COLÉGIO SINODAL CIÊNCIAS NATURAIS - Prof Leonardo F. Stahnke ROCHAS E SOLOS O planeta Terra é formado por várias camadas que se sobrepõem, do Núcleo (no interior) até a Crosta Terrestre (a parte mais externa, onde vivemos). O Núcleo possui uma porção interna (que é sólida) e uma porção externa (líquida), ambas compostas de Ferro e Níquel. Sobre ele fica a camada chamada de Manto, que se divide em Manto Inferior (sólido) e Manto Superior (de consistência pastosa), com temperatura de aproximadamente 1000°C, estando presas abaixo da Crosta Terrestre (que faz pressão sobre elas). Quando há uma brecha nesta crosta (como em um vulcão), a pressão é aliviada e uma parte pastosa do manto, chamado de Magma, é liberada. Este escorre sobre a crosta na forma de Lava, que vai aos poucos sendo resfriada pelo contato com o ar e a água, formando os diferentes tipos de relevo, tanto na crosta continental (acima do nível do mar), como na crosta oceânica (abaixo do nível do mar). O tectonismo (movimento das placas tectônicas) é o fenômeno responsável pela construção e modificação dos relevos, ocorrendo, nas zonas de borda, fenômenos de vulcanismo (erupções de vulcões) e abalos sísmicos (terremotos e maremotos). Quando há um maremoto, ondas gigantes podem se formar, sendo estas chamadas de tsunamis. O Monte Everest (8850m acima do nível do mar), na Cordilheira do Hmalaia, entre o Tibet e o Nepal, é o relevo mais alto do mundo; e a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, o mais profundo (11500m abaixo do nível do mar). Os minerais formam as rochas e têm como características serem sólidos, de origem natural, inorgânicos e de composição definida. Suas principais propriedades são classificadas entre: Óticas, relacionadas com a forma de refletir a luz. Mecânicas, relacionadas com o comportamento frente a um esforço. Cor: depende da luz que é refletida; o Dureza: é a resistência a ser riscado (medida pela Escala de Mohs); o Brilho: resulta da forma como a luz é refletida; o Clivagem: é a tendência de o mineral se quebrar em superfícies planas. Quando possuem valor econômico, os minerais recebem o nome de Minérios. Estes são explorados por meio de Minas que são escavadas em Jazidas (que são depósitos naturais de minérios). Os principais minérios explorados no Brasil são o petróleo (e seus derivados, como o diesel, a gasolina, a matéria-prima para a fabricação do plástico, etc), o gás natural, o carvão mineral, além dos minérios metálicos como a Magnetita e a Hematita (de onde se extrai o Ferro), a Bauxita (de onde se extrai o Alumínio), a Calcopirita (de onde se produz o Cobre), a Galena (de onde se extrai o Chumbo), as Pepitas e Filões (de onde se extrai o Ouro), além das Minas de Prata. Pedras preciosas (minerais que têm cor e brilho especiais, sendo valiosas por sua raridade e dureza) e semipreciosas também são encontradas no subsolo brasileiro, com destaque para o diamante, o rubi, safira, esmeralda, água-marinha, turmalina, topázio, ametista, dentre outras. As Rochas são materiais sólidos, formados por um agregado de diferentes minerais. Elas podem ser classificadas em 3 tipos: Ígneas (ou Magmáticas): São rochas originadas do magma ou lava resfriado. o Plutônicas (ou Intrusivas): formam-se a partir do magma resfriado lentamente dentro da crosta, como o Granito (que costuma apresentar minerais visíveis a olho nu). o Vulcânicas (ou Extrusivas): formam-se a partir da lava resfriada rapidamente sobre a crosta, como o Basalto e a Pedra-pomes (que não apresenta minerais visíveis a olho nu). Sedimentares (ou Estratificadas): São rochas formadas pelo acúmulo, compactação e cimentação de fragmentos de rocha (sedimentos) que foram desgastados pela ação do intemperismo (vento, chuva e mudanças de temperatura) e carregados pela ação da erosão. Como exemplos, pode-se citar o Arenito (composto principalmente de areias), o Argilito (composto principalmente de argilas) e o Calcário (composto principalmente de Carbonato de Cálcio e Magnésio originado de conchas, carapaças e esqueletos de corais e outros animais que morrem e se acumulam no solo ou no fundo dos mares). Metamórficas: São rochas formadas a partir de outras rochas, que pode ser ígnea, sedimentar ou metamórfica, transformadas no interior da Crosta pela pressão exercida de cima para baixo e pela ação das altas temperaturas (transmitidas pelo Manto, de baixo para cima). Elas sofrem modificações no rearranjo de seus minerais, podendo ser classificadas em dois tipos: o Laminares: possuem seus minerais alinhados em planos paralelos, formando aspectos laminares quando quebradas, como o Gnaisse e a Ardósia. o Cristalinas: possuem seus minerais organizados de forma homogenia, formando estruturas irregulares quando quebradas, como o Mármore. As rochas modificam-se por meio de um ciclo, onde o intemperismo, erosão e deposição formam rochas sedimentares; o calor e a pressão formam rochas metamórficas; e o derretimento e resfriamento, formam rochas ígneas. As rochas podem ser utilizadas em diferentes aplicações, como matéria-prima para construções, usos ornamentais, recipientes e como combustíveis. Os fósseis, formados em rochas sedimentares pela mineralização das partes duras de um ser vivo pré-histórico, podem contribuir para a busca de informações sobre a geografia dos continentes no passado, a idade das rochas, a formação do relevo, as variações do nível do mar, as condições climáticas do passado, além de fornecer informações sobre os seres vivos que habitavam o planeta em determinada época, seu comportamento, reprodução, alimentação, interação com outros organismos e evolução. Quando uma rocha sofre a ação desagregadora e decompositora do intemperismo (agentes da natureza) ela forma a parte mineral do solo. Esta parte se mistura a parte orgânica (formada por organismos mortos, folhas, fezes de animais, etc), além de água e ar, compondo o que chamamos de Solo. Os fenômenos do intemperismo que fragmentam as rochas podem ser de origem Química (como a água da chuva e dos rios, que reagem com as rochas), Física (como o vento, o frio e o calor) e Biológica (como os seres vivos que se infiltram nos espaços vazios das rochas e desgastam-nas). Após a ação destes agentes, o solo é erodido e misturado, formando texturas e tipos diferentes, sendo as mais comuns: Solo Arenoso: De todas as partes sólidas que o compõe, cerca de 70% é areia, não permitindo que esse retenha água, sendo facilmente erodido. Solo Siltoso: De todas as partes sólidas que o compõe, possui proporção intermediária de areia e argila, apresentando boa retenção de água e intermediária erodibilidade. Solo Argiloso: De todas as partes sólidas que o compõe, cerca de 35% é argila, retendo muita água e sendo resistente à erosão. Solo Humoso: Solo rico em húmus, material rico em nutrientes, formado pela matéria orgânica decomposta. É o solo ideal para a agricultura. Solo Calcário: Solo seco, formado por partículas de rocha, típico de deserto. Para ser considerado de qualidade o solo deve possuir ainda um adequado arejamento (quantidade de ar), irrigação ou drenagem (quantidade de água), adubação e controle do pH (ácido ou básico). A declividade (grau de inclinação) do solo e seu percentual de cobertura vegetal (proporção de plantas crescendo sobre ele) também interferem na qualidade do solo. Desse modo, áreas mais inclinadas e com pouca vegetação estão mais sujeitas à erosão pela ação do vento e da água (causando deslizamentos de encostas e criação de ravinas e voçorocas), ao assoreamento de rios (causando alagamentos) e a desertificação (causando o empobrecimento do solo). Para tanto, boas práticas de cuidado com o solo devem ser adotados, como: 1) Plantio em curvas de nível; 2) Plantio em terraços; 3) Não retirada da vegetação (principalmente a rasteira); 4) Plantios consorciados entre diferentes espécies; 5) Controle de queimadas; 6) Controle da compactação; 7) Rotação de culturas ou de pastoreio; 8) Redução de aplicação de agrotóxicos (veneno) e uso de adubação orgânica; 9) Redução da drenagem de banhados; 10) Proteção das áreas de nascentes, margens de arroios e rios, topos de morro e encostas (mata ciliar); 11) Redução do descarte de resíduos sólidos (lixo) de forma inadequada; 12) Uso de processos de remediação (biorremediação e fitorremediação) para recuperação de solos degradados. O solo é fundamental para a vida e possui grande importância em diferentes áreas, servindo de suporte às plantas; abrigo para muitos animais; fundamental para a produção de húmus; manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas; proteção para as águas subterrâneas; regulador do ciclo hidrológico (armazenando e liberando a água); como matéria-prima para construções civis e artesanato; além de fonte de minérios e minerais.