21/03/2017 ESTRUTURA ATÔMICA: ÁTOMOS HIDROGENÓIDES Prof. Harley P. Martins Filho o Espectro de emissão do átomo de hidrogênio Lâmpada de descarga de hidrogênio: Balmer (1885): número de onda das linhas espectrais na região do visível ajusta-se à expressão: ~ 1 1 2 2 2 n n = 3, 4, 5, ... 1 21/03/2017 Lyman descobriu uma série similar na região do ultravioleta (faixa ampla de ṽ) e Paschen e Brackett séries similares na região do infravermelho (faixas estreitas de ṽ). Rydberg (1890): todas as séries ajustam-se à expressão 1 1 2 2 n1 n2 ~ RH RH = 109677 cm-1 (constante de Rydberg do hidrogênio) com n1 = 1 (Lyman), 2 (Balmer), 3 (Paschen) etc. e, em todos os casos, n2 = n1 +1, n1 +2, ... Princípio da combinação de Ritz: número de onda de qualquer linha espectral é a diferença entre dois termos. ~ T1 T2 RH n2 Átomos polieletrônicos e moléculas: termos não tem equação analítica. Hidrogênio: termos são da forma Tn Emissão obedece à condição de frequência de Bohr: hv E E2 E1 ~ T2 T2 E2 E1 E E ~ 2 1 h h hc hc Termos representam energias quantizadas do sistema (em unidade de número de onda). 2 21/03/2017 o Estrutura dos átomos hidrogenóides Energia potencial de um elétron próximo a um núcleo de carga Ze: onde r é a distância elétron-núcleo. Hamiltoniano do átomo: e = f(xe,ye,ze), N = f(xN,yN,zN) e r = ((xe – xN)2 + (ye – yN)2 + (ze – zN)2)1/2. É possível transformar este hamiltoniano para as coordenadas X, Y e Z do centro de massa do sistema e as coordenadas relativas x = xe – xN, y = ye – yN e z = ze – zN: onde é a massa reduzida do sistema. Para o sistema elétron-núcleo, 1/ 1/me. A equação de Schrödinger é então separável no movimento do centro de massa e no movimento relativo do elétron em relação ao núcleo: = c.m.e e E = Ec.m. + Ee. Equação de Schrödinger para a movimentação do elétron: Expressando o laplaciano em termos de r, e , a equação fica em termos de coordenadas esféricas. É possível mostrar que a equação é separável nas coordenadas r e (,), ou seja, A equação em e é idêntica em forma à do rotor rígido (com m substituída por ) e tem as mesmas soluções harmônicos esféricos Yl,ml(,). 3 21/03/2017 A equação em r (parte radial da equação geral) tem novas condições de contorno que determinam o aparecimento de um novo número quântico (n), que determina o valor da energia. O número quântico l, também envolvido na equação radial, fica subordinado ao número n. • As soluções da parte radial As funções de onda assumem a forma geral Rn ,l ( r ) N n ,l Ln ,l ( )e / 2 n n l 2 Zr a0 O raio de Bohr, a0, tem valor 52,9 pm, sendo assim chamado por corresponder ao raio da primeira órbita circular permitida no modelo do átomo de Bohr. As funções L são os polinômios associados de Laguerre. Para r 0, parte em zera a função de onda Para r , parte exponencial zera a função de onda Polinômio de Laguerre oscila entre positivo e negativo, fazendo aparecer os nós da função de onda 4 21/03/2017 Funções de onda radiais. Para l = 0, R tem valor finito em r = 0. Quanto maior n, mais distante em média o elétron fica do núcleo. 5 21/03/2017 • Orbitais atômicos Cada função de onda com valores definidos de n, l e ml corresponde a um orbital do elétron. n,l ,ml Rn,l ( r )Yl ,ml ( , ) n, l , ml Relações entre os números quânticos: valor de n limita valores de l. Valores de l e ml especificam o momento angular do elétron extamente como no rotor rígido. A especificação do estado eletrônico deve incluir o estado de spin do elétron. Deste, só é necessário especificar o número quântico ms, que define a componente z do spin e portanto a direção do giro intrínseco do elétron. n ,l ,ml ,ms Rn ,l ( r )Yl ,ml ( , ) ( s) ou Rn ,l ( r )Yl ,ml ( , ) ( s ) n, l , ml , ms Normalização da função completa: R 2 n ,l , ml , ms d Rn2,l (r ) Yl ,ml ( , ) ( s) d 1 2 2 r dr Yl ,ml ( , ) sendd ( s) ds 1 2 2 n ,l 2 2 Cada integral deve resultar um para que o produto resulte um. Cada parte da função de onda é normalizada separadamente e a constante de normalização geral é o produto das constantes de cada parte. 6 21/03/2017 Exemplo: normalizar a função de onda do estado fundamental do átomo de hidrogênio e-r/a0. N r N N e r / a 0 N r2 e 2 r / a0 r 2 dr 1 Parte radial: 0 x n e ax dx r e 2 2 r / a0 0 n! a n 1 a03 2! dr 2 / a0 3 4 a03 2 N 1 N r 3/ 2 4 a0 2 r Parte angular em : N2 send 1 0 0 send cos N2 2 1 N Parte angular em : 0 1 (1) 2 1 21/ 2 2 N2 d 1 N2 2 1 N 0 2 a 3/ 2 0 1 1 1 e r / a0 e r / a0 1/ 2 1/ 2 1/ 2 3 2 2 a0 1 2 1/ 2 (cm-3/2 ) 7 21/03/2017 • Os níveis de energia Condições de contorno da equação radial determinam o aparecimento de um novo no quântico (n), que determina a energia dos estados estacionários: Energia zero núcleo e elétron infinitamente separados e estacionários. Energias negativas (quantizadas) estados ligados do átomo. Energias positivas (não-quantizadas) estados não-ligados do átomo. Elétron foi expelido do átomo com uma certa energia cinética. Transições no espectro de emissão: 8 21/03/2017 Como analisado na espectroscopia de emissão, cada energia do átomo é dada por um termo: Tn En (cm1 ) RH n2 A constante de Rydberg tem a mesma expressão de RH, mas com a massa reduzida substituída pela massa do elétron: Diferença entre valor experimental e teórico da constante de Rydberg do hidrogênio falta da inclusão de correções relativísticas. Energia de ionização I de um átomo: energia mínima para remover um elétron do átomo no estado fundamental. Estado fundamental do hidrogênio: E1 hc RH hcRH 12 Estado ionizado do hidrogênio (n = ): zero I = 0 – (-hcRH) = hcRH = 2,179 aJ (13,60 eV) • Camadas e subcamadas Camada de um átomo: conjunto de orbitais com mesmo n. Se o átomo é hidrogenóide, energia dos orbitais de uma camad é a mesma. Subcamada de uma camada: conjunto de orbitais dentro de uma camada com o mesmo l. 9 21/03/2017 Há n subcamadas para um dado valor de n. Número de orbitais em uma camada: n2. • Orbitais atômicos Estado fundamental do hidrogênio (n = 1, l = 0 e ml = 0): Orbital esferossimétrico. Ponto de máxima probabilidade de se encontrar o elétron (máximo valor de *) é no núcleo. Longe do núcleo curvatura da função (e o próprio valor da função) tendendo a zero EK baixa. Perto do núcleo curvatura aumenta EK aumenta para elétron escapar da atração eletrostática do núcleo. 10 21/03/2017 Representações gráficas de 2 Densidade de sombreamento: valor de 2 é representado pela cor do ponto no espaço. Superfície de contorno: superfície com valor constante de 2 em qualquer ponto, encerrando uma probabilidade alta (90%) de se encontrar o elétron. Orbital 1s: Nós radiais nos orbitais s: verificar aonde o polinômio associado de Laguerre zera. Orbital 2s: 2 2 0 = 4 r = 2a0/Z Orbital 3s: 6 2 0 r = 1,90a0/Z e 7,10a0/Z 3 2 Expressão geral do raio médio de um orbital: Para um dado n, rn,l diminui com l. 11 21/03/2017 • Funções de distribuição radial Probabilidade de se encontrar o elétron em um ponto no espaço: 2d Para o orbital 1s, esta probabilidade é constante para qualquer ponto a uma dada distância do núcleo. Valor máximo é no núcleo. Probabilidade de se achar o elétron em qualquer ponto a uma dada distância do núcleo somar (integrar) probabilidades para todos os pontos à mesma distância do núcleo. Prob( r ) d 2 2 d 2 V V é o volume de uma casca esférica a uma distância r do núcleo. V Aesfera hcasca 4r 2dr Prob( r ) 4r 2 dr 2 A função de distribuição radial para um orbital centrossimétrico, P( r ) 4r 2 2 representa a densidade de probabilidade de cascas esféricas. Para o orbital 1s: 12 21/03/2017 Raio mais provável do elétron em um orbital: achar o máximo da função de distribuição radial. Para o orbital 1s: Para zerar a exponencial, r = (não é a solução) Para zerar a parte entre parênteses, Para o urânio, r* = 0,58 pm elétron tem velocidade tão altas que efeitos relativísticos passam a ser importantes. Função de distribuição radial para outros orbitais: Probabilidade em um ponto: Prob( r, , ) RY r sendrdd 2 2 Probabilidade em todos os pontos a uma dada distância r: integrar a expressão acima em todo o espaço de e : 13 21/03/2017 • Orbitais p Se l é diferente de zero, momento angular não-nulo gera força centrífuga que faz com que elétron nunca atinja o núcleo = 0 no núcleo. Para l = 1, ml = 1, 0 ou -1 diferentes orientações do giro do elétron em relação ao eixo z. Para ml = 0, Como rcos = z, este orbital pode ser expresso como sendo chamado então de “orbital pz”. Densidade de probabilidade no orbital pz: * z 2 f 2 ( r ) Plano xy plano nodal do orbital. Orbital troca de sinal ao passar de um lado para o outro do plano. Giro do elétron é sempre perpendicular ao plano xy. 14 21/03/2017 Para ml = 1, Giro do elétron, horário ou anti-horário, se dá aproximadamente no plano xy. Densidade de probabilidade: * 1 2 2 i i 2 1 r sen (e e ) f ( r ) r 2sen2f 2 ( r ) 2 2 z Eixo z é um eixo nodal do orbital. Superposições de estados degenerados: Se 1 e 2 são soluções de uma equação de Schrödinger com energia E, Considerando-se uma combinação linear constantes arbitrárias c1 e c2, , com Isto mostra que a combinação também é uma solução válida para a equação de Schrödinger. 15 21/03/2017 Criamos as combinações dos orbitais p+1 e p-1: Função f(r) é a mesma nos orbitais px, py e pz orbitais têm a mesma forma, mas direções diferentes. Orbitais px e py não têm componente z do momento angular definida. • Orbitais d Para n = 3 e l = 2, ml = 2, 1, 0, -1 ou -2. d0: d1: d2: 16 21/03/2017 Combinações lineares: d0 d+1 e d-1 e d+2 e d-2 e 17