a não ser nos exemplares claros, em
que existem raras lâminas pequenas de micas brancas secundárias), existem abundantes grãos de magnetite, alguns com
perfeita euedria, e muitos interstícios preenchidos pela calcite e por minerais do seu grupo, sendo difícil fazer a destrinça, por virtude da íntima associação em que se apresentam.
No entanto, uma boa parte destes agregados, que são
por vezes fibro-radiados, é de atribuir à siderite, pela cor e
pelas vénulas ferruginosas, e outra parte à dolomite ou a carbonatos magnesianos, em virtude de ter observado a presença
de serpentina nas orlas.
Os valores obtidos na análise química (Quadro II) são
.argumentos favoráveis a esta suposição.
Estes agregados de carbonatos contêm frequentes esferulitos fibro-radiados com extinção em cruz negra, possuindo
fibras de baixÍssima birrefringência, com alongamento positivo, o que me leva a supô-los constituídos por quartzina.
Esta variedade de calcedónia é, segundo vários autores,
atribuída a produto secundário de alteração em rochas básicas.
Os agregados fibro-radiados de sílica aparecem, ainda, orlando
os outros agregados também fibro-radiados, de carbonatos.
É interessante notar que, por todo o afloramento, podem
encontrar-se fragmentos, por vezes grandes, de diferentes
variedades de sílica.
Os fenocristais da rocha são, na sua maioria, de plagioc1ase, havendo outros, pouco frequentes, de [liroxena.
Os primeiros possuem muitas vezes um carácter zonado
nítido e correspondem a uma bytownite com cerca de 72
mols % de an., valor a que me conduziram determinações
pelo método do máximo ângulo de extinção, em indivíduos
da zona simétrica com geminação lamelar simples, confirma:"
dos pelo estudo de indivíduos da mesma zona, geminados
segundo o complexo Karlsbad-albite.
65
Estes fenocristais possuem orlas de birrefringência mais
baixa do que a do núcleo, em que se pode determinar o carácter
de quase uniaxialidade e sinal óptico negativo, contràriamente ao que se verifica no interior dos fenocristais. Isto
leva-me a admitir a natureza potássica das orlas, fenómeno
observado em tantas outras rochas do complexo basáltico, e
a supor que, neste caso, tais orlas possam ser de anortose.
De resto, entre os fenocristais, existem alguns, em bora
mais raros, com a macIa de Baveno e com características
análogas às das orlas citadas.
Os fenocristais de piroxena têm boas clivagens e são
muito límpidos. Devido à fraca densidade da sua distribuição na rocha, só me foi possível observar, nas váÍ"ias lâminas
efectuadas, dois destes fenocristais, um dos quais talhado
muito próximo da normalidade a um eixo óptico, que deixa
prever um ângulo dos eixos relativamente moderado, vista a
acentuada curvatura da isógira.
Esta piroxena é õpticamente positiva, a sua cor é amarelo-acastanhada clara, tem pleocroismo muito fraco e deve
corresponder a uma augite.
Este mineral também se encontra distribuído em pequenos grãos dispersos pela pasta, impossíveis de isolar para
estudo mais minucioso.
Como mineral acessório, encontra-se a apatite, geralmente em pequenos cristais, muito perfeitos e frequentes.
Verificada a impossibilidade de obter exemplares libertos de carbonatos e na esperança de poder, à maneira do que
fiz com o traq uito de Montemor (Caneças) (BRAK- LAMY, I945),
fazer uma ideia da composição química real ou muito provàvelmente representativa deste traquiandesito, determinei, com
a maior exactidão possível, a composição média desta rocha.
O material foi convenientemente escolhido e parti de
grande quantidade de pó grosso. Dele fiz duas análises paralelas que me conduziram a resultados concordantes sempre
nas décimas por cento e, em vários componentes, nas centésimas.
A determinação do anidrido carbónico foi feita por quatro vezes, até obter resultados concordantes.
5
66
Esta análise demonstra claramente q ue o anidrido carbónico não se distribui apenas pela calcite, pois absorveria
todo o QCa, ficando ainda livre algum CO 2 •
De acordo com as observações de carácter óptico, atrás
relatadas, vê-seque a calcite é realmente o carbonato predominante, mas que o acompanham outros carbonatos, principalmente de ferro e de magnésio, sendo impossível possuir
indicações, mesmo vagas, sobre o seu teor no modo.
O que pode realmente afirmar-se é que se trata de uma
rocha visivelmente menos básica do que o conjunto eruptivo
da Falagueira, visto o valor do componente Si02 relativamente
elevado, que subiria, ainda, se pudéssemos descontar o material estranho nela introduz.ido.
O exame das com posições químicas desta rocha e do
traquito de Caneças deixam ver uma certa analogia geral,
exceptuada a maior riqueza desta em sílica, em alumina eem
álcalis.
O teor mais elevado de ferro e de magnésio no traquiandesito poderia, na realidade, vir a nivelar-se com os do
traquito, se atribuíssemos as quotas partes correspondentes
aos carbonatos.
- Pode ainda pensar-se na hipótese desta rocha ter sofrido
empobrecimento em sílica, resultante da assimilação de· carbonatos provenientes dos calcários que haja atravessado,
sendo o magma original mais ácido.
Isto pode vir a ter importância, uma vez que voltem a
encontrar-se mais representantes da diferenciação no sentido
da maior acidez dQ magma basáltico original, libertos de
calcite.
Ao mesmo tempo, os factos indicados parecem estar de
acordo com a ideia de que a grande intrusão traquítica de
Montemor (Caneças) seja, de facto, um diferenciado do
magma basáltico.
Embora seja impossível calcular os parâmetros magmáticos do traquiandesito, a analogia da sua análise química
com a do traquito deixa prever quimismo atlântico.
As orlas potássicas referidas, possivelmente atribuíveis
a anortose, são mais um traço de união entre várias rochas
67
que estudei. Este carácter foi já observado pelo Prof. Torre
de Assunção, em diferentes rochas.
O teor de titânia é outro carácter que merece especial
atenção, pois, sendo dos primeiros óxidos a entrar na composição dos cristais inicialmente separados do banho magmático,
dá indicação de parentesco próximo entre as rochas, quanto
à sua génese.
Os teores de Ti0 2 obtidos para o traquito de Caneças,
para o microssienito da Urca, para o traquiandesito e para os
basanitóides da Falagueira, têm de facto sugestiva analogia,
contrastando com os valores obtidos para outras rochas.
Considerações sobre o estudo químico.
Em virtude de, anteriormente, ter feito referência, do
ponto de vista químico, ao traquiandesito da Falagueira
(Amadora), não o incluirei nestas considerações e, bem assim,
no referente ao traq uito de Montemor (Caneças) e a várias
rochas estudadas noutros trabalhos.
PARGA-PONDAL (1935), certamente por troca havida com
outra análise, dá valores, no que diz respeito ao Juscladito
colhido a SW do Paço de Mafra, que são totalmente diferentes dos da análise efectuada por Raoult e publicada por PE~
RElRA DE SOUSA (1931). Por tal motivo, calculei de novo, a
partir desta análise, os respectivos parâmetros de Niggli,
assim como os parâmetros C. I. P. W.
Efectuei, também, este trabalho- para todas as restantes
rochas, com o objectivo de rectificar alguns resultados já
publicados.
Para permitir uma vista melhor de conjunto, calculei
também, para todas as rochas em que foi possível, os parâ~
metros de Lacroix e elaborei vários quadros e gráficos .
. Do ponto de vista da filiação magmática, as rochas básica$ do complexo basáltico dos arredores de Lisboa enqua~
dram-se nos magma!!! c: teralítico-gabróide:. e (essexitico-gabróide:t de Niggli.
Nem sempre o enquadramento é perfeito, havendo casos
68
em que a localização das rochas ocupa posição intermédia,
relativamente aos citados magm'l.s-padrões.
Pode entretanto dizer-se, de maneira geral, que os mafraítos se enquadram no magma essexítico-gabróide e as restantes rochas no magma teralítico-ga bróide. Todavia, há excepções, como o basanito olivínico da Falagueira (anal. 10) que
melhor'se filia no magma essexítico-gabróide, e o mafraíto de
Sintra (anal. 4) que melhor se ajusta ao magma teralítico-gabróide.
As rochas das análises n.o s 3, II, 12 e 13 (lusc1aditos e
basanitóides) ocupam posição intermediária.
PARGA-PONDAL (1935), considerando o pequeno número
de análises então existentes, tinha tirado conclusão semelhante, filiando as rochas do nosso complexo basáltico nos
dois magmas que citei, mas referia ainda o magma «essexítico», no qual incluiu o luscladito colhido a SW do Paço de
Mafra, o que se deve ao lapso citado.
Este comagmatismo dá-nos, por um lado, a ideia da íntima relação entre as rochas, certamente diferenciadas de um
mesmo magma basáltico original; por outro lado, revela-nos
o seu caracter atlântico muito nítido, bem posto em evidência pelas projecções dos pontos figurativos das rochas, nos
diagramas Qs-Fs-Ls (Fig. I) e k-mg (Fig. 2). Este último
diagrama tem, no nosso caso, real significado, em virtude do
razoável número de análises efectuadas.
Os diagramas de diferenciação c-alk (Fig. 4) e al-fm
(Fig. 3) traduzem, pela sua configuração, o modo contínuo
da diferenciação magmática. A isofália, traçada com relativa
segurança no último destes diagramas, confirma, uma vez
mais, o quimismo atlântico das rochas estudadas.
Com o objectivo de fazer uma ideia de conjunto da composição das piroxenas (Quadro IV) e dos feldspatos das
«normas» calculadas (Quadro VI), tracei mais dois diagramas triangulares. No diagrama da Fig. 5 revela-se, para as
piroxenas, o seguinte conjunto de características:
a) Relativa pobreza de ferro, traduzida por um teor de
metassilicato ferroso variável desde quase zero até pouco
mais de 20 mols %;
69
ó) Um teor pràticamente constante de wolastonite
(cerca de 45 m ols %) ;
c) Um teor médio de enstatite, dotado de fraca oscilação (cerca de 25 até 45 mols %) ;
Ora, sendo as piroxenas dos primeiros minerais a cristalizar a partir do magma, esta permanência da sua composição
é mais um factor a favorecer a ideia da origem comum do
nosso complexo basáltico a partir de um mesmo magma
basáltico original.
No diagrama da Fig. 6, tradutor dos dados constantes
do Quadro VI, àparte alguns pontos de dispersão (rochas das
análises N.os 1,2, e 5), observam-se os limites, relativamente
apertados, da oscilação de composições dos feldspatos das
normas. Assim, o teor de ortose varia, pràticamente, entre
10 e 30 mols %; o de albite entre 20 e 40 mols %, e o de
anortite entre 40 e 60 mols %.
Também as composições centesimais das olivinas,
expressas nos seus minais forsterite e faialite, calculadas a
partir dos valores obtidos nas normas, e que figuram no
Quadro V, traduzem a sua composição sempre predominantemente magnesiana; de facto, os teores de forsterite escalonam-se, nas análises que consideramos, entre cerca de 55 e
cerca de 95 mols Ofo.
Já durante o estudo óptico se verificara esta característica comum das olivinas serem fortemente magnesianas.
Poder-se-ia, a partir das análises constantes deste trabalho, calcular a composição média do magma presumivelmente responsável pelas várias rochas aqui estudadas ou
referidas. Todavia, parece mais natural fazê-lo, de maneira
mais geral e representativa, tomando em linha de conta maior
número de dados químicos e estender as considerações para
regiões do País, distintas da de Lisboa, onde ocorrem rochas
afins das estudadas.
Poderão, desse modo, reunir-se numa síntese geral, as
rochas basálticas e afins, de idade semelhante, que parcelarmente têm sido estudadas por vários autores, aumentando
ainda, na medida do possível, o número de análises e estudos já existentes.
Legendas dos números que figuram nos quadros e gráficos seguintes
1- Basanitoánalcítico. Aroil de Baixo, a E de Almargem do Bispo. Anal. J. Brak-Lamy, com a colab. de
L. Guimarães.
2 - Luscladito dolerílico. Junto dos moinhos da Serra do Marco. Falagueira (Amadora). Anal. J. Brak·Lamy.
3 - Luscladito. 250 m a SW dos moinhos da Serra do Marco. Falagueira (Amadora). Anal. J. Brak-Lamy.
4 - Mafraíto. Rio Touro, a NNW da Peninha. Serra de Sintra. Anal. L. Guimarães.
5 - Dolerito olivínico e analcítico. Queijas (cerca de 800 ma NW de Linda-a-Pastora). Anal. J. Brak-Lamy.
6- Dolerito analcítico. J unto aos moinhos do Penedo, a N da Amadora. Anal. J. Brak-Lamy, com a colab.
de L. Guimarães.
7 - Basanitóide. 400 m S, 54. 0 E da ponte, cota 20 da estrada entre Linda-a-Velha e Carnaxide. Anal. Raoult ..
8-Basanitóide olivínico. Junto do marco geodésico da Bica. Montemor (Caneças). Anal.J.Brak-Lamy.
9 - Mafraíto. Rio Touro, a E da Quinta Marfil, Sintra. Anal. Raoult.
10 - Basanitóide olivínico. 250 m a SSE dos moinhos da Serra do Marco. Falagueira (Amadora).
Anal. J. Brak-Lamy.
11 - Basanitóide olivínico. 100 m a N do marco geodésico de Montemor (Caneças). Anal. J. Brak-Lamy.
12 - Basanitóide. 500 m a SW dos moinhos da Serra do Marco. Falagueira (Amadora). Anal. J. Brak-Lamy.
13 - Lusclódito. SW do Paço de Mafra. Anal. Raoult.
) 4 - Mafraíto. Cota 218, a 850 m SW do Convento de Mafra. Anal. Raoult.
15 - Mafraíto. Quinta das CaméJias, Colares. Anal. J. Brak-Lamy e L. Guimarães.
16 - Traquiandesito. Junto dos moinhos da Galega. Falaglleira (Amadora). Anal. J. Brak-Lamy.
17 - Traquito. Montemor (Caneças). Anal. J. Brak-Lamy.
18 - »
»
»
(análise calculada para o total de 100,00 sem CO 2 e sem OH;-)
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TRABALHO SUBSIDIADO PELO
INSTITUTO DE ALTA CULtURA
QUADRO J
,
;
ANALISES
I
1
2
3
4
5
6
7
I
8
I
QUIMICAS
9
40,61 42,18 42,20 42,29 42,44 42,78 43,08 43,54
12,18 16,20 17,22 13,19 15,28 11,15 15,94 16,66
05 A12
4,39 3,65 5,76 4,75 3,02 3,59 5,59 2,36
Oi)Fe2
5,57 6,65 9,45 8,02 8,04 7,43
7,74 8,31
IOFe
0,12 0,17 0,19 0,18 0,151 0,16
0,07
OM n
12,28 6,04 6,45 10,73 6,89 12,57 6,35 7,20
OMg
11,79 10,89 12,90 10,26 9,67 11,78 9,49 11,10
OCa
3,45 3,42 3,17 4,04 4,08 2,95 4,30 3,31
ONa 2
1,26 1,66 1,39 1,95 1,88 0,95 1,69 1,43
OK2
OH+2
1,96 2,13 0,19 2,10 2,89
1,871 1,92 0,12
OH-2
0,72 0,24 0,80 0,74 0,82 0,43) 0,78 1,05
5,40
3,14 4,80 2,83 2,85 2,98 3,30 1,81
TiO 2
1,20
0,72
0,61
0,42
0,56
0,50
1,15
0,30
0
P2 5
CO 2
0,13
S
S05
CI
Tota1 [100,46 99,98 100,09 99,88 ;100,28 100,01 100,18 100,34 100,32
SiO 2
I
40,00
14,18
5,75
9,89
0,16
6,97
11,17
3,42
1,95
2,03
0,68
3,82
0,44
1
I
10
I
11
I
12
13
14
15
16
I
17
I
~
44,18 44,36 44,98 45,08 45,72 47,05 50,74 56,38 60,37
17,84 15,19 17,67 10,48 15,62 19,33 15,02 18,49 19,79
2,02 5,67 6,51
3,15 3,59 2,36 2,48 2,67
2,81
8,27 8,15 5,34 7,33 9,51
6,88 5,91 3,08 3,30
0,12
0,08 0,08 0,08 0,09
0,46
0,19
0,55
5,43
5,31
7,50 9,11
7,47
4,32 3,36 0,51
10,15 10,12 9,29 15,56 10,92 11,22 6,27 4,19 1,37
3,39 3,42 5,29 2,22 4,13 4,00 3,82 5,42 5,80
1,71
1,83 1,39 0,90 1,75 1,03 2,19 3,88 4,15
0,23 1,00 0,42 0,45
1,90 1,96 2,19 0,08 0,11
1,35
0,87 0,53 0,78 0,13 0,55 0,27 0,91
1,19
1,64 1,00 1,11
1,12 2,80 1,07 3,39 3,01
0,43 0,40 0,55 0,38 0,46 0,48 0,58 0,26 0,27
6,55 2,29
0,31
0,09
0,11
10
100,36 100,35 100,08 100,36 100,24 100,12 99,79 9994
'
I
I
,
I
QUADRO
II
NORMAS
I
1
-
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11,51
0,21
17,54
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15,56
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14,63
9,55
4,04
5,52
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8,33
7,27
1,04
-
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moI .°/ au
0
2
1,81
14,01
4,40
15,79
-
17,76
13,43
2,48
12,09
2,48
6,36
5,97
0,71
I
3
I
9,84
10,06
23,88
10,22
11,24
7,93
2,32
5,02
1,63
5,29 I
9,12
1,18
-
-
-
98,8
100
69,1
4
-
5
-
-
6
-
7
-
8
-
I
8,23 11,51 11,12 5,62 10,01
9,48 3,20 7,18 7,21 15,41 I
28,60 12,07 17,79 14,34 19,15
9,37 16,78 14,80 9,60 ·11,36
11;66 14,71 11,45 16,76 8,39
9,71 11,42 6,80 12,46 5,34
0,45
1,66 4,05 2,63 2,49
4,49 10,79 7,30 13,28 7,38
0,23
1,721 4,80 3,09 3,81
8,35 6,89 4,38 5,20 8,10
5,38 5,41
5,67 6,28 3,44
2,72 1,31
1,01
1,44 2,86
0,25 70,0 65,2/ 54,0
97,4 78,1
-
-
9
10
8,45
14,15
26,33
7,50
-
10,03
7,75
1,19
7,18
1,21
3,43
10,26
1,71
63,7
12
I
13
10,12 10,84 8,23 5,34
9,54 8,91 20,12 13, 10
28,36 20,63 20,32 16 ,54
10,37 10,85 13,32 2,44
,19
,16
8,04 11,28 8,44 24 ,29
4,75 7,38 6,07 18,68
2,88 3,09 1,60 1,48
9,80 10,78 5,26
6,55 4,97
1,53
4,08 2,92 8,21
9,44
2,13 5,32 2,04 7,58
1,01
,91
0,94 1,31
0,70
73,7 68,6 48,8 54,3
°°
-
-
11
I
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I
14
-
15
I
13,50
7,45
5,53
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4,57
5,72
1,08
-
8,71
5,01
3,30
4,06
2,94
5,20
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1,14
I
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I
6,40 6,89
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10,34 6,12
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18,88 31,69
11,59 .642
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-
16
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I
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p
1
83,3
17,4
48,2
24,9
9,5
0,27
0,45
6,0
0,39
2
77,7
13,7
54,2
24,2
7,9
0,19
0,65
4,5
3
95,1
21,5
42,3
26,3
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I
0,52 -54,7
0,71 -0,66
0,79
0,87
0,24
0,45 -53,9
0,73 -0,69
0,93
0,76
0,47
0,62 -44,5
0,63 -0,47
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III. 6. 3. 4
III. 6 (7).3.4 [2. 2.2.3)
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0,22
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1,04
0,74 -43,5
0,56 -0,48
0,63
0,86
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5
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15,8
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10,5
0,24
0,64
4,3
0,48
0,43 -56,1
0,80 -0,65
0,80
0,86
III. 7. 2. 4
III. (6) 7. 2'. 4 [2. 2. 2. 2]
6
94,1
19,9
45,8
23,0
11,4
0,23
0,50
5,0
0,40
0,50 -51,5
0,73 -0,55
0,64
0,91
m. 6. 3. 4
III. 6. '3. 4 l2. 2 (3). 2. 3]
7
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12,9
55,6
24,7
6,8
0,18
0,66
4,9
0,51
0,44 -43,4
0,691 0,52
0,89
0,63
IIl-IV. 6. 3. 4.
III (IV). 6. 3. 41 [2. 2'. 2. 2]
8
95,0
20,7
45,3
22,4
11,6
0,21
0,46
3,0
1,12
0,49 -51,4
0,72 i-O,54
0,62
0,92
III. 6. 3. 4
11lI. 6. 3. 4. [2. 13. 2. 13]
9
97,7
22,0
42,1
26,7
9,2
0,22
0,58
9,1
0,69
0,63 -39,1
059
, -040
,
0,54
0,83 'm. (s)
10
95,7
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44,2
23,6
9,5
0,25
0,55
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0,39 - 0,53 -42,3
0,59 -0,44
0,57
0,87
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(II) III. '6.3 / .4 [/2. 3. 2. (2) 3]
1
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48,0
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0,26
0,61
4,5
0,36
0,49 -43,3
0,67 -0,46
0,65
0,81
m. 6. 3. 4
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103,9
24,0
39,1
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0,15
0,48
1,9
0,54
0,59 -52,1
0,74 -0,50
0,50
1,00
III. 6. 3. 4
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0,21
0,50
6,3
0,34
0,75 -28,9
0,62 -0,31
0,79
0,52
III. 5. 3. 4
III (IV). Si. 3'. 4 [2. I. '3. 2 \3.J
11
-----
12
-
13
----
IIl. 6. 3.4.
6. 3'. 4 [2'.2.2.2 (3»)
I/
--
"
UI. 6. 3. 4
14
1 103,3
20,8
41,3
26,4
11,6
0,22
0,44
5,1
0,43
0,64 -43,1
0,72 -0,42
0,57
0,85
lIl. 6. 3. 4 [2. 2. 2'. 3]
15
109,7
26,5
34,9
28,0
10,6
0,15
0,43
2,9
0,48
0,80 -32,7
0,57 -0,30
0,43,
0,87 ll'.
II. s. 3. 4
S (6).3 (4). 4(S) [2. 2. 2. 3J
0,831-0,05
0,12
093
,
1,0 I 0,83 ~
0,01
006
,
16
I
Não
1
17
-----
18
Magma teralítico-gabróide
de Niggli
Magma esse-\
xítico-gabróide de Niggli
198,91
38,41
223,4 1 43,1
18,6
15,81
20,9
5,4
90
20
46
105
2:~
43
27,2
t-;--30,6
23
I
24
0,32
0,151 . 2,91
0,32
0,15
0,25
0,50
-
-
0,25/
0,46
-
-
1----
-
11
-+
10
I
calculável
.
0,38
0,851-9,91
r--~O,42
0,26
I
1
1
1
II. s.
ti) II. 's.
1. 4
I (2): '4
0,93
I. 5. 1. 4
I (II). 's. 1 (2). 14
0,50
-54
0,71 -0,60
0,67
0,93
III. 6. 3. 4.
1,55
-35
0,67 -·0,33
0,51
0,82
III. 5-6. 3-4 .4
I
QUADHO
COMPOSiÇÕES
I
I
I
IV
CENTESIMAIS
PIROXENAS
I
Números das Rochas
Minais
das
pIroxenas
1
Enstatite
2
3
4
6
5
7-
8
9
10
I
11
12
13
14
15
I
33,93 37,68 42,02 28,13 29,44
33,84 39,89 36,90 44,50 41,10 30,49 39,12 32,92 40,85 30,31
f51,84 52,75 52,30 53,44 52,93 51,35 52,62 51,73 52,87 51,31 51,86 52,39 54,64 50,98 51,18
Woll..!oni!e
IMetassilicato ferroso
14,32
7,36
10,80
2,06
5,97
18,16
8,26
QUADRO
C O MP O S I ç Õ E S
15,35
6,27
18,38 14,21
9,931 3,33 20,88
1
I Forsterite (for.)
Faialite (fai.)
2
3
C E N T E SIM A I S
~
4
7
D AS
O L I V I NA S
8
9
12
11
10
68,06 82,98 75,49 95,13 86,25 60,33 81,12 65,95 85,58 59,94 68,44 77,47
31,94
17,0~
~4,51
4,87
13,75 39,67
19,391
V
Números das Rochas
Minais das
olivinas
I
DAS
18,88 34,05
14,42 40,06 31,56 22,53
13
14
I
I
15
-
54,84 58.00
-
45,16 4200
I
QUADRO VI
COMPOSiÇÕES
N.OS das rochas
ortose
1
2
3
39,46 11,44 22,47
4
5
CENTESIMAIS
I
6
17,63 42,98 30,81
7
8
9
DOS
10
FELDSPATOS
I
11
20,68 22,45 17,27 21,07 26,84
12
I
13
14
15
17
18
16,91 15,27 24,19 10,24 34,82 31,211
--
albite
anortite
0,72
°
22,98 21,08
11,95 19,90 26,54 34,58 28,92
59,82 88,56 54,55 61,29 45,07 49,29 52,78 42,97 53,81
19,87 22,07
1
41,34 :n,45 31,63 36,74 59,15 (j2,35
. - t----
59,06 51,09 41,75 47,28 44,17 53,02
6,0:1
6,44
-
1\
h
1,4
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3
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fig. 1
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Complexo basáltico
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EST.
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t
-----------
1 - Aspecto da reglao da Falagueira. visto do flanco E da colina
do Penedo. Grande parte da região central do primeiro plano
é ocupada por tufo basáltico .
. 2 - Flan co meridional da colina do Penedo. O luscladito dolerítico,
que assentam os moinhos . cobre uma formação de tufo basáltico; sob
o tufo, vê-se o dolerito analcítico , com amigdalas de zeólito fibroso.
19rafias do Autor
BoI. da Soco GeaI. de Portugal - Vol. XII - 1955
J.
BRA K-LAMY -
Complexo basáltico
ES T.
II
Fot. 3 - Basanitóide olivínico. Falagueira (2501ll a SSE dos moinhos da
Serra do Marco). Luz po1. da s. anal. or 45x. Na pasta, micrólitos de plagioc1ase , analcite intersticial, grãos pequenos de piroxena, e magnetite
abundante. Vêem-se grandes fenocristais de olivina, parcialmente corroídos.
Fot. 4 - Lusc\adito. Falagueira (250m a SW dos moinhos da Serra do Marco)·
Luz po1. da s. anal. or 40><. Notar a granularidade grosseira e o pleocroism o
da augite titanífera. No campo fotogratado, há cristais de plagioc1ase e de
apatite e pequenos grãos de minério.
Fotomicrografias do Autor
AK - LAMY -
Complex o basáltico
EST.
III
5 - luscladilo dolerítico. Junto dos moinhos da Serra do Marco.
Jol.da s. anaI.or 38 x. Cristais alongados de plagioclase, piroxena
iante e grãos de magnetite. Na parte inferior da gravura, vê-se um
gran de fenocristal de olivina.
6 - luscladilo dolerítico. Junto dos moinhos da Serra do Marco.
poLda s. anal. dor 26x. Outro aspecto da rocha mostrando a abunia de augi te titanífera. A frescura da rocha é notável ; apenas os
fenucristais de olivina estão um pouco serpentimzados.
nicrografias do Autor
Bol_ da Soe. Geol. de Portugal - Vol. XII-1955
J.
BRAK L.b.MY - -
Complexo basáltico
EST.
IV
F ot. 7 _ . Dolerito anlllcítico. Moinhos do Penedo (a N da Amadora). Luz
pol. da s. anal. dor 50><. Aspecto geral da rocha, mostrando : augite titanífera
idiomórfica, plagioclase, zeólito fibro·radiado ( natrolite) muito abundan te.
anal ci te, grãos de magnetite e apatite. Na parte central, à direita, uma
st!cção trapezoidal de anal cite.
Fot. 8 - Dolerito llnalcítico. Moinhos do Penedo. Nicois cruzados. 50 ><.
Campo idêntico ao da fot. 7. Observar a isotropia da anal cite e a extinção
em leque da natrolite.
Fotomicrografias do A.utor
IAK- L AMY -
Complexo basáltico
ES T.
V
9 - Dolerito olivínico e anelcítico. Queijas. Nicois cruzados . 38 x.
r a textura intersectai da rocha. Hastes de plagioclase, augite titanífera, olivina, grãos de magnetite e anal cite intersticial.
, 10 - Trequiendesito. Moinhos da Galega. Falagueira. Luz pol.da s.
I.dor. 38x. Observar a transição dos micrólitos de plagioclase para
os grandes fenocristais. A' esquerda, um fenocristal de augi te.
,micrografias do Autor
BoI. aa Soe. GeaI. de Portugal - Vol. XII-I955
J. BRAK- L AMY - Complexo basáltico
E~T .
VI
Fot. 11 - Trequiandesito. Moinhos da Galega . Falagueira. Luz pol.da s.
ana!.dor 45 x. Pasta microlítica, rica de plagioclase e grãos de magnetite ;
à direita, carbonatos com coronas serpentmosas e contendo esferutitos de
quartzina. Ao centro, um grande fenocristal de plagioclase. No vértice
superior esquerdo magnetite' no inferior direito, apatite.
Fot. 12 - Traquiendesito. Moinhos da Galega. Falagueira (Amadora l.
Nícois cruzados. 95x. Um feno cristal de bytownite de dimensões médi as ,
dotado de caracter zonar. Em volta, micrólitos plagioclásicos
com arranjo fluida!.
Fotomi crografi as do Autor
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