FM. Aplicação farmacêutica de redes metalo-orgânicas à

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ISSN 1808-4532
e-ISSN: 2179-443X
Rev Ciên Farm Básica Apl., Araraquara, v. 37 Supl. 1, Agosto 2016
FM. Aplicação farmacêutica de redes metalo-orgânicas à base de ciclodextrina
Marina Paiva Abuçafy1, Bruno Leonardo Caetano1, Bruna Galdorfini Chiari-Andréo1, Leila Aparecida
Chiavacci1.
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Departamento de Fármacos e Medicamentos, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara UNESP.
Introdução: A utilização de carreadores de fármacos vem ganhando muito interesse nas últimas décadas
devido a sua capacidade de proteger as moléculas ativas contra a degradação em meio fisiológico, liberar
controladamente a substância ativa no sítio de ação e reduzir os efeitos colaterais indesejáveis decorrentes da
ampla distribuição do fármaco no organismo. Entre os materiais promissores para a entrega de fármacos,
surgiram as redes metalo-organicas (MOFs), capazes de controlar a liberação do fármaco em áreas
específicas por apresentarem elevada porosidade e a presença de grupos funcionais, capazes de interagir com
porções carregadas. Foram sintetizadas e caracterizadas, em trabalhos prévios, MOFs a base de ciclodextrina
e sódio, potássio e ferro. Objetivo: Estudar a citotoxicidade destes materiais, avaliar a sua capacidade de
encapsulação e o seu comportamento de liberação de fármaco. Metodologia: A citotoxicidade das MOFs foi
avaliada através do método MTT, utilizando células HePG2, nas concentrações 2000 µg/mL, 1000 µg/mL,
500 µg/mL, 250 µg/mL, 125 µg/mL e 62,5 µg/mL. Os testes de eficiência de encapsulação e liberação de
fármaco foram realizados com um fármaco modelo, diclofenaco de sódio. A eficiência de encapsulação foi
avaliada através da leitura no UV/Vis do sobrenadante resultante após o contato direto entre a MOF e o
fármaco modelo (diclofenaco sódico) sob agitação constante. O teste de liberação foi realizado utilizando
membrana de diálise com o meio receptor tampão fosfato salino pH 7,4, a 37ºC durante 48 horas.
Resultados e discussão: Através do teste de citotoxicidade é possível afirmar que as MOFs desenvolvidas
apresentam alta viabilidade celular independentemente da concentração testada. A eficiência de
encapsulação para as MOFs foi superior a 40% (massa fármaco: massa MOF), assegurando capacidade de
encapsular grande quantidade de fármaco. O teste de liberação mostrou que as MOFs liberam o fármaco de
forma controlada e em quantidades diferentes de acordo com o metal utilizado, sendo que em 48 horas
nenhuma MOF liberou 100% do fármaco. Além disso, através do estudo das curvas de liberação é possível
afirmar que o fármaco é liberado através da difusão pelos poros e da erosão do material. Conclusão: As
redes metalo-orgânicas desenvolvidas a base de ciclodextrina e potássio (KCD), sódio (NaCD) e ferro
(FeCD) são biocompatíveis, testadas em células HePG2, sendo aptas para a aplicação biomédica. Os
materiais desenvolvidos são capazes de incorporar grande quantidade de fármaco, e são capazes de liberá-lo
de forma controlada, sendo assim, se trata de um sistema em potencial para carrear e liberar fármaco no
corpo humano, melhorando a sua biodisponibilidade e diminuindo seu efeito colateral.
Palavras-chave: Redes metalo-orgânicas, ciclodextrina, liberação de fármaco.
Apoio financeiro: FAPESP.
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