variação morfológica das corolas em herbáceas no campus da ufrpe

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
VARIAÇÃO MORFOLÓGICA DAS COROLAS EM HERBÁCEAS
NO CAMPUS DA UFRPE
Juliana Caroline Rufino da Silva1, Mirtes Hortency Gonçalves Ferreira¹, Vanessa Bastos Simões da Costa2, Rejane
Magalhães de Mendonça Pimentel3

Introdução
Diversas são as formas, cores e disposição das flores em determinado vegetal. Com a identificação da corola de uma
flor, como, inflorescência ou flores isoladas, heterostilia, morfologia- actinomorfa ou zigomorfa etc., pode se afirmar o
tipo de arranjo que a flor apresenta, para a otimização do seu ciclo de vida, visto que as flores são os elementos
fundamentais para que haja fecundação (Ferri, 2011). Para se tornar uma planta madura uma planta consome um
período que oscila entre algumas semanas e vários meses, ou mesmo anos, conforme a espécie (Ferri, 2011).
Além da função na reprodução das espécies, a variação na morfologia da corola em flores de herbáceas atrai o
interesse das pessoas para fins ornamentais, isto se mostra de maior relevância para as espécies de ciclo de vida curto,
como ocorre nas herbáceas (Ferri, 2011).
Este trabalho objetiva descrever as variações na morfologia das corolas das flores de espécies herbáceas
estabelecidas no Campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Sede, Recife-PE.
Material e métodos
Foram analisadas as flores de dez espécies herbáceas encontradas no entorno do prédio central da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) – Sede. Imagens digitais foram obtidas usando câmera fotográfica, sempre com
uma escala milimétrica (trena) para inserção das escalas nas imagens.
A descrição da morfologia da corola das flores coletadas foi realizada através de consulta a uma literatura
especializada (Vidal & Vidal, 2003), considerando: flor isolada ou inflorescência, simetria floral, grau de união das
pétalas, número de peças florais (cálice e corola), cor e posição do estilete em relação aos filetes (heterostilia).
Resultados e Discussão
Momordica charantia L. (Cucurbitaceae) possui flores isoladas, actinomorfa, gamopétala, diclamídea com cinco
sépalas e cinco pétalas, de cor amarela (Fig. 1A). As informações corrobora Rigotti (2012), que além da descrição
morfológica, enfatiza a importância econômica da espécie.
Priva bahiensis A. DC. (Verbenaceae) apresenta inflorescências do tipo cacho, assim como Momordica charantia
tem flores actinomorfas, gamopétalas, diclamídea pentâmera (Fig. 1B). Moreira & Bragança (2011), descrevem que as
inflorescências desta espécie são constituída por numerosas flores de tamanho reduzido, e que o cálice com 5 sépalas
soldadas e a corola com 5 pétalas soldadas, formam um pequeno tubo que protege o androceu com 4 estames e o
gineceu bicarpelar, ambos inclusos.
Portulaca grandiflora Hook. (Portulacaceae) possui flores isoladas, com simetria actinomorfa, dialipétala pentâmera,
com cinco sépalas e cinco pétalas, sendo as pétalas de cor amarela (Fig. 1C).
A espécie Tridax procumbens L. (Asteraceae) possui flores em inflorescência em capítulo, actinomorfa gamopétala,
com cinco pétalas de cor amarela (Fig. 1D). Gonçalves & Lorenzi (2007) descrevem a presença de filaria nesta espécie,
uma estrutura que se assemelha ao cálice, servindo de apoio e envolvendo as flores individualmente. Gonçalves &
Lorenzi (2007), ainda a firmam que esta espécie possui os receptáculos do capítulo totalmente desprovidos de brácteas
involucrais modificadas denominadas páleas, o chamado espaleado.
Trimezia fosteriana Steyerm. (Iridaceae) apresenta flores isoladas, com simetria zigomorfa, dialipétala, diclamídea
trímera, com três sépalas e três pétalas, sendo as pétalas em menor tamanho que as sépalas, ambas de cor amarela (Fig.
1E). Segundo a descrição de Gonçalves & Lorenzi (2007) este arranjo onde as pétalas são menores que os outros
verticilos florais, recebem o nome de braquipétalo.
A Spermacoce verticillata L. (Rubiaceae) possui inflorescência em glomérulo, com flores actinomorfas, gamopétalas,
composta de quatro sépalas e quatro pétalas, de cor branca (Fig. 1F). A floração desta espécie é predominantemente
branca, recebendo o nome de albifloro (Gonçalves & Lorenzi, 2007).
As flores de Emilia sonchifolia (L.) DC. (Asteraceae) são dispostas em inflorescências do tipo cacho, actinomorfa,
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Aluna de Graduação de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n – Dois Irmãos, Recife, PE,
CEP 52171-900. E-mail: [email protected]; [email protected]
2
Aluna de Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros,
s/n – Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
3
Professora Associada do Departamento de Biologia, Área de Botânica. Universidade Federal do Rural de Pernambuco. R. Dom Manoel de
Medeiros, s/n - Dois Irmãos, Recife/PE. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected]
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gamopétala, trímeras, com pétalas de cor lilás (Fig. 1G). Gonçalves & Lorenzi (2007) descrevem um invólucro
envolvendo a inflorescência desta espécie.
A espécie Lycianthes asarifolia (Kunth & Bouché) Bitter. (Solanaceae) possui flores isoladas, actinomorfas,
gamopétalas, com dez sépalas e cinco pétalas, de cor branca (Fig. 1H). As informações corrobora Souza & Lorenzi
(2008), que além da descrição morfológica, explica o porquê esta espécie está na família Solanaceae.
Oxalis cratensis Hook. (Oxalidaceae), possui inflorescência em cacho, actinomorfa, dialipétala, com cinco sépalas e
cinco pétalas, de cor rosa (Fig. 1I). É a única espécie do estudo onde foi evidenciado heterostilia, assim como descrito
por Ferri (2011).
A espécie Chrysanthemum coronarium L. (Asteraceae) apresenta inflorescência em capítulo, actinomorfa, as flores
estão envolvidas por um invólucro, formado por cinco brácteas, as flores liguladas, são dialipétalas, possuindo 5 sépalas
e 12 ligulas de cor amarela, estes achados corroboram com a classificação das partes florais propostas por Gonçalves &
Lorenzi (2007). As flores tubulosas são gamopétalas, apresentando cinco pétalas, também de cor amarela (Fig. 1J).
Variabilidade é muito grande em relação a todos os parâmetros avaliados e expressa o número de caracteres
morfológicos associados ao curso evolutivo de cada espécie. Portanto antes que se faça alguma análise para determinar
uma espécie é preciso que seja realizada a análise morfológica.
Agradecimentos
Os Autores agradecem à PROGEST-UFRPE pela Bolsa de Permanência aos dois primeiros autores; à FACEPE pelo
apoio financeiro e pela bolsa de mestrado, concedida a terceira autora; ao CNPq pela Bolsa de Produtividade à última
autora, e a Naeté de Freitas Batista, por ceder às fotos inéditas.
Referências
Ferri, M.G. Flor. In: Ferri; M.G (Org). Morfologia externa das Plantas [Organografia]. São Paulo-SP: PAYM gráfica e
editora Ltda, 2011. 15ª edição. p.63
Gonçalves, E.G.; Lorenzi, H. Morfologia Vegetal: Organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas
vasculares, São Paulo-SP, 2007. 416p.
Moreira, H. J. da C.; Bragança, H. B. N. Manual de identificação de plantas infestantes – Hortifrúti. São Paulo: FMC
Agricultural Produtcs, 2011. p. 910-911.
<https://www.fmcdireto.com.br/portal/manuais/infestantes_hf/files/assets/basic-html/page457.html
Rigotti, Marcelo, Eng Agrônomo, and Dsc Agronomia. "Melão-de-são-caetano (Momordica charantia L.), uma planta
com potencial para a economia agrária e saúde alternativa." A cura pelas plantas. Disponível em:< http://pt. scribd.
com/doc/34290461/Livro-a-Cura-Pelas-Plantas>. Acesso em 10 (2012).
Souza, V. C.; Lorenzi, H. Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e
exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2ª ed., Instituto Plantarum, Nova Odesa - SP, 2008. p. 609.
Vidal, W.N.; Vidal, M.R.R. Botânica – Organografia Quadros Sinóticos Ilustrados de Fanerógamos. Viçosa: UFV,
2003. 4ª edição. 124p.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Figura 1. Variadas morfologias encontradas nas peças florais em herbáceas no Campus da UFRPE. A, Momordica charantia. B,
Priva bahiensis. C, Portulaca grandiflora. D, Tridax procumbens. E, Trimezia fosteriana. F, Spermacoce verticillata. G, Emilia
sonchifolia. H, Lycianthes asarifolia. I, Oxalis cratensis. J, Chrysanthemum coronarium. Fotos: Naeté de Freitas Batista.
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