Fatores de risco e de proteção para o câncer de

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REVISÃO / REVIEW PAPER / REVISIÓN
Fatores de risco e de proteção para o câncer de mama: uma revisão da
literatura
Risk factors and protection for breast cancer: a literature review
Factores de riesgo y protección para el cáncer de mama: una revisión de la literatura
Samuel Ricardo Batista Moura
Graduando do curso de Medicina da Faculdade
UNINOVAFAPI
Enilson Ítalo Campelo de Carvalho
Graduando do curso de Medicina da Faculdade
UNINOVAFAPI
Isabela Meneses de Carvalho Coelho
Graduanda do curso de Medicina da Faculdade
UNINOVAFAPI
Ana Amélia de Carvalho Melo
Cavalcante
Docente do curso de Medicina da UNINOVAFAPI
RESUMO
O estudo teve como objetivo realizar um levantamento na literatura de estudos e fontes sobre os
fatores de risco e de proteção para o câncer de mama. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, feita
emartigos publicados na Biblioteca Virtual em Saúde, no Instituto Nacional do Câncer, em Manuais
do Ministério da Saúde e em livros, publicados no período de 2001 a 2011. Os dados foram coletados e analisados de forma descritiva. Foram selecionadas onze fontes, duas do Instituto Nacional do
Câncer, duas do Ministério da Saúde, seis artigos e um livro. Os resultados indicaram que o câncer
representa a segunda causa de morte por doença no Brasil e que o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres em quase todas as regiões e ocupa o segundo lugar apenas na região
norte. O elevado índice se deve ao diagnóstico tardio de casos em estágios avançados da doença.
As mulheres recebem poucas informações sobre os fatores de risco e de proteção para o câncer de
mama, o que pode contribuir para aumentar a incidência da doença. Conclui-se que, atualmente, o
câncer de mama apresenta elevada incidência e mortalidade em todo o mundo, representando um
importante problema de saúde pública.
Descritores: Fatores de risco. Prevenção do câncer de mama. Saúde da mulher.
ABSTRACT
The study aims to survey the literature of studies and sources on risk factors and protective against
breast cancer. This is a literature search, made in articles published in the Virtual Health Library, the
National Cancer Institute in the Ministry of Health Manuals and books, published between 2001 to
2011. Data were collected and analyzed descriptively. Eleven sources were selected, two from the
National Cancer Institute, two of the Ministry of Health, six articles and a book. The results indicated
that cancer is the second cause of death by disease in Brazil and that breast cancer is the most
common among women in almost all regions and ranks second only to the northern region. The
high rate is due to the late diagnosis of cases in advanced stages of the disease. Women receive little
information about the risk factors and protective against breast cancer, which may contribute to
increased incidence of disease. We conclude that currently, breast cancer has the highest incidence
and mortality worldwide, representing a major public health problem.
Descriptors: Risk factors. Breast cancer prevention. Women’s Health.
RESUMEN
Submissão: 10.02.2012
Aprovação: 11.05.2012
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El estudio tiene como objetivo estudiar la literatura de estudios y fuentes de factores de riesgo y
protectores contra el cáncer de mama. Se trata de una investigación bibliográfica, realizada en artículos publicados en la Biblioteca Virtual en Salud, el Instituto Nacional de Cáncer del Ministerio de
Salud Manuales y libros, publicados entre 2001 y 2011. Los datos fueron recogidos y analizados de
forma descriptiva. Once fuentes fueron seleccionadas, dos del Instituto Nacional del Cáncer, dos del
Ministerio de Salud, seis artículos y un libro. Los resultados indicaron que el cáncer es la segunda
causa de muerte por enfermedad en Brasil y que el cáncer de mama es el más común entre las
mujeres en casi todas las regiones y ocupa el segundo lugar en la región norte del país. La alta tasa
Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.42-45, Jul-Ago-Set. 2012.
Fatores de risco e de proteção para o câncer de mama: uma revisão da literatura
es debido al diagnóstico tardío de casos en etapas avanzadas de la enfermedad. Las mujeres reciben poca información sobre los factores de riesgo
y de protección contra el cáncer de mama, lo que puede contribuir a una
mayor incidencia de la enfermedad. Se concluye que en la actualidad, el
cáncer de mama tiene mayor incidencia y mortalidad a nivel mundial, lo
que representa un importante problema de salud pública.
Descriptores: Los factores de riesgo. La prevención del cáncer de mama.
Salud de la mujer.
1
INTRODUÇÃO
O câncer de mama apresenta elevada incidencia e mortalidade em
todo o mundo, representando um importante problema de saúde pública.
Assim, em virtude do câncer de mama ser o mais temido entre as
mulheres, sobretudo pelo impacto biopsicossocial que provoca e, consequente, diminuição da qualidade de vida, o estudo teve como objetivo
fazer um levantamento na literatura sobre os fatores de risco e de proteção
para o câncer de mama.
O estudo se justifica pelo fato de o câncer de mama se caracterizar
como um problema de saúde pública em face da sua elevada prevalência
e morbimortalidade e por acometer um número elevado de mulheres no
país, especialmente na região norte.
Dessa forma, é importante realizar um levantamento bibliográfico
sobre os fatores de risco e de proteção para o câncer de mama, e sugerir
que os profissionais de saúde, especialmente os médicos, desenvolvam estudos sobre essa temática com a finalidade de melhorar o conhecimento
na área e contribuir para a prevenção da doença ou o diagnóstico precoce,
diminuindo as complicações, aumentando a efetividade do tratamento e
a qualidade de vida das mulheres portadoras deste agravo à saúde.
2
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, através de artigos publicados na Biblioteca Virtual em Saúde, no Instituto Nacional do Câncer, em
Manuais do Ministério da Saúde e em livros publicados no período de
2001 a 2011, por meio das palavras chave: câncer de mama; fatores de
risco; prevenção do câncer de mama; saúde da mulher.
Os dados foram coletados e analisados de forma descritiva. Foram
selecionadas onze fontes, duas do Instituto Nacional do Câncer, duas do
Ministério da Saúde, seis artigos e um livro.
3
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As neoplasias constituem 13% de todas as causas de mortes mundialmente. A estimativa para 2020 é de 15 milhões de casos novos anuais,
dos quais 60% serão registrados nos países em desenvolvimento. O Sistema
de Informação da Mortalidade (SIM) registra que o câncer representa a segunda causa de morte por doença no Brasil. Em 2004, no Brasil houve 141
mil óbitos por câncer, destacando os de próstata e de pulmão no sexo masculino, e os de mama e do colo de útero no sexo feminino (BRASIL, 2008).
De acordo com Instituto Nacional do Câncer - INCA (2011), raramente o câncer de mama ocorre antes dos 35 anos, acima desta idade
a incidência cresce mais rápida e de modo progressivo, tanto em países
desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. Dados da OrganizaRevista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.42-45, Jul-Ago-Set. 2012.
ção Mundial da Saúde (OMS) mostrou que nas décadas de 60 e 70 houve um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade
nos Registros de Câncer de Base Populacional em diversos continentes
do mundo.A cada ano, 22% dos casos novos de câncer em mulheres são
de mama e ressalta-se que o prognóstico pode ser bom, desde que seja
diagnosticado precocemente.
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, é o
mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a
cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama
continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida
média após cinco anos é de 61%. É relativamente raro antes dos 35 anos,
acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10
vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer
de Base Populacional de diversos continentes. A estimativa de novos casos
em 2012 é de 52.680, com 12.098 mortes, sendo 11.969 mulheres e 129
homens (BRASIL, 2008).
No Brasil, o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres
em quase todas as regiões. O elevado índice se deve ao diagnóstico tardio de casos em estádios avançados da doença. As estimativas de casos
novos de câncer de mama para o Brasil em 2010 eram de 49.240, com
um risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres. Já para o ano de
2012 esperam-se 52.680 casos novos de câncer da mama, com um risco
estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. O número de óbitos foram
12.098, sendo 11.969 mulheres e 129 homens (BRASIL, 2009; INCA, 2011).
Na saúde pública, o câncer de mama feminino emerge como uma
doença de importância cada vez maior em todas as partes do mundo. Isso
ocorre, principalmente, devido à sua frequência elevada e à dimensão do
problema.
A inspeção e palpação das mamas, além da mamografia, são procedimentos utilizados para o diagnóstico precoce do câncer. A palpação
das mamas pode ser executada pela própria mulher ou por um profissional treinado da área médica.
Quando executado pela paciente, conhecido como auto-exame,
é recomendado que esse exame seja realizado no sétimo dia do ciclo
menstrual. Em mulheres menopausadas a palpação deve ser feita sempre
em um mesmo dia de cada mês. O sucesso desse procedimento, quando
realizado em alta escala populacional, requer forte motivação e o reconhecimento de que o câncer de mama é um perigo em potencial.
A instrução sobre essas técnicas pode contribuir para alertar às mulheres sobre os potenciais riscos do câncer de mama. Assim é importante
que as mulheres tenham conhecimento sobre os fatores de risco e proteção para o câncer de mama.
Segundo Laurenti (2007), em pesquisa realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, analisando óbitos em mulheres de 10 a 49
anos (ou seja, mulheres em idade fértil), as dez primeiras causas de morte
encontradas foram às seguintes, em ordem decrescente: acidente vascular
cerebral, AIDS, homicídios, câncer de mama, acidente de transporte, neoplasia de órgãos digestivos, doença hipertensiva, doença isquêmica do
coração, diabetes e câncer de colo do útero.
No Brasil, o câncer de mama acomete anualmente um número elevado de mulheres, apresentando alto índice de mortalidade na população
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Moura, S. R.B. et al.
feminina. Trata-se de uma neoplasia que tem seus fatores de riscos relacionados à raça, cor, ambiente, hábitos alimentares, dentre outros.
O câncer é o crescimento desordenado de células, que invadem
tecidos e órgãos. Essas células se dividem rapidamente e tendem a ser
muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores
malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. O câncer
possui causas variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo. As
causas externas referem-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes
do indivíduo. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismo de se
defender das agressões externas. A prevenção do câncer nem sempre é
possível, mas há fatores de risco que estão na origem de diferentes tipos
de tumor. O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo, mas alguns
órgãos são mais afetados do que outros. Entre os mais afetados estão pulmão, mama, colo do útero, próstata, cólon e reto (intestino grosso), pele,
estômago, esôfago, medula óssea (leucemias) e cavidade oral (boca). Cada
órgão, por sua vez, pode ser afetado por tipos diferenciados de tumor, menos ou mais agressivos (BRASIL, 2009).
A melhor forma de prevenção primária do câncer de mama é a
amamentação e a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo a prática regular de atividade física, a manutenção de peso corporal adequado
e o consumo moderado ou ausente de álcool. A lactação, bem como a
prática de atividade física são fatores protetores para o câncer de mama,
tanto na pré-menopausa quanto na pós-menopausa (INUMARU; SILVEIRA;
NAVES, 2011).
Para Lima et al. (2011), embora poucas mulheres realizem o autoexame das mamas, observa-se que o exame clínico das mamas é a prática
preventiva do câncer de mama mais utilizada. Destaca-se a necessidade
de uma orientação mais efetiva em relação aos demais métodos, objetivando mobilizar as pessoas para a adoção de tais práticas.
De acordo com o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher - PAISM, a atenção a saúde da mulher não deve se restringir a assistência materno-infantil nem se limitar as fases da vida em que a mulher
tem capacidade de reprodução, ela deve englobar todo o ciclo vital da
mulher A operacionalização destas diretrizes deve se dá por meio da implementação de ações de assistência organizadas nos três grandes blocos:
assistência relacionada ao exercício da maternidade; assistência clínico-ginecológica; assistência ligada ao planejamento familiar. Por ultimo, as
ações educativas devem ser feitas em todos os contatos da mulher com os
serviços de saúde, especialmente sobre o exercício da sexualidade, fisiologia reprodutiva, doenças sexualmente transmissíveis, saúde reprodutiva,
ginecopatias prevalentes, climatério e informações sobre hábitos, higiene
e alimentação. A política de saúde da mulher deverá ser compreendida
em sua dimensão mais ampla, objetivando a criação e ampliação das condições necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja no âmbito do
Sistema Único de Saúde - SUS, seja na atuação em parceria do setor saúde
com outros setores governamentais, com destaque para a segurança, a
justiça, trabalho, previdência social e educação. A atenção integral à saúde
da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção à saúde da básica à alta complexidade (BRASIL, 2011).
O tratamento do câncer é feito por meio de uma ou várias modalidades combinadas. A principal é a cirurgia, que pode ser empregada
em conjunto com radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula
óssea. O médico vai escolher o tratamento mais adequado de acordo com
a localização, o tipo do câncer e a extensão da doença. Todas as modalida44
des de tratamento são oferecidas pelo SUS (BRASIL, 2009).
Segundo Folgueira et al. (2011), a quimioterapia adjuvante reduz
a mortalidade por câncer de mama, sendo a sua indicação realizada segundo características do paciente e do tumor. Estas incluem idade, estado
menopausal, tamanho do tumor, comprometimento linfonodal, grau de
diferenciação, expressão de receptores de estrógeno e HER2/neu, (Human
Epidermal growth factor Receptor 2), conhecido também como ErbB2 é
um oncogene localizado no cromossomo 177, que se expressa em 25% a
30% dos casos de câncer de mama. Um desafio a ser equacionado é que
a vantagem de sobrevida associada à quimioterapia adjuvante é descrita
em um grupo de pacientes, sendo avaliada em cada indivíduo particularmente, apenas como uma probabilidade. Dessa forma, devemos considerar o risco de um paciente individual sofrer toxicidade desnecessária, pois
de um lado estaria curado após o procedimento cirúrgico isoladamente
e, por outro lado, não se beneficiaria da quimioterapia, sofrendo recidiva
mesmo com sua utilização. Outra questão é se existe vantagem do uso
de determinadas classes de quimioterápicos, como taxanos ou antraciclinas para cada paciente. Portanto, é altamente desejável a identificação de
marcadores preditivos, com alta acurácia, do benefício da quimioterapia.
O tratamento quimioterápico pode resultar em complicações para
os pacientes como: mal estar, vômito, cefaléia, gerando insegurança para
o paciente e família.
Salles e Castro (2010), ao validar um material informativo a pacientes em tratamento quimioterápico e aos seus familiares coloca que poderá
facilitar a ação dos profissionais da saúde, o qual busca inserir a família
nesse novo contexto, o da doença, em um momento que ainda estão abalados com o diagnóstico. A desospitalização viabilizada pelo tratamento
ambulatorial e em hospitais-dia faz com que a família em casa tenha que
saber lidar com os efeitos colaterais do tratamento, e por isso a importância da educação para o autocuidado, a fim de se garantir a continuidade
da assistência em casa, bem como a qualidade do tratamento, ao mesmo
tempo em que favorece o vínculo.
4
CONCLUSÃO
Na saúde pública, o câncer de mama feminino emerge como uma
doença de importância cada vez maior em todas as partes do mundo. Isso
ocorre, principalmente, devido à sua frequência elevada e à dimensão do
problema. O câncer é considerado um grave problema de saúde pública
mundial, não só pelo número de casos crescentes diagnosticados a cada
ano, mas também pelo investimento financeiro que é demandado para
realizar diagnósticos e tratamentos.
As mulheres recebem poucas informações sobre os fatores de risco
e de proteção para o câncer de mama, o que pode contribuir para aumentar a incidência da doença. O principal meio de informações sobre os
fatores de risco e proteção para o câncer de mama é a mídia, por meio da
televisão, rádio, folhetos e internet em detrimento da educação em saúde
feita para as mulheres nos serviços de saúde.
Assim, as mulheres necessitam de mais conhecimento dos fatores
de risco e de proteção para o câncer de mama por meio dos serviços de
saúde, como: tabagismo; bebidas alcoólicas; historia familiar; autoexames
das mamas; consultas e exames de rotina e amamentação.
As medidas de prevenção para o diagnóstico precoce do câncer
de mama podem resultar na diminuição da mortalidade e as campanhas
preventivas devem ser realizadas sobre a técnica e a importância do autocuidado.
Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.42-45, Jul-Ago-Set. 2012.
Fatores de risco e de proteção para o câncer de mama: uma revisão da literatura
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